Logo hoje que estava pensado escrever um post que iria salvar o planeta e todos os seus habitantes, incluindo o Vital Moreira e o bigode do Vital Moreira, vejo-me impedido de o fazer porque estou com uma pedrada de sono tão grande que não só não consigo raciocinar nem alinhavar ideias, como tenho até receio de cair com a tromba em cima do teclado! Desta feita, o post que salvaria a humanidade ficará adiado até à próxima semana, isto se as bebedeiras que estou a pensar apanhar hoje e amanhã à noite não matarem as zonas de massa cinzenta onde essa informação se encontra armazenada.
Mas que terríveis acontecimentos se deram para eu andar tão ensonado? Pá, muitos, mas todos eles têm uma única e maléfica causa: o calor que se fez sentir na noite passada. Quando me fui deitar, apercebi-me que o quarto e o próprio leito estavam tão quentes que dava para estrelar lá um ovo, isso se eu soubesse como fazê-lo, que não sei, por isso abri antes uma garrafa de cerveja. Liguei o ar condicionado e optei por ir tomar um duche, isto enquanto a minha legítima via televisão e bebia uma marguerita. Tomei o duche e regressei ao quarto, só para ser surpreendido com a visão da minha gaja toda nua e de copo vazio. Bom, se eu estava fresquinho à conta do duche, agora voltavam-se-me os calores, e vi-me obrigado a saltar para cima da minha gaja. Terminado o serviço uns bons 30 minutos depois, ala para a banheira outra vez, agora acompanhado. Chuá, chuá, chuá, mais um duche com água fresquinha, e retornamos ambos ao quarto, onde nos apercebemos que a treta do ar condicionado nos estava a pregar uma partida: não funcionava!
Irritado, tive de mandar abaixo mais uma bejeca. Desliguei a porra do aparelho e abri a janela do quarto para deixar entrar um bocadinho de ar fresco. Luzes e televisão apagadas, preparei-me então para dormir, e a coisa parecia estar a correr bem até começar a escutar um "bzzzzzzzz". Virei-me para a respectiva, só para constatar que dormia que nem uma pedra. O "bzzzzzz" continuava: concluí só poder tratar-se de uma melga, e se há algo que eu tenho a dizer sobre as melgas, é que quem pôs o nome de melga à melga acertou na mosca, desculpem, na melga. Aqueles "bzzzz"s estavam a tirar-me do sério e não me deixavam pregar olho; eu podia ter morto o insecto, mas a verdade é que vai contra os meus princípios tirar a vida a seres inferiores - por essa razão é que eu nunca fui capaz de esmagar o Miguel Portas debaixo dos meus pés, embora já tivesse pensado nisso.
Engendrei portanto uma artimanha: se não podia matar a melga, pelo menos poderia arrastá-la para fora do quarto. Foi o que fiz: levantei-me sorrateiramente da cama, escondi-me junto do guarda-fatos e, numa emboscada perfeita, aprendida à custa de observar atentamente as tácticas felinas das minhas duas gatinhas, consegui apanhar a melga. Fui para a janela, abri as mãos e libertei-a na vastidão da noite. Fechei tudo e deitei-me com mais uma cervejola, para compensar os líquidos desperdiçados na caçada. Parecia finalmente que tudo ia correr de feição e que poderia dormir o sono dos justos.
Vã ilusão: com a janela fechada, o quarto parou de arrefecer e pouco tempo passado assemelhava-se novamente a um forno. Desagradado, lá fui outra vez abrir a gaita da janela para que o ar circulasse na divisão. De raiva, saquei de outra bejeca e bota abaixo. Deitei uma olhada à gaja, que dormia como um bebé de fralda limpa; pensei, por malícia, em acordá-la, só para não ser o único a ficar em branco, mas abortei a má intenção porque se a minha gaja quando está bem disposta já é terrível, quando está de mau humor é a coisa mais parecida com os quatro cavaleiros do apocalipse! Joguei-me, cansado, para cima do colchão e fiz nova tentativa para adormecer. Debalde: 10 minutos após, o quarto é percorrido com vários "bzzz", "bzzzz", "bzzzzz". A puta da melga, aproveitando a janela aberta, estava de volta, e agora trouxera amigas! Já à beira do choro, vi-me forçado a tragar mais uma bebida de cevada e a pôr algodão nos ouvidos de modo a não escutar as melgas das melgas. Posicionei-me de barriga para baixo, enfiei a cabeça na almofada, esqueci tudo em meu redor e comecei a contar coelhinhas da Playboy.
Quando estava mesmo mesmo naquela fronteira ténue entre a vigília e o sono, quase quase a dormir, tocou o despertador. Apesar do algodão nos ouvidos, não consegui impedir que o perturbador alarmezinho me entrasse pelos tímpanos. Era o sinal de que já não havia volta a dar-lhe: tinha perdido uma noite de sono. A meu lado, a minha gaja levantava-se languidamente, bocejando. "Ah, dormi tão bem", disse-me ela assim que tirou o cu da cama. "E tu?", continuou. Limitei-me a olhar para ela, com estas olheiras de meio metro que insistem em não sair do meu rosto, emborquei mais uma cerveja, vesti-me e vim trabalhar.
E pronto, graças a isto estou aqui a cair para o lado... Hoje, prometo que vou dormir no frigorífico. Tenho é de comprar uma grade de bejecas antes.
Bom fim-de-semana e durmam muito.
sexta-feira, maio 29, 2009
quinta-feira, maio 28, 2009
Prémios Peter of Pan
Os Óscares e os Globos de Ouro já foram, mas as cerimónias de entrega de prémios não terminaram, bem pelo contrário. O acontecimento mais excitante do ano no que toca a atribuir prémios são, sem dúvida, os Prémios Peter of Pan. E o que premeiam os Prémios Peter of Pan? Pá, tanta, tanta coisa, mas sobretudo a palorice inerentemente lusitana. Neste aspecto, não se distinguem dos Globos de Ouro da SIC, é certo, a única e esmagadora diferença é que os Prémios Peter of Pan se assumem desde logo como tal, em vez de se travestirem de galardões que se arrogam de reconhecer o mérito individual ou colectivo de seres excepcionais.
Bom, sem mais delongas, a seguir se apresentam as categorias e os respectivos nomeados aos Prémios Peter of Pan.
Prémio Peter of Pan para a melhor dupla de palhaços
E os nomeados são:
Manuela Moura Guedes e António Marinho Pinto, pelos seus desempenhos no jornal da TVI
José Eduardo Martins e Afonso Candal, pelos seus desempenhos na Assembleia da República
Manuel Pinho e Teixeira dos Santos, pelo conjunto da obra ao serviço do governo português
Rui Costa e Quique Flores, pelos seus desempenhos na época 2008-2009 do S.L. Benfica
Prémio Peter of Pan para a melhor imitação de Maddie McCann
E os nomeados são:
O dinheiro do BPP
O dinheiro do BPN
O dinheiro do Millenium/BCP
O dinheiro dos nossos impostos
Prémio Peter of Pan para se isto sai na capa da Playboy, perco toda a esperança na Humanidade
E as nomeadas são:
Maya
Cinha Jardim
Betty Grafstein
Manuela Ferreira Leite
Prémio Peter of Pan para o maior bluff do ano
E os nomeados são:
Gripe A (também Gripe Suína e Gripe do México)
Fim da crise
Carlos Queirós
Plantel 2008-2009 do S.L. Benfica
Prémio Peter of Pan para a melhor exibição de mamas num evento público
E as nomeadas são:
As mamas da Leonor Seixas, pelo seu desempenho nos últimos Globos de Ouro
As mamas da Rita Pereira, pelo seu desempenho na peça de teatro Os Produtores
As mamas da Luciana Abreu, pelo seu desempenho em programas infantis
As mamas da Ana Malhoa, pelo seu desempenho nos palcos deste país
Quem quiser participar na eleição de todos estes representantes da ilustríssima pacovice portuguesa, pode deixar a sua opinião na caixa de comentários a este post. Eu não ligarei nenhuma, mas pelo menos sempre chateia um bocadinho quem vier ler a seguir.
Bom, sem mais delongas, a seguir se apresentam as categorias e os respectivos nomeados aos Prémios Peter of Pan.
Prémio Peter of Pan para a melhor dupla de palhaços
E os nomeados são:
Manuela Moura Guedes e António Marinho Pinto, pelos seus desempenhos no jornal da TVI
José Eduardo Martins e Afonso Candal, pelos seus desempenhos na Assembleia da República
Manuel Pinho e Teixeira dos Santos, pelo conjunto da obra ao serviço do governo português
Rui Costa e Quique Flores, pelos seus desempenhos na época 2008-2009 do S.L. Benfica
Prémio Peter of Pan para a melhor imitação de Maddie McCann
E os nomeados são:
O dinheiro do BPP
O dinheiro do BPN
O dinheiro do Millenium/BCP
O dinheiro dos nossos impostos
Prémio Peter of Pan para se isto sai na capa da Playboy, perco toda a esperança na Humanidade
E as nomeadas são:
Maya
Cinha Jardim
Betty Grafstein
Manuela Ferreira Leite
Prémio Peter of Pan para o maior bluff do ano
E os nomeados são:
Gripe A (também Gripe Suína e Gripe do México)
Fim da crise
Carlos Queirós
Plantel 2008-2009 do S.L. Benfica
Prémio Peter of Pan para a melhor exibição de mamas num evento público
E as nomeadas são:
As mamas da Leonor Seixas, pelo seu desempenho nos últimos Globos de Ouro
As mamas da Rita Pereira, pelo seu desempenho na peça de teatro Os Produtores
As mamas da Luciana Abreu, pelo seu desempenho em programas infantis
As mamas da Ana Malhoa, pelo seu desempenho nos palcos deste país
Quem quiser participar na eleição de todos estes representantes da ilustríssima pacovice portuguesa, pode deixar a sua opinião na caixa de comentários a este post. Eu não ligarei nenhuma, mas pelo menos sempre chateia um bocadinho quem vier ler a seguir.
quarta-feira, maio 27, 2009
Da arte de bem arregaçar as mangas de uma camisa
Não é mentira nenhuma se eu disser que, normalmente, sou um gajo despistado no que toca ao vestuário. Não ligo à moda, nem me interessa saber que peças de roupa ligam umas com as outras e com o meu gracioso, lindo e esbelto corpo. Em suma, visto-me como um autêntico maltrapilho e estou completamente a cagar-me para isso: t-shirts rotas, calças debotadas, ténis rasgados é a combinação mais frequente aqui por estes lados, o que poderia muito bem fazer de mim um fashion guru da malta do Bloco de Esquerda.
Todavia, de quando em vez dá-me para vestir uma camisa. Das bonitas e arranjadinhas, o que me faz parecer um beto da linha de Cascais, não fosse a tatuagem que exibo na testa, onde se pode ler, com delicadeza, "Odeio betos, porra!". Pois bem, hoje foi uma dessas vezes em que saí para a rua de camisa. As minhas vizinhas nem queriam acreditar: "Ah, aquele de camisa é o Peter of Pan?", dizia uma, "Não, não pode ser, ele vai tão composto", dizia outra, "Ah, mas é ele, é ele, olhe para aquele andar desengonçado mas no entanto cheio de estilo, é inconfundível, é o Peter of Pan", dizia novamente a primeira, "Não acredito, ele está na rua de camisa, não posso crer. Ter-se-á metido na droga?!", dizia a segunda, armada em parva.
A questão é que não me limitei a vestir uma camisa, e sim uma camisa de mangas compridas. Isto levou a que, enquanto caminhava a distância que separa a minha casa da estação de comboios, durante a qual fui presenteado com mais uns comentários idiotas por parte de alguns cidadãos do meu bairro ("Aquele ali de camisa não é o Peter of Pan? Ou já bebi tanto às 8 da manhã que ando a ver coisas?!"), e tendo em conta o intenso calor que se fazia sentir, o meu sistema sobreaquecesse. E o que faz um gajo que enverga uma camisa de mangas compridas quando o calor aperta? Exacto: vá de arregaçar as mangas! E foi precisamente o que fiz, e posso garantir que, pese o facto de só em pouquíssimas ocasiões vestir tal peça, a minha técnica de arregaçamento é impecável, irrepreensível, perfeita. O meu talento é tal que as mangas parecem ter sido arregaçadas a régua e esquadro! E se desfaço a coisa, fazendo regressar as mangas ao seu estado original comprido, asseguro que nem uma dobra, nem um amasso se nota! Sou muita bom, pronto, assim uma espécie de José Mourinho das mangas de camisa, mas com menos arrogância e com melhor pronúncia do italiano, che cazzo!
Quando já estava no comboio, alinhavado no meu lugar a ouvir o último petardo dos Napalm Death no meu leitor de mp3, indiferente aos olhares de inveja que me eram dirigidos por outros passageiros do sexo masculino, e que se poderiam traduzir nisto "F*da-se, que mangas impecavelmente arregaçadas tem aquele tipo. Porque é que eu não consigo fazer o mesmo? Porque é que a minha camisa parece um quadro cubista?", sentou-se uma tipa ao meu lado. Que não resistiu a olhar-me de alto a baixo, como aliás fazem todas as tipas que se sentam ao meu lado, à minha frente, por baixo ou até a 3 quarteirões de mim. Eu sei, eu sei, este meu encanto é um problema... E como qualquer outra pessoa naquela carruagem, deparou com as minhas mangas perfeitamente arregaçadas. Soltou um "Oh" de exclamação e de seguida um "Desculpe, pode ajudar-me?", só que eu não ouvi porque estava entretido a escutar o bruta sonzaço de que falei atrás. Mas ela não desisitiu e puxou-me pelo braço, chamando a minha atenção. Tirei calmamente os fones, virei-me de frente para a tipa e preparei-me para lhe dar uma cabeçada bem dada ali bem na cana do nariz, que é o que eu faço quando interrompem as minhas divagações sonoras. Contudo, vendo-a assim, face a face, desisti, pois tratava-se de uma ultra-boazona, vestida com uma deliciosa camisa lilás que deixava antever os deliciosos contornos dos seus deliciosos seios.
Ela sorriu para mim, e repetiu a pergunta feita: "Desculpe, pode ajudar-me?". "Claro", respondi eu, já com o leitor de mp3 desligado e arrumado a um canto, ou seja, perdi-o. "Como é que conseguiu arregaçar tão bem as suas mangas? Eu estou aqui com tanto calor e queria arregaçar as minhas, mas não sei fazê-lo." Altruísta e de boa índole como sou, disponibilizei-me logo: "Deixe estar. Eu ajudo-a. A vantagem das camisas de manga comprida é justamente esta: permite-nos, quando está calor, puxar as mangas para cima e, quando está frio, puxar as mangas para baixo. É como se fosse uma camisa cabriolet", filosofei, ao que respondeu com uns risinhos, não imaginando que me apetecia fazer umas cabriolas com ela... (a gaja, não a camisa, entenda-se).
Ajudei-a, então. Peguei no seu braço esquerdo, e suavemente puxei a manga da sua camisa para cima. De seguida, peguei no seu braço direito, e delicadamente arregacei a manga desse lado, enquanto absorvia a fragrância dos seus cabelos e deitava olhares furtivos ao seu decote. Ao terminar aquela intervenção, senti uma outra coisa a arregaçar-se em mim. Ela reparou, com certeza, porque com um evidente tom de malícia atirou-me "Obrigada. Ficaram perfeitas. Como posso compensá-lo?", sendo que esta última frase foi dita com um sorrisinho malandro e um brilhozinho nos olhos, daqueles brilhozinhos que se têm antes de se preparar uma sacanice.
Ao escutar isto, pus-lhe o meu indicador nos lábios, silenciando-a, e levantámo-nos dos respectivos lugares. Saímos logo na primeira paragem e corremos para uma moita de arbustos que se localizava a uns 150 metros da estação. Lá, deitámo-nos e começámos a fazer o belo do amor, que vou abster-me de descrever, não só porque foi tão bom que fazer uma exposição seria envergonhar aquelas pessoas cujo sexo jamais se aproximará daquilo (ou seja, todas as outras pessoas que não eu e a rapariga da camisa lilás) mas também porque sou um rapaz muito pudico.
Digo apenas que, como resultado desta odisseia toda, lá acabei por ficar com a camisa amarrotada...
Todavia, de quando em vez dá-me para vestir uma camisa. Das bonitas e arranjadinhas, o que me faz parecer um beto da linha de Cascais, não fosse a tatuagem que exibo na testa, onde se pode ler, com delicadeza, "Odeio betos, porra!". Pois bem, hoje foi uma dessas vezes em que saí para a rua de camisa. As minhas vizinhas nem queriam acreditar: "Ah, aquele de camisa é o Peter of Pan?", dizia uma, "Não, não pode ser, ele vai tão composto", dizia outra, "Ah, mas é ele, é ele, olhe para aquele andar desengonçado mas no entanto cheio de estilo, é inconfundível, é o Peter of Pan", dizia novamente a primeira, "Não acredito, ele está na rua de camisa, não posso crer. Ter-se-á metido na droga?!", dizia a segunda, armada em parva.
A questão é que não me limitei a vestir uma camisa, e sim uma camisa de mangas compridas. Isto levou a que, enquanto caminhava a distância que separa a minha casa da estação de comboios, durante a qual fui presenteado com mais uns comentários idiotas por parte de alguns cidadãos do meu bairro ("Aquele ali de camisa não é o Peter of Pan? Ou já bebi tanto às 8 da manhã que ando a ver coisas?!"), e tendo em conta o intenso calor que se fazia sentir, o meu sistema sobreaquecesse. E o que faz um gajo que enverga uma camisa de mangas compridas quando o calor aperta? Exacto: vá de arregaçar as mangas! E foi precisamente o que fiz, e posso garantir que, pese o facto de só em pouquíssimas ocasiões vestir tal peça, a minha técnica de arregaçamento é impecável, irrepreensível, perfeita. O meu talento é tal que as mangas parecem ter sido arregaçadas a régua e esquadro! E se desfaço a coisa, fazendo regressar as mangas ao seu estado original comprido, asseguro que nem uma dobra, nem um amasso se nota! Sou muita bom, pronto, assim uma espécie de José Mourinho das mangas de camisa, mas com menos arrogância e com melhor pronúncia do italiano, che cazzo!
Quando já estava no comboio, alinhavado no meu lugar a ouvir o último petardo dos Napalm Death no meu leitor de mp3, indiferente aos olhares de inveja que me eram dirigidos por outros passageiros do sexo masculino, e que se poderiam traduzir nisto "F*da-se, que mangas impecavelmente arregaçadas tem aquele tipo. Porque é que eu não consigo fazer o mesmo? Porque é que a minha camisa parece um quadro cubista?", sentou-se uma tipa ao meu lado. Que não resistiu a olhar-me de alto a baixo, como aliás fazem todas as tipas que se sentam ao meu lado, à minha frente, por baixo ou até a 3 quarteirões de mim. Eu sei, eu sei, este meu encanto é um problema... E como qualquer outra pessoa naquela carruagem, deparou com as minhas mangas perfeitamente arregaçadas. Soltou um "Oh" de exclamação e de seguida um "Desculpe, pode ajudar-me?", só que eu não ouvi porque estava entretido a escutar o bruta sonzaço de que falei atrás. Mas ela não desisitiu e puxou-me pelo braço, chamando a minha atenção. Tirei calmamente os fones, virei-me de frente para a tipa e preparei-me para lhe dar uma cabeçada bem dada ali bem na cana do nariz, que é o que eu faço quando interrompem as minhas divagações sonoras. Contudo, vendo-a assim, face a face, desisti, pois tratava-se de uma ultra-boazona, vestida com uma deliciosa camisa lilás que deixava antever os deliciosos contornos dos seus deliciosos seios.
Ela sorriu para mim, e repetiu a pergunta feita: "Desculpe, pode ajudar-me?". "Claro", respondi eu, já com o leitor de mp3 desligado e arrumado a um canto, ou seja, perdi-o. "Como é que conseguiu arregaçar tão bem as suas mangas? Eu estou aqui com tanto calor e queria arregaçar as minhas, mas não sei fazê-lo." Altruísta e de boa índole como sou, disponibilizei-me logo: "Deixe estar. Eu ajudo-a. A vantagem das camisas de manga comprida é justamente esta: permite-nos, quando está calor, puxar as mangas para cima e, quando está frio, puxar as mangas para baixo. É como se fosse uma camisa cabriolet", filosofei, ao que respondeu com uns risinhos, não imaginando que me apetecia fazer umas cabriolas com ela... (a gaja, não a camisa, entenda-se).
Ajudei-a, então. Peguei no seu braço esquerdo, e suavemente puxei a manga da sua camisa para cima. De seguida, peguei no seu braço direito, e delicadamente arregacei a manga desse lado, enquanto absorvia a fragrância dos seus cabelos e deitava olhares furtivos ao seu decote. Ao terminar aquela intervenção, senti uma outra coisa a arregaçar-se em mim. Ela reparou, com certeza, porque com um evidente tom de malícia atirou-me "Obrigada. Ficaram perfeitas. Como posso compensá-lo?", sendo que esta última frase foi dita com um sorrisinho malandro e um brilhozinho nos olhos, daqueles brilhozinhos que se têm antes de se preparar uma sacanice.
Ao escutar isto, pus-lhe o meu indicador nos lábios, silenciando-a, e levantámo-nos dos respectivos lugares. Saímos logo na primeira paragem e corremos para uma moita de arbustos que se localizava a uns 150 metros da estação. Lá, deitámo-nos e começámos a fazer o belo do amor, que vou abster-me de descrever, não só porque foi tão bom que fazer uma exposição seria envergonhar aquelas pessoas cujo sexo jamais se aproximará daquilo (ou seja, todas as outras pessoas que não eu e a rapariga da camisa lilás) mas também porque sou um rapaz muito pudico.
Digo apenas que, como resultado desta odisseia toda, lá acabei por ficar com a camisa amarrotada...
Etiquetas:
carregador,
fotografias,
meditar com um pé junto da orelha
terça-feira, maio 26, 2009
Deus não existe, mas isso não o (desculpem, O) impede de ser uma besta (desculpem, Besta) do caraças!
A irremediável prova da não-existência de Deus está no recente confronto entre Manuela Moura Guedes e António Marinho Pinto no jornal da TVI de sexta-feira passada. Deus, se realmente existisse, teria pura e simplesmente impedido que um encontro daqueles tivesse lugar, ou pelo menos havia mandado um raio que estilhaçasse o estúdio onde o jornal estava a ser gravado. Os benefícios seriam óbvios: acabava-se com a Moura Guedes, acabava-se com o Marinho Pinto, acabava-se com o jornal da TVI e, com sorte, com o Eduardo Moniz que, com o susto, sofria um ataque cardíaco. Isto é que seria um Deus como deve ser, mas fez ele alguma coisa?!?! Nada, nicles, pevas! Nem uma palha, o que é prova mais do que suficiente de que não existe.
"Ah", perguntam vocês, "mas isso é absurdo. Há coisas mais dignas da atenção de Deus do que um reles programa noticioso. A fome em África, por exemplo. Ou as guerras." E eu digo para vocês se calarem. Em primeiro lugar, porque a fome em África e as guerras continuam por exterminar, e em segundo lugar, porque por maiores que sejam (e são!) esses flagelos, em termos de provocar irritação, não chegam nem aos calcanhares do debate Moura Guedes X Marinho Pinto. A fome em África dá pena? Dá! As guerras chateiam? Sim! Mas irritar, irritar mesmo à séria, nada supera a arrogância do Marinho Pinto acompanhado do sorriso sardónico da Moura Guedes. Um Deus benevolente ainda permitiria o mal (por causa daquelas tretas do livre-arbítrio e os tomates), mas jamais permitiria que seres humanos se sujeitassem aos níveis de irritação provocados por uma conversa, ou algo do género, entre uma jornalista pivot que tem uma boca de meio metro e um bastonário que tem o rei na barriga. Adaptando um famoso argumento (atribuído a Epicuro) contra a existência de Deus, pode-se pôr as coisas nestes termos:
Queria Deus impedir a conversa entre Moura Guedes e Marinho Pinto, mas não foi capaz?
- Então Ele não é omnipotente!
Seria Ele capaz, mas não o quis?
- Então Ele é irritante!
Queria e seria capaz?
- Então porque é que aquela porra foi para a frente?!
Não queria nem seria capaz?
- Então porque é que lhe chamam Deus, catano?!
E é isto, pá! Um Deus que existisse e fosse porreiro, teria actuado mais ou menos assim:
Deus: Ahhhh, as mamas da Leonor Seixas... Eh lá, que merda é esta? O bastonário da Ordem dos Advogados e a mulher do Eduardo Moniz estão a pegar-se?! Isto é muito, mas muito irritante! Há que acabar com tal palhaçada! Ó Jesus!
Jesus Cristo: Diga, pai!
Deus: Vai lá abaixo e pune aqueles dois estarolas!
Jesus Cristo: Ihhhh, tem de ser agora?!?! Deixe-me sossegado, não vê que estou a jogar Playstation aqui com o Moisés?
Deus: Olha-me o c#%$&!§@# do petiz. Anda um Deus a criar um filho para isto... Ó Maria!
Virgem Maria: Diga!
Deus: Aparece ali em baixo àqueles dois e acaba-me com aquela treta. Que irritação, sempre que ouço a Manuela a dizer "isso é a sua opinião" dá-me vontade de mandar um dilúvio!
Virgem: Ó Deus, mas eu estou tão cansada... ainda há uns dias obrigaste-me a ir de Fátima a Almada só para estar presente nas comemorações da estátua do nosso filho...
Deus: Ó que f#$#. Mas ninguém quer trabalhar nesta casa?!
Jesus Cristo: Papá, porque não manda o Espírito Santo tratar disso?
Deus: Schiu, 'tá calado, ó fedelho, não sabes que eu lhe devo dinheiro ao poker? Se ele me encontra, 'tou tramado...
Jesus Cristo: Mas pai, não é verdade que está em todo o lado?
Deus: Sim, mas o Espírito Santo não sabe disso.
Jesus Cristo: Ahhhh...
Deus: Bom, parece que tenho de ser eu próprio a tratar do assunto... É o que dizem: quando queremos um trabalho bem feito, temos de ser nós próprios a fazê-lo. Cá vai raio!!!
E zás, Manuela Moura Guedes e António Marinho Pinto ficariam esturricadinhos. Mas vejam lá se foi isto que aconteceu! O tanas. Porque, pura e simplesmente, o Pai Nosso que está no Céu não existe. Que besta, pá...
"Ah", perguntam vocês, "mas isso é absurdo. Há coisas mais dignas da atenção de Deus do que um reles programa noticioso. A fome em África, por exemplo. Ou as guerras." E eu digo para vocês se calarem. Em primeiro lugar, porque a fome em África e as guerras continuam por exterminar, e em segundo lugar, porque por maiores que sejam (e são!) esses flagelos, em termos de provocar irritação, não chegam nem aos calcanhares do debate Moura Guedes X Marinho Pinto. A fome em África dá pena? Dá! As guerras chateiam? Sim! Mas irritar, irritar mesmo à séria, nada supera a arrogância do Marinho Pinto acompanhado do sorriso sardónico da Moura Guedes. Um Deus benevolente ainda permitiria o mal (por causa daquelas tretas do livre-arbítrio e os tomates), mas jamais permitiria que seres humanos se sujeitassem aos níveis de irritação provocados por uma conversa, ou algo do género, entre uma jornalista pivot que tem uma boca de meio metro e um bastonário que tem o rei na barriga. Adaptando um famoso argumento (atribuído a Epicuro) contra a existência de Deus, pode-se pôr as coisas nestes termos:
Queria Deus impedir a conversa entre Moura Guedes e Marinho Pinto, mas não foi capaz?
- Então Ele não é omnipotente!
Seria Ele capaz, mas não o quis?
- Então Ele é irritante!
Queria e seria capaz?
- Então porque é que aquela porra foi para a frente?!
Não queria nem seria capaz?
- Então porque é que lhe chamam Deus, catano?!
E é isto, pá! Um Deus que existisse e fosse porreiro, teria actuado mais ou menos assim:
Deus: Ahhhh, as mamas da Leonor Seixas... Eh lá, que merda é esta? O bastonário da Ordem dos Advogados e a mulher do Eduardo Moniz estão a pegar-se?! Isto é muito, mas muito irritante! Há que acabar com tal palhaçada! Ó Jesus!
Jesus Cristo: Diga, pai!
Deus: Vai lá abaixo e pune aqueles dois estarolas!
Jesus Cristo: Ihhhh, tem de ser agora?!?! Deixe-me sossegado, não vê que estou a jogar Playstation aqui com o Moisés?
Deus: Olha-me o c#%$&!§@# do petiz. Anda um Deus a criar um filho para isto... Ó Maria!
Virgem Maria: Diga!
Deus: Aparece ali em baixo àqueles dois e acaba-me com aquela treta. Que irritação, sempre que ouço a Manuela a dizer "isso é a sua opinião" dá-me vontade de mandar um dilúvio!
Virgem: Ó Deus, mas eu estou tão cansada... ainda há uns dias obrigaste-me a ir de Fátima a Almada só para estar presente nas comemorações da estátua do nosso filho...
Deus: Ó que f#$#. Mas ninguém quer trabalhar nesta casa?!
Jesus Cristo: Papá, porque não manda o Espírito Santo tratar disso?
Deus: Schiu, 'tá calado, ó fedelho, não sabes que eu lhe devo dinheiro ao poker? Se ele me encontra, 'tou tramado...
Jesus Cristo: Mas pai, não é verdade que está em todo o lado?
Deus: Sim, mas o Espírito Santo não sabe disso.
Jesus Cristo: Ahhhh...
Deus: Bom, parece que tenho de ser eu próprio a tratar do assunto... É o que dizem: quando queremos um trabalho bem feito, temos de ser nós próprios a fazê-lo. Cá vai raio!!!
E zás, Manuela Moura Guedes e António Marinho Pinto ficariam esturricadinhos. Mas vejam lá se foi isto que aconteceu! O tanas. Porque, pura e simplesmente, o Pai Nosso que está no Céu não existe. Que besta, pá...
segunda-feira, maio 25, 2009
Abram alas para o Cristianismo tecnológico (ele está no meio de nós)
É a nova moda da Igreja: sacar fiéis às custas das novas tecnologias! Longe vão os tempos em que os padres de paróquia e até o próprio Vaticano vilipendiavam os computadores e a internet, com o argumento de que roubavam tempo à devoção religiosa. Afinal, quem é que, no seu bom senso, preferia ir à igreja aos domingos quando podia ficar em casa a comunicar via messenger ou a ver pornografia? Eu não, mas como também não sou religioso, não conto.
Bom, mas os dias são outros e parece que a Santa Sé resolveu adoptar a máxima do "se não podes vencê-los, junta-te a eles", e vai de colocar o Espírito Santo no HI5, no Facebook, no Twitter... até já Sua Santidade, o Papa Bento XVI, manda mensagens ao rebanho via Youtube! (parece que 90% delas dizem respeito à maneira correcta de colocar o preservativo no lixo, mas eu não sei porque no Youtube só tenho tempo para ver clipes relacionados com a Scarlett Johansson)
Congratulo-me por ver o Vaticano a adaptar-se aos tempos modernos, embora pessoalmente achasse mais simpático a revisão de certas ideologias retrógradas, como a aversão ao preservativo, aos homossexuais, às mulheres na Igreja (um aparte: só eu é que acho serem estas duas coisas contraditórias? Como é que se pode dizer, ao mesmo tempo, mal da paneleiragem e das mulheres? Como é que um padre pode sequer admitir não querer, por um lado, sacerdotes gays e, por outro lado, sacerdotes mulheres? E nem vou falar da estranha opção que é preterir gays e mulheres em detrimento de homens vocacionados para as criancinhas...), e etc. e tal. Mas talvez isso ainda aconteça: a Igreja não pediu perdão pela Inquisição?! A Igreja não pediu perdão a Galileu?! Pediu, pois! Está bem que, em ambos os casos, só o fez quase meio milénio depois, mas isso são detalhes. Talvez agora, aliada às novas tecnologias, a Igreja adquira uma capacidade de processamento maior e mais rápida, e daí até tomar juízo pode ir um pequeno passo.
Só falta uma coisa para eu ficar absolutamente convencido da rendição eclesiástica ao novo mundo das tecnologias da informação: não, não me refiro à evangelização, ao espalhar da boa nova. Eu sou ateu, estou-me a cagar para lengas-lengas sobre a salvação, e a vida eterna junto do Pai, do Filho e da Vizinha do 3ºF. Aquilo que eu curtia mesmo, mas mesmo mesmo mesmo, era uma transmissão, por webcam, de jogos lésbicos entre freiras de vários conventos. Pá, é nessas coisas que a Igreja pode verdadeiramente investir. Extrair-se-ia assim o máximo daquilo que as novas tecnologias têm para nos dar. Ei, talvez até conseguissem transformar-me num crente... garanto, pelo menos, que prestaria várias "homenagens" a essas mensagens de fé...
Bom, mas os dias são outros e parece que a Santa Sé resolveu adoptar a máxima do "se não podes vencê-los, junta-te a eles", e vai de colocar o Espírito Santo no HI5, no Facebook, no Twitter... até já Sua Santidade, o Papa Bento XVI, manda mensagens ao rebanho via Youtube! (parece que 90% delas dizem respeito à maneira correcta de colocar o preservativo no lixo, mas eu não sei porque no Youtube só tenho tempo para ver clipes relacionados com a Scarlett Johansson)
Congratulo-me por ver o Vaticano a adaptar-se aos tempos modernos, embora pessoalmente achasse mais simpático a revisão de certas ideologias retrógradas, como a aversão ao preservativo, aos homossexuais, às mulheres na Igreja (um aparte: só eu é que acho serem estas duas coisas contraditórias? Como é que se pode dizer, ao mesmo tempo, mal da paneleiragem e das mulheres? Como é que um padre pode sequer admitir não querer, por um lado, sacerdotes gays e, por outro lado, sacerdotes mulheres? E nem vou falar da estranha opção que é preterir gays e mulheres em detrimento de homens vocacionados para as criancinhas...), e etc. e tal. Mas talvez isso ainda aconteça: a Igreja não pediu perdão pela Inquisição?! A Igreja não pediu perdão a Galileu?! Pediu, pois! Está bem que, em ambos os casos, só o fez quase meio milénio depois, mas isso são detalhes. Talvez agora, aliada às novas tecnologias, a Igreja adquira uma capacidade de processamento maior e mais rápida, e daí até tomar juízo pode ir um pequeno passo.
Só falta uma coisa para eu ficar absolutamente convencido da rendição eclesiástica ao novo mundo das tecnologias da informação: não, não me refiro à evangelização, ao espalhar da boa nova. Eu sou ateu, estou-me a cagar para lengas-lengas sobre a salvação, e a vida eterna junto do Pai, do Filho e da Vizinha do 3ºF. Aquilo que eu curtia mesmo, mas mesmo mesmo mesmo, era uma transmissão, por webcam, de jogos lésbicos entre freiras de vários conventos. Pá, é nessas coisas que a Igreja pode verdadeiramente investir. Extrair-se-ia assim o máximo daquilo que as novas tecnologias têm para nos dar. Ei, talvez até conseguissem transformar-me num crente... garanto, pelo menos, que prestaria várias "homenagens" a essas mensagens de fé...
Etiquetas:
estabelecimento nocturno,
maçã e pêra,
radiação
sexta-feira, maio 22, 2009
A nova contratação do Porto
O Porto prepara-se para contratar o jogador Maicon, que vinha actuando pelo Nacional da Madeira, clube que no fim-de-semana vai levar um tareão de futebol porque joga conta a verdadeira equipa da bola, o Sporting.
O que tem Maicon de especial? Enquanto jogador, nada: o que nele me fascina é justamente a qualidade onomástica, que - estou certo - tornará qualquer relato, comentário e crónica futebolísticos num delírio estético. Finalmente tornar-se-á excitante ver e ouvir jogos em que entra o Futebol Clube do Porto, pois nada do que vimos e ouvimos até agora se comparará com o que veremos e ouviremos na próxima época. Não acreditam? Então tomem lá um exemplo:
Jogo: Futebol Clube do Porto X Manchester United, para a Liga dos Campeões 2009-2010
Relato: José Carlos Soares
Comentários: Luís Freitas Lobo
Data: 21 de Outubro de 2009
José Carlos Soares: E agora o Porto ataca, com Maicon na direita...
José Carlos Soares: Grande jogada de Maicon... não passa por Ferdinand!
José Carlos Soares: Mais uma boa jogada que se perdeu. Luís?
Luís Freitas Lobo: Sim, a transição defesa-ataque processou-se de forma algo lenta, e apesar de termos assistido a uma boa jogada de Maicon na direita, a defesa do Manchester recuperou bem, e assim esfumou-se mais uma tentativa de ataque do Porto.
José Carlos Soares: Maicon, ainda assim, tem sido dos mais inconformados.
Luís Freitas Lobo: Sim, Maicon tem derivado muitas vezes pelo campo. Vemos Maicon na direita, Maicon na esquerda, Maicon na grande área, e até por vezes Maicon na defesa, em ajuda aos seus colegas mais recuados. Trata-se, claramente, de uma mais valia para esta equipa.
José Carlos Soares: Desculpa interromper-te, Luís, mas o Manchester ataca com Ronaldo, vai rematar... é travado em falta por Maicon! Uma pancada por trás de Maicon na perna de Cristiano Ronaldo...
Sem dúvida, o futebol do Porto, esse clube cujo presidente tem especial apetência por "fruta", só terá a ganhar com a presença de Maicon na sua equipa. Pode até não jogar nada, mas só pela cacofonia já vale a pena!
O que tem Maicon de especial? Enquanto jogador, nada: o que nele me fascina é justamente a qualidade onomástica, que - estou certo - tornará qualquer relato, comentário e crónica futebolísticos num delírio estético. Finalmente tornar-se-á excitante ver e ouvir jogos em que entra o Futebol Clube do Porto, pois nada do que vimos e ouvimos até agora se comparará com o que veremos e ouviremos na próxima época. Não acreditam? Então tomem lá um exemplo:
Jogo: Futebol Clube do Porto X Manchester United, para a Liga dos Campeões 2009-2010
Relato: José Carlos Soares
Comentários: Luís Freitas Lobo
Data: 21 de Outubro de 2009
José Carlos Soares: E agora o Porto ataca, com Maicon na direita...
José Carlos Soares: Grande jogada de Maicon... não passa por Ferdinand!
José Carlos Soares: Mais uma boa jogada que se perdeu. Luís?
Luís Freitas Lobo: Sim, a transição defesa-ataque processou-se de forma algo lenta, e apesar de termos assistido a uma boa jogada de Maicon na direita, a defesa do Manchester recuperou bem, e assim esfumou-se mais uma tentativa de ataque do Porto.
José Carlos Soares: Maicon, ainda assim, tem sido dos mais inconformados.
Luís Freitas Lobo: Sim, Maicon tem derivado muitas vezes pelo campo. Vemos Maicon na direita, Maicon na esquerda, Maicon na grande área, e até por vezes Maicon na defesa, em ajuda aos seus colegas mais recuados. Trata-se, claramente, de uma mais valia para esta equipa.
José Carlos Soares: Desculpa interromper-te, Luís, mas o Manchester ataca com Ronaldo, vai rematar... é travado em falta por Maicon! Uma pancada por trás de Maicon na perna de Cristiano Ronaldo...
Sem dúvida, o futebol do Porto, esse clube cujo presidente tem especial apetência por "fruta", só terá a ganhar com a presença de Maicon na sua equipa. Pode até não jogar nada, mas só pela cacofonia já vale a pena!
Etiquetas:
botão,
filmes semióticos com o Bud Spencer,
gillete
quinta-feira, maio 21, 2009
Mas porque é que eu sou assim?!?!
Ontem, teste. É-me pedido que faça uns exercícios de classificação de processos. Olho para aquilo e resolvo escrever umas coisinhas sobre o Liédson, esse mito em forma de ponta-de-lança sportinguista, e sobre a importância das mamas da Leonor Seixas nos últimos Globos de Ouro transmitidos pela SIC.
Parece-me óbvio que vai sair raposa no teste. Mas porque é que eu insisto sempre em fazer as coisas como quero em vez de fazer as coisas como me pedem??!
(mas lá que a minha dissertação sobre as virtudes peitorais da Leonor foi boa, lá isso foi...)
Parece-me óbvio que vai sair raposa no teste. Mas porque é que eu insisto sempre em fazer as coisas como quero em vez de fazer as coisas como me pedem??!
(mas lá que a minha dissertação sobre as virtudes peitorais da Leonor foi boa, lá isso foi...)
Etiquetas:
barulheira,
dicionário,
grindcore vegetariano
quarta-feira, maio 20, 2009
Constatação dramática: o meu cão é gay!!!!
É verdade! Lá em casa, toda a família entrou em estado de choque: o nosso pequeno canídeo saiu do armário e assumiu-se como um cão bicha. Há quem nunca mais recupere da revelação.
A coisa conta-se em poucas palavras: a minha gaja foi ontem ao veterinário para vacinar o ãoão. O rafeirito portou-se bem até entrar na sala de espera, onde uma dezena de cãezinhos aguardava pela sua vez. Excitado com tanta companhia, o nosso Snupito não parava quieto e começou a fazer aquilo que um cão faz quando a excitação ultrapassa os limites: vá de empernar. Mas empernou ele a samoieda que lá estava? Não! Empernou ele a arraçada de podenga? Também não! O bicho bicha maluca foi logo atirar-se a um macho que por lá andava e que, curiosamente ou não, respondeu com carinhos aos carinhos do nosso cão. Aquilo parecia o Blue Oyster Bar do Academia de Polícias, só faltou uma musiquinha disco a condizer...
Foi aí que fiquei a saber da triste realidade. Há cães rabetas. E um deles é meu. Fazendo uma retrospectiva, confesso que devia ter prestado mais atenção a certos sinais. O facto de, nas brincadeiras, ele roçar-se sempre em mim e nunca na minha gaja devia ter-me feito pensar. Ou quando tinha lá a famelga e ele se atirava ao meu irmão, mas nunca à minha irmã. Ou quando o vi interessado em compor arte. Ou, ainda, quando pela nossa rua passava um carro com a música do Mika aos berros e o canito se punha a abanar o rabo.
Mas desprezei estes indícios. Não dei importância. Se tivesse actuado no momento certo, talvez ainda pudesse virar o bico ao prego. O Snupito podia apenas estar confuso, e bastar-lhe-ia uma ida às putas para ele se convencer das vantagens de uma relação com o sexo oposto. Mas agora é tarde demais. Ele já tem a sua homocãosexualidade perfeitamente desenvolvida. O mais que eu posso fazer é comprar-lhe umas roupinhas de cabedal e instalar-lhe um globo de cristal na casota. E levá-lo às paradas gay.
A minha gaja, homofóbica por natureza, ainda não caiu em si. De cinco em cinco minutos, martiriza-se: "Onde é que eu falhei?", "Será que foi dos biscoitos em forma de ossinhos que eu lhe dava em pequenito?", "Tê-lo-ei retirado à mãe demasiado cedo?" são algumas das lamentações que mais se escutam lá por casa. Já a vi até chegar-se junto do pobre animal para lhe perguntar, lavada em lágrimas, se ele já tentou não ser gay. Ao que o bichinho responde: "Ão", como quem diz: "Cala-te e vai ali chamar o doberman da vizinha da frente, hoje apetece-me fazer amor à bruta!".
É dramático o ambiente que se vive por estes dias... Pobre Snupito...
A coisa conta-se em poucas palavras: a minha gaja foi ontem ao veterinário para vacinar o ãoão. O rafeirito portou-se bem até entrar na sala de espera, onde uma dezena de cãezinhos aguardava pela sua vez. Excitado com tanta companhia, o nosso Snupito não parava quieto e começou a fazer aquilo que um cão faz quando a excitação ultrapassa os limites: vá de empernar. Mas empernou ele a samoieda que lá estava? Não! Empernou ele a arraçada de podenga? Também não! O bicho bicha maluca foi logo atirar-se a um macho que por lá andava e que, curiosamente ou não, respondeu com carinhos aos carinhos do nosso cão. Aquilo parecia o Blue Oyster Bar do Academia de Polícias, só faltou uma musiquinha disco a condizer...
Foi aí que fiquei a saber da triste realidade. Há cães rabetas. E um deles é meu. Fazendo uma retrospectiva, confesso que devia ter prestado mais atenção a certos sinais. O facto de, nas brincadeiras, ele roçar-se sempre em mim e nunca na minha gaja devia ter-me feito pensar. Ou quando tinha lá a famelga e ele se atirava ao meu irmão, mas nunca à minha irmã. Ou quando o vi interessado em compor arte. Ou, ainda, quando pela nossa rua passava um carro com a música do Mika aos berros e o canito se punha a abanar o rabo.
Mas desprezei estes indícios. Não dei importância. Se tivesse actuado no momento certo, talvez ainda pudesse virar o bico ao prego. O Snupito podia apenas estar confuso, e bastar-lhe-ia uma ida às putas para ele se convencer das vantagens de uma relação com o sexo oposto. Mas agora é tarde demais. Ele já tem a sua homocãosexualidade perfeitamente desenvolvida. O mais que eu posso fazer é comprar-lhe umas roupinhas de cabedal e instalar-lhe um globo de cristal na casota. E levá-lo às paradas gay.
A minha gaja, homofóbica por natureza, ainda não caiu em si. De cinco em cinco minutos, martiriza-se: "Onde é que eu falhei?", "Será que foi dos biscoitos em forma de ossinhos que eu lhe dava em pequenito?", "Tê-lo-ei retirado à mãe demasiado cedo?" são algumas das lamentações que mais se escutam lá por casa. Já a vi até chegar-se junto do pobre animal para lhe perguntar, lavada em lágrimas, se ele já tentou não ser gay. Ao que o bichinho responde: "Ão", como quem diz: "Cala-te e vai ali chamar o doberman da vizinha da frente, hoje apetece-me fazer amor à bruta!".
É dramático o ambiente que se vive por estes dias... Pobre Snupito...
Etiquetas:
encaixe financeiro,
ordenação,
tintureira
terça-feira, maio 19, 2009
Episódios domésticos
Episódio doméstico #1 - Uma das minhas gatas mordeu-me o gémeo da perna direita. Atenção: aquilo não foi uma mordiscadela fofa, uma dentadinha carinhosa, um roçagar de maxilares queridinho. Não! Aquilo foi um abocanhar à caçadora, como se a minha perna direita fosse uma zebra na savana, ou uma saqueta de whiskas no saco das compras. Tenho agora a barriga da perna marcada e coxeio quando ando... Se for jogar à bola nos próximos dias, temo que a minha prestação fique a um nível abaixo de Nuno Gomes! O que é francamente terrível...
Episódio doméstico #2 - A minha gaja é do Benfica. Eu, como sou um tipo inteligente e com bom-gosto, sou do Sporting. Dias atrás, a minha gaja interpelou-me com um início de diálogo surpreendente:
Gaja [impertinente]: Ouve lá, mas tu és do Sporting porquê?!
Eu [lúcido]: Porque o Sporting é o maior! É o melhor! É o mais lindo! É o mais irreverente! Tem os melhores adeptos. O melhor estádio. Os melhores jogadores. O melhor treinador. Apresenta um futebol jovem e fresco. O Sporting é o passado, o presente e o futuro. É cosmopolita. É eclético. É elitista e de todos. O Sporting é o Sporting!
Gaja [nada convencida]: Sim, o Sporting até pode ser tudo isso, mas então porque é que não ganha a ponta de um corno?!
Depois desta intervenção feminina, tive de esquecer o meu cavalheirismo e espetei-lhe um estaladão. A verdade dói... a minha gaja que o diga!
Episódio doméstico #2 - A minha gaja é do Benfica. Eu, como sou um tipo inteligente e com bom-gosto, sou do Sporting. Dias atrás, a minha gaja interpelou-me com um início de diálogo surpreendente:
Gaja [impertinente]: Ouve lá, mas tu és do Sporting porquê?!
Eu [lúcido]: Porque o Sporting é o maior! É o melhor! É o mais lindo! É o mais irreverente! Tem os melhores adeptos. O melhor estádio. Os melhores jogadores. O melhor treinador. Apresenta um futebol jovem e fresco. O Sporting é o passado, o presente e o futuro. É cosmopolita. É eclético. É elitista e de todos. O Sporting é o Sporting!
Gaja [nada convencida]: Sim, o Sporting até pode ser tudo isso, mas então porque é que não ganha a ponta de um corno?!
Depois desta intervenção feminina, tive de esquecer o meu cavalheirismo e espetei-lhe um estaladão. A verdade dói... a minha gaja que o diga!
Etiquetas:
calha,
cartões de fotocópias,
pinypon
segunda-feira, maio 18, 2009
sexta-feira, maio 15, 2009
Nª Srª de Fátima X Nun'Álvares Pereira: o combate que faltava
Atenção: este post tem carradas de blasfémias. Quem o ler, fá-lo-á por sua conta e risco e devidamente avisado...
Das muitas ideias parvas que tive no dia 13 de Maio, dia em que se celebraram as aparições da Maria aos três totózinh..., digo, pastorinhos, uma destacou-se de todas as outras: um combate entre a Nª Srª de Fátima e o mais recente canonizado português, Nun'Álvares Pereira. Se estes dois andassem à porrada, quem venceria?!?!
À primeira vista, o confronto parece desigual: Nun'Álvares é homem; Maria é mulher. Nun'Álvares tem uma espada e uma cota de malha, Maria tem um véu. Nun'Álvares está habituado aos combates físicos e tem experiência q.b. em batalhas. O mais perto que Maria esteve de um confronto físico foi aquela vez em que foi papada por Deus através do Espírito Santo, ou lá o que foi (1).
Mas as aparências enganam. E "aparências" é, aqui, realmente o termo-chave. Sim, Nun'Álvares era guerreiro. Sim, Nun'Álvares era viril. Sim, Nun'Álvares despedaçou carradas de castelhanos, portanto facilmente aviava a mãe de Jesus, não é verdade?!
NÃO! Porque a alegada Virgem Maria tem truques na manga das suas santíssimas vestes! A Nª Srª de Fátima apareceu aos totózinh..., lá estou eu outra vez, pastorinhos em cima duma árvore, certo? E depois desapareceu. E só aparece quando quer. E desaparece quando quer. E quando desaparece, ninguém mais a vê. E quando aparece, é nos locais mais insuspeitos e surpreendentes (chávenas de chá, espelhos de casa-de-banho, etc.). Ora, o que isto nos diz acerca da progenitora do Redentor?
Isso: a Nª Srª de Fátima é NINJA!!!! Ninja, caraças! Posto isto, o Nun'Álvares não tem a mínima hipótese na porrada, valha-se ele de espadas, catanas, escudos, canhões, tácticas do quadrado, do losango com João Moutinho, o que quer que seja! Ninguém tem hipóteses contra uma ninja imbuída do Espírito Santo! Ninguém, porra!
Em conclusão: numa luta entre a Nª Srª de Fátima e o Nun'Álvares Pereira, aquela ganharia facilmente.
Agora um combate renhido, mesmo renhido, seria entre a Madre Teresa de Calcutá e o São Jorge. De um lado, este munido da sua lança; do outro lado, aquela armada com milhares de pedaços de leprosos. Isto é que seria uma batalha épica...
_________
(1) Desculpem lá, mas das duas, uma: ou a Maria era uma ganda boazona, e por isso foi escolhida por Deus para albergar a Sua semente, mas assim não se compreende que ainda fosse virgem, e portanto a coisa está toda mal contada; ou então a Maria era um camafeu, o que ajudaria a explicar a sua virgindade, mas nesse caso Deus teria sido mais inteligente se tivesse adiado a história toda de Jesus por cerca de dois mil anos e papado, em vez da Maria, a Monica Bellucci, claramente a gaja mais boazona que já existiu desde a criação. Eu, se fosse omnisciente, omnipotente e essas merdas todas, era o que faria. Portanto, em resumo: ou as coisas têm sido mal contadas, ou Deus é um ganda parvo. O Ratzinger que tente agora resolver esta questão teológica, s.f.f.
Das muitas ideias parvas que tive no dia 13 de Maio, dia em que se celebraram as aparições da Maria aos três totózinh..., digo, pastorinhos, uma destacou-se de todas as outras: um combate entre a Nª Srª de Fátima e o mais recente canonizado português, Nun'Álvares Pereira. Se estes dois andassem à porrada, quem venceria?!?!
À primeira vista, o confronto parece desigual: Nun'Álvares é homem; Maria é mulher. Nun'Álvares tem uma espada e uma cota de malha, Maria tem um véu. Nun'Álvares está habituado aos combates físicos e tem experiência q.b. em batalhas. O mais perto que Maria esteve de um confronto físico foi aquela vez em que foi papada por Deus através do Espírito Santo, ou lá o que foi (1).
Mas as aparências enganam. E "aparências" é, aqui, realmente o termo-chave. Sim, Nun'Álvares era guerreiro. Sim, Nun'Álvares era viril. Sim, Nun'Álvares despedaçou carradas de castelhanos, portanto facilmente aviava a mãe de Jesus, não é verdade?!
NÃO! Porque a alegada Virgem Maria tem truques na manga das suas santíssimas vestes! A Nª Srª de Fátima apareceu aos totózinh..., lá estou eu outra vez, pastorinhos em cima duma árvore, certo? E depois desapareceu. E só aparece quando quer. E desaparece quando quer. E quando desaparece, ninguém mais a vê. E quando aparece, é nos locais mais insuspeitos e surpreendentes (chávenas de chá, espelhos de casa-de-banho, etc.). Ora, o que isto nos diz acerca da progenitora do Redentor?
Isso: a Nª Srª de Fátima é NINJA!!!! Ninja, caraças! Posto isto, o Nun'Álvares não tem a mínima hipótese na porrada, valha-se ele de espadas, catanas, escudos, canhões, tácticas do quadrado, do losango com João Moutinho, o que quer que seja! Ninguém tem hipóteses contra uma ninja imbuída do Espírito Santo! Ninguém, porra!
Em conclusão: numa luta entre a Nª Srª de Fátima e o Nun'Álvares Pereira, aquela ganharia facilmente.
Agora um combate renhido, mesmo renhido, seria entre a Madre Teresa de Calcutá e o São Jorge. De um lado, este munido da sua lança; do outro lado, aquela armada com milhares de pedaços de leprosos. Isto é que seria uma batalha épica...
_________
(1) Desculpem lá, mas das duas, uma: ou a Maria era uma ganda boazona, e por isso foi escolhida por Deus para albergar a Sua semente, mas assim não se compreende que ainda fosse virgem, e portanto a coisa está toda mal contada; ou então a Maria era um camafeu, o que ajudaria a explicar a sua virgindade, mas nesse caso Deus teria sido mais inteligente se tivesse adiado a história toda de Jesus por cerca de dois mil anos e papado, em vez da Maria, a Monica Bellucci, claramente a gaja mais boazona que já existiu desde a criação. Eu, se fosse omnisciente, omnipotente e essas merdas todas, era o que faria. Portanto, em resumo: ou as coisas têm sido mal contadas, ou Deus é um ganda parvo. O Ratzinger que tente agora resolver esta questão teológica, s.f.f.
Etiquetas:
mota de água,
o Salazar morreu,
sal de mesa
quinta-feira, maio 14, 2009
Futebol e religião
Diz-se comummente que o futebol, desporto que produz tantas paixões cegas, é semelhante - se não igual - à religião. Nestes últimos dias, tenho vindo a atestar a veracidade de tal afirmação. Então não é que os três maiores clubes do nosso país se têm digladiado por um treinador de nome... Jesus?!
O engraçado é que, nesta história, não tem faltado nada: cada clube afirma-se o mais digno e merecedor de receber Jesus no seu seio; também há um Papa metido ao barulho (embora este Papa nunca tenha sido visto a condenar o uso do preservativo, além de possuir uma estranha apetência por fruta...) e uns crentes/seguidores a jurar a pés juntos que, com a ajuda de Jesus, podem chegar aos céus (leia-se: Título de campeão nacional).
Mas o fim da coisa, toda a gente sabe qual vai ser: vá ele para onde for, acabará por apanhar um qualquer Judas que lhe fará a vida negra e o levará a ser crucificado, ou seja, despedido. E quando o for, duvido que ressuscite ao fim de três dias...
P.S.: Não, não quero este gajo no meu Sporting. Quem tem um salvador como o Liédson não precisa de um Jesus.
O engraçado é que, nesta história, não tem faltado nada: cada clube afirma-se o mais digno e merecedor de receber Jesus no seu seio; também há um Papa metido ao barulho (embora este Papa nunca tenha sido visto a condenar o uso do preservativo, além de possuir uma estranha apetência por fruta...) e uns crentes/seguidores a jurar a pés juntos que, com a ajuda de Jesus, podem chegar aos céus (leia-se: Título de campeão nacional).
Mas o fim da coisa, toda a gente sabe qual vai ser: vá ele para onde for, acabará por apanhar um qualquer Judas que lhe fará a vida negra e o levará a ser crucificado, ou seja, despedido. E quando o for, duvido que ressuscite ao fim de três dias...
P.S.: Não, não quero este gajo no meu Sporting. Quem tem um salvador como o Liédson não precisa de um Jesus.
Etiquetas:
asserções,
brejo,
feixe de luz
quarta-feira, maio 13, 2009
Se o generation gap é isto, o melhor é acabar já a minha carreira de jogador de PES!
Quando cheguei a casa ontem, feliz da vida por não ter tido aulas, e já preparado para me afogar no sofá em frente ao televisor, não esperava levar com uma requisição executada pela minha gaja e que ordenava: "Tens de ir comigo ao jantar de aniversário do meu afilhado. Despe essas andrajosas roupas e vai vestir algo como deve ser". Meio a contragosto, fi-lo, e lá fomos para as comemorações.
O jantar correu bem, comi à vontade, bebi mais à vontade ainda, disse mal do Benfica, elogiei o Sporting (para raiva da minha gaja, benfiquista fanática), fui apoiado pelos restantes comensais (excepto a minha gaja), também eles lagartos, até que o petiz aniversariado, do alto dos seus recém-cumpridos 11 anos, se virou para mim a perguntar: "Sabes jogar PES?" (Nota explicativa: PES é o acrónimo para Pro Evolution Soccer, joguinho simpático que é o vício de milhares de adolescentes agarrados à Playstation). Respondi "Sim, claro, com quem pensas que estás a falar? Aqui há uns anos, ninguém me batia". "Ah", continuou o feliz mocinho, "é que eu tenho uma Playstation. Queres jogar comigo?". Eu: "Claro, pá! Qual é o PES que tens, é o 3?!"
Pimba! Com esta pergunta, cometi o meu primeiro erro da noite. Mal eu terminei de arrastar aquele "Três", senti todos os olhares voltarem-se para mim. Fez-se silêncio, um silêncio constrangedor. O miúdo, após um leve abanar de cabeça, esclareceu-me: "PES 3? Qual 3? O que eu tenho ali é o 10?", mas com um ar de escárnio como quem diz "Ouve lá, ó meu atrasado, de que planeta vieste? O PES 3 é do milénio passado, deves ser muita bom nisto, deves..." Pela primeira vez na minha vida, senti o peso do generation gap: fazia lá eu ideia que o Pro Evolution Soccer tinha evoluído tanto! A última vez que havia jogado, tinha sido no Playcenter do Colombo, na altura acho que era a versão 2. E já estava na 10ª? Como poderia eu saber?!?!
A minha ignorância só deu mais alento ao rapaz. Convidou-me novamente: "Então, vamos jogar ou quê?", ao que repliquei: "Sim, vamos, mas cuidado, olha que eu era um excelente jogador". Esta minha exibição de jactância destinava-se, por um lado, a pôr de parte o pé que eu havia posto na argola com a história do PES 3 e, por outro lado, a intimidar o meu jovem anfitrião (porque nisto de jogos de futebol, mesmo virtuais, a psicologia conta muito).
Ele, contudo, não se mostrou nada intimidado pela minha bazófia. Ligou o aparelhito, carregou o joguito e deu-me oportunidade de escolher a minha equipa. Eu, claro, "Argentina". Ele, "Espanha". Tudo parecia estar a meu favor. Ele jogava com a equipa dos peropomperos, que conta com os virtuais Iniesta, Xavi, Fernando Torres, e eu jogava com a selecção do Messi. Vantagem minha, portanto. Depois procedemos à escolha das tácticas e mais uma vez exibi a minha arrogância: qual 4X4X2 em losango, qual quê, ia jogar em 4X3X3 e dar uma tareia de bola a este puto que ele nunca mais iria querer jogar com alguém com idade para ser vizinho do lado!
Chegou finalmente o momento de a bola rolar. Saí eu, e as coisas começaram muito bem: passes curtos e certos entre os meus vários jogadores, progressão sustentada no terreno, controlo do espaço e do tempo... até que me aproximo da grande área do meu adversário e a bola é-me retirada. Em menos de 5 segundos, o sacana do puto faz uma jogada tal que eu fico de olhos trocados e toma!, já levei o primeiro golo! "Toma lá que já almoçaste", disse para mim mesmo, enquanto o miúdo festejava o primeiro tento na companhia dos irmãos, que tinham vindo ver o jogo, como se de uma final da Liga dos Campeões se tratasse.
Embora abalado, não desisti e preparei-me para a recuperação. Bola ao centro e começa tudo de novo: excelentes jogadas da minha parte, com passes curtos e bolas pelas linhas, até chegar à grande área da Espanha virtual e ficar novamente sem bola. Mais uma vez, o contra-ataque é mortífero: bola para um espanhol, bola para outro, o meu guarda-redes sai-se, é fintado, pimba lá para dentro, já estou a apanhar 2-0!
Com esta história toda, resolvo mudar de táctica: pró caraças com os passes curtos e bonitos, pró caraças com as fintinhas, o melhor é apostar no futebol rectilíneo e objectivo, assim uma mistura entre Inglaterra e Alemanha. Debalde: os jogadores espanhóis ocupam todos os espaços que eu procuro aproveitar, ganham o esférico, em 2-3 passes chegam à minha área, olha lá vem um remate, eu grito "defende redes, defende essa gaita" enquanto carrego vigorosamente nos controles da Playstation, mas o boneco não me ouve e pimba, toma lá o 3º, esta porcaria parece o SportingXBayern ou o BayernXSporting, olha que caraças!!!
Bom, a verdade é que, desaire atrás de desaire, acabo o jogo a perder por 6-0! 6-0, caramba! Com um puto de 11 anos!!! Ele e os irmãos estão a rir-se à gargalhada, e eu não tenho onde esconder a minha vergonha! Resolvo então (o meu segundo erro da noite...) fugir para a frente: "vamos a outro?", pergunto eu, apostado em redimir-me daquela humilhação e convencido de que aquele resultado foi uma mera escorregadela de quem já há muito que não jogava PES. "Claro", devolve-me, automaticamente, o rapazito. "Agora é que vais ver as minhas qualidades", arroguei eu, e volto a escolher a selecção das pampas.
A história deste segundo jogo não tem, no fundo, história. Se eu perdi o primeiro por 6-0, e quis jogar o segundo para fazer melhor figura e vingar-me do gozo que o rapaz e seus irmãos me lançavam, posso dizer que saiu-me o tiro pela culatra: perdi 7-0! Sim, 7-0! Exacto, uns inacreditáveis SETE a ZERO! Se o quarto do rapaz tivesse bancadas e nelas estivessem adeptos meus, era certinho como o destino que naquele momento estaria a ver não lenços, mas autênticas mantas alvas como a neve. Foi nesta altura que eu soube o que é ser o Quique Flores...
Desisti de vez e vim-me embora, vergado pela derrota e pela humilhação aos comandos de um cachopo de 11 anos. Consciencializei-me de que estava ultrapassado e que as minhas anteriormente excelsas capacidades no PES não eram nada comparadas ao talento das novas gerações. Compreendi que estou velho e não adianta procurar contornar o facto: a minha época já passou, é altura de dar lugar aos mais novos.
Levantei a cabeça e fui para junto da minha gaja, no objectivo de passar o resto da noite a ser acarinhado. O meu terceiro erro da noite... Isto porque ela perguntou logo: "então, como correu o jogo? Divertiste-te?". "Não", respondo eu. "Ah, não me vais dizer que perdeste...", atirou logo ela. E eu: "Sim, perdi". "Por quantos?", quis saber a inquisidora. "Bem, perdi um por 6-0..." (ao que ela retrucou com um agudo "AHAHAHAHAHAHAHAH"), "e outro por 7-0", ao que ela respondeu com um ataque de riso que mais parecia um ataque cardíaco. Via-me, assim, mais uma vez humilhado, e desta feita pela pessoa que me é mais próxima.
Tomei então uma decisão radical, após mandar abaixo 5 shots de tequilha José Cuervo: abandonar em definitivo a minha carreira de jogador de Pro Evolution Soccer. Nunca mais toco num comando da Playstation. Nunca! Chega de vergonhas! Chega de humilhações! Chega de vexames! Basta, pronto! A partir de agora, só jogo futebol virtual no meu velhinho ZX Spectrum 128K+2. Quero ver se algum puto de 11 anos me bate no Emlyn Hughes International Soccer...
O jantar correu bem, comi à vontade, bebi mais à vontade ainda, disse mal do Benfica, elogiei o Sporting (para raiva da minha gaja, benfiquista fanática), fui apoiado pelos restantes comensais (excepto a minha gaja), também eles lagartos, até que o petiz aniversariado, do alto dos seus recém-cumpridos 11 anos, se virou para mim a perguntar: "Sabes jogar PES?" (Nota explicativa: PES é o acrónimo para Pro Evolution Soccer, joguinho simpático que é o vício de milhares de adolescentes agarrados à Playstation). Respondi "Sim, claro, com quem pensas que estás a falar? Aqui há uns anos, ninguém me batia". "Ah", continuou o feliz mocinho, "é que eu tenho uma Playstation. Queres jogar comigo?". Eu: "Claro, pá! Qual é o PES que tens, é o 3?!"
Pimba! Com esta pergunta, cometi o meu primeiro erro da noite. Mal eu terminei de arrastar aquele "Três", senti todos os olhares voltarem-se para mim. Fez-se silêncio, um silêncio constrangedor. O miúdo, após um leve abanar de cabeça, esclareceu-me: "PES 3? Qual 3? O que eu tenho ali é o 10?", mas com um ar de escárnio como quem diz "Ouve lá, ó meu atrasado, de que planeta vieste? O PES 3 é do milénio passado, deves ser muita bom nisto, deves..." Pela primeira vez na minha vida, senti o peso do generation gap: fazia lá eu ideia que o Pro Evolution Soccer tinha evoluído tanto! A última vez que havia jogado, tinha sido no Playcenter do Colombo, na altura acho que era a versão 2. E já estava na 10ª? Como poderia eu saber?!?!
A minha ignorância só deu mais alento ao rapaz. Convidou-me novamente: "Então, vamos jogar ou quê?", ao que repliquei: "Sim, vamos, mas cuidado, olha que eu era um excelente jogador". Esta minha exibição de jactância destinava-se, por um lado, a pôr de parte o pé que eu havia posto na argola com a história do PES 3 e, por outro lado, a intimidar o meu jovem anfitrião (porque nisto de jogos de futebol, mesmo virtuais, a psicologia conta muito).
Ele, contudo, não se mostrou nada intimidado pela minha bazófia. Ligou o aparelhito, carregou o joguito e deu-me oportunidade de escolher a minha equipa. Eu, claro, "Argentina". Ele, "Espanha". Tudo parecia estar a meu favor. Ele jogava com a equipa dos peropomperos, que conta com os virtuais Iniesta, Xavi, Fernando Torres, e eu jogava com a selecção do Messi. Vantagem minha, portanto. Depois procedemos à escolha das tácticas e mais uma vez exibi a minha arrogância: qual 4X4X2 em losango, qual quê, ia jogar em 4X3X3 e dar uma tareia de bola a este puto que ele nunca mais iria querer jogar com alguém com idade para ser vizinho do lado!
Chegou finalmente o momento de a bola rolar. Saí eu, e as coisas começaram muito bem: passes curtos e certos entre os meus vários jogadores, progressão sustentada no terreno, controlo do espaço e do tempo... até que me aproximo da grande área do meu adversário e a bola é-me retirada. Em menos de 5 segundos, o sacana do puto faz uma jogada tal que eu fico de olhos trocados e toma!, já levei o primeiro golo! "Toma lá que já almoçaste", disse para mim mesmo, enquanto o miúdo festejava o primeiro tento na companhia dos irmãos, que tinham vindo ver o jogo, como se de uma final da Liga dos Campeões se tratasse.
Embora abalado, não desisti e preparei-me para a recuperação. Bola ao centro e começa tudo de novo: excelentes jogadas da minha parte, com passes curtos e bolas pelas linhas, até chegar à grande área da Espanha virtual e ficar novamente sem bola. Mais uma vez, o contra-ataque é mortífero: bola para um espanhol, bola para outro, o meu guarda-redes sai-se, é fintado, pimba lá para dentro, já estou a apanhar 2-0!
Com esta história toda, resolvo mudar de táctica: pró caraças com os passes curtos e bonitos, pró caraças com as fintinhas, o melhor é apostar no futebol rectilíneo e objectivo, assim uma mistura entre Inglaterra e Alemanha. Debalde: os jogadores espanhóis ocupam todos os espaços que eu procuro aproveitar, ganham o esférico, em 2-3 passes chegam à minha área, olha lá vem um remate, eu grito "defende redes, defende essa gaita" enquanto carrego vigorosamente nos controles da Playstation, mas o boneco não me ouve e pimba, toma lá o 3º, esta porcaria parece o SportingXBayern ou o BayernXSporting, olha que caraças!!!
Bom, a verdade é que, desaire atrás de desaire, acabo o jogo a perder por 6-0! 6-0, caramba! Com um puto de 11 anos!!! Ele e os irmãos estão a rir-se à gargalhada, e eu não tenho onde esconder a minha vergonha! Resolvo então (o meu segundo erro da noite...) fugir para a frente: "vamos a outro?", pergunto eu, apostado em redimir-me daquela humilhação e convencido de que aquele resultado foi uma mera escorregadela de quem já há muito que não jogava PES. "Claro", devolve-me, automaticamente, o rapazito. "Agora é que vais ver as minhas qualidades", arroguei eu, e volto a escolher a selecção das pampas.
A história deste segundo jogo não tem, no fundo, história. Se eu perdi o primeiro por 6-0, e quis jogar o segundo para fazer melhor figura e vingar-me do gozo que o rapaz e seus irmãos me lançavam, posso dizer que saiu-me o tiro pela culatra: perdi 7-0! Sim, 7-0! Exacto, uns inacreditáveis SETE a ZERO! Se o quarto do rapaz tivesse bancadas e nelas estivessem adeptos meus, era certinho como o destino que naquele momento estaria a ver não lenços, mas autênticas mantas alvas como a neve. Foi nesta altura que eu soube o que é ser o Quique Flores...
Desisti de vez e vim-me embora, vergado pela derrota e pela humilhação aos comandos de um cachopo de 11 anos. Consciencializei-me de que estava ultrapassado e que as minhas anteriormente excelsas capacidades no PES não eram nada comparadas ao talento das novas gerações. Compreendi que estou velho e não adianta procurar contornar o facto: a minha época já passou, é altura de dar lugar aos mais novos.
Levantei a cabeça e fui para junto da minha gaja, no objectivo de passar o resto da noite a ser acarinhado. O meu terceiro erro da noite... Isto porque ela perguntou logo: "então, como correu o jogo? Divertiste-te?". "Não", respondo eu. "Ah, não me vais dizer que perdeste...", atirou logo ela. E eu: "Sim, perdi". "Por quantos?", quis saber a inquisidora. "Bem, perdi um por 6-0..." (ao que ela retrucou com um agudo "AHAHAHAHAHAHAHAH"), "e outro por 7-0", ao que ela respondeu com um ataque de riso que mais parecia um ataque cardíaco. Via-me, assim, mais uma vez humilhado, e desta feita pela pessoa que me é mais próxima.
Tomei então uma decisão radical, após mandar abaixo 5 shots de tequilha José Cuervo: abandonar em definitivo a minha carreira de jogador de Pro Evolution Soccer. Nunca mais toco num comando da Playstation. Nunca! Chega de vergonhas! Chega de humilhações! Chega de vexames! Basta, pronto! A partir de agora, só jogo futebol virtual no meu velhinho ZX Spectrum 128K+2. Quero ver se algum puto de 11 anos me bate no Emlyn Hughes International Soccer...
Etiquetas:
erradicação de problemas agudos,
lavagem de carros,
soturno
terça-feira, maio 12, 2009
O professor Bambo e o professor Karamba já eram! Agora quem está a dar é o Grande Mestre Kotobo!
Saio da estação e um jovem africano mete-me um papel nas mãos (é a única coisa que eu deixo um africano meter-me!). Leio: é publicidade ao "GRANDE MESTRE KOTOBO: Astrólogo - Médium Africano - Vidente". Um homem de vários mesteres, está visto. Fosse ele, em vez de "médium africano", um médio africano, e faria tudo ao meu alcance para que fosse contratado pelo Sporting!
Mas que virtudes tem o Grande Mestre (andamos humildes, não andamos?!!?) Kotobo? O panfleto responde: "Especialista de todos os trabalhos ocultos"! Fantástico! Começo a desconfiar se não é o Grande Mestre Kotobo quem está por trás das "campanhas negras" (literalmente) de que se queixa José Sócrates. Ademais, ele assegura "resultados rápidos e garantidos", o que é óptimo, pois não há nada pior do que ir a um vidente que só nos apresenta resultados aí uns 20 anos depois, e ainda por cima não oferece garantias. Isto é uma merda caso nos decidamos a apresentar reclamação: "Ai, o professor Kaxupa disse que estes resultados apareceriam, e nada", ao que este responderia "Ai disse? Onde está a garantia?". Com o Grande Mestre Kotobo, estas coisas não acontecerão: primeiro, porque com Kotobo a eficácia é tanta que não há reclamações, e segundo, porque como oferece garantia, mesmo que não queiramos reclamar dos trabalhos ocultos, sempre podemos levar lá o nosso televisor.
Mais abaixo no panfletito, aparecem discriminados os tipos de "trabalhos ocultos" que o Grande Mestre Kotobo leva a cabo: ele é amor, negócios, insucessos, casamento, invejas, amarração [uma dúvida: o que é isto, caraças?! É quando um gajo se vê amarrado, digamos, à cama ou ao poste e não consegue sair? Quando isto acontece, vai lá o Kotobo desamarrar? E como o faz? Tem de lançar os búzios ou ver nas entranhas das galinhas se desamarra desatando o nó ou cortando o nó?!], impotência sexual, depressão, doenças, comércio, álcool [pá, de facto tenho um problema com o álcool: não tenho suficiente. Dá mesmo vontade de ir consultar o Kotobo. Espero que tenha umas garrafinhas de uísque à minha espera...], exames, jogo, protecção, retorno imediato e definitivo de quem amar [e o contrário, não se arranja? É que às vezes dá-me vontade de mandar a minha gaja para a cozinha e ela não descola...], harmonia matrimonial e fidelidade absoluta entre esposos [pá, isso era baril... para aqui, pode ser uma fidelidade entre mim e, digamos, a esposa do Vincent Cassel].
Kotobo é, pois, homem para dar solução a todos estes problemas. Por isso é que ele é o Grande Mestre. Só não sei por que é que abandonou a mãe África e veio para Portugal: não é que não tenhamos problemas, não é isso. Temo-los, sem dúvida, milhares deles, mas ainda assim enfrentamos menos que África. Kotobo seria mais útil no continente negro que neste país à beira-mar plantado, ainda mais prometendo tratar os problemas "com rapidez, honestidade e eficácia" (ou seja, Kotobo é uma espécie de plano simplex, mas em vez de trabalhar com processos e requisições, lida com espíritos e bolas de cristal. Na volta, o método kotobiano é capaz de ser melhor...). Portanto, vir para Portugal tratar de coisas ocultas é, na minha opinião, um sinal de enorme egoísmo revelado pelo Grande Mestre, e é só por causa dessa merda que não vou marcar consulta com ele. Já vocês estão à vontade: parece-me que o Grande Mestre Kotobo veio para ficar.
Mas que virtudes tem o Grande Mestre (andamos humildes, não andamos?!!?) Kotobo? O panfleto responde: "Especialista de todos os trabalhos ocultos"! Fantástico! Começo a desconfiar se não é o Grande Mestre Kotobo quem está por trás das "campanhas negras" (literalmente) de que se queixa José Sócrates. Ademais, ele assegura "resultados rápidos e garantidos", o que é óptimo, pois não há nada pior do que ir a um vidente que só nos apresenta resultados aí uns 20 anos depois, e ainda por cima não oferece garantias. Isto é uma merda caso nos decidamos a apresentar reclamação: "Ai, o professor Kaxupa disse que estes resultados apareceriam, e nada", ao que este responderia "Ai disse? Onde está a garantia?". Com o Grande Mestre Kotobo, estas coisas não acontecerão: primeiro, porque com Kotobo a eficácia é tanta que não há reclamações, e segundo, porque como oferece garantia, mesmo que não queiramos reclamar dos trabalhos ocultos, sempre podemos levar lá o nosso televisor.
Mais abaixo no panfletito, aparecem discriminados os tipos de "trabalhos ocultos" que o Grande Mestre Kotobo leva a cabo: ele é amor, negócios, insucessos, casamento, invejas, amarração [uma dúvida: o que é isto, caraças?! É quando um gajo se vê amarrado, digamos, à cama ou ao poste e não consegue sair? Quando isto acontece, vai lá o Kotobo desamarrar? E como o faz? Tem de lançar os búzios ou ver nas entranhas das galinhas se desamarra desatando o nó ou cortando o nó?!], impotência sexual, depressão, doenças, comércio, álcool [pá, de facto tenho um problema com o álcool: não tenho suficiente. Dá mesmo vontade de ir consultar o Kotobo. Espero que tenha umas garrafinhas de uísque à minha espera...], exames, jogo, protecção, retorno imediato e definitivo de quem amar [e o contrário, não se arranja? É que às vezes dá-me vontade de mandar a minha gaja para a cozinha e ela não descola...], harmonia matrimonial e fidelidade absoluta entre esposos [pá, isso era baril... para aqui, pode ser uma fidelidade entre mim e, digamos, a esposa do Vincent Cassel].
Kotobo é, pois, homem para dar solução a todos estes problemas. Por isso é que ele é o Grande Mestre. Só não sei por que é que abandonou a mãe África e veio para Portugal: não é que não tenhamos problemas, não é isso. Temo-los, sem dúvida, milhares deles, mas ainda assim enfrentamos menos que África. Kotobo seria mais útil no continente negro que neste país à beira-mar plantado, ainda mais prometendo tratar os problemas "com rapidez, honestidade e eficácia" (ou seja, Kotobo é uma espécie de plano simplex, mas em vez de trabalhar com processos e requisições, lida com espíritos e bolas de cristal. Na volta, o método kotobiano é capaz de ser melhor...). Portanto, vir para Portugal tratar de coisas ocultas é, na minha opinião, um sinal de enorme egoísmo revelado pelo Grande Mestre, e é só por causa dessa merda que não vou marcar consulta com ele. Já vocês estão à vontade: parece-me que o Grande Mestre Kotobo veio para ficar.
segunda-feira, maio 11, 2009
A melhor resposta que eu (e, já agora, qualquer outra pessoa) jamais dei:
Ela: Amor, queres sumo ou queres leite?
Eu: Sim!
Estou espantado com a minha própria presença de espírito...
P.S.: Parece que o Porto ganhou o treta-campeonato... puta que os pariu!
P.S.2: Ontem, na Feira do Livro, consegui que o escritor chileno Luis Sepúlveda me autografasse o seu mais recente livro, A Lâmpada de Aladino. No fim, apertei-lhe a mão, disse "muchas gracias" e vim-me... Foi bom!
Eu: Sim!
Estou espantado com a minha própria presença de espírito...
P.S.: Parece que o Porto ganhou o treta-campeonato... puta que os pariu!
P.S.2: Ontem, na Feira do Livro, consegui que o escritor chileno Luis Sepúlveda me autografasse o seu mais recente livro, A Lâmpada de Aladino. No fim, apertei-lhe a mão, disse "muchas gracias" e vim-me... Foi bom!
sexta-feira, maio 08, 2009
Relatório de uma ida rápida à Feira do Livro
Ontem aproveitei a hora de almoço e desloquei-me ao parque Eduardo VII para apanhar no c...
(desculpem, é a força do hábito, não foi nada daquilo que eu fiz... Bom, vou recomeçar)
Ontem aproveitei a hora de almoço e desloquei-me ao parque Eduardo VII para visitar a Feira do Livro de Lisboa. Burro... Se tivesse adiado a coisa para hoje, teria feito melhor. É que hoje o tempo está mais agradável, e agradável no sentido em que não me torraria os cornos enquanto eu andasse para cima e para baixo no meio das bancas das editoras. E por falar em bancas, aqueles mamarrachos da Leya continuam a lixar-me o juízo. Embora sejam grandes como a merda, têm proporcionalmente menos livros do que as clássicas banquinhas amarelas; como se não bastasse, a Leya tem um espaço quase guetizado, pois as editoras que representa estão juntinhas num circuito fechado, com alarmes e tudo! Estas merdas, na minha opinião, são um ataque ao espírito da Feira do Livro. Que eu, pessoalmente, não sei qual é, mas não é este, de certeza.
A raiva que estas bancas da Leya despertaram levaram-me, e tal como fiz no ano passado, a cuspir para cima de uma delas (sem ninguém ver, que eu sou muito discreto nos meus actos de sedição. Tivessem os manifestantes que agrediram o Vital Moreira aprendido alguma coisa comigo e ninguém teria conseguido filmar a cena). Após a salivadela, desci para assistir à conferência que os altifalantes espalhados pela Feira publicitavam: "O meu filho não quer ler! O que devo fazer?". Eu tinha várias opiniões que gostava de partilhar com a audiência, a começar por: o seu filho não quer ler? E se lhe der com os livros nos cornos?, mas depois olhei para o relógio e concluí que era melhor voltar para o meu local de trabalho, pois não me pagam para despertar as consciências das pessoas.
Enquanto fazia o caminho de volta, já me encontrava eu perto da escultura do Cutileiro, assisti à chegada de uma excursão de escolinhas. Por um momento, achei que tudo neste cenário se conjugava na perfeição: miudagem de 7-8 anos; escultura do Cutileiro; parque Eduardo VII. Mas foi só por um momento, pois logo de seguida reflecti que enviar putos em excursão pelo parque Eduardo VII é como fazer desfilar um grupo de zebras junto da toca do leão. Mas isto era eu a pensar, pronto, e posso estar enganado, afinal o sol já batia bem na minha cachola, e se calhar até faz sentido exibir um comboio de pitalhada naquela zona.
Só sei que me vim embora, e nem sequer comprei nada. Vou ver se regresso durante o fim-de-semana, e desta vez vou tentar urinar sobre uma banca da Leya. Se me quiserem ajudar, serão bem-vindos.
(desculpem, é a força do hábito, não foi nada daquilo que eu fiz... Bom, vou recomeçar)
Ontem aproveitei a hora de almoço e desloquei-me ao parque Eduardo VII para visitar a Feira do Livro de Lisboa. Burro... Se tivesse adiado a coisa para hoje, teria feito melhor. É que hoje o tempo está mais agradável, e agradável no sentido em que não me torraria os cornos enquanto eu andasse para cima e para baixo no meio das bancas das editoras. E por falar em bancas, aqueles mamarrachos da Leya continuam a lixar-me o juízo. Embora sejam grandes como a merda, têm proporcionalmente menos livros do que as clássicas banquinhas amarelas; como se não bastasse, a Leya tem um espaço quase guetizado, pois as editoras que representa estão juntinhas num circuito fechado, com alarmes e tudo! Estas merdas, na minha opinião, são um ataque ao espírito da Feira do Livro. Que eu, pessoalmente, não sei qual é, mas não é este, de certeza.
A raiva que estas bancas da Leya despertaram levaram-me, e tal como fiz no ano passado, a cuspir para cima de uma delas (sem ninguém ver, que eu sou muito discreto nos meus actos de sedição. Tivessem os manifestantes que agrediram o Vital Moreira aprendido alguma coisa comigo e ninguém teria conseguido filmar a cena). Após a salivadela, desci para assistir à conferência que os altifalantes espalhados pela Feira publicitavam: "O meu filho não quer ler! O que devo fazer?". Eu tinha várias opiniões que gostava de partilhar com a audiência, a começar por: o seu filho não quer ler? E se lhe der com os livros nos cornos?, mas depois olhei para o relógio e concluí que era melhor voltar para o meu local de trabalho, pois não me pagam para despertar as consciências das pessoas.
Enquanto fazia o caminho de volta, já me encontrava eu perto da escultura do Cutileiro, assisti à chegada de uma excursão de escolinhas. Por um momento, achei que tudo neste cenário se conjugava na perfeição: miudagem de 7-8 anos; escultura do Cutileiro; parque Eduardo VII. Mas foi só por um momento, pois logo de seguida reflecti que enviar putos em excursão pelo parque Eduardo VII é como fazer desfilar um grupo de zebras junto da toca do leão. Mas isto era eu a pensar, pronto, e posso estar enganado, afinal o sol já batia bem na minha cachola, e se calhar até faz sentido exibir um comboio de pitalhada naquela zona.
Só sei que me vim embora, e nem sequer comprei nada. Vou ver se regresso durante o fim-de-semana, e desta vez vou tentar urinar sobre uma banca da Leya. Se me quiserem ajudar, serão bem-vindos.
Etiquetas:
arrumação,
discos de vinil,
operações à anca
quinta-feira, maio 07, 2009
Desabafo (1)
Fui à casa de banho fazer algo que mais ninguém podia fazer por mim. O problema é que, após ter feito aquilo que tinha de ser feito e que mais ninguém podia fazer por mim (não sei se já tinha dito...), não me apeteceu sair do cubículo. Fiquei por lá uns bons e largos minutos, a curtir o momento... Posso até dizer que tive quase uma epifania, a qual me mostrava ser a casa de banho o único local do mundo em que a felicidade plena poderia ser alcançada. Só despertei quando ouvi gente, do lado de fora, a bater à porta e a gritar "Quem está aí?! Desocupa essa merda, porra! Preciso de ir cagar..."
Acho que preciso de consultar um psicólogo. Com urgência!...
Qualquer dia, ainda me ponho a ler no W.C. Daí a tornar-me um verdadeiro português, vai um passo pequeno, demasiado pequeno...
Algum leitor deste blogue já teve um comportamento parecido? (chamo-lhe "a atracção do W.C.") Se sim, partilhe a sua experiência na caixa de comentários deste blogue...
Acho que preciso de consultar um psicólogo. Com urgência!...
Qualquer dia, ainda me ponho a ler no W.C. Daí a tornar-me um verdadeiro português, vai um passo pequeno, demasiado pequeno...
Algum leitor deste blogue já teve um comportamento parecido? (chamo-lhe "a atracção do W.C.") Se sim, partilhe a sua experiência na caixa de comentários deste blogue...
Etiquetas:
cadeiras com buracos,
irrigação,
maneirismo
quarta-feira, maio 06, 2009
Duvidas Existenciais (22)
Das múltiplas coisas que eu não entendo nesta vida, e elas são mesmo múltiplas, a começar pelas derrotas do Sporting, uma das que mais me intrigam é o mimetismo parolo. O mimetismo parolo é aquela atitude psicológica responsável por coisas tão absurdas como esta: quando toca o telemóvel de alguém num transporte público, todas - MAS TODAS - as pessoas em redor vão ver se os seus próprios telemóveis estão a tocar. Ora, isto até seria compreensível caso todas as pessoas tivessem o mesmo toque no telemóvel, mas a crua realidade mostra que os toques já são tão pessoais e intransmissíveis quanto uma impressão digital. Ninguém tem um toque como o meu: começa com um piano suave e depois descamba numa gritaria death metal cuja letra é "PIU PIU PIU, VAI P'RÁ PUTA QUE TE PARIU"; quando recebo uma chamada, fica mais do que evidente que é o MEU telemóvel que está a tocar, que a chamada é PARA MIM, e que MAIS NINGUÉM tem um toque daqueles, muito menos a quarentona com ar de badalhoca que se senta no banco mesmo à minha frente. É evidente, pois é, mas a sorte malvada é que o resto da população não parece ver as coisas assim, pois mal eu saco do telelé para ver de quem é a chamada, é assistir à quarentona badalhoca, ao velhinho pedófilo, à teenager puta, ao papá tarado e ao filhinho autista a sacarem dos respectivos aparelhos, não vá a chamada que é inconfundivelmente para mim ser para eles...
Por que é que as pessoas agem assim, caraças?!?! Ó que mimetismo tão parolo...
Por que é que as pessoas agem assim, caraças?!?! Ó que mimetismo tão parolo...
Etiquetas:
cobrador,
fiscais,
polícia sinaleiro
terça-feira, maio 05, 2009
Sobre o Bloco Central e as putas
Podia começar este post por afirmar que aquilo de que as putas gostam é de um bom Bloco Central, e quanto mais Bloco e mais Central, melhor. Podia, mas não é por aí que eu quero ir. A associação que dá título a esta magnífica crónica tem outra razão de ser.
Confesso que discordo da maneira como a possibilidade de um Bloco Central pós-legislativas de 2009 começa a ser vista. Algumas pessoas não só têm admitido essa hipótese, como também têm sugerido, levianamente, que é a melhor opção governativa para Portugal, principalmente se nenhum dos dois partidos (ou seja, PS e PSD) conseguir a maioria absoluta.
Eu discordo. Discordo porque - e aqui entram as putas! - admitir sequer uma coligação PS-PSD após as eleições legislativas é tão ético quanto duas prostitutas que andaram à bulha por causa do mesmo cliente, irem juntas, após terem-no aviado à vez, à casa-de-banho lavar o grelo uma da outra! Não fica bem, pronto! Um certo decoro é preciso, e não são as tangas do "ai, mas reactivar o Bloco Central nesta época de crise é ter sentido de Estado" que vão mudar a minha opinião, que, diga-se, é bastante sensata e avisada. Apanhar com o Bloco Central é como levar um bico mal feito: não serve para nada e dá mais dores de cabeça do que prazer!
Também não me parece que o argumento da estabilidade político-governativa colha! Este país teve estabilidade política durante 48 anos, e foi a merda que se viu. Durão e Portas fizeram uma coligação a favor da estabilidade, e foi a merda que se viu. O PS teve 4 anos de estabilidade alcançada às custas de uma maioria absoluta, e é a merda que se vê. Portanto, qual é o problema de um governo minoritário? Nenhum! Pode até dar azo a discussões engraçadas no Parlamento (e o Parlamento só teve uma discussão engraçada, nos últimos 10 anos, na ocasião - recente, aliás - em que José Eduardo Martins, do PSD, resolveu mandar para o caralho o deputado Afonso Candal, do PS - ora, isto é que foi uma coisa mesmo "à Bloco Central"!!!) e, sobretudo, aproximar mais os portugueses das tarefas democráticas!
Não acreditam? Raciocinem comigo: um governo minoritário está refém de entendimentos no Parlamento, certo?! Ora, se aquela malta não se entender, é muito provável que o governo se demita e/ou a Assembleia da República seja dissolvida, correcto?! E se isso acontecer, pimba, convocam-se novas eleições e os portugueses são outra vez chamados a decidir! É aqui que eu quero chegar: sendo que a prática faz a perfeição, se os portugueses tiverem eleições legislativas todos os meses, vão começar a aprender em que é que consiste uma democracia. Ei, pode ser até que, após tanta eleição, acabem por acertar!
P.S.: Pá, pareceu-me ver, pelo canto do olho, exposta numa papelaria o número novo da Playboy. Como estava com pressa para apanhar o comboio, não consegui prestar mais atenção (além de que seria muito chato entrar num transporte público com uma erecção monstra). Alguém pode confirmar-me se de facto já saíu o nº 2 da revista? E de quem são as mamas, já agora? Obrigadinhos...
Confesso que discordo da maneira como a possibilidade de um Bloco Central pós-legislativas de 2009 começa a ser vista. Algumas pessoas não só têm admitido essa hipótese, como também têm sugerido, levianamente, que é a melhor opção governativa para Portugal, principalmente se nenhum dos dois partidos (ou seja, PS e PSD) conseguir a maioria absoluta.
Eu discordo. Discordo porque - e aqui entram as putas! - admitir sequer uma coligação PS-PSD após as eleições legislativas é tão ético quanto duas prostitutas que andaram à bulha por causa do mesmo cliente, irem juntas, após terem-no aviado à vez, à casa-de-banho lavar o grelo uma da outra! Não fica bem, pronto! Um certo decoro é preciso, e não são as tangas do "ai, mas reactivar o Bloco Central nesta época de crise é ter sentido de Estado" que vão mudar a minha opinião, que, diga-se, é bastante sensata e avisada. Apanhar com o Bloco Central é como levar um bico mal feito: não serve para nada e dá mais dores de cabeça do que prazer!
Também não me parece que o argumento da estabilidade político-governativa colha! Este país teve estabilidade política durante 48 anos, e foi a merda que se viu. Durão e Portas fizeram uma coligação a favor da estabilidade, e foi a merda que se viu. O PS teve 4 anos de estabilidade alcançada às custas de uma maioria absoluta, e é a merda que se vê. Portanto, qual é o problema de um governo minoritário? Nenhum! Pode até dar azo a discussões engraçadas no Parlamento (e o Parlamento só teve uma discussão engraçada, nos últimos 10 anos, na ocasião - recente, aliás - em que José Eduardo Martins, do PSD, resolveu mandar para o caralho o deputado Afonso Candal, do PS - ora, isto é que foi uma coisa mesmo "à Bloco Central"!!!) e, sobretudo, aproximar mais os portugueses das tarefas democráticas!
Não acreditam? Raciocinem comigo: um governo minoritário está refém de entendimentos no Parlamento, certo?! Ora, se aquela malta não se entender, é muito provável que o governo se demita e/ou a Assembleia da República seja dissolvida, correcto?! E se isso acontecer, pimba, convocam-se novas eleições e os portugueses são outra vez chamados a decidir! É aqui que eu quero chegar: sendo que a prática faz a perfeição, se os portugueses tiverem eleições legislativas todos os meses, vão começar a aprender em que é que consiste uma democracia. Ei, pode ser até que, após tanta eleição, acabem por acertar!
P.S.: Pá, pareceu-me ver, pelo canto do olho, exposta numa papelaria o número novo da Playboy. Como estava com pressa para apanhar o comboio, não consegui prestar mais atenção (além de que seria muito chato entrar num transporte público com uma erecção monstra). Alguém pode confirmar-me se de facto já saíu o nº 2 da revista? E de quem são as mamas, já agora? Obrigadinhos...
Etiquetas:
monumentos restaurados,
traduções ecléticas,
unidade
segunda-feira, maio 04, 2009
Afinal, como é?!?!
Este fim de semana de três dias foi rico em peripécias... no 1º de Maio, tivemos pugilato na manifestação, com o candidato socialista ao Parlamento Europeu a ser agredido por supostos militantes comunistas. O PS não gostou e veio exigir um pedido público de desculpas por parte do PCP e do seu braço sindicalista, a CGTP. Nem uma nem outra organização o fizeram... O que, pessoalmente, acho bem. Nem o PCP nem a CGTP devem pedir desculpas enquanto o PS não pedir desculpas por utilizar, nas eleições europeias, um candidato com um bigode daqueles!
Já na madrugada de sábado, os jogadores do Benfica, acabados de levar no pacote à conta do jogo com o Nacional, foram insultados no aeroporto de Lisboa, e só o cordão policial impediu que alguns adeptos benfiquistas chegassem a roupa ao pêlo aos pupilos do Quique, que eu carinhosamente apelido de "quiquinhos". Desta vez, ninguém exigiu desculpas a ninguém, o que é uma pena, pois teria sido interessante ver o Benfica pedir desculpas ao... Benfica! Tudo feito pelo João Gabriel (o atrasado mental director de Comunicação do clube lampião), claro, num diálogo deste tipo:
João Gabriel 1: Estes desacatos dos adeptos do Benfica no aeroporto de Lisboa não podem ficar impunes. O Benfica exige um pedido de desculpas!
João Gabriel 2: O Benfica não pede desculpas a ninguém!
João Gabriel 1: A arrogância do Benfica em não pedir desculpas ao Benfica mostra a que estado chegou o futebol português!
João Gabriel 2: Esses lampiões pensam que mandam no futebol! Os adeptos do Benfica têm todo o direito à indignação!
João Gabriel 1: Quero um pedido de desculpas do Benfica ao Benfica!
João Gabriel 2: O Benfica não pedirá jamais desculpas ao Benfica!
(e assim por diante...)
Uma última coisinha: afinal, em que ficamos?! Aquela coisa chama-se gripe suína, gripe do México ou gripe A? É que eu já nem sei... se apanho o vírus, fico na dúvida se hei-de consultar um médico ou um professor de português... Não quero a humilhação de chegar ao hospital, coração nas mãos, e perguntar ao médico "É grave, doutor? É a gripe suína?", só para este, com ar de gozo, me responder "Que tontinho! Não é nada disso, você apanhou apenas a gripe do México"... E eu: "Ah, bom, por um momento fiquei com medo..."
Já na madrugada de sábado, os jogadores do Benfica, acabados de levar no pacote à conta do jogo com o Nacional, foram insultados no aeroporto de Lisboa, e só o cordão policial impediu que alguns adeptos benfiquistas chegassem a roupa ao pêlo aos pupilos do Quique, que eu carinhosamente apelido de "quiquinhos". Desta vez, ninguém exigiu desculpas a ninguém, o que é uma pena, pois teria sido interessante ver o Benfica pedir desculpas ao... Benfica! Tudo feito pelo João Gabriel (o atrasado mental director de Comunicação do clube lampião), claro, num diálogo deste tipo:
João Gabriel 1: Estes desacatos dos adeptos do Benfica no aeroporto de Lisboa não podem ficar impunes. O Benfica exige um pedido de desculpas!
João Gabriel 2: O Benfica não pede desculpas a ninguém!
João Gabriel 1: A arrogância do Benfica em não pedir desculpas ao Benfica mostra a que estado chegou o futebol português!
João Gabriel 2: Esses lampiões pensam que mandam no futebol! Os adeptos do Benfica têm todo o direito à indignação!
João Gabriel 1: Quero um pedido de desculpas do Benfica ao Benfica!
João Gabriel 2: O Benfica não pedirá jamais desculpas ao Benfica!
(e assim por diante...)
Uma última coisinha: afinal, em que ficamos?! Aquela coisa chama-se gripe suína, gripe do México ou gripe A? É que eu já nem sei... se apanho o vírus, fico na dúvida se hei-de consultar um médico ou um professor de português... Não quero a humilhação de chegar ao hospital, coração nas mãos, e perguntar ao médico "É grave, doutor? É a gripe suína?", só para este, com ar de gozo, me responder "Que tontinho! Não é nada disso, você apanhou apenas a gripe do México"... E eu: "Ah, bom, por um momento fiquei com medo..."
Etiquetas:
azul cyan,
lamber lombadas lindas,
linhas da CP
Subscrever:
Mensagens (Atom)