1295. Aos 10 anos, Guilherme diz aos pais: “Só é necessário um de vocês para a minha educação. O outro terá de ir-se embora. Agora escolham!”. Os pais não gostam e optam por mandar Guilherme para um convento franciscano.
1309. No convento, Guilherme exprime pela primeira vez a ideia de que “não se devem multiplicar entidades desnecessárias”, a qual ficará para a posteridade como a “navalha de Ockham”. O abade considera isto uma tolice e obriga Guilherme a traduzir as obras de Aristóteles para viking. Quando o filósofo contesta a ordem, afirmando que a mesma não faz sentido, o abade atira-lhe com uma cópia manuscrita da Retórica à cabeça.
1317. Guilherme resolve trabalhar numa versão abreviada da Bíblia, que deverá condensar somente aquilo que é essencial. Esta tarefa tomar-lhe-á anos.
1318. Convencido de que só precisa de um testículo, Guilherme corta o esquerdo. Pouco tempo depois, conclui que afinal não precisa de nenhum, e deita fora também o direito.
1322. Apresenta finalmente a sua versão da Bíblia: “Deus cria o mundo e dá os 10 mandamentos a Moisés. Muitos séculos depois, mete-se com uma judia e tem dela um filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, que acaba crucificado mas ressuscita ao fim de três dias. Ámen.” Os monges consideram isto uma blasfémia e passam a olhar Guilherme de esguelha, mas a verdade é que, ao fim de alguns meses, esta versão impõe-se, pois é bem mais fácil de decorar do que a canónica. Com o acréscimo de tempo livre em mãos, os religiosos viram-se para a diversão: concebem um jogo com 15 bolas e 144 jogadores, mas Guilherme protesta e sugere antes a redução dos números. “A coisa”, argumenta, “fica bem só com uma bola e, vá lá, 22 jogadores. Vai ser mesmo fixe!”.
1335. Enquanto explica o novo jogo a uns monges de outro convento, Guilherme é atacado por 5 indivíduos encapuzados, alegados membros da Brigada Realista. Acusam-no de ser um nominalista execrável e gravam-lhe a frase “Propriedades existem, seu pulha” na túnica. Guilherme nunca recuperará deste odioso episódio de violência.
1349. Olhando-se ao espelho, Guilherme descobre não ser mais necessário e morre.
Eterno
3 comentários:
brilhante. Queremos uma mini-biografia do Hegel já!
Pedia uma do Kant mas como o sacana quase não saia de casa calculo que não haja muito a dizer.
Muito bom, sim senhor! Uma capacidade de sintese fantastica! :-)
Grato pelos vossos comentários, caríssimos companheiros. Um dia que me resolva a escrever a minha própria biografia, prometo convidar-vos para redigirem o prefácio.
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