ÉDIPO
CREONTE
JOCASTA
TIRÉSIAS
MENSAGEIRO BLACK MC
CORO JUST GIRLS
Nota: O SACERDOTE e o SERVO foram retirados da peça à última hora, pois foram convocados por Scolari para substituírem o Deco e o Petit na selecção portuguesa.
CENA 1
(Nas ruas de Chelas, surge um jovem. É ÉDIPO, exibindo uns jeans rasgados nos joelhos e uma t-shirt preta com uma caveira amarela. No braço esquerdo, pode ver-se uma tatuagem: é um coração vermelho atravessado por uma flecha negra. Acima deste desenho, encontra-se gravada a frase “Amor de Mãe”. À espera de ÉDIPO está CREONTE, todo vestido de preto e com spikes em ambos os antebraços)
ÉDIPO: Então, Creonte? ‘Tá-se bem?
CREONTE: Iá, tudo fixe, bacano.
ÉDIPO: Ouve lá, sempre foste ver aquela cena marada do Oráculo e tal?
CREONTE: Iá, fosga-se! Cena mesmo janada do camandro, fónix! Aquele tipo é só fumar brocas e o catano, eh eh eh!
ÉDIPO: Mas chiba-te lá, qual foi a mensagem do maluco?
CREONTE: Pá, o Oráculo disse mais ou menos que tínhamos de mandar embora o mal que vive neste bairro, e portantos prontos.
ÉDIPO: Fosga-se! E que mal é esse?
CREONTE: Parece que um gajo qualquer cometeu parricídio.
ÉDIPO (surpreendido): Que é essa merda, meu?!?!
CREONTE: Pá, perguntei há pouco no café a uns nerds que lá estavam e disseram-me que é o assassínio de um progenitor. Tipo, um gajo que se lembre de matar o pai ou a mãe é um parricida.
ÉDIPO: Ih, ganda cena, meu!
CREONTE: Podes crer! O Oráculo chibou então que o assassino está em Chelas, o nosso bairro. E, no final da conversa, ainda me deu uma receita de lasanha.
ÉDIPO: Temos de apanhar esse assassino dum cabrão! (pausa) Mas ouve lá, ó Creonte: se há um assassino, que é pesticida, quem foi o assassinado?
CREONTE: Não é pesticida, é parricida, Édipo. Mas iá, és esperto, ‘tás a pensar bem. O Oráculo não disse nada quando lá fui, mas há 5 minutos recebi um SMS, e era dele. Queres que te mostre?
ÉDIPO (acena com a cabeça): Iá, mostra aí a cena.
CREONTE (saca do telemóvel e lê a mensagem): Aqui diz: “Axo k o morto se xamava Laio”.
ÉDIPO: Laio? Quem é esse?
CREONTE: Era o freak maluco que mandava cá no bairro antes de chegares, ó Édipo.
ÉDIPO: Pois, não sei quem era. Pá, mesmo assim, temos de orientar um esquema. Temos de descobrir o assassino e resolver isto antes que a bófia meta cá o nariz e essa merda toda.
CREONTE: Édipo, tu é que sabes, tu é que és o boss.
(Creonte retira-se. Entra o Coro, composto de 5 belas moçoilas trajando apenas reveladores bikinis)
CORO JUST GIRLS:
Yeah, Yeah, Yeah
Os deuses falaram
Pela boca do Oráculo
‘Tá um assassino em Chelas
Agora é que são elas
E nós dançamos bué bem
Queres o nosso disco?
Vai pedir à tua mãe
Yeah, Yeah, Yeah
ÉDIPO: Calem-se, suas vacas loucas!
(O Coro sai. Fim da Cena 1)
[Não percam os próximos capítulos...]
Eterno Entorno
3 comentários:
Mwahahaha! Mal posso esperar pelo próximo capítulo do Édipo Rei com Chantilly!
Eu li mas ouve um altura que até parece que estava a ouvir, tal e a forma como este tipo de linguagem já está enraizada na nossa sociedade! Ouve uma altura que até olhei á volta para ver se não tava no comboio para o trabalho! (é que eu apanho o comboio da linha de sintra! Fogo!)
Pois, o Peter of Pan é muito realista no que toca às abordagens sociais.
Ass: Sófocles da Buraca
Enviar um comentário