terça-feira, junho 28, 2005

Grandes Pensadores Portugueses

É um lugar comum afirmar que em Portugal não há filósofos nem pensadores. Que o país é avesso às coisas do intelecto. Pois bem, chegou a altura de desmistificar tal preconceito. Tais invectivas são de todo incorrectas, isto apesar de Pedro Santana Lopes ter sido Primeiro-Ministro. O problema está no facto de os maiores pensadores lusos se encontrarem em áreas à partida pouco pertinentes, filosoficamente falando.
Quais são então os maiores pensadores da nação? Fernando e José Gil? Não! Eduardo Lourenço e Vasco Pulido Valente? Jamais! José Barata-Moura e Joaquim Cerqueira-Gonçalves? Mas estão loucos ou quê?!?! A pequena lista que se segue revela então alguns dos nossos grandes intelectuais:

Artur Jorge - Licenciado em Filosofia, mostrou ser um herdeiro notável das teorias heraclitiana e hegeliana no que toca à harmonia dos contrários. Para a posteridade ficará sem dúvida um conceito por si cunhado e promovido, o "Benfica à Porto". Nesta simples ideia reside todo o vigor do seu pensamento, que hoje em dia já tem alguns discípulos fervorosos, como é o caso de José Veiga. Artur Jorge é, pois, um pensador original, que ademais não se furtou a cultivar um interessante bigode nietzscheano.

José Peseiro - Mais uma figura proveniente do mundo do futebol. Peseiro é um analítico de primeira água, como de resto comprovam as transmissões televisivas dos jogos do Sporting. Aí, qualquer espectador pode contactar com a forma superior do pensamento peseiriano: o grande destaque vai para as famosas derivações lógicas realizadas na defesa do Sporting (ainda temos na memória aquele genial Modus Ponens feito entre Beto e Polga no encontro que opôs a equipa leonina ao poderoso Newcastle de Inglaterra, liderado pelo filósofo Souness, da escola relativista de Liverpool). Mas Peseiro é também conhecido pelas suas incursões metalinguísticas, fruto da implementação da "linguistic turn" no balneário sportinguista: todos os amantes da filosofia recordam certamente aqueles brilhantes momentos em que o mestre Peseiro se opôs, em regime de disputatio, aos seus discípulos Rochemback, Polga, Hugo Viana, Sá Pinto e Douala.

Rui Unas - O filósofo kitsch. Unas é herdeiro da escola hedonista, mas adopta igualmente alguns princípios da filosofia cínica. A primeira é verificável através dos seus inflamados discursos em favor da prostituição; os segundos aparecem regularmente nos seus comentários ao espalhafatoso modo-de-viver gay. Rui Unas encontra-se neste momento em fase de finalização de duas obras: Putas de Todo o Mundo, Uni-vos e Vinde Ter Comigo e Porque Colocam os Gays Tanto Perfume. Obras certamente polémicas, que demonstram estarmos perante um pensador que é tudo menos asséptico e, além disso, não usa preservativo.

Eterno Entorno

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