quinta-feira, fevereiro 26, 2009

Se o Saramago escrevesse para jornais desportivos, a crónica do Sporting-Bayern seria mais ou menos assim:

Há jogos de futebol que são autênticas injustiças, pois a vida é injusta e o jogo da bola faz parte da vida, digo eu, que já ando cá há tantos anos que nem me lembro, assim como não me lembro da última vez em que mandei uma na Pilar. O encontro desta quarta-feira entre o Sporting de Portugal e o Bayern de Munique foi exemplo disso mesmo, revelador do flagelo provocado por uma sociedade desigualitária onde a diferença de classes impera. À classe dos teutões, que em tempos não tão antigos moveram terror e medo e armas e suásticas contra povos de várias nações, tudo à conta de um homenzinho ridículo que nem jeito para fazer o bigode tinha, e não estou a falar do camarada Estaline, não se ponham já com merdas ou escrevo um livro só com elogios ao comité central do PCP, à classe dos teutões, dizia, respondeu a falta de classe dos lagartos, que como répteis que são se limitaram a reagir friamente ao avolumar de golos na sua baliza, houvessem lido Marx antes do apito inicial e certamente os seus ânimos aqueceriam e resolveriam, heroicamente, distribuir golos pelos membros do exército panzer, e agora vou pôr um ponto final só para chatear, caraças. Como agravante da desigualdade entre uma equipa e outra, entre teutões e lusitanos, refira-se que estes possuíam no seu seio um jogador infiltrado, mas que grande filha-da-putice, de nome Rochemback, apelido evidentemente alemão, quiçá descendente de espiões aliados da CIA, alojados na RFA no combate à liberdade socialista vivida do lado de lá da cortina de ferro, e além disso o jogador em questão é um gordo de merda, distribuísse ele socialistamente pelos seus colegas subnutridos aquilo que come e outro galo cantaria, e agora vou pôr aqui um ponto final parágrafo porque já há muito tempo que não uso um e sinto algumas saudades.



O que mais deve indignar os amantes do bom futebol são as atitudes de teutões e lusos, que mostram com clareza meridiana até que ponto pode chegar a exploração do homem pelo homem, então não é que os lagartos faziam tudo o que os alemães mandavam, e eu a julgar que isto de os portugueses serem capachos de estrangeiros havia acabado com o Durão Barroso, mas afinal parece que me enganei, azar da merda. Foi assim que Frank Ribéry, francês colaboracionista na esteira do marechal Pétain, provando que a História até no pontapé na bola se repete, pediu ao Derlei, Dá-me a bola, brazuca dum raio, Dou sim, respondeu aquele, convencido ingenuamente de estar a cometer uma boa acção ao partilhar a bola com o seu suposto adversário, suposto porque entre povos não há adversários e sim uma imensa fraternidade debaixo do princípio comum da luta contra o patronato, só que o Ribéry nunca leu Lenine, e após ter recebido o esférico do Derlei, perguntou ao Polga, Polga, deixas-me passar, ao que aquele não só anuiu como se comprometeu a dar cabo do Tonel pelo caminho, e lá vai o Ribéry, esse agente colaborador, já lembra não só o Pétain mas também o Junot, vejam como se aproxima da baliza sportinguista, Tiago, abre as pernas para eu marcar, Abro sim, está bom ou queres mais, Não, está bom, e Ribéry chuta e Ribéry marca e golo do Bayern de Munique e pronto, bela merda, está tudo fodido, os mais fracos, por mais que lutem, hão-de acabar sempre por ser oprimidos pelos mais poderosos.



O que se seguiu no jogo foi nada mais do que o desfiar deste novelo traiçoeiro. O colaboracionista Ribéry marcou mais um, o polaco Klose que joga pela Alemanha, olvidando anos de sofrimento que o seu país passou à conta das forças fascistas e imperialistas nazis, meteu um golo em fora-de-jogo com o pénis, mas que caralho, era como se estivesse a dizer a todos os que assistiam, Tomem lá, vão-se foder, e os jogadores do Sporting impotentes face a tal ousadia ainda permitiram que o brochista do Luca Toni, italiano cabrão que revisitou o Eixo ao auxiliar com dois golos idiotas os teutões no massacre de 10 inocentes sportinguistas, não estou a contar com o Rochemback, já sabem, aquele barril é um infiltrado, actuassem os jogadores leoninos com foices e martelos gloriosos, imbuídos do espírito do proletariado, e haviam de ver se o resultado não seria outro, mas há pessoas em cujos corações a voz da revolta ainda não se instalou, o que é uma merda, mas também o que seria de se esperar num clube fundado por aristocratas, ora que porra!!!!

Comentários às últimas incidências futebolísticas, em particular a uma certa cabazada ocorrida ontem

Esforço, dedicação, devoção e glória: eis o Sporting...

...de Braga!

Há, confesso, alturas em que sinto vergonha em ser sportinguista. Uma dessas ocasiões foi no passado sábado, onde o Sporting venceu por uns meros 3 a 2 um Benfica nitidamente fragilizado, incapaz de jogar futebol que prestasse. Se o Sporting tivesse sido uma equipa eficaz, o resultado rezaria 10 a 2, o Benfica teria sido humilhado e o David Luiz correria ao barbeiro mais próximo para tirar aquela escova palha-de-aço que ostenta por cima da sua cabeça tonta. Mas não, só marcámos 3, e eu senti vergonha, porque era uma oportunidade de ouro de rebentarmos a bilha aos lamps, e deixámo-la escapar.

Maior vergonha, contudo, foi a que o SCP me fez passar ontem. É que o Sporting não se limitou a perder. Também não se limitou a ser humilhado. Perder 5 a 0 em casa com o Bayern, que por acaso ontem vestia de branco mas normalmente enverga uma camisola vermelha, não é uma derrota, não é uma humilhação. É algo mais do que isso. O Sporting foi cilindrado, enrabado, espezinhado, ridicularizado... e pelos vistos, gostou. A exibição do Sporting ontem em Alvalade lembra aqueles "machões" que passam o tempo a falar mal dos homossexuais, mas que a partir do momento em que levam uma carga de piçada de um grupo de amigos num bar de motoqueiros, tomam o gosto pela coisa e já não querem mais nada na vida. Assim foi o Sporting, ontem: tudo muito bem, muito bonito e tal, jogo fixe, até começar a levar o primeiro. A partir da altura em que o primeiro entrou, o Sporting resolveu abrir as pernas e vai de deixar vir todo e qualquer panzer que por ali se enfiasse. Resultado: 5 a 0!

E agora, no próximo fim-de-semana, os jogadores do Porto vão tentar fazer algo semelhante, porque já perceberam que o Sporting é uma daquelas putas fáceis, que cobra barato e faz tudo o que o cliente pedir. Mas TUDO mesmo, até deixar entrar golos com a picha, tipo o de ontem marcado pelo Klose (aquilo é que foi um golo do caralho!!!). Se o Hulk disser, com jeitinho, aos defesas do Sporting, "Caras, me deixam passar o meio-campo todinho e botar essa droga de bola no gol de vocês?", estes responderão, educadinhos, "Sim, com certeza, faça favor, senhor Hulk. Já agora, não nos quer botar mais qualquer coisinha?"

Paneleirecos... Às vezes, só me dá vontade é de ser adepto do Trofense!

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Foi Carnaval, ninguém levou a mal...

Pessoalmente, considero o Carnaval a época festiva mais parva e desinteressante que existe. Nunca achei grande piada ao Carnaval, nem mesmo em criança. Máscaras, balões de água, bisnagas e uma caixa de ovos podres na cabeça da mãe do Júlio, aquele estúpido que me pregou uma rasteira quando estava na 3ª classe, foram coisas a que pouca importância dei. E à medida que fui crescendo, menos carnavalesco me tornei. Hoje, olho para os miúdos, invariavelmente travestidos de Homem-Aranha (contei uns 4332, só ontem), de Zorro (uns 96), de pirata (uns 24), de sevilhana (umas 674), de bruxa (umas 2435456829) e outros clichés mascarados afins, e sinto pena deles. E olho para os adultos, e sinto vergonha: nos dias de Carnaval, vestem-se com uma tanguinha e um biquini, abanam-se ao som de música idiota, gritam com vozes esganiçadas e soltam a franga como não a soltam nos outros 362 dias do ano. E as mulheres ainda são piores...

Na verdade, o Carnaval é uma imensa parada gay que dura três dias. Ou uma espécie de Big Show Sic, nonstop, onde qualquer vulgarão faz o papel de João Baião. E para mim, tudo o que remotamente faça lembrar o Big Show Sic é de fugir a sete pés. Com a agravante de entre o Carnaval e o Big Show Sic não haver semelhanças remotas e, isso sim, beeeeeem próximas.

E há outra coisa que me faz odiar o Carnaval. Três palavrinhas apenas: Alberto, João e Jardim. O país fica suspenso para saber se o Alberto desfila. O país pára para ver no que Alberto se mascara. Fazem-se apostas, debatem-se alternativas. Virá de zulu, pensam alguns. Não, este ano virá de sevilhana, pensam outros. De orangotango com síndrome de down, penso eu, até concluir que essa é a máscara que ele usa todos os dias, portanto não pode ser. E depois o Alberto surpreende tudo e todos e afirma que este ano não vai desfilar, e cumpre a promessa. E o Carnaval fica mais pobre, pois é menos um otário a abanar-se pelas ruas onde circulam os corsos e os foliões.

O que me vale é que este período festivo já acabou. Tirando umas quantas serpentinas e confetti espalhados pelo chão, aqui e ali acompanhados por umas cascas de ovos, já não há provas de que tal absurdo se tenha realizado neste país, um país deveras respeitável, culto, com uma população digna e avessa a circos ao ar livre realizados em pleno Fevereiro.

Que se foda o Carnaval...

P.S.: Peço desculpa, mas não tenho tido tempo para comentar os vossos comentários aos posts, nem tão-pouco para visitar os vossos blogues. Razões laborais... Creio que a partir da próxima semana a minha actividade bloguística voltará ao normal. Continuem a aparecer por cá.

segunda-feira, fevereiro 23, 2009

NOTÍCIA: O autor deste blogue foi violentamente atacado em casa pela sua legítima (4)

(conclusão dos posts anteriores)



Voltou a esfregar. O que eu sentia já não eram alfinetes mas sim punhais. A dor tornava-se mais e mais lancinante à medida que o creme esfoliante se espalhava pelo meu rosto. Era insuportável e cheguei mesmo a pensar que iria morrer ali, desprezado, abandonado, com cara de menina.
Até que a campainha soou. Quem seria? Não fazia a mínima ideia, mas o mero facto fez reacender em mim uma réstea de esperança.
Mas o carrasco de lingerie verde e branca fez logo questão de refrear o entusiasmo que, temporariamente, se apoderou de mim:
- Vou ver quem é. - disse - E tu, fica quieto. Não abras a boquinha, caso contrário, já sabes!... - e apontou para o pó de talco.
Vestiu o robe, de molde a cobrir as partes, e foi à porta. Do meu cativeiro, amarrado e impossibilitado de falar, ouvia tudo:
- Quem é? - perguntou a minha gaja.
- Sou eu - respondeu do outro lado uma voz masculina, que reconheci como sendo do vizinho em frente.
Ouvi o ranger da porta que se abria. Só me apetecia gritar por socorro, mas a visão de ter pó de talco passado pelo meu rabo peludo dissuadiu-me. Aguardei.
- Bom dia, vizinha. Escutei gritos que pareciam vir daqui e vim ver se estava tudo bem.
- Está sim - observou a serpente - Aqui ninguém gritou, devia ser da televisão.
- Então e o seu companheiro, está cá?
- Não, não! - mentiu, descarada - Ele foi em viagem à Alemanha, parece que há uma conferência em Frankfurt sobre o bigode do Nietzsche. Enfim, sabe como o meu esposo gosta de bigodes...
- Ah... - interjeitou o vizinho, vencido pelas aldrabices da minha gaja.
Eu queria intervir. Queria dizer-lhe "Não te vás embora, cabrão de merda. Chama a polícia! Ah, e vê lá se passas a estacionar o calhambeque em condições", mas impedido que estava de falar, que poderia eu fazer? A angústia, o medo, a ansiedade estavam a dar cabo de mim. A força que eu fazia ao pensar numa solução dilatava-me as veias... até que, inesperadamente, teve outra consequência: saiu-me um peido, mas um peido que se escutou em todo o bairro, tal a potência decibélica da coisa. O vizinho reagiu de imediato:
- Aquilo foi um peido?
- Ahmm, ahnnn... aquilo o quê?! - disfarçou, desconfortável, a minha gaja?
- Aquele som! Foi um peido, e pela tonalidade, foi dos do seu companheiro!
- Impossível! - josésocratizou ela - Ele está na Alemanha, recorda-se?
- Então quem mandou aquela bomba? - insistiu.
- Ah, talvez tenha sido o cão... mas eu não ouvi nada. O vizinho é que anda a escutar coisas a mais, ainda há pouco disse ter ouvido gritos.
- Humpf! - respondeu, ofendido, o senhor - Bom dia, então, e até à próxima - concluiu, arrogantemente, e pisgou-se.
Escutei a porta a fechar-se e de novo o meu carrasco a aproximar-se. O descanso tinha acabado, e as minhas últimas esperanças também. Estava definitivamente condenado...
- O que foi aquilo, meu estúpido? - inquiriu, no momento em que se chegava a mim, pronta para mais umas quantas besuntadelas de creme.
- Peidei-me, desculpa... foram os nervos.
- Se tentas mais alguma brincadeira, juro pela saúde da Oprah que vou ao programa do Goucha e envergonho-te para o resto da vida. E agora, cabeça para cima, quero esfregar-te o pescoço!
Foi o fim. Era como se a minha pele se rasgasse. Já não aguentava tanta dor, e muito menos a humilhação de ficar com uma carinha laroca. Começou a faltar-me a respiração. Ainda avisei:
- Gaja, não consigo respirar...
- Cala-te - respondeu, insensível - Deixa-me terminar o trabalho.
- Dói-me o peito!
- Maricas, és mesmo um maricas!
- Não, não sou, mas estou a ficar um por causa de ti. Ahhhhhhhh.
Desmaiei. O que foi bom, pois deixei de sentir as sevícias provocadas pela minha gaja. Já não sentia o creme, nem os dedos cruéis a passar-me pelo rosto, era como se tudo não tivesse passado de um sonho.
Mas não foi um sonho. Acordei mais tarde na cama de um hospital. Uma enfermeira cuidava do saco do soro. Chamei-a, voz fraca, até mim.
- O que aconteceu? - soltei, a custo.
- O menino desmaiou e teve uma paragem cardio-respiratória. - informou-me.
- Foda-se!
- Está alguém lá fora para vê-lo, posso mandar entrar?
- Quem é?
- É a sua mulher! - disse, solícita.
- Não quero vê-la! - comuniquei, enquanto me virava no leito.
- Então vou já chamá-la. - e saiu, a estúpida de merda.
A minha gaja entrou, ladeada pela parva da enfermeira.
- Que tragédia - disse esta última, mais para a minha gaja do que para mim - Tão novo e já com problemas tão graves. Mas tem um rosto lindíssimo! Como é que...
- Ah, é tudo graças a mim - interrompeu de pronto a serpente - Tenho lá um creme esfoliante que faz milagres, já lhe dou o nome. Tem papel e caneta?
E ficaram as duas a falar, aos pés da cama, e eu ali, padecendo. A última coisa que ouvi foi a enfermeira estúpida a dizer que ia esfolar o marido com o creme, e eu lamentei o destino da humanidade. Desmaiei novamente, e só voltei a acordar dois dias depois. Voltei para casa, tendo o meu rosto sido elogiado por todas as mulheres e vilipendiado por todos os homens com que me cruzei. Sentei-me há pouco ao computador e pus-me a narrar esta história horrível, para que sirva de aviso a todos. E agora adeus, despeço-me, pois a minha gaja está à porta do escritório, a ameaçar-me com um frasco de esfoliante numa mão, e pó de talco na outra. Tenho a impressão de que vou parar de novo ao hospital.
Rezem por mim, sim?
Obrigado.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

NOTÍCIA: O autor deste blogue foi violentamente atacado em casa pela sua legítima (3)

(continuação dos posts anteriores)

- Não o faças, peço-te! - supliquei, em desespero.
No entanto, qualquer pedido era infrutífero. Ela estava realmente decidida a espalhar aquela porcaria pelo meu rosto, outrora rugoso e atroz, de macho. Debati-me tanto quanto pude, mas com pernas e braços amarrados, pouco ou nada podia fazer. Nem a minha pila, há pouco erecta, aguentou: estava agora mirradinha, escondidinha.
Aproveitando este meu estado de fragilidade, a serpente silvou:
- Vais ficar com uma carinha linda, suave como rabinho de bebé! - e riu-se, sardonicamente - Ihihihihihihihih!
O suor começou a descer-me em bica pelas têmporas, pelas costas, pela testa, pelo raio que me parta! O terror apoderara-se definitivamente de mim, à medida que aquelas mãos (ameaçadoras mãos...) besuntadas em creme esfoliante se aproximavam da minha face hominídea, agora prestes a sofrer uma mutação metrossexual. Não contente, o algoz ainda zombava:
- Diz adeus aos teus pontos negros e à tua pele áspera. Vou esfolar-te todo!
Novamente supliquei, já com a voz embargada e lágrimas à espreita:
- N-n-n-n-ão... por favor, não! Faço tudo o que quiseres! Prometo, até, e doravante, lavar a loiça três vezes ao dia, mas preserva o meu aspecto másculo e viril!
- Ha! - retrucou - Não me compras com ninharias! - exclamou, gozona - Poupa o teu latim, é impossível convenceres-me. Agora fica quieto: resistir só tornará tudo mais difícil... para ti, claro! - e de novo atirou aquele riso maléfico - Ihihihihihihihihihihi!
- Mas pensa em mim! - insisti - Pensa no que dirão os meus amigos! Se apareço nos jogos de futebol com cara de menina, põem-me fora da equipa! O futebol não é para meninas, nunca ouviste dizer?!
- Cala-te! - ripostou. Compreendi que não valia a pena argumentar. A minha gaja estava surda para tudo o que lhe pudesse dizer. Comecei a soluçar, baixinho, e enfrentei o meu destino.
As suas mãos tocaram-me a face. Estremeci todo ao sentir aquele creme frio na pele. E depois veio o pior: as mãos principiaram o acto de esfregar. Honestamente, não sou capaz de exprimir aquilo que vivi, era como se pequenos alfinetes me espetassem o rosto. Senti-me desfalecer, porém ainda tive forças para gritar por ajuda, na esperança de alguém me ouvir.
- AAHHH, SOCORRO, ACUDAM, Ó DA GUARDA, AHHHHH, ALGUÉM ME AJUDE, CHAMEM O ROCHEMBACK, AHHH...
Paf! A minha gaja acabava de me aplicar um estaladão. E ameaçou, num tom aterrorizador:
- Ouve, se abres mais essa boquinha, juro que te ponho pó de talco no cu!
Calei-me. Pó de talco no traseiro seria a última e definitiva humilhação. Já estava a ver os meus companheiros de bola: "Olá, estás todo bonito e tal... andaste a passar creme esfoliante nas fuças, foi? E (snif, snif) que cheiro é este? Pó de talco? E vem da tua peida! Ouve lá, andas com o rabo assado é? Enfiaram-te qualquer coisa no cu, foi? Desaparece já do ringue, meu paneleirão!". Não! Eu não queria isto! Podia aguentar tudo, menos pó de talco no cu. Tinha de ficar de boca fechada, a aguardar o desfecho daquele flagelo.
(acaba na segunda-feira)

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

NOTÍCIA: O autor deste blogue foi violentamente atacado em casa pela sua legítima (2)

(continuação do post anterior)

E que visão! Com uma deliciosa lingerie verde e branca, a cara-metade esperava-me, sensual e insinuante, na casa-de-banho, chamando-me suavemente com o indicador. Lento, aproximei-me, já em ponto de rebuçado e com os pêlos e a pila e os pêlos da pila eriçados. "Então ela quer fazê-lo no W.C.?", pensei. "Kinky! Que fixe!" Entrei na pequena divisão e beijei, de modo ardente, a minha gaja. De relance, pareceu-me que ela tinha uma mão atrás das costas, segurando um frasco, mas não liguei; tivesse-o notado com mais clareza, e talvez conseguisse evitar tudo o que se seguiu. Mas acontece que a sorte é madrasta e não usa lingerie provocante verde e branca, de maneiras que só tarde demais dei conta do plano maquiavélico urdido por aquela coisa má que se diz minha companheira.
- Vá, senta-te aí na borda da banheira! - ordenou-me.
- O que vais fazer? - questionei, com um sorriso perverso nos lábios, supondo que iria ocorrer qualquer coisa do foro javardo-sexual. Vã ilusão...
- Já vais ver - respondeu, passando o seu braço esquerdo em torno do meu pescocinho - Mas primeiro, fecha os olhos e mete as mãos sobre os joelhos. - e, continuando - Relaxa! Eu sei o que estou a fazer, amorzinho!
Fiz tudo quanto me pedia, entusiasmado ainda pelo desenrolar dos acontecimentos. Senti uma corda a prender-me as pernas, depois outra a atar-me as mãos atrás das costas. "Bondage e S&M...", reflectia eu. "A minha gaja anda a ver uns filmes baris".
Julgava ir divertir-me, mas agora, olhando retrospectivamente, percebo o tolo e imbecil que fui, enganado por aquela serpente verde e branca.
- Vá, já podes abrir os olhos. - obedeci - Estás a ver aquele frasco? - perguntou-me, enquanto eu procurava fixar a visão no objecto.
- Sim, mas não consigo ler o rótulo. É vaselina? - lancei, sorridente, pois continuava a pensar que iria levar dali qualquer coisa. De facto levei, porém não aquilo por que ansiava.
- Não, seu tonto!
Estas últimas palavras, proferiu-as num tom diferente. Em vez da doçura e suavidade anteriores, agora ela era toda agressividade e arrogância. Comecei a ficar com uma ponta de medo. Uma pequena pausa, e retomou:
- Este frasco contém um creme esfoliante, e vou passar-to pela tromba! - atirou.
Pronto! Foi o bastante para me cair o coração aos pés, e todos os meus sonhos de badalhoquice com corpos suados de paixão no chão do W.C. se esfumaram de imediato.

(continua amanhã)

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

NOTÍCIA: O autor deste blogue foi violentamente atacado em casa pela sua legítima

Já passei por momentos de puro terror na minha vida. Episódios que fariam qualquer Schwarzenegger cagar-se pelas calças, mas que a mim só provocaram ataques espasmódicos de diarreia. Recordo-me, por exemplo, daquele dia (corria o ano de 1994) em que o Sporting perdeu 3 a 6 com o Benfica. Fiquei sem pregar olho durante duas semanas, tal o impacto que aquele holocausto em forma de jogo de futebol teve em mim. Pior ainda foi quando vi, escarrapachada na primeira página de um jornal, a fotografia do Alberto João Jardim em cuecas. Fiquei sem respirar durante vários segundos, e só não caí redondo no chão porque o dono do quiosque, reparando na minha apoplexia, teve o bom senso de virar o jornal ao contrário, salvando-me assim a vida. Mais recentemente, o meu corpo respondeu com pontadas fortes no coração (medo puro!!!) ao anúncio, em 2005, de que o Mário Soares seria candidato às Presidenciais do ano seguinte... e que o Louçã também!

Mas nada, nada do que eu já experienciei se compara ao que fui sujeito ontem. Só de pensar nisso, tremo. Sinto, dentro de mim, que jamais recuperarei de tal flagelo. Sinto, dentro de mim, que ficarei eternamente marcado. E sinto, dentro de mim, que o Sporting vai ser campeão, mas mesmo isso não bastará para apaziguar o meu inquieto e perturbado espírito.

Espero, pois, que os leitores deste post se preparem. O que irei relatar constitui, sem sombra de dúvida, a narração mais horrível de todos os tempos. Se acharem que não possuem estômago, é preferível abandonar a leitura já aqui. Não me responsabilizo por danos psicológicos, físicos, morais, filosóficos, culinários, sexuais, desportivos, políticos ou de qualquer outro género que possam vir a ser provocados por este texto.

Esclarecido isto, cá vai. A partir daqui, estão por vossa conta e risco. Não digam que não avisei...

Todas as histórias de terror têm um início pueril, quando não efectivamente feliz. A história que ora se conta não é excepção. Ela começa bem. Muito bem, aliás. Começa comigo sentado no sofá da sala, a ver pela quinquagésima milésima segunda vez o Carne, com a ultraboazona da Francesca Dellera. Nisto, chega-me uma voz melíflua aos ouvidos... era a minha gaja:
-Amorzito - cantava ela, qual sereia maldita - Anda cá, tenho uma coisa para ti! - continuou.
- O que é? - perguntei, curioso, ao mesmo tempo que me levantava do sofá.
- Ah, vem cá e já vês.
O pedido, feito sempre naquele tom doce e lânguido, convenceu-me. Desliguei o dvd e segui, qual caçador seguindo a presa, a música que flutuava das palavras da minha gaja. [pausa: fónix, que metáfora tão estúpida e pirosa... parece que ando a aprender a escrever com a Margarida Rebelo Pinto!]
- Estou aqui! - diz-me ela. Mas eu não estava preparado para aquela visão.
(continua amanhã)

terça-feira, fevereiro 17, 2009

Hoje como não tenho tempo para mais, deixo apenas uma singela pergunta

Sou só eu que odeio o Malato, ou há por aí mais gente que também adoraria pregar-lhe uma rasteira e pontapear aquela boca até ele perder os dentes todos? Irra, que tipo mais chato...

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Sim, está bem, mas o que eu gostava de saber era: fazes isto como profissão ou é meramente um hobby?


(alguém faça o favor de avisar o albardas que grafou este "anúncio" que não é necessário estar a esforçar-se: elas sangram por si próprias... é preciso é escolher bem a altura do mês!!!)

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Uma parvoíce & uma descoberta & um conselho que é ao mesmo tempo uma reclamação

Parvoíce do dia: vi vários jovens de manga curta na rua. É certo que o dia está mais quentinho que os anteriores, mas daí a andar de manga curta, vai uma distância enorme. Ainda estamos no Inverno, não é verdade? Ou já passámos para o Verão e eu não fui avisado?

O melhor é que um dos vários jovens de manga curta com que me debrucei hoje estava visivelmente enregelado, de braços cruzados e a tiritar com frio... é bem feito, meu cabrão de merda, quem te manda vir para a rua mostrar o caparro por baixo de uma t-shirtzinha justa? Quem te manda esquecer o casaco em casa, meu artolas? Quem é que querias impressionar, minha besta? Sair de manga curta em pleno Fevereiro, mesmo que o dia prometa sol, não é sinal de macheza, é sim de estupidez. E das grandes. Hás-de apanhar uma pneumonia e ser obrigado a andar, em pleno Agosto, com cobertores pelas costas. Meu parvalhão...

(está bem, está bem: o que eu tenho é inveja! Quem me dera conseguir andar também pela rua só com uma t-shirt pelo tronco. Já estou farto de camisolas e casacos...)

Descoberta do dia: cheguei à conclusão de que as pessoas, designadamente os lisboetas, se dividem em três grupos consoante a maneira de pronunciar EXPO.

Há o grupo dos que dizem ÉKÇPÓ (ficou bonito, isto. Parece uma palavra russa...).

Há, também, o grupo dos que dizem ÉISHPÓ.

E há, ainda, o grupo dos que dizem ÉS PÓ (assim, com um ligeiro intervalo entre a primeira e a segunda sílabas).

Sendo assim, lanço uma pergunta aos leitores do blogue: a qual destes três grupos pertencem? Eu confesso desde já que caio debaixo do segundo.

Conselho do dia: já aqui falei, há algum tempo, acerca do conceito filosófico de Psicofoda. Ora, parece que está prestes a sair, com a chancela da Bizâncio, o livro que constitui a melhor exposição sobre o tema. O título em português é já de si sugestivo: Não me Fodam o Juízo. Aplaudo a ousadia, mas tenho apenas a reclamar da capa, pois o FODAM vem censurado. A capa vai mostrar apenas Não me F**** o Juízo. Que é esta merda, pá?!?! Os bifes e os amaricados publicaram o original Mindfuck sem problemas! Porque é que nós temos de apanhar com o lápis azul dos censores do(s) costume(s)? Aposto que fizeram isso só para me foder o juízo...

Seja como for, é o lançamento do ano. Já encomendei o meu. Adoro filosofia com tomates!!!!

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Ir ao supermercado é sempre um acontecimento especial... muito especial!

Ir ao supermercado é uma aventura. Quem não gosta muito é a minha gaja, porque, de acordo com ela, faço-a sempre passar por vergonhas. Por acaso não percebo, uma vez que o meu comportamento em público é perfeitamente normal... excepto a flatulência. E o gritar "Spooorting" de 10 em 10 minutos. E o fazer flexões com uma posta de pescada por baixo quando chego junto dos congelados. Mas mesmo isto não constitui nenhuma aberração, parece-me. Bom, adiante...

Hoje, a minha gaja, apesar de contrariada, teve de levar com a minha companhia no supermercado. Eu bem a vi tapar a cara quando nós entrámos, eu bem a ouvi sussurrar "espero não encontrar aqui nenhuma vizinha", eu bem reparei nela a fugir de mim, só para não pensarem que estávamos juntos. Caguei, afinal quem ia pagar era eu, porque lhe roubei a carteira... mais cedo ou mais tarde, tinha de vir ter comigo!

A primeira coisa que fiz foi pegar no carrinho. Pá, o que eu gosto de conduzir carrinhos de supermercado a toda a brida! É nestas alturas que eu chego à conclusão que aqueles pilotos da Fórmula 1, do Paris Dakar e do diabo a sete são todos uns paneleiros! A arte da condução vê-se nos supermercados, caraças!!!! Passar por aqueles corredores estreitos quando está um carro com uma velha de um lado e outro carro com uma cigana do outro é uma façanha digna do Ayrton Senna antes de se espetar no muro! E controlar o carrinho depois de derrapar nos ovos partidos pelo chão?! Sem atropelar o puto que, ao pé, brinca com os peluches do Noddy! Nem o Sainz é capaz de um domínio automobilístico igual! O mau, mesmo mau, é quando me espeto contra as latas de feijão, o que aconteceu de novo hoje (5 em cada 6 vezes que vou ao super, espeto-me contra as latas de feijão. A outra vez, espeto-me contra as mamas da gaja que está ao balcão dos queijos e enchidos).

Abandonado o carrinho, fuji do corredor dos enlatados. O problema é que cortei à direita, em vez de à esquerda: dou de caras com a minha némesis. Fico parado, a babar-me, sem reacção. A salvação foi a minha gaja, que ao ver-me em estado de catatonia, salivando para o solo e soltando coisas como "Gêêêêê, nham... ahhhhhhhh, que delícia", veio ter comigo e pregou-me um valente estalo na cara. "Estavas a olhar para aquela gaja de mini-saia, meu estúpido?", e eu: "Qual gaja? Só vejo gelados!!!!! Quero-os todos!", e era verdade. Saí dali arrastado, antes que perdesse a cabeça e me lançasse, todo nu, para as arcas dos gelados, onde faria como o Tio Patinhas e tomaria um banho naqueles cremes todos. Ahhhh, só de pensar nisso já fico com água na boca... "Seu estúpido", diz a minha gaja, "já te esqueceste do que aconteceu no Continente do Montijo? Tiveram de chamar os bombeiros para te tirar de ao pé dos gelados. Só fazes porcaria! Toma juízo e vê lá se vais mas é buscar qualquer coisa para o nosso almoço!" Lá recobrei os sentidos e fui buscar cenas para o almoço. Primeiro, as bebidas: vodka, cerveja preta, vinho branco, vinho verde, vinho tinto, pisang ambon, blue curaçau, anis, e um martinizito para servir de aperitivo. Depois, as comidas: cajus, amendoins, pistachios, passas, figos, bolachas. Acarto tudo para o meu colo, até que a minha gaja põe de novo os olhos em mim. "O que estás a fazer?!?!?", pergunta, ameaçadoramente. "Então, estou a fazer o que disseste: trazer coisas para o almoço!". "Arrrrrrrgggghhhhh", grunhe ela, e pimba, espeta-me mais um estaladão.

Um casal de ciganos com uma criança dentro do carrinho vê a cena e chega-se junto de nós. Diz o cigano: "Hehehe, ganda estaladão. Se fosse minha mulher, estava já a apanhar com o cinto!". Eu, diplomaticamente, respondo: "E se tu fosses minha mulher, estavas já a levar na peida ao som dos Hawkwind. Ah, e o teu filho parece o Hans Castorp antes de ir para o sanatório nas montanhas". O tipo ficou a pensar nisto, esboçou ainda dar-me um soco, mas como não percebeu o argumento (enfim, é o que dá não ter cultura musical nem ter lido a Montanha Mágica...), limitou-se a trocar olhares com a mulher e zarpou dali para fora. Ao longe, ainda ouvi a cigana: "Vês, Lelo, vês? Estou sempre a avisar-te para não te meteres com malucos". Estúpida de merda, agora a chamar maluco assim a qualquer pessoa...

Quando a minha gaja chegou à caixa é que as coisas ficaram bonitas: quis pagar, não conseguiu (afinal, quem tinha a carteira era eu...). Entrou em pânico: "Mas eu sei que tinha a carteira na mala! E agora?". O rapaz da caixa olhava reprovadoramente, as pessoas na fila reclamavam, dois seguranças já se aproximavam, prontos para arrestar os sacos ou prender a prevaricadora, que agora estava quase, quase a chorar, até que eu saco da abençoada carteira, retiro o cartão e zucas, toca de pagar. "Tens de ter mais cuidado, encontrei a tua carteira ali perdida junto das frutas. Vá, vamos para casa e vê lá se não me envergonhas mais!", atirei eu, e em resposta a minha companheira atirou-me um murro que me deixou inconsciente durante meia-hora.

Enfim, é sempre divertido ir às compras...

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Esta é mesmo muito inteligente...

- Então pá, o que estás a achar do concerto da Norah Jones?
- Não sei, mas a gaja jazz calava!!


(muito profunda, admitam...)

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Acabado de acontecer

Hoje, a merda de um teste. A profe. entrega os enunciados. Leio: pede-me para dissertar acerca do conceito de informação e suas diferenças face aos de comunicação e documentação. "Foda-se!", penso de mim para mim, "quero lá saber desta merda! Vou é debitar antes patetices sobre o 4x4x2 em losango do Paulo Bento, com e sem o João Moutinho."

Uma colega chega atrasada e espavorida, interrompendo a aula. Desculpa-se à profe. e à turma. Pega no enunciado e escolhe um lugar, para onde se dirige. Os restantes alunos já estão novamente debruçados sobre a folha de teste. Acabo de redigir: "No notável ano de 1906, nasce o notável Sporting Clube de Portugal: notável!".

Nisto, ouve-se um estrondo: pááááá, catrapumbas! A colega que tinha chegado atrasada cai da cadeira e fica toda esparramada pelo chão da sala. Aos ais e uis lançados sofridamente, acolhem, solícitos, a profe. e vários alunos. Instala-se o pânico. Todos soltam exclamações e frases parvas, do género "Ahhhh", "Ohhhh", "Coitada, será que se magoou!?!"

Todos, menos um palhaço. Este palhaço levanta-se da sua cadeira e olha para a colega, agora a ser levantada do chão pelos alunos mais preocupados. Com a sua voz forte e sonora, de trovão, e com o ar mais natural do mundo, o palhaço lança, lapidarmente:

"Foda-se, não achas que estás a levar a cena do «break a leg» demasiado à letra?!?"

Ouvem-se comentários recriminadores:
"Estúpido", "Impertinente", "Insensível", "Devias estar tu ali caído pelo chão".

Escusado será dizer que o palhaço era eu. Bem sei que era aula de teste, mas ainda assim merecia ter ido para a rua. Tenho de deixar de ser menos sádico...

(a colega, entretanto, ficou bem. Mas parece que não mais quer ver-me até ao final dos seus dias. É justo...)

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

O Peter of Pan responde a um desafio

Mas antes, um ponto prévio: não, este blogue ainda não se imolou. Mas esteve perto. A minha gaja, sempre solícita, até fez o favor de me trazer a gasolina e a caixa de fósforos. Quando, porém, me preparava para regar o meu esbelto corpinho, juntamente com o computador em que debito as alarvidades diárias, e fazer como o grande Thich Quang Du'c, fui impedido pelo meu cão de ir avante! Disse-me ele: "Ãoãoão, roof, woof, auauauau, grrrr, ão, rauf!", que traduzido dá qualquer coisa como "Ouve lá, ó parvalhão, mas vais imolar-te só porque o Sporting perdeu? Já devias estar mais do que habituado. Deixa-te de coisas e vai-me mas é buscar o osso que está guardado no frigorífico, e é se queres que eu não te morda o rabo!". O argumento do canito convenceu-me, e lá abandonei a ideia de me imolar pelo fogo, para grande tristeza da minha gaja, que já via no acto a possibilidade de arranjar lenha de graça.

Bom, mas agora cumpro uma promessa feita: a resposta ao desafio que a Daniela Major lançou no seu blogue Câmara dos Lordes: tenho de dizer seis particularidades minhas. Normalmente não ligo puto a desafios do género, mas como a Daniela é uma leitora antiga e extremamente assídua (o que, sinceramente, me faz temer pela sua sanidade...), cá vai disto!

Seis particularidades minhas, então:

Uma - Não há um dia em que não ouça heavy metal. Adoooooro heavy metal. Sou viciado em heavy metal. Já no que toca a música a sério, não vou lá muito à bola.

Duas - tenho recorrentemente pensamentos suicidas. Ontem, por exemplo, só pensava no que sucederia se os jogadores do Porto e do Benfica se suicidassem. No sábado, passei o dia a matutar no que aconteceria se os militantes do Bloco de Esquerda presentes ao congresso realizado este fim-de-semana tomassem cianeto. E há uns dias sonhei que o Sócrates se suicidava politicamente à conta de um escândalo de corrupção que envolvia uns Outlets no Ribatejo e cenas assim, maradas.

Três - Detesto filmes pornográficos com cenas de lesbianismo. Como é óbvio, estou a mentir...

Quatro - A minha gaja tem metade do meu tamanho, mas dá-me porrada de criar bicho! Todos os dias! Já meti queixa na APAV. Ela, quando soube, bateu-me...

Cinco - Sou um cozinheiro de primeira... aqui há tempos tentei fazer um ovo cozido e saíu-me uma bomba de fragmentação. Faz melhor, Chefe Silva!!!!

Era suposto eu passar este desafio a seis pessoas, não fosse a minha particularidade número Seis - Sou um gajo completamente do contra! Portanto, não passo isto a ninguém! Azarito!

Ahhhh, está bem, pronto... sou um coração-mole. Vou passar a batata quente a seis blogues, quem aceitar, aceitou, quem não aceitar, não aceitou (duhhhh!!!!). Divirtam-se:

A Minha Vida Dava 1 Blogue
Pensamentos
4R's
Porque Sim!... Ora
O Meu Outro Lado
Subtilezas

domingo, fevereiro 08, 2009

O verdadeiro problema do Freeport

está em não se chamar Freeporn.

(é seca? É! É estúpida? Sim! Mas, e daí?)


P.S.: Amanhã, o PeterofPan responde a um desafio lançado por outro blogue. Isto, claro, se o Sporting ganhar. Se o Sporting perder, o blogue auto-imolar-se-á.

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

O Pacheco Pereira apareceu-me!

Dificilmente se encontram estados de existência mais estranhos do que aqueles que se dão no limiar entre o dormir e o estar acordado. Aquela fronteira é tudo menos normal, porque por um lado estamos conscientes, ao contrário da fase de sono, mas por outro lado essa consciência ainda está meio moribunda, pois não estamos bem acordados, estamos assim-assim, parece até que sob o efeito de drogas ou de um congresso do CDS/PP.

Hoje, deviam ser aí umas 6 da manhã, passei por um momento desses. Estava acordado, mas ainda anestesiado do sono, e as imagens dos sonhos da noite anterior ainda povoavam a minha mente... até que me apareceu uma nova: vejo, qual alucinação marada num deserto soalheiro, o Pacheco Pereira a aparecer diante de mim vestido à sevilhana, com uma castanhola a matraquear em cada mão enquanto cantava "Venga, venga, venga votar en Manuela Ferreira Leche!!!".

Escusado será dizer que, com o susto, acordei de vez! E não consegui mais pregar olho, e temo que hoje à noite também não o consiga, tão afectado fiquei! Mesmo afectado! Totalmente afectado! Tanto que faço desde já uma promessa: se durante a campanha eleitoral que terá lugar este ano, o Pacheco Pereira se vestir à sevilhana e surgir assim nas ruas a pedir apoio à Ferreira Leite, eu juro - mas é que juro mesmo! - esquecer que sou um gajo de extremíssima-esquerda e coloco a cruzinha no partido da seta! E ainda toco um flamencozito para acompanhar, caraças!

Bom fim-de-semana e bons sonhos.

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

O Peter of Pan opina: como devia ser o casamento!!!!!

Aqui há um par de semanas, o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, aconselhou a que as mulheres portuguesas não casassem com muçulmanos, pois, e cito, "casar com muçulmanos pode ser um monte de sarilhos".

Não comentei isto antes por duas razões:
Uma, porque andei este tempo todo preocupado em redigir a minha tese de pós-doutoramento, a apresentar à Universidade de Oxford no próximo mês de Maio, votado ao tema Constitui o facto de a Rita Pereira não mostrar as mamas no horário prime-time um flagelo ético? (atenção, este ensaio vai estilhaçar todas as fundações da ética ocidental)
Duas, porque não me apeteceu.

Mas agora já tenho a cabeça livre das mamas da Rita Pereira e já me apetece, portanto vou opinar sobre a coisa. E a minha opinião é que o cardeal está apenas meio-certo. Ele fez muito bem em sugerir às mulheres para não casarem com muçulmanos, porém isto assim é muito pouco. Típico de um teólogo... habituado que está a ler a Bíblia 5 vezes por semestre, não consegue ir à profundidade quando se trata de questões sociais. E foi esse o erro de Policarpo: não foi suficientemente longe. Porque o que ele deveria ter aconselhado era: "Mulheres: casar com homens pode ser um monte de sarilhos! Homens: casar com mulheres pode ser um monte de sarilhos!". Era nesta ferida que o beato deveria ter tocado.

Sim, a opinião é polémica, e eu próprio só tomei consciência dela ontem à noite, em virtude do terceiro golo do Sporting ontem frente ao Porto [um aparte: aquele passe do Vukcevic deveria estar no museu do Louvre, caraças! Coisa mais linda!!!!]. Explico: estava eu a seguir o jogo enquanto a minha gaja lavava a loiça, até que surge aquela jogada ma-gis-tral e pimba!, o Derlei marca aquele golaço após uma assistência inacreditável do Vuk. Empolgado por aquela obra de arte em forma de futebol, levantei-me da mesa e gritei "Goooooooolooooo, caralho!!! Golaço!!!!! Chupa, Porto, que coisa tão bela, bem que golo fantástico, o Sporting é lindo, lindo, lindo!!!! Magnífico, mostrem a repetição non-stop por uns 30 minutos, aaaaahhhhhh, Spoooooorting!!!!!"

A minha gaja, em lugar de compreender esta manifestação de júbilo, olhou para mim de lado e limitou-se a pronunciar, cadenciadamente: "Tu hoje não estás bem, pois não? Toma juízo!".

Pronto! Isto foi o suficiente para me fazer ver que, neste planeta, homens e mulheres não têm futuro juntos. É por essa razão que argumento: homens não se podem casar com mulheres e mulheres não se podem casar com homens! Se queremos que as coisas funcionem bem, temos de pôr homens a casar com homens e mulheres a casar com mulheres! Mais nada!

ATENÇÃO: não estou aqui a dizer que devemos ser todos homossexuais. Não! Eu estou a falar de casamento heterossexual com pessoas do mesmo sexo, o que é bem diferente! Nada de confusões! Defendo que homens heterossexuais devem casar com homens heterossexuais e mulheres heterossexuais com mulheres heterossexuais. Depois o sexo é com cada um...

As vantagens deste regime marietal são óbvias. Não é que se acabem os conflitos e as discussões, mas haverá certamente plataformas de entendimento bem mais alicerçadas do que nos casos dos casamentos heterossexuais com pessoas de sexos opostos. Repare-se neste diálogo entre Clara e Teresa, casadas:

Clara: Olá, esposa. Tudo bem?
Teresa: Olá, esposa. Sim, e tu?
Clara: Puf, estou cansada, vim agora de dar uma queca com o Sérgio.
Teresa: Então, e que tal?
Clara: Nada de especial. Aquilo foi mais para passar o tempo.
Teresa: Olha, já fiz o jantar. Podes ir para a mesa.
Clara: Fizeste? Mas tínhamos combinado que hoje era eu!
Teresa: Sim, mas como te atrasaste, eu fui em frente.
Clara: 'Tá bem. Mas depois quem lava a loiça sou eu!
Teresa: Nãnãnãnãnã! Hoje é a minha vez!
Clara: Ó minha vaca, nem penses! Já fizeste o jantar, da loiça trato eu!
Teresa: Só por cima dos meus sapatos mortos!
Clara: É igual! Também não tens nenhum par que preste!
Teresa: Desavergonhada! Cabra! Tu tens é inveja!
Clara: Não tenho! A tua colecção é que é uma vergonha!
Teresa: Ah é? Então vou já ali à Foreva comprar uns 50 pares, e tu ficas a lavar a loiça!
Clara: Vais à Foreva? Então também vou!
Teresa: Então vamos!
Clara: Vamos! Yiiipi!

Viram? Elucidativo! Atente-se agora num casal de homens, Sérgio e Paulo:

Sérgio: Olá, esposo. Tudo bem?
Paulo: Olá, marido. Sim, e tu?
Sérgio: Espectáculo, caralho. Acabei de mandar agora uma queca na Clara.
Paulo: Foi? E que tal?
Sérgio: Espectáculo!!! Fi-la vir umas três vezes. Acho que ela ama-me!
Paulo: Fixe. Olha, mandei vir uma pizza.
Sérgio: Boa. Não temos pratos lavados, pois não?
Paulo: Epá, não, a loiça não é lavada vai para mais de um mês...
Sérgio: Iá, és preguiçoso.
Paulo: Não tanto como tu.
Sérgio: Então comemos directamente da caixa? Como fizemos ontem?
Paulo: Sim, claro!
Sérgio: Fixe... E depois, vamos jogar Playstation?
Paulo: Pá, não. Trouxe um dvd que queria ver: o Bilhas Arrombadas IV: Cujacking.
Sérgio: Fónix, se é para ver filmes porno, antes o Lésbicas Príapistas LXVIII. Não curti nada os três primeiros Bilhas Arrombadas!
Paulo: Paneleiro! Vemos o Bilhas Arrombadas IV!
Sérgio: Na tua peida! Lésbicas Príapistas LXVIII!
Paulo: Bilhas Arrombadas!
Sérgio: Lésbicas Príapistas!
Paulo: Bilhas!
Sérgio: Lésbicas!
Paulo: Hmmm, e se víssemos os dois?
Sérgio: Hmmm... está bem!
Paulo: Fixe!
Sérgio: Fixe!

Penso ter ficado suficientemente demonstrado as vantagens deste tipo de relação... E agora tchau aí, vou fazer-me de convidado na casa do Sérgio e do Paulo... Se calhar até os vou pedir em casamento!

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Comentário à sondagem feita há umas semanas, e proposta de nova sondagem.

Aqui há uns tempos, este blogue perguntava

Qual a melhor medida para combater a vaga de frio?

e os leitores, que muito sinceramente considero os mais lúcidos de toda a blogoesfera (graxa, graxa...) resolveram contribuir da seguinte forma:

Um gang bang com 20 modelos suecas - 4 respostas = 23%
Atirar o Magalhães para a lareira - 8 respostas = 47%
Pedir a israelitas e palestinianos que venham lançar foguetes para Portugal, sempre aquece um bocadinho - 3 respostas = 17%
Emigrar para o Brasil - 2 respostas = 11%

As respostas surpreenderam-me! Como afirmei atrás, acho que os leitores deste blogue são extremamente lúcidos, e é por essa razão QUE NÃO COMPREENDO COMO É QUE A OPÇÃO DO GANG BANG COM AS SUECAS NÃO FOI A MAIS VOTADA!!!!!! Pronto, eu admito que a tentação de atirar o Magalhães para o fogo que crepita na lareira é muito grande, mas... e o choque tecnológico, como fica depois disso?!

De modos que fiquei decepcionado, pronto. Mas tudo bem, eu aceito a voz da maioria, embora a maioria esteja completamente enganada. Espero que se redimam na sondagem seguinte, já presente aqui no lado direito. É um tema actual, e eu acho que este blogue tem muito maior e melhor representatividade do que as sondagens efectuadas pela Católica, pela SIC, pelo INE ou mesmo pelos júniores do FCP. Trata-se de saber a vossa opinião sobre a inocência do José Sócrates no caso Freeport. Participem, pá!


P.S.: Graças ao Corta-Fitas, tomei conhecimento de que a politóloga Marina Costa Lobo já tem um blogue: Tempo Político. Fico contente, pois conheço e admiro o trabalho desta investigadora há já alguns anos, e considero-a mesmo uma das melhores do país (também acho piada ao André Freire... e o Viriato Soromenho-Marques é hors-concours!).
Sim, já vos oiço a barafustar do outro lado do ecrã: "Política?! Fónix!!! Faz mas é mais posts sobre mamas, e gajas, e mais mamas, caraças!". Eu sei, eu sei... compreendo a vossa frustração. Mas eu gosto de política, fazer o quê? E argumento que quanto mais as pessoas se elucidarem, informarem e consciencializarem politicamente, melhor funcionará o nosso regime. Pode até ser que, daqui a uns anitos, isto seja uma democracia! (pronto, ok, agora fui um bocadinho ingénuo. Desculpem)

P.S.2: Ainda estão a ler isto? Vão lá exercer o vosso dever democrático e votem na sondagem do lado, porra!!!

P.S.3: Obrigados!

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

O primeiro conto punhetístico da blogosfera (eu sei, eu sei... que estúpido)!

O

Passeava eu alegremente pela rua, mas alegremente mesmo, a cantar "lálálálálá" enquanto pulava e os braços iam e vinham para trás e para diante, tipo uma criança maluca antes de apanhar com dois pares de estalos naquela tromba para não andar a fazer figuras parvas, quando chega junto de mim a Angelina Jolie.

- Olá, Angelina, estás cá hoje? - disse eu, na minha cândida jovialidade.
- Hello, Peter of Pan - respondeu ela, na sua sensual feminilidade - Sim, vim ter contigo porque preciso da tua ajuda para um assunto íntimo.

Eh lá, pensei eu, então estas gajas de Hollywood não têm a Oprah e o Dr. Phil para lhes resolver os "assuntos íntimos"? Desde quando uma mega-estrela precisa de descer à Margem Sul para pedir ajuda? Olha que caraças, estava eu tão feliz... agora tenho de servir de muleta para esta malta? Irritado, mandei:

- Ó Angelina, tu és muita boazona e tal, mas não tenho pachorra para os teus assuntos íntimos. Se tens problemas com o Brad, azarito. - e, implacável, rematei - Vai lá para a tua Califórnia e para a tua catrefada de filhos adoptados, eu tenho mais que fazer.

Mas ela não me largou, a cabra. Agarrou-me no braço (é forte, a marmanja. Aposto que retira toda a força daquele par de mamas...) e suplicou:

- Mas eu preciso mesmo da tua ajuda! É que eu quero ter um filho teu!!!!

Mau! Por esta não esperava! A Angelina, que entre filhos legítimos e adoptivos, já deve ter gente suficiente para encher dois painéis de São Vicente, queria ter um rebento comigo? Hmmm, soava-me estranho, e por isso pedi-lhe satisfações:

- Porquê, carulhas? Qual é a tua ideia? - indaguei.
- É assim - falou, enquanto me soltava o braço - os últimos filhos que eu tive foram do Brad, que é um tipo giro, inteligente e americano. Agora apetecia-me ter um filho com alguém feio, estúpido e anti-americano, e como sei que preenches todos estes requisitos, vim ter contigo!

Fazia sentido, o argumento da gaja! Comecei a ceder:

- Ó Angelina, já podias ter dito! Eu ajudo-te, mas há aqui um pequeno problema...
- Qual? - questionou.
- É que a minha legítima gaja proibiu-me expressamente de ter sexo com outras mulheres. Portanto, ou arranjas uma solução, ou quer-me parecer que vais ter de falar com o Francisco Louçã, que é um gajo que também preenche aqueles requisitos que tanto estimas.
- Pá, e se me doares o teu esperma? - lançou, espertalhona, a mamalhuda.
- Pá, por mim tudo bem, temos é de ir aí a uma clínica. Estás com tempo?
- Of course. Let's go.

E fomos. Chegámos a uma decadente clínica. Entrámos e dirigi-me ao guichet. A enfermeira que estava na recepção, uma gorda antipática com ar de quem detesta fazer sexo, a não ser que seja pela porta das traseiras e à bruta, perguntou-nos o que desejávamos:

- Que querem, gente parva?
- Ó minha vaca - retorqui - eu queria inseminar aqui a Angelina, está a ver?
- Está bem, aguarde aí na sala de espera - aconselhou a gordalhufa.

Quis explicar à Angelina o que se seguiria, mas ela disse-me que tinha passado por algo semelhante quando resolveu ter filhos com o Brad Pitt. Exclamei:

- Que paneleireco...

E ela concordou. Ficámos ali pela sala uns bons 10-15 minutos, até que uma outra enfermeira gorda, com o ar de quem gosta de fazer sexo com animais avantajados, chegou e nos chamou.

- Ó meu artolas - dirigindo-se a mim - estás a ver este frasquinho?
- Sim - anuí.
- É para deitares aquela coisa viscosa aqui para dentro, está bem? Tudo o que derramares, serás obrigado a limpá-lo... com a língua!
- Foda-se - disse eu!
- Fuck - disse a Angelina!
- Não tenho nada a ver com o caso Freeport - disse o José Sócrates!
- Sai daqui, aldrabão - disse eu outra vez! E, virando-me para a enfermeira - Ó gorda, dá cá essa merda. Onde é que eu tenho de esgalhar o Kandinsky?
- É ali na 3ª porta daquele corredor à direita! E deixa tudo limpinho!
- Chupa-mos - concluí.

Pedi à Angelina que esperasse e dirigi-me ao malfadado corredor. Abri a 3ª porta e entrei lá para dentro. E não esperava ver aquilo que vi: uma salinha exígua, sem posters de gajas boas, sem televisor sintonizado na Hustler, sem prateleiras com a colecção completa da revista Gina. Caramba, desta forma onde é que eu iria arranjar inspiração para ajudar a Angelina?
Desmoralizado, iniciei ainda assim a minha tarefa. Calças abaixo, cuecas ao nível dos joelhos, prepúcio para trás e toca de tocar ao Botticelli. Ele ainda teimou (estava frio, e a decoração da sala era mesmo muito impessoal...), mas aos poucos começou a subir... e a subir... e a subir. Subiu tanto que tive de dizer-lhe: "Ó Rembrandt, acalma-te aí uma beca que tenho de abrir o frasco", e depois foi o chuáááááááá, uma mangueirada de sémen que chegou às bordas do recipiente. Aquilo já dava para a Angelina ter filhos todos os 9 meses por um período de 30 anos, raios partam!
Limpei o caralh, perdão, o Caravaggio e vim-me, depois de me ter vindo, embora [não sei se perceberam esta frase... mas a sintaxe está absolutamente correcta!].

- Toma, gorda - e dei o frasco à enfermeira gorda que aparentava gostar de fazer sexo com bichos - depois fala aí com a Angelina.
- Deixaste tudo limpo? - perguntou-me, arrogantemente.
- Ó que Matissezinho... 'tá tudo limpo, pá! Agora tchau, vou despedir-me da Angelina.
Cheguei-me então junto da actriz, que ainda aguardava na sala de espera.

- Adeus, Angelina. Da minha parte, está tudo tratado. Depois orientas aí as cenas, agora vou para casa bater um Toulouse-Lautrec até fazer ferida, não gostei do ambiente disto aqui e não tive prazer nenhum.
- Bye, Peter of Pan - soltou ela, visivelmente emocionada - Muito obrigado pelo que fizeste por mim. Nunca esquecerei o teu bom coração.
- Pois. Depois de parires, manda-me uma fotografia da criança. E outra das tuas mamas.
- Sure. Assim farei.

E despedimo-nos. Voltei para casa alegremente, e mais uma vez a cantar "lálálálálá" enquanto pulava e os braços iam e vinham para trás e para diante, tipo uma criança maluca que apanha dois pares de estalos na tromba por andar a fazer figuras parvas em público e mesmo assim não aprende.

Moral da história: nunca passei por tanto para bater uma Vieira da Silva...