CHARLES: Ahm, look...
CHARLES: Sorry. Sorry. I just - this is a
really stupid question -
practically in view of our recent shopping excursion - but I just
wondered if by any chance - I mean,
obviously not, because I’m just
some git who’s only slept with...
(confessing)
... nine people, but I just
wondered - I really feel... ahm...
In short, to recap in a slightly
clearer version - the words of
David Cassidy, in fact, while he
was still with the Partridge Family
- ‘I think I love you’, and I just
wondered whether by any chance you
wouldn’t like to... no, no, of
course not - I’m a idiot, he’s not.
Excellent. Excellent. Fantastic.
Lovely to see you. Sorry to disturb - better get on.
He turns away.
CHARLES: Fuck
! CARRIE: That was very romantic...
CHARLES: Well, I thought it over a lot, you
know, I wanted to get it just
right...
CHARLES: Important to have said it, I think.
Esta cena, retirada dessa brilhante comédia que é o
Quatro Casamentos e Um Funeral, ilustra bem aquilo que eu entendo por amor. Amor não é declarar poemas martelados durante dias e dias: amor é dizer com sinceridade aquilo que vai na alma, mesmo que o discurso venha aos pontapés. Na minha opinião, tem mais valor um tipo dizer, à sua tipa,
"anda cá filha, vou dar-te cá uma trancada!" desde que o faça com honestidade, do que andar a decorar as falas do Romeu & Julieta para poder repeti-las à sua mais que tudo.
A primeira vez que eu disse à minha gaja que a amava faz hoje dois anos. E a minha atrapalhação não ficou nada a dever à do Hugh Grant quando se declarou à Andie McDowell no diálogo que reproduzi acima. Acho até que lhe pedi desculpa... vejam lá quão tolo se pode ser! Porém, as coisas são mesmo assim: inesperadas, não ensaiadas e surpreendentes, porque vêm lá do fundo, e tal como tudo o que vem lá do fundo, irrompe sem fazer prisioneiros.
"Important to have said it", dizia a personagem do Hugh Grant. Pois...
Quem lê este blogue, pode ficar a pensar que a minha gaja é uma ditadora, uma fascista, uma teimosa, uma intolerante, uma incompreensiva, uma benfiquista. A realidade, no entanto, é que ela é muito pior.
Quem lê este blogue, pode ficar a pensar que eu sou um desastrado, um distraído, um preguiçoso, um lunático, um aluado, um maltrapilho, um sportinguista. A realidade, no entanto, é que sou muito pior.
Como é que duas pessoas assim podem, neste mundo, dar-se bem? Um mundo em que gente que tem mais coisas em comum do que nós os dois anda à batatada... Um mundo em que povos tão semelhantes como israelitas e palestinianos divertem-se a massacrar-se uns aos outros... Como, então?!
A resposta é muito simples. Por mais diferenças que tenhamos, há algo que nos une e nos move. Esse algo, por mais piroso que possa parecer, é uma palavra muito simples e muito pequenina começada por A e acabada em mor. E isso é o que nos basta.
E se nos basta a nós, por que não há-de bastar aos outros? Por isso, meus amigos: amem-se! Se és uma gaja, ama o teu gajo. Se és um gajo, ama a tua gaja. Se és uma gaja lésbica, ama a tua gaja lésbica (e depois manda as fotografias para o meu e-mail, s.f.f.). Se és um gajo gay, vai levar no pacote. Se és solteiro, ama a tua mão. Se és solteira, ama os teus deditos. Enfim, façam o que quiserem com quem quiserem, desde que amem e sejam amados. Porque é isto que verdadeiramente importa.
Bom fim-de-semana e amem-se muito.
P.S.: E muitos mchuacs para ti, ó gaja!