19/12/2007
Iniciei hoje, cerca das 2 da tarde, a leitura de Ser e Tempo, por Martin Heidegger. Passada meia-hora, decidi ligar o gás e enfiar a cabeça no forno. Infelizmente, a minha empregada romena de limpeza deu por tudo e chamou os bombeiros. Assim que regressar do hospital, despeço-a!
20/12/2007
Uma jovem e atraente aluna veio ter comigo e pediu que lhe explicasse a diferença entre uso e menção de um termo. Respondi à solicitação da maneira seguinte: “Olha lá, se eu disser: 1º, Tu és uma puta; 2º, Puta tem quatro letras, onde é que usei e onde é que mencionei o termo «puta»?” Ela não percebeu, portanto ficou de vir jantar hoje cá a casa, a ver se eu consigo explicar-lhe melhor…
21/12/2007
Esta manhã, no supermercado, lembrei-me de mandar uma graçola à rapariga da caixa. Disse-lhe: “Estes bollycaos detêm uma essência informe que é como um noema para a noese do meu paladar!” A sacanita chamou logo o segurança e este telefonou à ASAE. Com tudo isto, não me deixaram levar os bollycaos!
22/12/2007
No almoço com um grupo de amigos, veio à liça a questão da alma. Debatíamos se a alma poderia efectivamente sobreviver à morte do corpo. Argumentei que sim, poderia, mas os meus colegas não me pareceram muito convencidos. Proferi então duas palavras: “Lili” e “Caneças”, e a discussão terminou logo ali.
23/12/2007
Apesar de ser judeu xintoísta, decidi comprar prendas de Natal aos familiares e amigos próximos.
24/12/2007
Afinal, o Ser e Tempo, enquanto livro, não é assim tão mau. Há pouco, durante o jantar de consoada, o meu primo de Loulé alvitrou que, se um dia a UEFA resolvesse criar uma Champions League com os escalões infantis de clubes do distrito de Setúbal e convidasse a equipa sénior do Sporting para participar, nem assim esta passaria da fase de grupos. Ora, se não fosse o livro do Heidegger, eu não teria nada para lhe atirar aos cornos! Obrigado, Martin! Amanhã, não posso esquecer-me de readmitir a romena.
25/12/2007
Passei pelo diário só para dizer que hoje não me apetece escrever.
26/12/2007
Passei pelo diário só para pedir desculpas por ontem não me ter apetecido escrever.
27/12/2007
Convidaram-me para redigir um artigo acerca do melhor e do pior que ocorrera em 2007. Neguei-me a tal, uma vez que sou relativista, excepto quando a análise axiológica se debruça sobre os discursos do Alberto João Jardim.
28/12/2007
O Alberto João Jardim soube do meu comentário de ontem (alguém deve ter-lhe contado, e aposto que foi o meu arqui-inimigo ontológico, o Prof. Paiva Antunes, que dá Ética Semi-Metafísica na Universidade de Sernancelhe) e escreveu no Jornal da Madeira que eu sou uma lésbica continental ao serviço da Maçonaria Cubana. Não, são sou, mas não me importava de conhecer uma.
29/12/2007
Julgo que a empregada romena está apaixonada por mim. Se não for isto, então por que motivo estava ela sentada à minha secretária, toda nua (a romena, não a secretária!), a ler o meu ensaio sobre Wittgenstein enquanto exclamava, em português correcto, “Sim, sim, oh sim, é mesmo isto!!!”?!?!
30/12/2007
Ao jantar hoje com a minha futura ex-mulher, a fim de decidirmos os termos da separação, sofri um ataque de soluços que quase me mandou desta para a matéria informe. O flagelo só terminou quando a minha comensal me pregou um daqueles sustos ao sussurar-me, ao ouvido, a expressão “coisidade da coisa”! Fico-lhe eternamente grato, mas nem assim vou incluir os dvds dos D’zrt, que ela tanto aprecia, na partilha de bens!
21/12/2007
A Teresa, a aluna que no outro dia me pediu esclarecimentos sobre uso e menção de um termo, ligou-me hoje de manhã. Parece que ela quer que eu lhe faça uma exposição, ao domicílio, acerca da importância da linguistic turn na Filosofia do séc. XX! Fiquei contente em saber que ela quer explorar a fundo o sentido da viragem linguística… ou muito me engano, ou a minha passagem de ano vai ser de arromba!
Iniciei hoje, cerca das 2 da tarde, a leitura de Ser e Tempo, por Martin Heidegger. Passada meia-hora, decidi ligar o gás e enfiar a cabeça no forno. Infelizmente, a minha empregada romena de limpeza deu por tudo e chamou os bombeiros. Assim que regressar do hospital, despeço-a!
20/12/2007
Uma jovem e atraente aluna veio ter comigo e pediu que lhe explicasse a diferença entre uso e menção de um termo. Respondi à solicitação da maneira seguinte: “Olha lá, se eu disser: 1º, Tu és uma puta; 2º, Puta tem quatro letras, onde é que usei e onde é que mencionei o termo «puta»?” Ela não percebeu, portanto ficou de vir jantar hoje cá a casa, a ver se eu consigo explicar-lhe melhor…
21/12/2007
Esta manhã, no supermercado, lembrei-me de mandar uma graçola à rapariga da caixa. Disse-lhe: “Estes bollycaos detêm uma essência informe que é como um noema para a noese do meu paladar!” A sacanita chamou logo o segurança e este telefonou à ASAE. Com tudo isto, não me deixaram levar os bollycaos!
22/12/2007
No almoço com um grupo de amigos, veio à liça a questão da alma. Debatíamos se a alma poderia efectivamente sobreviver à morte do corpo. Argumentei que sim, poderia, mas os meus colegas não me pareceram muito convencidos. Proferi então duas palavras: “Lili” e “Caneças”, e a discussão terminou logo ali.
23/12/2007
Apesar de ser judeu xintoísta, decidi comprar prendas de Natal aos familiares e amigos próximos.
24/12/2007
Afinal, o Ser e Tempo, enquanto livro, não é assim tão mau. Há pouco, durante o jantar de consoada, o meu primo de Loulé alvitrou que, se um dia a UEFA resolvesse criar uma Champions League com os escalões infantis de clubes do distrito de Setúbal e convidasse a equipa sénior do Sporting para participar, nem assim esta passaria da fase de grupos. Ora, se não fosse o livro do Heidegger, eu não teria nada para lhe atirar aos cornos! Obrigado, Martin! Amanhã, não posso esquecer-me de readmitir a romena.
25/12/2007
Passei pelo diário só para dizer que hoje não me apetece escrever.
26/12/2007
Passei pelo diário só para pedir desculpas por ontem não me ter apetecido escrever.
27/12/2007
Convidaram-me para redigir um artigo acerca do melhor e do pior que ocorrera em 2007. Neguei-me a tal, uma vez que sou relativista, excepto quando a análise axiológica se debruça sobre os discursos do Alberto João Jardim.
28/12/2007
O Alberto João Jardim soube do meu comentário de ontem (alguém deve ter-lhe contado, e aposto que foi o meu arqui-inimigo ontológico, o Prof. Paiva Antunes, que dá Ética Semi-Metafísica na Universidade de Sernancelhe) e escreveu no Jornal da Madeira que eu sou uma lésbica continental ao serviço da Maçonaria Cubana. Não, são sou, mas não me importava de conhecer uma.
29/12/2007
Julgo que a empregada romena está apaixonada por mim. Se não for isto, então por que motivo estava ela sentada à minha secretária, toda nua (a romena, não a secretária!), a ler o meu ensaio sobre Wittgenstein enquanto exclamava, em português correcto, “Sim, sim, oh sim, é mesmo isto!!!”?!?!
30/12/2007
Ao jantar hoje com a minha futura ex-mulher, a fim de decidirmos os termos da separação, sofri um ataque de soluços que quase me mandou desta para a matéria informe. O flagelo só terminou quando a minha comensal me pregou um daqueles sustos ao sussurar-me, ao ouvido, a expressão “coisidade da coisa”! Fico-lhe eternamente grato, mas nem assim vou incluir os dvds dos D’zrt, que ela tanto aprecia, na partilha de bens!
21/12/2007
A Teresa, a aluna que no outro dia me pediu esclarecimentos sobre uso e menção de um termo, ligou-me hoje de manhã. Parece que ela quer que eu lhe faça uma exposição, ao domicílio, acerca da importância da linguistic turn na Filosofia do séc. XX! Fiquei contente em saber que ela quer explorar a fundo o sentido da viragem linguística… ou muito me engano, ou a minha passagem de ano vai ser de arromba!
Eterno Entorno
2 comentários:
que texto soberbo!
caramba, que texto maravilhoso.
Parabéns
Ainda bem que não sou a única a ter tido vontades estranhas ao ter lido: "Sein und Zeit"!!! É bom saber que mais alguém sentiu esse desespero!!!
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