Eu e a gaja discutimos muito. Cerca de 25 horas por dia, 9 dias por semana. Por vezes, as nossas discussões chegam a vias de facto. Ontem foi uma dessas vezes, como já havia sido anteontem e no dia antes desse. Como tudo começou, já não me recordo: só sei que a páginas tantas vi a minha cara metade de vassoura em riste ameaçando a minha integridade física. Havia que fazer algo para me defender, e recorri à primeira coisa que tinha à mão, um normal pano de cozinha. Sim, à partida um pano de cozinha pouco ou nada pode fazer contra uma vassoura em mãos experientes, mas não vacilei e fui em frente. "AHA", disse eu, "agora é que estás tramada. Tenho aqui um pano de cozinha, nem com mil vassouras davas cabo de mim. Eh eh eh!". Ela não pareceu impressionada: "Pffft, se pensas conseguir defender-te de mim com um pano de cozinha meio sujo, então é porque és mais tonto do que eu imaginava."
Aquelas palavras reforçaram ainda mais a minha determinação. Eu não iria ceder. Se fosse preciso inventar uma história, eu inventá-la-ia. E, com um raciocínio mais rápido do que uma finta do Messi, lá engendrei uma história que fosse capaz de quebrar o cepticismo da minha gaja em relação às capacidades bélicas de um singelo pano de cozinha. Começei:
"Sabes o que aconteceu à última pessoa que duvidou de um pano de cozinha, sabes?! Chamava-se Dário, era rei da Pérsia e foi dizimado pelas forças de Alexandre, o Grande! Dário tinha elefantes, arqueiros, cavalos, e um exército de, sei lá, montes de gente. O Alexandre só tinha o seu cavalo Bucéfalo e um pano de cozinha, visto ter perdido a sua espada na campanha da Ásia Menor, e todo o seu exército tinha ficado para trás à procura do brinco de ouro do Vítor Baptista, famoso general macedónio que não deve ser confundido com um jogador do SLB do mesmo nome que quis o destino ficasse famoso por perder um brinco de ouro em pleno estádio da Luz. Que coincidência... Bom, mas não é preciso dizer-te o que aconteceu, pois não?! Todos os livros de História o sabem: Alexandre venceu e conquistou de vez o Império Persa. Só com um pano de cozinha! Quando o exército macedónio se lhe reuniu, houve celebração à farta, com banquetes, festas, sexo homossexual e sacrifícios humanos durante 10 dias. Aí, depois de uma enorme bebedeira e de haver sido arrombado nas traseiras por 10 enormes efésios, Alexandre propôs que, a partir de então, os macedónios largassem as armas de ferro e bronze e passassem a combater só com panos de cozinha. O problema é que ninguém seguiu a opinião do grande conquistador: fingindo acatar as ordens de Alexandre, os macedónios acabaram por pegar nos panos de cozinha e, em lugar de se armarem com eles, resolveram fazer mangas para as suas armaduras, daí a velha e popular expressão "dar pano para mangas". Resultado: a campanha seguinte, a da Índia, correu mal, Alexandre foi forçado a recuar e acabou por morrer na Babilónia, tudo porque os seus súbditos se recusaram a crer no poder de um pano de cozinha. E agora que acabei a minha narrativa, o melhor é pormos paninhos quentes sobre esta discussão e tu vais-te embora com a tua vassoura."
Ora, se a gaja não se mostrou impressionada quando eu a ameacei com o pano de cozinha, menos ainda ficou no final da minha história. Ficou uns 5-6 segundos a olhar para mim com a cara que, julgo eu, um psiquiatra olha para o seu paciente e após esse pequeno hiato resolveu-se a dar com a vassoura na minha cabeça, deixando-me estatelado, sem reacção e de pano de cozinha à banda.
Moral da história: há duas. Primeira, nem sempre fugir para a frente é a melhor opção. Se eu tivesse fugido para trás, ou para os lados, talvez a gaja não me apanhasse. Segunda, e por mais incrível que pareça, um pano de cozinha não é mesmo rival para uma vassoura. É a vida...
Aquelas palavras reforçaram ainda mais a minha determinação. Eu não iria ceder. Se fosse preciso inventar uma história, eu inventá-la-ia. E, com um raciocínio mais rápido do que uma finta do Messi, lá engendrei uma história que fosse capaz de quebrar o cepticismo da minha gaja em relação às capacidades bélicas de um singelo pano de cozinha. Começei:
"Sabes o que aconteceu à última pessoa que duvidou de um pano de cozinha, sabes?! Chamava-se Dário, era rei da Pérsia e foi dizimado pelas forças de Alexandre, o Grande! Dário tinha elefantes, arqueiros, cavalos, e um exército de, sei lá, montes de gente. O Alexandre só tinha o seu cavalo Bucéfalo e um pano de cozinha, visto ter perdido a sua espada na campanha da Ásia Menor, e todo o seu exército tinha ficado para trás à procura do brinco de ouro do Vítor Baptista, famoso general macedónio que não deve ser confundido com um jogador do SLB do mesmo nome que quis o destino ficasse famoso por perder um brinco de ouro em pleno estádio da Luz. Que coincidência... Bom, mas não é preciso dizer-te o que aconteceu, pois não?! Todos os livros de História o sabem: Alexandre venceu e conquistou de vez o Império Persa. Só com um pano de cozinha! Quando o exército macedónio se lhe reuniu, houve celebração à farta, com banquetes, festas, sexo homossexual e sacrifícios humanos durante 10 dias. Aí, depois de uma enorme bebedeira e de haver sido arrombado nas traseiras por 10 enormes efésios, Alexandre propôs que, a partir de então, os macedónios largassem as armas de ferro e bronze e passassem a combater só com panos de cozinha. O problema é que ninguém seguiu a opinião do grande conquistador: fingindo acatar as ordens de Alexandre, os macedónios acabaram por pegar nos panos de cozinha e, em lugar de se armarem com eles, resolveram fazer mangas para as suas armaduras, daí a velha e popular expressão "dar pano para mangas". Resultado: a campanha seguinte, a da Índia, correu mal, Alexandre foi forçado a recuar e acabou por morrer na Babilónia, tudo porque os seus súbditos se recusaram a crer no poder de um pano de cozinha. E agora que acabei a minha narrativa, o melhor é pormos paninhos quentes sobre esta discussão e tu vais-te embora com a tua vassoura."
Ora, se a gaja não se mostrou impressionada quando eu a ameacei com o pano de cozinha, menos ainda ficou no final da minha história. Ficou uns 5-6 segundos a olhar para mim com a cara que, julgo eu, um psiquiatra olha para o seu paciente e após esse pequeno hiato resolveu-se a dar com a vassoura na minha cabeça, deixando-me estatelado, sem reacção e de pano de cozinha à banda.
Moral da história: há duas. Primeira, nem sempre fugir para a frente é a melhor opção. Se eu tivesse fugido para trás, ou para os lados, talvez a gaja não me apanhasse. Segunda, e por mais incrível que pareça, um pano de cozinha não é mesmo rival para uma vassoura. É a vida...
1 comentário:
Ahahahahahahahahaha!
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