terça-feira, março 18, 2008

Corte de Cabelo

Há dias, alterei radicalmente o meu visual. Calma, não se assustem: continuo feio (ou seja: é melhor assustarem-se!), isso não muda. O que eu quero dizer é que fui cortar a guedelha, a qual, assumo, se encontrava demasiado comprida, e comprida de uma forma deselegante. Ok, pronto, o meu cabelo estava com a aparência daquilo a que as pessoas chamam vulgarmente “palha-de-aço”, o que me tornava num palhaço (gostaram? “palha-de-aço”, “palhaço”! Que giro… isto é uma figura de estilo qualquer, mas não me lembro qual… enfim, também não interessa!). Portanto, cortei-o. Ou melhor, rapei-o! Mas em má hora, pois estou a ficar bastante careca. O que me desagrada sobremaneira, claro está; é que eu preferia ter cabelo, pronto! Manias…
De modos que comecei a pensar (“pensar” é uma actividade a que me dedico uma ou duas vezes por ano, uma vez que está indexada às vitórias do Sporting): já que fiz porcaria (leia-se: cortar excessivamente a pilosidade capilar), como é que dou a volta ao texto, isto é, como é que disfarço a careca? Colocar uma peruca estava fora de questão: era só o que faltava! Não sou o Donald Trump, embora não me importasse de ter o dinheiro dele. Também equacionei a utilização de um gorro, mas a verdade é que não sou nenhum dread, e o gorro só fica bem nos dreads. Até que, voilá!, fez-se luz: em vez de esconder a cabeça, em particular a careca, poderia isso sim mostrar outra coisa capaz de desviar as atenções. E, deste modo, decidi: “vou deixar crescer a pêra! Nunca ninguém me viu com pêra!” Parecia a solução perfeita, precisava agora de testá-la. Foi o que fiz: inspirado pelos vários anúncios publicitários do género antes/depois, planeei ir para a rua com a barba por fazer (portanto, o “antes”) e com a barba já feita e pêra “plantada” (portanto, o “depois”), e anotar as reacções. Isto foi o que sucedeu:

Antes: Tanis na rua, de cabelo cortado e barba por fazer

Tanis: Lálálálálá…
Amigo do Tanis: Olá, Tanis! Estás porreiro?
Tanis: Oi. Tudo fixe, e tu?
Amigo do Tanis: Tudo bem. Olha lá, cortaste o cabelo?
Tanis: Yap!
Amigo do Tanis: Pá, estás mesmo careca! Fogo!!!!
Tanis: Eu sei…
Amigo do Tanis: Bem, mas é que estás mesmo. Tão novo e já perdeste tanto cabelo!
Tanis: Pois é.
Amigo do Tanis: Vá lá, tu queres é transformar a tua cabeça numa pista de aterragem para mosquitos, heheheh…
Tanis: F*da-se!

Fatela, não é? Não era preciso mais nada: voltei rapidamente a casa, de modo a escapar deste massacre. As repetidas referências à minha careca confirmaram-me que algo tinha efectivamente de ser feito. Barbeei-me, então, deixando ficar a pêra e saí, a ver se alguma diferença se produziria.

Depois: Tanis na rua, de cabelo cortado e pêra – Versão mais simpática

Tanis: Lálálálálá…
Outro Amigo do Tanis: Então Tanis, tudo bem?
Tanis: Tudo, e tu?
Outro Amigo do Tanis: Fixe. Ouve lá, deixaste crescer a pêra?
Tanis: Sim, sim, deixei.
Outro Amigo do Tanis: Fica-te bem e tal.
Tanis: Obrigado.
Outro Amigo do Tanis: Então e o nosso Sporting, hã?
Tanis: F*da-se!

Magnífico, não é? Note-se que não houve sequer um único comentário lançado à minha careca: a pêra assumiu-se imperial e dominou logo o campo visual do meu amigo. Seriam todas as reacções assim? Se o fossem, a minha solução sairia melhor do que a encomenda! Decidi, pois, ficar mais um tempo na rua até me cruzar com outro amigo, o que veio a suceder.

Depois: Tanis na rua, de cabelo cortado e pêra – Versão menos simpática

Tanis: Lálálálálá…
Mais Outro Amigo do Tanis: Olha o Tanis! Então, meu?
Tanis: Olá, pá!
Mais Outro Amigo do Tanis: Tanis, cortaste o cabelo?
Tanis: Sim.
Mais Outro Amigo do Tanis: E… e… deixaste crescer a pêra?
Tanis: Iá.
Mais Outro Amigo do Tanis: Estás diferente!
Tanis: Uma beca, sim.
Mais Outro Amigo do Tanis: Mas agora estou a ver e… Tanis, estás bué careca!
Tanis: Pois.
Mais Outro Amigo do Tanis: E essa pêra está um bocado torta e tal.
Tanis: F*da-se!

Não está mau de todo, não é? Pronto, a versão de cima é melhor que esta última, mas seja como for, qualquer uma delas é mais satisfatória, para mim, do que o “antes”, isto é, do que o meu visual pré-pêra. A pêra é mesmo um excelente artifício e desvia as atenções da careca, nalguns casos até por completo. Funcionou bem, portanto. Agora só falta é conseguir desviar as atenções da pêra que, de acordo com o 3º dos meus amigos, está torta. Para isso, estou a equacionar deixar crescer os pêlos das orelhas. O que acham? Aceito sugestões!


Tanis

5 comentários:

CP disse...

amigo, é só deixares crescer os pelos no nariz consideravelmente e depois fazes rastas. E pronto, nunca mais ninguém repara se estás a ficar ou n careca. É garantido.

Peter of Pan disse...

Grato pela sugestão, procurarei implementá-la!

)0( disse...

ahahah

Ilda disse...

Não sei se irei gostar... pelo menos do crescimento dos pelos do nariz...
Mas lá que vai atrair as atenções, ah isso vai!!!

Peter of Pan disse...

Esse é o principal objectivo!