Aqui no local de trabalho, só há três sportinguistas assumidos: eu e mais dois colegas. Os outros sportinguistas que eventualmente existam não se assumem, e na verdade fazem eles muito bem, pois há poucas coisas tão desagradáveis quanto vir no elevador e ter um portista, um benfiquista, um bracarense ou um vilarealdesantoantóniense segredando aos ouvidos uns dos outros coisas como "psht, olha, aquele ali é sportinguista, coitado, não, não apontes que é feio, olha só e deixa-o estar. Logo à noite, quando ele já tiver ido para casa, enchemos-lhe o gabinete com preservativos usados".
Eu e esses meus outros dois colegas, pela primeira vez em toda a história da instituição para a qual laboramos, cruzámo-nos no corredor que leva ao bar. Já tínhamos estado dois a dois, mas nunca os três juntos. Nunca! Havia sempre uma terceira parte que jamais estava presente. Porém, agora deu-se um tal recontro. Três seres em tudo diferentes, unindo-os apenas o sportinguismo. Olhámo-nos em silêncio, no meio daquele corredor que, mais ninguém presente, se assemelhava à vastidão do espaço sideral, e depois abraçámo-nos. Abraçámo-nos com força, desenhando um pequeno círculo naquele corredor que parecia ser todo nosso. Um exclamou, com a lágrima à beira de pingar do olho, "agora com o Elias é que vai ser!". O outro, entre soluços, só conseguiu dizer "os árbitros. Temos de baixar a bola aos árbitros!". E eu, mais calmo e fleumático, rematei um "f*da-se, ao menos já não temos o c"r@lho do Djaló nem o lambe piç*s do Postiga a estragarem as jogadas, filhos da p#ta do c@r&lho!". Ficámos uns minutos assim, reflectido em tudo o que havia sido dito, desabraçámo-nos e foi cada um à sua vida.
Posso confessar que foi um momento emocionante. Nunca aquelas paredes, aquele chão e aquele tecto tinham assistido a um tal índice de derrotismo. Um episódio digno de figurar numa novela mexicana...
Eu e esses meus outros dois colegas, pela primeira vez em toda a história da instituição para a qual laboramos, cruzámo-nos no corredor que leva ao bar. Já tínhamos estado dois a dois, mas nunca os três juntos. Nunca! Havia sempre uma terceira parte que jamais estava presente. Porém, agora deu-se um tal recontro. Três seres em tudo diferentes, unindo-os apenas o sportinguismo. Olhámo-nos em silêncio, no meio daquele corredor que, mais ninguém presente, se assemelhava à vastidão do espaço sideral, e depois abraçámo-nos. Abraçámo-nos com força, desenhando um pequeno círculo naquele corredor que parecia ser todo nosso. Um exclamou, com a lágrima à beira de pingar do olho, "agora com o Elias é que vai ser!". O outro, entre soluços, só conseguiu dizer "os árbitros. Temos de baixar a bola aos árbitros!". E eu, mais calmo e fleumático, rematei um "f*da-se, ao menos já não temos o c"r@lho do Djaló nem o lambe piç*s do Postiga a estragarem as jogadas, filhos da p#ta do c@r&lho!". Ficámos uns minutos assim, reflectido em tudo o que havia sido dito, desabraçámo-nos e foi cada um à sua vida.
Posso confessar que foi um momento emocionante. Nunca aquelas paredes, aquele chão e aquele tecto tinham assistido a um tal índice de derrotismo. Um episódio digno de figurar numa novela mexicana...
3 comentários:
O Djaló ainda pode voltar, vais ver!
ahahahahaah Vai o Djaló e o Postiga, mas ficaram o Polga e o Patrício, pá. E o Carriço a espreitar a oportunidade...
É uma cena um bocado arraçada de roto, pá...
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