Hoje, enquanto aguardava na estação do Metro pela chegada da minha carruagem, tive um daqueles ataques de raiva. Então não é que um senhor, já para o entradote, embora não possa precisar completamente a idade, mas penso que devia andar à volta dos 55 anos, 6 meses, 17 dias e - pareceu-me - 5 horas e 3 quartos, estava irritantemente a bater os tacões dos sapatos um no outro?!?
Certo, isto dito assim parece que não é nada, mas imaginem-se na minha posição (ou seja, façam de conta de que são um gajo giro, inteligente e viril): durante cerca de 7 ou 8 minutos, tive de aturar um contínuo "Toc... toc... toc... toc...", compassado e repetitivo (é, o senhor em questão devia ser adepto fanático dos devaneios minimalistas de, sei lá, um Philip Glass, um Michael Nyman, um Jorge Lima Barreto...). Não que não estivesse bem tocado, pois até estava, e nem uma única vez as peças de calçado falharam o ritmo, mas - caramba! - se eu quisesse ouvir coisas bem tocadas e chatas, ia para casa meter o último cd do Rodrigo Leão na aparelhagem!
Por isso, lanço daqui o apelo: o Metro tem daqueles avisos a pedir às pessoas para não fumarem dentro da estação, não tem? Ora, o que eu pretendo é que a administração coloque também sinais a exigir aos passageiros que não batam os tacões dos sapatos um no outro. Nem para tocar algo de jeito, como a abertura da 5ª Sinfonia do Beethoven ou o primeiro álbum completo das Spice Girls.
E tenho dito, porra!
Eterno Entorno
2 comentários:
Eu subscrevo, mas só porque sim. Mas ao mesmo tempo, acho que não.
Oh coitado! Se calhar queria voltar para o Kansas, como a Dorothy!
"There's no place like home... There's no place like home..."
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