terça-feira, novembro 30, 2010

Adeus, Shirley

Pois é, parece que o Leslie Nielsen Morreu. Tenho pena, pois dei muita gargalhada à conta de coisas em que este gajo entrou, como o Police Squad, o primeiro Aeroplano e o primeiro Aonde é que pára a polícia. Eu sei que isto pode parecer muito estranho para alguns de vocês, mas eu não gosto só de olhar para mamas: também gosto de me rir! (e, vá, gosto bastante de me rir enquanto olho para mamas).

Gostando eu de rir, é natural que tenha enorme respeito por quem me provoca o riso. Leslie Nielsen, nos seus melhores dias, fê-lo com imensa qualidade. Daí que nada mais adequado senão prestar-lhe a minha homenagem. Fiquem, pois, com algumas cenas seleccionadas do actor que, se tivesse vivido mais tempo, seria decerto um dia convidado para representar a personagem principal na biografia cómica de José Eduardo Bettencourt, o presidente do Sporting.

Adeus, Shirley (para saberem por que é que me despeço assim, vejam o segundo clipe).







P.S.: Já agora, aproveito para dizer que o Aeroplano é dos filmes mais hilariantes de sempre. Só perde para as películas montypythonianas.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Problemas do frio (post algo bué escatológico)

O frio, quando é mesmo frio, torna-se chato, mesmo chato. Temos de andar agasalhados, não nos apetece sair da cama, e para quem está a ficar careca, como é o meu caso, só tem duas opções: ou sai para a rua de (pouco) cabelo ao vento, mostrando que é macho mas rapando um frio do caraças; ou sai com um gorro enfiado na cachola, protegendo-se do griso, é certo, mas revelando ao mundo que é um mariquinhas do caraças (só gente sem eles no sítio é que usa gorro, pá!).

Mas o frio traz uma consequência ainda mais danosa. É esta: o que fazer quando se tem vontade de ir visitar o grande camião de porcelana, a.k.a. sanita?! É que, quando o tempo arrefece, a superfície do vaso de loiça que temos lá pela casa de banho torna-se mais gelada do que uma frígida a ter sexo no pólo norte! Este problema, na minha perspectiva, não tem uma solução à vista. Aqueles palhaços do CERN, em vez de andarem à procura do Bosão de Higgins, mais o raio que os parta, deviam era andar a pensar nisto.

Porque a verdade é que a superfície fria da sanita é incómoda, é agressora, é insuportável. Quem é que tem vontade de largar o tijolo sabendo que, ao sentar-se no trono, vai levar com uma temperatura de -40º no cagueiro? Quando está frio, até a merda se assusta! Nos últimos dias, tenho vivido autênticos duelos na casa de banho: eu a rapar um frio desgraçado com o nalguedo e as coxas encostadas no gelo da sanita, esforçando-me por defecar e sair dali o mais rapidamente possível para depois poder encostar o cu à lareira, e aquela coisa castanha recusa-se a sair dos intestinos quentinhos para o exterior gélido sem dar luta! "Ai, agora não, está frio", parece dizer o cagalhão. "Vou voltar lá para dentro, chama-me quando estiverem pelo menos uns 27º", parece continuar. Até que eu faço um pouco mais de força e, pimba, quer queira quer não, lá vai ele por ali abaixo. Depois é só puxar o autoclismo e dizer-lhe adeus, esperando que ele encontre um esgoto quentinho onde possa passar o resto da sua vida de merda.

Como atrás referi, não creio que, dado o estado actual da ciência, haja uma solução para este flagelo. Colocar pano ou alcatifa no rebordo da sanita não me parece bem, estetica e profilaticamente. Fica feio e corre o risco de apodrecer por causa dos inevitáveis pinguinhos de urina que por lá caiam. Outra hipótese seria fazer como o Saddam e outros tiranos que manifestavam a sua excentricidade através de sanitas em ouro. Mesmo que o ouro seja mais imune ao frio - o que eu, por nunca ter sentado o cu num desses tronos, não posso corroborar -, corre-se o risco de dar um outro sentido à expressão "chuva dourada", e acho que ninguém quer isso. Aquela expressão é para ser usada no contexto em que foi criada, contexto esse deveras rico, se me é permitido acrescentar. Não é, portanto, para ser aplicada a um gajo que está a mictar para uma sanita feita em ouro.

Se alguém, contudo, tiver sugestões com provas dadas para evitar que eu rape um briacho do caraças quando vou à casa de banho, é favor deixar essa informação na caixa de comentários.

Obrigado e defequem muito.

sexta-feira, novembro 26, 2010

Só um pequeno apontamentozinho

'Tá um frio do c"#%lho! Aquecimento global é mas é o c#"#lhinho! Está tanto mas tanto frio que hoje de manhã quando fui ao frigorífico tirar as coisas para o pequeno-almoço, pensei de mim para mim "Ui, ca bem que se está aqui dentro. Ui, tão quentinho!".

Quem terá sido o urso que encomendou esta vaga de frio polar?!?

Despeço-me com um conselho ao país e às mais altas esferas da nação: estejam quietos com o FMI, mandem é vir um aquecedor...

quarta-feira, novembro 24, 2010

O grande tema do dia não é a greve geral mas isto




Não deixa de ser refrescante atestar que a alta política perde, em protagonismo, para uma coisa tão concreta como um par de mamas. É sinal de que, apesar da crise, estamos no bom caminho!

terça-feira, novembro 23, 2010

Chuva, vento e frio...

...escolhi mesmo a semana ideal para rapar o cabelo!!!!

segunda-feira, novembro 22, 2010

Os meus amigos malucos

Quando era mais novo, dava-me com gente muito maluca. Enfim, a infância presta-se aos mais bizarros desvarios, bem sabemos, só que os meus amigos eram uns radicais do disparate, uma espécie de Black Bloc da maluqueira.

Por exemplo, o Ruço. O Ruço era um ganda maluco. Enquanto o resto da pandilha ficava na rua a jogar à bola, ou ia para os caniços encher-se de pulgas e de piolhos, o Ruço andava por ribeiras e charcos em busca de sapos. Quando apanhava um, lambia-o de cima a baixo, de um lado e do outro, e depois ia a correr dar linguados nas raparigas. Elas, como se poderia esperar, odiavam: já o Ruço, bom, o Ruço desatava às gargalhadas. Hoje em dia, não sei se ainda se ri - da última vez que tive notícias dele, parece que lhe descobriram girinos nos intestinos. É provável que agora ande por aí a cagar rãs. É isso e o ter mau hálito...

Havia também o Bicas. O Bicas era assim chamado porque o pai tinha como trabalho tirar cafés numa pastelaria do bairro. O Bicas também era um ganda maluco. Jogava à bola connosco, mas às vezes, a meio de um desafio, dava-lhe na cabeça, sentava-se no chão a cantar o Chico Fininho do Rui Veloso, tirava os ténis ou as meias que trazia (a maior parte das vezes, era mesmo só meias. Ténis, naquela altura, eram um luxo...) e punha-se a esfregar os pés no chão. Era indiferente o jogo desenrolar-se na relva, na terra ou mesmo no alcatrão de uma estrada: o Bicas esfregava os pés fosse onde fosse. Não raras vezes, ficava com as solas em carne viva. Mas ele parecia não sentir dor e lá continuava a cantar o Chico Fininho. Depois cansava-se, punha as meias ou os ténis e voltava a jogar como se nada houvesse passado. O Bicas só parou com esta mania lá pelos seus 13, 14 anos, altura em que arranjou a primeira namorada. Ironicamente, passados poucos meses a tipa dava-lhe com os pés... Pobre Bicas!

E o Nando?! Pá, o Nando era pouco maluco, era... O gajo tinha a pancada por velhas! Sim, aquilo a que agora, mais finamente, se chama gerontofilia. Nós não o chamávamos gerontófilo, até porque a) não sabíamos que essa palavra esquisita existia, b) mesmo que soubéssemos da sua existência, duvido que a conseguíssemos proferir. Dizíamos simplesmente, entre nós, que o Nando era um tarado. E parvo, porque ao invés de responder aos apelos da Sandrinha, a rapariga mais gira do bairro, e que gostava dele, o Nando jurava a pés juntos que haveria um dia de casar com a dona Antonieta, uma viúva de 87 anos que era tia-avó do Ruço e que, curiosamente, tinha cara de sapo... Mas isto se calhar era só eu a achar, pois para a minha mente infantil, todas as velhas pareciam ter cara de sapo. O Nando não via isso. Não, ele via uma coisa completamente diferente. Enquanto nós, por exemplo, no nosso grupinho de amigos, falávamos das experiências por que havíamos passado depois de termos visto o Nove Semanas e Meia pela primeira vez e gabávamos o cu da Kim Basinger, o Nando suspirava pelas rugas da dona Antonieta. Ele via beleza onde nós só víamos verrugas, dentes podres e pêlos no queixo. Quando ela passava diante de nós, onde cheirávamos vinho e queijo rançoso, o Nando cheirava vales floridos. Quando a dona Antonieta faleceu, o Nando chorou por dias a fio. Só recuperou quando viu, no funeral, uma prima afastada da dona Antonieta que contava 92 anos. Era mesmo assim, o Nando!... Há coisa de um par de anos, estive em casa dele. Está solteiro, sem filhos, mas pareceu-me bem, tirando os posters da Amélia Rey Colaço espalhados pela sala de estar... Pode ser que um dia encontre a sua cara metade, coitado.

Tive muitos amigos muito malucos, não tive?!? Chega a ser surpreendente ver como nada disto me afectou e como consegui chegar a adulto revelando um grau de normalidade e lucidez invejável....

quinta-feira, novembro 18, 2010

Dúvida pertinente

Por que é que a fila para as casas de banho da Biblioteca Pública de Évora chega quase até às ruínas do Templo de Diana?!?!

quarta-feira, novembro 17, 2010

Só pode ser mesmo por amor

Conhecem esta piada? Vira-se um tipo para outro e pergunta: "ouve lá, tu casaste com a tua mulher por amor ou por interesse?" Ao que o outro responde: "deve ter sido por amor, porque eu não tenho interesse nenhum na gaja".

A história da minha relação tem algo desta anedota. Atenção: não estou a dizer que a minha relação é anedótica! Nada mais longe da verdade. O que estou a afirmar é que a minha gaja podia muito bem dar uma resposta semelhante à do tipo da anedota. Esperem lá, estou a dizer "podia muito bem dar"?!? Sim, estou. E porquê?! Porque até já deu! Não estão a perceber este raciocínio? Então esclareço: se uma coisa foi, então podia ter sido. A efectividade contém em si a possibilidade. Por exemplo: Se o Sporting foi campeão nacional em 2002, então podia ter sido campeão nacional em 2002. E tanto podia que o foi mesmo! Espero que tenham ficado devidamente esclarecidos.

Disperso-me, contudo. Onde é que eu ia? Na minha cadeira, a escrever este post, sim. Ah, e estava a contar que a minha gaja argumentou comigo de maneira similar ao do tipo daquela anedota. Depois de eu ter feito em casa uma trapalhice qualquer, da qual juro não recordar-me, mas deve ter sido qualquer coisa do género
  • espalhar amendoins pela sala
  • arrumar pares de meias no frigorífico
  • dormir na cama agarrado ao portátil
  • dormir no sofá agarrado ao portátil
  • dormir na sanita agarrado ao portátil
  • pôr na tigela, por engano, comida para gato em vez de cereais
  • andar todo nu pela casa e largar pintelhos pêlos no chão
  • ler ao cão o prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura
  • dar beijinhos no meu leitor de mp3 enquanto carrega
ela virou-se com esta: "Então não querem cá ver a minha vida?!? Eu devo gostar mesmo muito de ti. Só pode! Só fazes coisas parvas. Só dizes coisas parvas. Se eu fosse com'àquelas gajas que se juntam pelo dinheiro e me quisesse separar de ti, o que é que terias para me dar? Dinheiro?! Nicles! Bens materiais? Ora vamos cá ver os teus bens. Cds de heavy metal. Dvds de filmes europeus. Livros do Nietzsche e do Espinosa. Liiiiiivra!!!! Isto tem mesmo de ser amor..."

E é bem capaz de ser verdade! E é tão bom... :)

segunda-feira, novembro 15, 2010

O vocabulário das crianças

Um casal amigo está a passar por aquela fase em que se vê surpreendido pelas novas palavras aprendidas pela filha fora de casa. O pai ia cuspindo um pulmão quando a petiza, à passagem de um carro da polícia, disse: "Ó pai, vai ali a bófia". Já a mãe ia cuspindo meio fígado quando a mesma "piquena" perguntou se uma senhora de cor seria "uma dama". Como não foram eles que lhes ensinaram tão vernaculares termos, supuseram logo que a culpa era da escola.

Os meus pais supuseram a mesma coisa quando eu, após ter dado uma mocada numa mesa, aleijando-me no pé, exclamei pela primeira vez em casa aquela que viria a ser a palavra mais sobre-utilizada na minha vida: "Foda-se".

E tanto os meus pais como esse casal meu amigo tinham razão. Essas palavras nós aprendemo-las fora de casa. Mais concretamente, na escola. Mais concretamente ainda, no recreio. Mais mais concretamente ainda ainda, a jogar futebol com os ciganos [no caso dos rapazes] ou a trocar impressões sobre roupas de bonecas [no caso das raparigas].

Ou seja, trocando isto por miúdos (porque, afinal, estamos a falar de crianças), as coisas verdadeiramente importantes que os putos aprendem, e que virão a ser-lhes úteis para o resto da vida, como é o facto de chamar "bófia" à polícia, ou mandar um "foda-se" quando algo corre mal, eles aprendem fora de casa.

Este pormenor tem de ser alterado. Eu, quando tiver filhos, vou procurar dar-lhes uma educação mais streetwise do que aquela que os normais pais costumam dar. Para que, quando a oportunidade chegar, este género de coisas possa acontecer:

Diálogo entre pai e filha

Pai (ou seja, eu): Olha, olha, estás a ver ali aquele senhor?
Filha (com 4-5 anos): Adonde, papá, adonde?
Pai: Ali, naquele palanque.
Filha: Já vi, papá, já vi.
Pai: Sabes o que é aquele senhor?
Filha: Ahmmm... não sei, papá!
Pai: Vá, pensa lá. Aparece muitas vezes na televisão...
Filha: Ahmmm... ah, é um pouítico. [nesta idade, as crianças ainda não dizem bem os "l". Vejam lá quão realistas são os meus diálogos!]
Pai: Não! Isso foi o que aprendeste na escola. O que é que eu te ensinei?
Filha: Ahmmm... ahmmm...
Pai: Vá, pensa bem!
Filha: Já sei, papá, já sei: é um cabão do caáio!
Pai: Muito bem. E que mais?
Filha: É... é... é... é um cabão do caáio e um fiío da puta!
Pai (orgulhoso): Linda menina. Quando passarmos pelo shopping, compro-te uma Barbie.

Diálogo entre pai e filho

Pai (ou seja, eu, outra vez): Vamos brincar ao "o que é que estou a ver"?
Filho (com 3-4 anos): Shim, papá, shim!
Pai: Eu estou a ver... estou a ver um senhor com um cachecol azul e branco.
Filho: É um shenhor do Pôto.
Pai: Não, porra! O que é que nós chamamos a um senhor do Porto?!
Filho: Não me uembo, papá!
Pai: Vê lá se queres levar uma chapada!
Filho: Não, papá!
Pai: Então lembra-te lá. O que é que chamamos a um senhor do Porto?
Filho: Um tiipeio!
Pai: NÃO, PORRA! Onde é que aprendeste isso?! Não foi assim que te ensinei! O que é que nós dizemos lá em casa?!? Concentra-te, caraças, ou ficas sem jantar hoje!
Filho: Ahmmm, hummm... é um... é um... é um paneueiio.
Pai: Boa. E mais? O que é que dizemos mais?
Filho: Ahmm... ahm...
Pai: ...olha que não jantas! E ficas sem ver os dvds com os golos do Liédson até fazeres 18 anos!
Filho (já à beira das lágrimas): Eshpéia, papá, eshpéia. Atão... um paneueiio e um ganda fiío da puta bochista do caáio que faj bicos a cavauos e ueva com caáios gandes no cu.
Pai (já à beira das lágrimas, mas de alegria): Que lindo! Anda cá ao colo do papá! Vamos já ali ao café que eu compro-te um gelado de quatro sabores!

Enfim, a boa educação será uma coisa tão simples...

P.S.: E como família muito organizada que somos, dividiremos as coisas equitativamente. Eu transmitirei à prole os termos, digamos, mais light, de que alguns exemplos surgiram nos diálogos acima; aqueles termos e expressões mesmo hardcore, impróprios para consumo, esses será a gaja a ensiná-los, porque ela é quem melhor os conhece.

Duvidam?!? É porque nunca viram um jogo de futebol acompanhados da minha gaja...

domingo, novembro 14, 2010

A notícia mais surpreendente dos últimos, sei lá, 500 anos!

Timor pondera comprar dívida pública portuguesa.

Isto é, tipo, tão fora do normal quanto agora dar-me na cabeça e, tipo, sei lá, comprar assim tipo o Sporting, ou isso.

Será que se formos invadidos e ocupados pelos indonésios, formarmos um grupo de resistência, conseguirmos a libertação com a ajuda da comunidade internacional e nos tornarmos um estado falhado, conseguiremos resolver o défice?!?

sexta-feira, novembro 12, 2010

Estupidezes secas

- Qual é a disciplina em que os alunos só vêem metade da aula?
- É a de Semiótica!

- Se o Hitchcock fizesse um filme baseado num hit da Ruth Marlene, como se chamaria?
- Pisco Pisco.

[bolas, esta segunda é mesmo muita estúpida, com franqueza...]

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, novembro 11, 2010

Realmente, deve ser uma coisa lixada.

Conversa a que assisti num fórum de música:

Gajo 1: Duas mulheres aos beijos é algo fantástico
Eu: :)
Uma gaja: Que nojo! Mulheres aos beijos é tão nojento quanto homens aos beijos
Gajo 1: Não é nada!
Gajo 2: Mulheres bonitas aos beijos é uma obra de arte. Homens aos beijos é de ir ao grego.
Eu: :)
Gajo 1: Exactamente
Uma gaja: Tarados!
Gajo 2: Qualquer mulher bonita deveria beijar as amigas de vez em quando. E deixar o namorado assistir.
Eu: Ah Ah Ah!
Gajo 1: Boa!
Gajo 3: O pior é quando ela passa a querer beijar SÓ as amigas. Já me aconteceu: namorei uma tipa que me dispensou porque queria ficar só com mulheres.
Eu: AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH!!!!!!

As coisas que um tipo descobre a frequentar fóruns de heavy metal...

quarta-feira, novembro 10, 2010

Um gajo, quando é distraído, é mesmo muito distraído

Decidi ontem que hoje levaria almoço para o trabalho. Pus-me então a cortar alface, tomate, pimento, pepino e cenoura e fiz uma bela de uma saladinha, que acondicionei como deve ser dentro de um tupperware. E, como sou um tipo com uma bela cultura técnico-táctica, não temperei logo a coisa: enchi antes uma garrafinha pequenina com azeite e que se destinava a temperar a salada quando me preparasse para comê-la, ou seja, hoje. O tupperware foi para o frigorífico, onde aguardaria em silêncio até ser retirado esta manhã. E portou-se muito bem, o bicho. Não reclamou nem nada. Já a garrafinha de azeite ficou em cima da bancada da cozinha, esperando também ocupar o seu posto na minha pasta assim que eu arrumasse as coisas antes de sair de casa. A gaja bem me avisou: "olha que vais esquecer-te de levar isso. Mete num sítio de que não te esqueças". Estes avisos soaram-me como ofensas, e retruquei: "Cala-te, lampiona. 'Tás a pensar que sou o Jorge Jesus, que se esqueceu como se orienta uma equipa?! O azeite está aqui. É impossível esquecer-me. Olha, até vou pôr a garrafa de água para levar amanhã aqui junto da garrafinha de azeite. Assim, quando pegar numa lembro-me logo de pegar na outra. É um sistema sem falhas!"

Pois. Já estão a ver o que aconteceu quando saí para o trabalho, não já?! Ir ao frigorífico tirar o tupperware? Feito! Enfiar o tupperware na pasta?! Feito! Ligar o mp3 e pôr os fones nos ouvidos? Feito! Pegar na garrafa de água? Feito! Metê-la na pasta?! Feito! Pegar na garrafinha de azeite que estava mesmo junto da água, à vista de toda a gente, até o Stevie Wonder, ou pior, o Teixeira dos Santos, que não vê nada da situação económico-financeira do país, dariam por ela, é que estava mesmo ali, só faltavam sinais sonoros e de luzes, ou um cartaz com letras grandes a dizer "GARRAFINHA DE AZEITE, AQUI. É SÓ PEGAR E PÔR NA PASTA, Ó TÓTÓ!"?!



hmmm?...






o que vocês acham?!...















...nada feito! Acabei por esquecer-me mesmo do raio da coisa! O resultado foi que tive de comer a salada sem tempero algum. Ficou uma coisa assim um bocado para o desenxabida, mas pronto, ou comia ou ficava com fome. A ver se da próxima aprendo...

A finalizar, um assunto completamente lateral: estou a ser acusado, pela Fundação Calouste Gulbenkian, de cilindrar todo o stock de chá da dita instituição. Juro que não percebo. Trata-se de uma acusação arbitrária e que em nada corresponde à verdade. Cá para mim, esta história ainda vai acabar em tribunal... quero ver se conseguem provar alguma coisa!

(não há meios para fazer análises tipo doping ao chá que uma pessoa consome, pois não?!?!)

segunda-feira, novembro 08, 2010

Resumo das minhas reacções durante o jogo desta noite!

Sporting 1 X 0 Guimarães: "Ehhhh, golo, lindos, vamos ganhar isto, vamos apanhar o Benfica!"

Sporting 2 X 0 Guimarães: "Ehhhh, não foi golo mas foi golo, espectáculo, ainda vamos ganhar o campeonato!"

Maniche é expulso: "Pfff, mesmo com 10 ainda vamos marcar outro, somos os maiores, viva o Sporting!"

Sporting 2 X 1 Guimarães: "Olha, estes gajos marcaram um..."

Sporting 2 X 2 Guimarães: "Olha, estes gajos marcaram outro..."

Sporting 2 X 3 Guimarães: "Olha, merda!"

É duro, muito duro, ser sportinguista...

Mas que raios?!?!

O que é que foi aquilo que acabou de acontecer ali para os lados de Alvalade?!?!

Devem andar a brincar comigo, ai devem devem...

Não, a sério, isto já começa a ser perseguição.

Como sabem, sou do Sporting. Isto significa que tenho mais tristezas do que alegrias. O meu segundo clube, o Odivelas, ainda me dá mais tristezas e na época passada caiu na III Divisão. Aliás, a instituição corre mesmo o risco de fechar.

Como sabem, sou português, embora por vezes tenha vergonha de admiti-lo. Quando falo com estrangeiros que desconhecem a minha nacionalidade, costumo dizer que sou de um local respeitado, como as Ilhas Fiji. Se digo que sou português, perguntam-me logo quanto dinheiro estou a dever. Mas mesmo tendo escrúpulos em relação à minha portugalidade, até ao ano já longínquo de 2002 torcia vigorosamente pela selecção nacional. Não me importava se jogávamos com a Espanha e levássemos 3 a 0: Portugal era Portugal! Até que, naquele famigerado mundial da Coreia-Japão, a selecção portuguesa fez a única coisa que jamais poderia fazer-me: perder com os Estados Unidos. Desde então, mandei um pontapé no rabo à equipa das quinas... curiosamente, foi a partir desse momento que Portugal conseguiu os seus maiores feitos futebolísticos desde que sou vivo: um 2º lugar no Campeonato da Europa de 2004 e um 4º lugar no Campeonato do Mundo de 2006.

Estão a começar a ver aqui um padrão, não estão? Os brasileiros utilizam na sua linguagem do dia a dia uma expressão que se me aplica perfeitamente: pé frio. Eu sou um pé frio, aquele que traz o azar consigo. Têm dúvidas? Não tenham: eu ontem estava a torcer pelo Benfica e o que acontece?! Pois, 5 batatas...

I rest my case!

sexta-feira, novembro 05, 2010

O bode expiatório

Dia: ontem
Hora: não sei, ando sem relógio
Local: cozinha
Situação: acabo de chegar a casa, depois de um longo, longo dia. Um dia que, de tão longo, devia chamar-se "pénis do Peter of Pan". Só quero sentar-me, pegar na paparoca e começar a comer. Estou tão, mas tão fora do mundo que até me esqueço que o Sporting jogava. Mas alguém não se esqueceu. Ainda antes de me dar as boas noites e o correlativo beijinho, a cara-metade afronta-me logo com o tema Sporting:

Ela: Então, sabes como ficou o teu Sporting?
Eu: Pá, não, nem me lembrei, vê lá a quantas andei hoje.
Ela: E não queres saber?
Eu: Sim. Como ficou?!
Ela: Perdeu!!! Ah Ah Ah Ah! Perdeu! Levou uma tareia! Ih Ih Ih Ih! Foram 3 a 1! Eh Eh Eh Eh!
Eu (bato com a palma da mão na testa, provocando um sonoro "paft"): Bela porcaria. Aposto que o palhaço do Djaló jogou a titular...
Ela: Ai, isso já não sei. Só sei que perdeu! 3 a 1! Ah Ah Ah! Ih Ih Ih! Eh Eh Eh! Perdeu!
Eu: Olha, merda!

E começo a jantar. Aproveito para ligar a TV. No rodapé, passa: "Sporting derrotado pelo Gent por 3-1". A gaja ri-se. Eu penso: "o palhaço do Djaló jogou a titular, de certezinha". Acabo de jantar, desligo a TV, sem sequer ver o resumo da partida e, desta forma, sem confirmar se o Djaló efectivamente jogara a titular, faço umas merdinhas no computador, esqueço-me de ir ao site do Record ver qual tinha sido o onze inicial, termino as merdinhas no computador, lavo os dentes, xixi, cama! Mas algo insiste em massacrar-me, e não me refiro aos comentários que ia escutando, do tipo "Ih Ih Ih, o Sporting perdeu, Eh Eh Eh, Ah Ah Ah". Não! Estas coisas eu suportava bem. O que me massacrava valentemente continuava a ser aquele pensamento: "o palhaço do Paulo Sérgio armou-se em palhaço e meteu o palhaço do Djaló a titular, só pode". Não consigo dormir, ainda cogito ligar novamente o computador só para matar a curiosidade, mas estou tão cansado que não me apetece levantar da cama, quer dizer, apetecer até apetece, porque a gaja, enquanto dorme, diz coisas como "3 a 1... Ih Ih Ih... zzzzzz... ronc... Eh Eh Eh... ", o que me leva a imaginar a condição técnico-táctica do sofá da sala, só que desisto e finalmente o sono se apodera de mim.

Mas a história não acaba aqui. A segunda parte vem já a seguir:

Dia: hoje
Hora: não sei, pois continuo sem relógio
Local: estação de comboio
Situação: dirijo-me à papelaria da estação. Os jornais estão expostos. Lembro-me de ir, de uma vez por todas, satisfazer a curiosidade: afinal o palhaço do Djaló jogou ou não jogou a titular? Pego no primeiro desportivo que me aparece. Trata-se d'A Bola. Folheio. Vou ao registo do jogo de ontem. Passo pela figura que traz os nomes dos titulares. E pimba, lá está: o Djaló jogou de início. Detesto ter razão... eu sabia! De relance ainda vejo que o Abel fez um penalti, foi expulso, cometeu erros atrás de erros, mas não interessa: o bode expiatório já estava encontrado. Obrigadinho por tudo, ó Floribella!!!!

quinta-feira, novembro 04, 2010

Aquecimento local

Acabei de vir do almoço. Lá fora, estão uns buéda graus (gosto de ser assim, preciso e rigoroso. Deste modo, as pessoas percebem facilmente o que estou a dizer). O problema é que nos encontramos em Novembro. Em Novembro não é suposto fazerem temperaturas que são mais comuns em Junho, Julho e Agosto. E isto é, tecnicamente falando, uma merda! Porque a única maneira de as pessoas conseguirem suportar o trabalho (os que trabalham) e as aulas (os que estudam) é comparar o sítio onde se encontram com o ar que o aspecto do tipo da coisa lá fora tem. Exemplos:

"Pá, este trabalho chato de contabilista está a dar-me cabo dos cornos. Mas sempre é melhor ficar aqui no gabinete entre papéis e recibos do que apanhar com pedras de granizo mesmo no meio da pinha. E assim como assim, a Susana do marketing também tem de ficar aqui dentro, e sempre posso aproveitar para lhe galar as tetas"

"F*da-$e, que estúpida que é esta cadeira de Introdução à Semiótica Generalista na Perspectiva do Consumidor Galhofeiro de Produtos Regionais Aprovados pela ASAE. Se fizesse bom tempo lá fora, tinha-me baldado e ia antes curtir com a Cátia e fumar umas brocas ali para o parque Tejo. Mas a trovejar assim, mais vale ficar por aqui e desenhar antes umas mamocas no caderno"

Notam o padrão, não notam?!?! Pois: se não há alternativas viáveis, é natural que se permaneça no seu posto. Porém, com uma temperatura tão apetitosa lá fora, quem tem vontade e interesse em manter-se encafuado? Impossível! E depois queixam-se os senhores doutores que o país não produz! Ora, com um Novembro soalheiro como o que está, como é que havemos de querer produzir? Queremos é fruir, pois o tempo está para isso! Não admira que os países mais competitivos sejam aqueles lá mais para cima, onde chove, faz frio e vento o ano todo. Se eu morasse na Finlândia, com aquelas borrascas regulares, também me apeteceria ter aulas e trabalhar! (Ok, não apeteceria. Mas isso é porque eu sou um preguiçoso incorrigível. Tenho certeza que os outros portugueses não são assim...). Agora, viver em Portugal, estar já em pleno Novembro, olhar lá para fora e pensar "hmmm, e um saltito até à praia? Dar uns mergulhinhos, estender uma beca ao sol, ficar a olhar para as gajas em bikini... hmmm!" Isto não ajuda nada à produtividade. Nadinha!

(é que me apetecia mesmo curtir uma praiazinha...)

quarta-feira, novembro 03, 2010

Aldrabões!

Quem serão os maiores aldrabões do mundo?! O barão de Munchhausen? Ná. Era fraquinho... O José Sócrates? Sim, ele dá-lhe bem, mas mesmo assim não chega. Os dentistas? ("vá, deite-se que isto agora não vai doer nada!". Queria ver se também não lhes doía nada se nós passeássemos com um martelo pneumático pelas bocas deles...) Hmmm, também não! O Pedro de Pedro e o Lobo?! Bom candidato, sem dúvida, mas as suas mentiras não passam de brincadeiras de criança quando comparadas às daqueles senhores que são os campeões da aldrabice, os tipos que fariam corar de vergonha o Pinóquio: exacto, aqueles sacanas que metem nos pacotes de leite o aviso "abertura fácil", quando na realidade é menos complicado e demorado entrar todo nu na caixa forte do Banco de Portugal do que abrir um daqueles pacotes! Ainda há poucas horas, quando quis colocar leite na taça com cereais, estava a ver que teria de chamar a Brigada de Minas e Armadilhas para tratar do assunto!!! "Abertura fácil", o caraças... os responsáveis por esse aviso deviam era ir levar no pacote...

terça-feira, novembro 02, 2010

Socorro, estão a querer converter-me em larilas!

Pá, não pode ser! Mas é: nos últimos dois dias, tenho sido exposto a uma lavagem cerebral que tem como único objectivo transformar-me num homossexual. E o pior é que conheço a pessoa responsável por tal: trata-se da minha gaja!

Primeiro, veio com uma conversa esquisita: "Amorzinho, não queres gravar-me um cd com músicas giras?". Eu fiquei logo de pé atrás com aquele "um". E também com o "com". Mas sobretudo por causa do "músicas giras", pois uma música gira, na óptica da minha gaja, nada tem a ver com guitarras distorcidas, vozes urradas, baixos gravíssimos e baterias poderosas, ou seja, tudo aquilo que faz, objectivamente, com que uma música seja gira. E perguntei: "Mas músicas giras, tipo o quê?". Ela deu-me a lista, e a lista incluía algumas das canções mais rebentadoras da escala José Castelo Branco gravadas por artistas rebentadores da escala Cláudio Ramos que a Humanidade jamais conheceu. Para não vos chocar muito, mas só um bocadinho, deixo uns poucos exemplos: Don't Leave Me This Way, pelos The Communards. I Feel Love, pelos Bronski Beat. Faith, pelo George Michael. Estão a ver o padrão, não estão? Exacto: muita lantejoula, muito latex, muito rosa-choque pintalgado de lilás.

Eu não gosto das músicas, nem dos artistas, mas é impossível ouvir estas coisas (e eu, para confirmar que as faixas estão em bom estado, tenho de ouvi-las)* e não ser de alguma forma afectado. Por exemplo: ontem, enquanto fazia a sopa, não pude deixar de pensar no que aconteceria se enfiasse uma das courgettes no esfíncter do Teixeira dos Santos, com o Eduardo Catroga, todo vestido de cabedal preto, a assistir. Aposto que jamais imaginaria tal cena se não tivesse estado a ouvir, cerca de 15 minutos antes, a Karma Chameleon dos Culture Club (a banda daquele gajo muito amigo do traseiro, o Boy (???) George).

Portanto, o que a gaja fez não foi mais do que começar a abrir a minha sepultura gay. À conta de andar a procurar cançonetas abichanadas, fiquei a sentir-me um pouco bicha. Comecei a olhar-me ao espelho e, sem razão aparente, a pentear-me. Para terem uma ideia do quão insólito é este facto, não me penteava desde os meus 6 anos, quando fui a um casamento, e só me penteei dessa vez porque a minha mãe ameaçou-me com açoites no rabo caso não o fizesse. Ah, belos tempos aqueles em que eu receava que me batessem no rabo... é que um tipo, depois de ter escutado umas três vezes a A Little Respect dos Erasure, já não vê assim com tão maus olhos a ideia de lhe baterem no rabo!

O último prego no caixão mariconço que me espera, no entanto, foi dado ontem à noite. Sim - adivinharam -, pela minha gaja. Estava eu a fazer zapping, ao mesmo tempo que trauteava a Take On Me dos A-Ha, e dou com a Sic Radical a passar duas gajas todas nuazinhas a lamberem-se uma à outra. Caramba, não podia desejar melhor antídoto para a rabichisse que me invadia do que aquele! Bastaria ter ficado a ver aquilo para que os estragos feitos por horas e horas de exposição a pop larilonça se esfumassem de vez. Mas, e vejam só até onde pode ir a crueldade viperina de uma mulher, a minha gaja assim não quis. Quando reparou que eu estava, finalmente, a cultivar a minha heterossexualidade, decidiu-se logo a cortar o bem pela raiz: vá de pegar no comando e puft!, lá se vão as mamas roçando em mamas que a Sic Radical transmitia. Automaticamente, veio à minha cabeça o refrão da Take On Me, e tive também a impressão que a minha queda definitiva para o lado negro da força, para o lado dos Liberaces da vida, está por um fio. E isto, caríssimos amigos, é uma tragédia.

Agora tchauzinho, vou pôr ali umas colunas no meio do escritório e abanar-me um bocadinho em cima delas ao som da You Should Be Dancing, dos Bee Gees...
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* Sim, é esta a razão. Ai de vocês se insinuam que oiço aquelas tretas porque, no fundo, eu gosto é de soltar a franga, e o meu fascínio por heavy metal é só conversa fiada destinada a esconder a realidade profunda: eu queria era estar no Blue Oyster Bar a dançar tango e disco-sound com marinheiros!