segunda-feira, outubro 10, 2011

Pedalar até cair (8): contra gordos, não há argumentos

Choque. Estou em choque! E não tem nada a ver com os resultados das eleições regionais na Madeira, embora sobre isso tenha a dizer o seguinte: uma população que vota, em peso, no PSD e no CDS/PP é uma população que já não tem mais níveis a progredir no caminho para a imbecilidade.

Mas vou deixar agora a análise política profunda de lado para explicar o porquê de eu estar em choque. Ora, estou em choque porque ontem fui dar uma volta de 20 quilómetros em bicicleta. Percorri vários e diferentes terrenos (alcatrão, relva, terra batida, gravilha, areia...), subi uma ladeira cuja inclinação, a dada altura, assemelhou-se-me às subidas que vejo os ciclistas efectuarem nas etapas de montanha no Tour de France, desci outras ladeiras a alta velocidade, fiz manguitos aos carros que, atrás de mim, soavam as suas buzinas, e principalmente diverti-me a apreciar a paisagem. Até que.

Até que. Já vinha eu no percurso de retorno, quando por mim passa, em velocidade considerável, não um veículo motorizado mas sim outra bicicleta. Que, em lugar de ser pedalada por um super-homem, ou o Alberto Contador, estava a ser guiada por um monte de banha com os seus 150 quilos. Um gordo, caramba!!! Um gordo passou por mim a toda a brida! Este acontecimento, na minha opinião, constitui um maior desafio à Física do que o conjunto de experiências que tiveram lugar no CERN visando encontrar o bosão de Higgs. Pá, um gordo daquela dimensão não deveria sequer conseguir sair da cama, quanto mais equilibrar-se em cima de uma bicicleta... e mais, ultrapassar um gajo que é, indiscutivelmente, o maior ciclista português desde Joaquim Agostinho: eu! Um gordo?!?!? Porra...

Aquilo destruiu por completo a minha auto-estima, e estragou o resto do meu passeio. De nada serviu eu observar que a bicicleta do marmanjo era superior à minha. Isso é uma fraca consolação. Estava obrigado a não ser ultrapassado por aquela morsa mesmo que eu pedalasse um triciclo e ele conduzisse um Ferrari. Era um gordalhão, caraças!!! Daqueles mesmo gordos. Como é que um tipo desses passa por mim, ainda por cima na maior das facilidades?!? Como?!? É algo que desafia a compreensão humana, mais do que, para os crentes, saber como Deus é ao mesmo tempo Uno e Trino ou, para as pessoas sensatas, descortinar os resultados das eleições na Madeira.

Porra, um gordo?!?!?

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