quinta-feira, janeiro 31, 2008

Resmas, resmas de gajas...

Isto está esquisito, ó se está!... Começo a temer pela sanidade de algumas pessoas, em particular do sexo feminino, com quem troco dois dedos de conversa em universidades, bibliotecas, centros de estudo, etc...

Diz-me uma professora:
- Ó Tanis, estás solteiro mas deixa lá: és tão giro, e culto, e simpático, e inteligente, e humilde, depressa encontrarás alguém. Deixa isso comigo…

E outra:
- Olha o Tanis, o rapaz mais simpático de Lisboa, talvez mesmo do mundo! Um destes dias, havemos de jantar os dois.

É impressão minha ou isto são, efectivamente, tentativas pirosas de engate? Estou na dúvida, reconheço, mas a realidade é que estas tipas também não vão lá (ou melhor, não vêm cá) com mentiras.
Tss, tss… é triste ver professoras, que deveriam constituir um baluarte do bom-senso e do bom-gosto, a recorrer à aldrabice fácil para alcançarem os seus intentos. Não admira que o ensino em Portugal esteja como está. E que eu continue solteiro!


Tanis

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Compasso político (até que dá para rir...)

Neste site, podemos descobrir de que lado da barricada política estamos. É engraçadito... já não é a primeira vez que faço este teste, e curiosamente o resultado é sempre igual: sou um libertário de esquerda! (por favor, dispenso comentários a esta triste realidade) Mas, MAS, há aqui um senão: ao dar-me sempre o mesmo resultado, independentemente da altura em que faça o teste, isso quer dizer que não evoluo? Sendo assim, não estou a contradizer-me? Se há 2 anos atrás era um libertário de esquerda e agora sou um libertário de esquerda, isso não quererá dizer que sou um conservador no que toca às minhas convicções? Eu acho que quer... Reflictam nisto!


Olhem o meu mapa político tããããão bonito! Francisco Louçã, estás tramado! Sou pior do que tu






Isto quer dizer que estou em boa companhia: Mahatma Gandhi, Mahatma Gandhi e, parece, Mahatma Gandhi tinham uma posição política deveras parecida com a minha. Não acreditem em mim, vejam por vós próprios:




Tanis

Ele há com cada artista!...

[Aviso: o post de hoje contém linguagem ordinária, mas confesso que desta vez a culpa não é minha. Seja como for, vai apanhar com a bolinha vermelha no canto superior direito]

O


Por vezes, andar de transportes públicos revela-se uma autêntica aventura passada num enigmático e surreal outro-mundo. Já apanhei situações bem maradas, mas duvido que assista a uma igual à que assisti ontem. O que vou narrar é absolutamente verídico, passou-se mesmo, o que só prova que a realidade é mais esquisita do que um filme do David Lynch. É caso para dizer que este planeta está todo lynchado…
Vejam só: vinha eu todo contente e pronto para sair da estação de metro quando, do outro lado das portas de acesso, surge um tipo com os seus 30 e poucos anos, a cantar alto e bom som: “caralhão, caralhão, caralhão”. Mas o melhor ainda foi esta particular subtileza: é que ele não cantava sempre no mesmo tom! Não, ele cantava alternado: um “caralhão” agudo, quase em tenor, um “caralhão” grave, quase em baixo, outro “caralhão” agudo, e assim sucessivamente, dando à coisa (e “coisa” deve ler-se literalmente…) um cromatismo interessante, pois ficava mais ou menos “CARALHÃO, caralhão, CARALHÃO, caralhão”… ad infinitum.
Acreditem, estou mesmo a falar a sério! O rapaz em questão deu um autêntico recital, tanto que várias idosas não se contiveram e soltaram vários “Oh!” de admiração. Não vi foi ninguém a bater palmas face a tão original performance, lamentavelmente. Até porque o tipo bem as merecia; afinal, não se observava tanta facilidade na passagem de registos altos para baixos e vice-versa desde o Freddie Mercury, curiosamente outro mocito que andava sempre com o caralhão na boca. Eu, confesso, não tive tempo de aplaudir nem oportunidade de soltar um legítimo e justificado “Bravo!” que fosse porque, de forma incompreensível, toda aquela encenação me provocou um absurdo ataque agudo de riso. Posso mesmo dizer que, graças a isto, ri como o caralho!
Não sei se este Plácido Domingo da ópera-porno abandonou a sua cantoria ao entrar no metro. Talvez só a acústica da estação lhe permitisse desenvolver as suas capacidades vocais, as quais ficariam decerto limitadas no espaço exíguo e claustrofóbico de uma carruagem. Não sei, porque tomámos, eu e ele, direcções opostas. Mas admito que gostaria um dia de encontrá-lo novamente, e talvez propor-lhe a gravação do seu reportório num cd. Quem sabe se não está aqui o futuro da música erudita. Por minha parte, não me importava de ver a Deutsche Grammophone lançar um álbum com o melhor do intérprete do “CARALHÃO, caralhão”.

Tanis

terça-feira, janeiro 29, 2008

Hmmm, que delícia!!!

O título acima pode dar a entender que vou pôr-me novamente a falar de gajas, mas não, desenganem-se: o assunto que trago hoje aqui é outro. Já sei que os leitores masculinos vão debandar depois deste aviso, mas não faz mal... para que quero eu leitores masculinos?
O assunto é: chocolate-quente! Vá, meninas: não se babem! Olhem a dieta! Ademais, ainda só estou no início da minha dissertação, refreiem os vossos desejos por mais alguns minutos, pelo menos até acabarem de ler as linhas que se seguem.
Chocolate-quente, então. Que tenho eu a dizer sobre tão apetitosa bebida? Isto: descobri recentemente que foi colocada, junto do meu local de trabalho, uma máquina espanhola que tira uns chocolates-quentes fantásticos! Também tira outras coisas (cappuccinos, cafés, cafés com leite, leites simples, etc.), mas como normalmente tenho tendência a manter-me fiel às minhas primeiras escolhas, para mim só dá chocolate-quente mesmo! E não me parece que fique a perder por não experimentar os outros itens…
Antes que as leitoras do Peter of Pan pensem em vir fazer uma visita ao local, digo apenas: tirem daí a ideia!!!! Não vos deixo entrar aqui! Nem pensem em delapidar o meu stock de chocolate-quente. Amanhem-se aí pelas vossas redondezas, esta máquina é minha e só minha, não quero ninguém a entrar em concorrência comigo. Partilhei estas reflexões convosco apenas para vos fazer inveja, nada mais do que isso.
E agora tchauzinho, vou ali pedir mais um copo à divina maquineta… Hmmm, já estou a salivar de antecipação! Eu mereço mimar-me assim…

Tanis

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Correspondência Margarida Rebelo Pinto-J.K. Rowling

Queridíssima J.K., sei lá:

Há muito que sou uma sua profunda admiradora. Aprecio imensamente os seus livros, sei lá! A amiga possui uma imaginação prodigiosa, capaz de levar os leitores a sonhar. E possui também uma imaginação prodigiosa, capaz de levar os leitores a sonhar. É o que eu penso, sei lá. Só acho que falta um pouco mais de paixão às suas histórias. Ah, e acho ainda que falta um pouco mais de paixão às suas histórias. Fazia bem às personagens uns momentos de romance tórrido. Veja como faço nos meus livros e retire de lá ideias para a sua próxima saga. Não me importo que me copie: eu própria tenho feito isso vezes sem conta, sei lá!

Beijos da sua admiradora, sei lá,

Margarida

*

Cara Margarida:

Oiça lá, a menina não tem em casa uma varinha mágica com que se entreter? Olhe que agora há umas muito boas que até funcionam a várias velocidades (eu própria possuo algumas). Se a varinha já não a satisfaz, divirta-se com a vassoura. Mas please, não me incomode. Deixe de ser chata, sei lá.

Sua do coração,

J.K.

Tanis

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Ironias históricas...

Em virtude do bloqueio que Israel vem impondo na Faixa de Gaza, muitos palestinianos pensam safar-se deslocando-se até ao Egipto, para aí adquirirem os bens necessários (aquelas coisas habituais: alimentos, roupa, combustível, cds e dvds...). Não deixa de ser irónica esta inversão: dantes, o Êxodo fazia-se com israelitas em fuga do Egipto; agora, parece que se faz com palestinianos em fuga para o Egipto. Está tudo trocado, caramba… Que mundo é este, em que as coordenadas estão todas baralhadas? Nem a História é respeitada! Tss, tss.. vocês querem ver que, um dia destes, os talibãs afegãos espetarão bombas nos Estados Unidos apesar de terem sido apoiados pelos americanos aquando da invasão soviética ao Afeganistão? Ou, sei lá, qualquer dia ainda descubro que os antigos coligados do Pacto de Varsóvia hão-de virar todos à direita, ah ah… E, já agora, a China, esse bastião comunista, vai ser um dos principais impulsionadores da economia de mercado, pois, pois… Tomem juízo!


Tanis

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Encontrados novos fragmentos de Heraclito

Esta é uma notícia que irá deixar a comunidade filosófica mundial em delírio, ou, pelo menos, o departamento de Filosofia Antiga da Universidade de Addis Abeba. É que o Peter of Pan soube da descoberta de cinco novos fragmentos da autoria de Heraclito, que se supunham não existir. Esses textos encontravam-se incluídos numa colectânea de um autor menor de Éfeso, Filodoxenos, que, no ano de 289 a.C., resolvera compilar alguns ditos proferidos por ilustres cidadãos daquela outrora afamada colónia grega. Essa colectânea, intitulada O Melhor de Éfeso: Citações que Ruleiam, estava perdida desde o século II da nossa era, mas foi achada uma cópia, em grego, por baixo da casa de banho masculina da Biblioteca Nacional do Zimbabwe. Transcrevo aqui os cinco fragmentos de Heraclito aí presentes, vertidos para português por mim próprio.

A estrada para cima e para baixo é uma e a mesma, mas eu continuo sem saber se hei-de subir ou descer. Ora bolas!

Ouve a voz do Logos. Se não a escutares, pede-lhe para falar mais alto.

O fogo queima. A água molha. E a minha vizinha que chegou de Delos na passada semana é boa como o milho!

Ninguém toma banho duas vezes no mesmo rio, e há mesmo gente que nunca toma banho.

Tudo é Um. Isto é óptimo para aqueles que não sabem contar.

Tanis

quarta-feira, janeiro 23, 2008

A MUSA!

Olá, Tanis! Sabes que eu te amo, não sabes?!?!?


Blog meu não passa sem pelo menos um post dedicado à divina Monica Bellucci. Ela é bela, ela é voluptuosa, ela é sexy, ela é jeitosa, ela é morenaça, ela é magnífica, ela é perfeita! Minha gente, Monica Bellucci é A MULHER, mais nada!
Mas não é só pelos seus espantosos atributos físicos que a Monicona merece a minha admiração. Não, há algo mais, algo não visível à partida, algo bem mais subtil, mas que os leitores depressa compreenderão. Do que se trata? Disto: a Monica é casada com esse autêntico refugo do inferno, o Vincent Cassell (filho-da-puta…), protagonista de filmes como O Ódio ou Irreversível (by the way: filmaço!). Vincent Cassell, para quem nunca o viu, é um tipo que não deve nada à feiúra. O gajo é todo torto, tem um nariz de fazer inveja ao Júlio Isidro, ar de parvo e ainda por cima é franciú. Mas, MAS, é casado com a deusa Bellucci!!
Ora, onde quero eu chegar? Aqui: se a Monica, essa perfeição em forma de mulher, está casada com um tipo que poderia assustar a nalga esquerda do Alberto João Jardim, isso significa que há esperança para nós, homens incomensuravelmente feios! Mais particularmente, há esperança para mim! Quem sabe se um dia não me encontrarão unido à Soraia Chaves?! Ou à Cláudia Vieira?! Ou à Adelaide de Sousa?! Ou a outra boazona qualquer?!
Enfim, é por isso que eu adoro tanto a Monica: porque ela me faz acreditar ser possível. Obrigado, minha musa!

Tanis

terça-feira, janeiro 22, 2008

Fosga-se, que raiva!

Raios partam os japoneses e todos esses povos com olhos-em-bico!!!!!
Desabafo: após mais ou menos três anos de intensa dedicação aos sudokus, esses quebra-cabeças japoneses que tanto caíram na moda cá em Portugal e não só, tenho de registar que ENGANEI-ME A FAZER UM SUDOKU, PORRA!!!!!! Juro que nunca me havia acontecido tal coisa! Sempre fui capaz de resolver até os sudokus mais complexos, tipo aqueles de 5 estrelas, bem como os samurai, diablo, kamikaze, harakiri, origami, yamaha, kawasaki, ikebana e a puta que os pariu a todos (1). Só que ontem, não sei o que se passou… devo ter trocado um 5 por um 8 algures e deste modo dei cabo daquela porcaria toda. Ainda por cima, como sou tão confiante e armado ao pingarelho que até os faço a caneta, vi-me impossibilitado de apagar a coisa e regressar ao princípio. Olhem que gaita, hein?!
O pior é que este fait-divers vai, inevitavelmente, hélas, afectar a minha joie-de-vivre (Gostaram? De quando em vez, curto mandar uns galicismos, só para me armar em parvalhão/intelectual de esquerda...). É que há coisas que eu tomo por certas e, consequentemente, me dão alguma estabilidade para enfrentar este mundo tenebroso. Coisas prosaicas, como a superioridade do Sporting sobre qualquer outro clube português (2), a dicção provocadoramente hilariante da Sílvia Alberto quando quer dizer os “l”, o nascer do Sol todos os dias e, é claro, a minha notável capacidade em finalizar qualquer sudoku que se me apresente. Ora, esta última, pelos vistos, deixou de ser realidade. O que será agora da minha vida? Estão a compreender a profundidade do assunto? Que merda…

_______________________
(1) Para os mais desprevenidos, só as duas primeiras designações é que são associadas ao sudoku. O resto, fui eu que inventei, seus néscios! Sudoku harakiri?! Vocês tão tolos, ou quê? Como seria um sudoku harakiri? Um gajo acabava aquilo e em seguida espetava-o no estômago até morrer?!
(2) O primeiro que duvidar desta verdade insofismável leva com o meu livro de 500 sudokus pelo esfíncter acima!

Tanis

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Use the Force, Luke!

Gostava de possuir poderes telecinéticos! E não, não era propriamente para levantar a saia às gajas boas mal passasse por elas na rua, embora confesse que seria um óptimo uso para tais poderes. Mas não, os meus propósitos são um tudo-nada mais banais: queria ser como o Luke Skywalker ou a Carrie (tirando os vestidos e a maquilhagem anos 70) porque certas tarefas do dia-a-dia, que me incomodam imenso, tornar-se-iam mais fáceis e divertidas caso a minha mente fosse capaz de manipular objectos.
Por exemplo: em vez de me levantar sempre que pretendo desligar o televisor ou mudar de canal, bastaria apenas a minha força mental para que isso se executasse. Sim, já estou a ouvir-vos dizer: “Ó Tanis, seu palhaço, então nunca ouviste falar de uma coisa chamada comando à distância?”, ao que eu respondo “Sim, ouvi, mas é que lá em casa acabaram-se as pilhas! Pensam que sou parvo, ou quê?!”
Outro caso: o telefone toca enquanto estou no banho. Sem superpoderes mentais, sou obrigado a 1) esperar que liguem novamente; 2) sair do duche todo nu e atender o raio da chamada. Ora, se eu fosse telecinético, a situação resolvia-se facilmente. Faria levitar o telefone e atenderia a chamada; simultaneamente, continuaria a passar sais de banho pelo corpo. Porreiro, não é verdade?
Mais outro: lavar a loiça! Ok, admito, só muito raramente empreendo tal actividade, mas se lavasse a loiça mais amiudadamente, o jeitaço que não daria a telecinésia! Poderia lavar os pratos despreocupado, enquanto me entretinha a ler o jornal ou a última Playboy. E isto sem partir uma única peça! (A não ser, claro, que a Playboy fosse muito boa. Aí, o mais provável seria que a telecinésia descesse do meu cérebro para outro lugar e fizesse levitar outra coisa…)
Enfim, já se percebeu como isto poderia ser útil. Ninguém por acaso conhece um Obi-Wan Kenobi qualquer que me possa dar uma ajudinha a adquirir tais poderes? Obrigado.

Tanis

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Da série: "o-não-sei-quê-que-se-foda"

Depois de o colega Cão afirmar “O Natal que se foda” e, na esteira, o colega Carapau acrescentar “O Fim do Ano que se foda” (ver post e comentários aqui), chegou agora a minha vez de contribuir: O AMOR QUE SE FODA!

Tanis (ex-Eterno, ex-Eterno Entorno, ex-sei lá o quê)

P.S.: Peço desculpa pelo uso de um palavrão neste post. Julgo ser a primeira vez que aparece, aqui no Peter of Pan, o termo “amor”. Prometo que tal não voltará a acontecer. A partir de segunda-feira, retomar-se-á a programação habitual. Obrigado e bom fim-de-semana.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Guilherme de Ockham: Breve (aliás, brevíssima!) Biografia

1285. Nasce Guilherme. Chora uma vez e decide ser o suficiente.

1295. Aos 10 anos, Guilherme diz aos pais: “Só é necessário um de vocês para a minha educação. O outro terá de ir-se embora. Agora escolham!”. Os pais não gostam e optam por mandar Guilherme para um convento franciscano.

1309. No convento, Guilherme exprime pela primeira vez a ideia de que “não se devem multiplicar entidades desnecessárias”, a qual ficará para a posteridade como a “navalha de Ockham”. O abade considera isto uma tolice e obriga Guilherme a traduzir as obras de Aristóteles para viking. Quando o filósofo contesta a ordem, afirmando que a mesma não faz sentido, o abade atira-lhe com uma cópia manuscrita da Retórica à cabeça.

1317. Guilherme resolve trabalhar numa versão abreviada da Bíblia, que deverá condensar somente aquilo que é essencial. Esta tarefa tomar-lhe-á anos.

1318. Convencido de que só precisa de um testículo, Guilherme corta o esquerdo. Pouco tempo depois, conclui que afinal não precisa de nenhum, e deita fora também o direito.

1322. Apresenta finalmente a sua versão da Bíblia: “Deus cria o mundo e dá os 10 mandamentos a Moisés. Muitos séculos depois, mete-se com uma judia e tem dela um filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, que acaba crucificado mas ressuscita ao fim de três dias. Ámen.” Os monges consideram isto uma blasfémia e passam a olhar Guilherme de esguelha, mas a verdade é que, ao fim de alguns meses, esta versão impõe-se, pois é bem mais fácil de decorar do que a canónica. Com o acréscimo de tempo livre em mãos, os religiosos viram-se para a diversão: concebem um jogo com 15 bolas e 144 jogadores, mas Guilherme protesta e sugere antes a redução dos números. “A coisa”, argumenta, “fica bem só com uma bola e, vá lá, 22 jogadores. Vai ser mesmo fixe!”.

1335. Enquanto explica o novo jogo a uns monges de outro convento, Guilherme é atacado por 5 indivíduos encapuzados, alegados membros da Brigada Realista. Acusam-no de ser um nominalista execrável e gravam-lhe a frase “Propriedades existem, seu pulha” na túnica. Guilherme nunca recuperará deste odioso episódio de violência.

1349. Olhando-se ao espelho, Guilherme descobre não ser mais necessário e morre.

Eterno

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Cartoon: diálogo parvo


Pois é, tive mesmo de me calar. Ainda pensei em dizer que ela estava a ter um raciocínio falacioso, mas achei melhor ficar quieto… afinal, não me parece muito boa ideia provocar alguém que dispõe de saltos com 5 centímetros…
Eterno
P.S.: Desculpem lá a formatação tosca, mas não encontrei maneira melhor de pôr isto...

terça-feira, janeiro 15, 2008

Cláudia Vieira, a bela musa portuguesa

[AVISO: Este post contém linguagem descaradamente sexista e ordinária, por isso vai identificado com um círculo vermelho no canto superior direito. A leitura é, pois, de vossa inteira responsabilidade. Depois não venham dizer que não avisei!]
O
"Ó Eterno, estava a ver que nunca mais voltavas
a falar de mim. Já tinha saudades..."

Esta maravilhosa jibóia é a Cláudia Vieira, suposta actriz de televisão. Quer dizer, ela não é bem actriz… ou melhor, até é, e das boas. Tão, tão boa que até dá a impressão de saber representar (não é para todas!). A verdade é que a venero desde que dei por ela num episódio qualquer dos Morangos com Açúcar, no qual dizia umas parvoíces sem o menor interesse. Por mim, prefiro-a calada, se ela não se importa. E prefiro-a mais se ela continuar a posar para a lingerie da Triumph: aqueles cartazes colocados há meses atrás junto das paragens de autocarro e nas estações de metro fizeram mais pela minha zona pélvica do que 2 caixas inteiras de Viagra fazem ao falo de um septuagenário.
Quer dizer, vocês conhecem-me: sou totalmente a favor dos direitos das mulheres e tal, acho que elas até merecem ser bem tratadas, amadas, acarinhadas e essas tangas todas, em vez de serem vistas apenas como objectos sexuais. Mas caramba, olhem bem para a Cláudia!!!! Quem seria capaz de NÃO agir como uma besta cheia de energia sexual primitiva junto desta menina? Eu não seria, confesso! A Cláudia desperta a indústria de espermatozóides que há em mim! A Cláudia faz do onanismo uma ciência exacta! A Cláudia é gaja para pegar num grupo de marrões assexuados e transformá-los em Zezés Camarinhas! Enfim, a Cláudia é capaz disto e de muito mais. Prestemos-lhe, pois, a devida homenagem. Mas com asseio, olhem que é feio ajavardar teclado, rato e monitor.

Eterno

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Donas de Casa Desesperadas, versão Bairro Alto

Estou certo de que conhecem a série norte-americana Donas de Casa Desesperadas. Eu nunca vi, pois sou muito homem, e homem que é homem não vê cá dessas coisas, mas sei que a série existe porque uns dois ou três amigos gays me falaram dela. (Pronto, está bem, isto não é verdade, vi mesmo alguns episódios, tipo – assim por alto – uns três ou quatro, ou talvez mesmo uns dezassete, mas continuo macho, ok? Espero não subsistirem dúvidas acerca disso…)
Bom, mas adiante. Aquela série decorre nos subúrbios de uma pacata cidadezinha, com os seus moradores classe média-alta e em que as ditas “donas de casa” são todas umas jeitosas do caraças. Porém, nem tudo são rosas: volta e meia, há intrigas, conflitos, discussões e problemas afins, mas tudo isto é executado com um certo à-vontade e, apetece-me dizer, classe. Ou seja, algo completamente irreal: na vida a sério, as coisas não são bem assim, e eu próprio pude comprová-lo há uns dias atrás, quando me decidi por um passeio, à tarde, pelo Bairro Alto. (Sim, acreditem! Era de tarde! Eu não vou ao Bairro só para beber copos, o que pensam? Vocês é que são assim, seus ébrios!)
Que sucedeu então? Ora, na (julgo eu) rua da Barroca (ou na do Norte, não tenho bem certeza. E continuo a afirmar que estava completamente sóbrio!), assisti ao seguinte diálogo, varanda-a-varanda, entre duas donas de casa realmente desesperadas (bem, “diálogo” é apenas uma maneira de dizer…):

Dona de casa A: E ó minha badalhoca, já viste como tens essa roupa, ó porca?
Dona de casa B: E a tua, ó minha puta de merda? Já tens esses trapos no estendal há mais de uma semana!
Dona de casa A: Desavergonhada! Se te apanho lá em baixo, prego-te um par de estalos! Aldrabona!
Dona de casa B: Cala-te, aldrabona és tu! Volta para dentro e vai limpar a casa, o cheiro a mofo já chega aqui!
Dona de casa A: Quem julga a madame que é, para me mandar para dentro? A mim, nem o meu marido, quanto mais putas como tu!
Dona de casa B: Malcriada! Aldrabona!

A discussão prolongou-se, mas como continuei a andar, a certa altura fui perdendo contacto com o estertor da contenda. Contudo, penso que esta amostra já é suficientemente exemplificativa. Isto é que dava uma série à maneirex…


Eterno (em colaboração com duas senhoras do Bairro Alto)

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O verdadeiro aeroporto

Ontem, o país ficou finalmente a conhecer a localização do futuro aeroporto de Lisboa: Alcochete. Eu, por acaso, acho que o Governo não avaliou bem todas as alternativas e, por isso, escolheu mal. Mas ainda vai a tempo de corrigir a situação, e é nesse sentido que o Peter of Pan, sempre interessado em contribuir para a res publica, lança o seu sábio (vá, a sério, não se riam...) conselho.
Na minha opinião, a localização ideal para o novo aeroporto é... o ar. Sim, o ar! Onde o aeroporto ficava bem seria no espaço aéreo português. Isto por dois motivos principais:

1) Sendo construído no ar, não haveria necessidade de se escavacar a terra, o que evitaria desde logo estudos de impacto ambiental, análises aos solos, etc., e além disso ainda impediria problemas futuros caso houvesse algum terremoto.

2) Estamos, na realidade, a falar do quê? De um - por favor, digam comigo - aeroporto! O prefixo, quanto a mim, faz toda a diferença. Aviões são coisas que andam pelo ar, certo? Então, se assim é, tem tanta lógica construir um aeroporto em terra quanto mandar fazer uma praça de táxis em pleno Oceano Atlântico. O seu a seu dono: aviões voam, logo o aeroporto tem de se situar no ar.

Só espero que alguém do Governo e do LNEC esteja a ler isto e leve esta sugestão em conta. Tenho-a como a mais certa. Portanto, o ministro Mário Lino que dê lá outra vez o dito pelo não-dito e altere a coisa...


Eterno

P.S.: Está bem, está bem, eu sei: há um pequeníssimo inconveniente neste minha brilhante sugestão: a lei da gravidade. Os aviões voam, mas não voam sempre, porque tudo o que sobe, a algum momento vai ter de descer. Deste modo, colocar o aeroporto no ar é um absurdo, algo sem pés nem cabeça. Porém, isto não passam de intrigas comezinhas, porque também tenho uma resposta a dar, e ela é: NÃO INTERESSA! A minha opção continua válida, pois vai ao cerne daquilo que é realmente importante. E o realmente importante não é a construção de um novo aeroporto, é sim desviar as atenções do Governo. Enquanto o Governo andar entretido em estudos sobre a viabilidade de um aeroporto em plena atmosfera (e um engenheiro (???) todo "trocado" como é o Sócrates pode muito bem engolir isso...), não se lembra de aumentar os impostos nem de fechar mais urgências. Como tal, sugira-se de uma vez esta hipótese e esconda-se tudo o que diga respeito à suposta "lei da gravidade" (afinal, o que é que percebia esse Newton?!). Desde que se consiga distrair o Governo, tudo é legítimo...

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Acerca de Allen, o Woody

(a propósito da estreia, hoje, do novo filme do gajo, O Sonho de Cassandra - andamos muito "gregos", não andamos?)

Durante largos anos (demasiados anos, reconheço-o agora), assumi-me despudoradamente como um anti-woodyalleniano. Só havia assistido a quatro filmes da sua autoria, e, destes, apenas um me agradara incondicionalmente: o cómico Inimigo Público nº 1. Dos restantes três, dois achei assim-assim (Nevoeiro e O Homem que Veio do Ano 2000) e o outro é, na minha opinião, um dos filmes mais chatos, pirosos, sobrevalorizados e irritantes da História do Cinema (A Rosa Púrpura do Cairo). Portanto, o rácio de 1 em 4 apresentava-se-me como deveras desfavorável e, assim, sempre que ouvia alguém falar do Woody Allen, eu – qual anti-semita – torcia logo o nariz.
Duas pessoas, porém, procuraram convencer-me a mudar este pensamento e dar outra hipótese ao judeuzinho. Uma delas foi o António Franco Alexandre, reputadíssimo poeta da nossa praça e meu ex-professor, que, em conversa de café, me disse algo como “Você não gosta do Woody Allen?! Que parvo! Veja o Annie Hall, veja o Manhattan. E depressa, senão chumbo-o!” Eu, como é óbvio, não liguei patavina ao conselho, até porque não tenho por hábito – felizmente – seguir indicações dadas por escritores (era só o que faltava!!!!). No entanto, a referência àquelas duas películas lá acabou por ficar arrumada algures na minha cabeça, e pensei um dia, assim que me apetecesse, vê-las. Ora, e é aqui que entra a segunda pessoa responsável pela minha conversão ao autor-realizador-músico-de-jaz-pai-adoptivo-e-amante-da-Soon-Yi: a minha ex-namorada. Fã do senhor, não perdia a oportunidade de me “alfinetar” com alguma frequência. Dizia-me ela: “Olha que devias ver este e este filmes do Allen. São giros, tu irias gostar!” Mas a minha mente, admito, por vezes é demasiado preconceituosa e de ideias fixas, por isso continuava a fazer ouvidos moucos. Um dia, porém, resolvi pedir-lhe emprestados os três livros do Woody Allen traduzidos e publicados em Portugal (na altura, pela Bertrand, hoje em dia já há uma edição da Gradiva), a saber: Sem Penas, Para Acabar de Vez Com a Cultura e Efeitos Secundários. Li-os todos, e não é que gostei?! E MUITO?!? O rácio começava a alterar-se… já via o judeuzeco malandro com outros olhos! E, finalmente, lá chegou a altura de assistir ao tão afamado Annie Hall, e a partir do momento em que a cassete VHS (sim, já lá vão uns aninhos…) começou a passar os créditos finais, transformei-me automaticamente num fã! Dessa data para cá, posso garantir que todos os filmes que vi dele me agradaram sobejamente, e de quando em vez adquiro um em DVD (é, já tenho uns quantos, eheheh!).
Moral da história: sim, por vezes justifica-se dar novas oportunidades. Sim, por vezes a casmurrice não tem razão de ser, mesmo quando provém de um indivíduo praticamente perfeito, como eu. E sim, por vezes vale a pena esquecer a opinião (mal) formada e abri-la a sugestões alheias.

Eterno (vou deixar cair o "Entorno")

P.S.: Curiosamente, quem não aprecia lá muito a minha paixão woodyalleniana são os meus companheiros de bola neo-nazis. Por vezes, no fim de uma ou outra partida de futebol, lá se seguem momentos de franca e sã convivência e resolvem perguntar-me:
- Então, ó Eterno, belos golos que marcaste hoje, hã? Olha, que DVDs tens comprado ultimamente?
- Ah, x e y, e mais um do Woody Allen!
- Outra vez esse judeu, porra?!?!?!?!
- Iá! Shema Israel, ó meu!
Enfim, mal dou esta resposta, é vê-los espumar pela boca, enraivecidos, enquanto grunhem coisas como “rrummf… raça inferior… rruofff… arrrfff… exterminá-los todos… arrrghhh…", mas depressa se acalmam e não pensam sequer em discriminar-me e muito menos agredir-me à biqueirada! É tudo uma questão de respeito: afinal, eles sabem perfeitamente que, sem mim, não haveria ninguém para meter bolas na baliza adversária, e além disso sou a única pessoa que lhes pode dizer, sem risco de erro, quantos pêlos possuía o bigode do Martin Heidegger quando este jantou, pela primeira vez, com altos dignitários do Partido Nacional-Socialista. Pois é, são estas as vantagens de se ser um ponta-de-lança e, simultaneamente, meta-onto-fenomenólogo…

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Referendo ao Tratado não, que faz mal à nação!

Confirma-se: não vai haver, em Portugal, referendo ao Tratado de Lisboa. O que não deixa de ser curioso: os portugueses não poderão pronunciar-se sobre uma coisa que foi construída e efectivada na sua própria capital! Se o Tratado fosse de Helsínquia, ou de Varsóvia, ou de Caracas (1), ainda se percebia, mas assim a situação é um pouco esquisita, digo eu!
Muitos argumentos se esgrimiram contra e a favor do referendo, mas o que prevaleceu foi mesmo este: é aconselhável não se realizar o referendo ao Tratado, porque a esmagadora maioria da população portuguesa ignora, desconhece e até certo ponto não se interessa pelo teor do mesmo, o que constitui um risco enorme. Por outras palavras, segundo os nossos Presidente da República e Primeiro-ministro, os portugueses são uns totós do caraças e não percebem patavina de Política, de Direito, da União Europeia e etc. (2), portanto não se pode dar a tais incompetentes qualquer hipótese de manifestação, via sufrágio, sobre algo tão importante quanto o Tratado de Lisboa.
É esta a linha de pensamento que os nossos governantes subscrevem: nós somos maus demais para que nos seja dada uma tão grande responsabilidade. Portanto, não no-la dão! Faz sentido, não faz? Porém, agora impõe-se a pergunta: isto é o que os nossos governantes pensam, mas terão eles razão? Será verdade? Procurei reflectir nisto durante cerca de um décimo de segundo, e assim estou em condições de avançar o seguinte: Sim! Sim, é verdade! Sem dúvida! Os nossos governantes têm toda a razão! Os portugueses não sabem tomar decisões políticas! Os portugueses não sabem votar em consciência! Os portugueses não conhecem, nem pela rama, os assuntos que estão em causa! Os portugueses, quando são chamados a escolher, escolhem mal!
Querem provas do que estou a falar? Querem provas de que os nossos governantes, ao menos, acertaram nesta? Então aqui vai: basta olharem para os nossos governantes! Vejam só aquilo que escolhemos! Depois de metermos tanta águma, ainda queremos ter o Tratado de Lisboa em nossas mãos? Nem pensar! Deixemos de ser parvos. Por uma vez, os nossos governantes sabem do que falam: eles sabem que não se pode confiar, politicamente falando, num povo que chegou ao ponto de os eleger. Eu cá também não confio!

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(1) Já estou a ouvir-vos dizer: "Ó Eterno Entorno, pá, então onde param esses conhecimentos de Geografia? Alguma vez Caracas fica na Europa?", e eu respondo: "Calem-se, broncos! E Lisboa, é Europa onde? Os tripeiros é que têm razão, pá!: Lisboa é Marrocos, qual Europa qual quê!".
(2) Na realidade, o que eles pensam, mas não dizem, com receio de ferir susceptibilidades, é que os portugueses só percebem de um assunto: futebol. No que toca a tudo o resto, os lusitanos são autênticos analfabetos. Mas isto é o que eles pensam. Não quer dizer que seja mesmo assim. Ou quer?...

Eterno Entorno

terça-feira, janeiro 08, 2008

Peter of Pan apresenta: REI ÉDIPO (adaptado à geração Morangos com Açúcar). Parte V

CENA 5

(Édipo caminha de um lado para o outro, murmurando coisas sem sentido e gesticulando freneticamente. Está fora-de-si)

(Entra o Coro)
CORO JUST GIRLS: Édipo, Édipo: soubemos que a Jocasta morreu!
ÉDIPO: Ai o car… o quê?! Bem, só faltava mais esta! (levanta a voz) O QUE ACONTECEU, CARAÇAS??
CORO JUST GIRS: Morreu acidentalmente enquanto se tentava suicidar. Pelo menos, foi o que ouvimos de uma das tuas vizinhas.
ÉDIPO (descontrolado): AHHH! AHHH! NÃO! NÃO! NÃO! AHHH! (Saca da ponta-e-mola e, cheio de raiva, espeta-a repetidas vezes nos próprios olhos) AHHH! AHHH! Estou cego! CEGO!!!! AHHH!
CORO JUST GIRLS: Olha, quem manda espetares com o chino na vista? Que parvo…
ÉDIPO (o sangue escorrendo-lhe pelo rosto): Que vida esta! Sou pesticida…
(Entra Creonte)
CREONTE: Parricida!
ÉDIPO: Cabrão! Sou parricida e fui ao pito à minha mãe! E agora estou cego! Não aguento mais, vou já bazar de Chelas!
CORO JUST GIRLS: Ó Édipo, temos tanta pena de ti. Que azar tiveste tu… O que irás fazer agora?
ÉDIPO: Que irei fazer?! Olhem para mim… cego, desonrado, deprimido… vou ver se me deixam treinar o Sporting, acho que mais ninguém me dará trabalho. Adeus!
(Édipo despede-se com um melancólico acenar. Passa a mão direita pelo seu braço esquerdo, tocando a sua tatuagem “Amor de Mãe”. Retira-se)
CORO JUST GIRS: Adeus, Édipo, Adeus. Triste sorte a tua, dava até para um fado…
CREONTE: Iá, baza, maluco! E vou bazar também, com isto tudo, quem vai acabar por mandar neste bairro sou eu. Vou já orientar aí uns contactos.
(Creonte sai)
CORO JUST GIRLS:
Yeah, Yeah, Yeah
Temos tanta pena dele
Parecia tão feliz
E agora, coitadinho
O Édipo está sozinho
Que irá ele fazer?
Terá alegria alguém
Que f*deu a própria mãe?
Yeah, Yeah, Yeah
(O Coro sai. O pano desce)

FIM

Eterno Entorno

segunda-feira, janeiro 07, 2008

In Memoriam

Morreu anteontem o escritor maldito, Luiz Pacheco. Uma pena... Sábado foi mesmo dia de más notícias, não bastava o Sporting quinar com o Boavista, tinha também de quinar o Luiz Pacheco. Enfim, espero que, esteja lá onde estiver, Luiz Pacheco se sinta feliz. E que o Cesariny lhe faça um bico!

Eterno Entorno

Peter of Pan apresenta: REI ÉDIPO (adaptado à geração Morangos com Açúcar). Parte IV

CENA 4


(Édipo encontra-se novamente sentado na borda do passeio. Olha melancolicamente para a sua tatuagem “Amor de Mãe”. Apresenta-se visivelmente abatido)


ÉDIPO: Se eu soubesse que chefiar gangs em Chelas era assim, tinha antes estudado para engenheiro!
(Chega Jocasta. Senta-se junto de Édipo)
JOCASTA: Olha, toma lá um charro.
(Jocasta oferece-lhe a ganza)
ÉDIPO: ‘Brigado, ‘mor. É disto mesmo que preciso. (Acende e dá uma passa) Como é que posso mandar em Chelas nestas condições?
JOCASTA: Édipo, não é o teu amigo Black MC que vem ali?
ÉDIPO (levantando-se): É sim. Que será que o dread quer?
(Entra o Mensageiro, Black MC. Veste um fato de treino azul e usa correntes de ouro ao pescoço, pulseiras e relógio, também de ouro, nos pulsos)
MENSAGEIRO BLACK MC: Peace, Édipo! Cumé, ‘tá-se bem, brother?
ÉDIPO: ‘Tá-se mal, MC! Bué mal mesmo! ‘Tamos aqui com umas cenas, topas?
MENSAGEIRO BLACK MC: Iá, ‘tou-te a ver. Mas iá, tipo, venho dar-te más notícias, tenho pena mas é assim. ‘Tás a ver, o Seu Jaílson quinou e tal.
ÉDIPO (deixa cair o charro): O meu velho?!?!
MENSAGEIRO BLACK MC: O bacano morreu engasgado enquanto comia picanha.
ÉDIPO: E aquele cabrão do Oráculo, a dizer que eu mataria o meu pai… O gajo que anda a fornecer haxe ao Oráculo ‘tá lixado comigo, vou partir-lhe a boca toda. E fiquei eu com medo de ir para a cama com a minha cota… Oráculo filho-da-puta!
MENSAGEIRO BLACK MC: ‘Tás a falar de quê, bacano?
ÉDIPO: Do Oráculo, que disse que um dia eu iria matar o meu pai e pinocar com a minha mãe. Mas o meu pai acabou de morrer e eu estava bem longe.
MENSAGEIRO BLACK MC: Ó Édipo, man… O Seu Jaílson e a Dona Neuza não são os teus cotas!
ÉDIPO (supreendido e irritado): Hã?! ‘Tás também a mangar? Olha que eu chino-te todo, preto dum cabrão!
MENSAGEIRO BLACK MC: Chupa aqui, ó Édipo! Tu foste vendido aos meus cotas, e os meus cotas venderam-te depois aos brasucas, que acabaram por ficar contigo.
JOCASTA (aterrada): NÃO!!!
ÉDIPO: O QUÊ?!?!?
MENSAGEIRO BLACK MC: É! This is real, man.
JOCASTA: Vou para casa, vou ter uma overdose enquanto corto os pulsos e me enforco afogada na banheira com gás e veneno!
(Entra Guilherme de Ockham)
GUILHERME DE OCKHAM (para Jocasta): Não sabes que não se devem multiplicar entidades desnecessárias?
(Guilherme de Ockham e Jocasta retiram-se)
MENSAGEIRO BLACK MC (supreendido): Quem era este?!?
ÉDIPO (está tão chocado que nem ouviu as palavras de Jocasta): ‘Tou todo f*dido, cena janada esta merda!
MENSAGEIRO BLACK MC: Desculpa lá, brother. Um dia tinhas de saber. Agora vou bazar, ‘tá-se?
(O Mensageiro, Black MC, retira-se)
ÉDIPO (lacrimejando): Ai a minha vida! Não acredito nisto!!! Coisas destas nunca aconteceram nos filmes do Steven Seagal! O Oráculo afinal tinha razão, não era da ganza: sem querer, matei o meu velho e tive sexo com a minha velha! Olha a cena, meu!!!
(Entra o Coro)
CORO JUST GIRLS:
Yeah, Yeah, Yeah
Não somos mesmo nada
Ao longo desta vida
Édipo, olha para ti:
Tens de sair já daqui.
A malta toda de Chelas
Rebenta-te essa boca
Se souber desta cena louca
Yeah, Yeah, Yeah
ÉDIPO (leva as mãos à cabeça): Ó chavalas, não me lixem mais o juízo…
(O Coro sai. Fim da Cena 4)

[Amanhã sai o último episódio!]

Eterno Entorno

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Peter of Pan apresenta: REI ÉDIPO (adaptado à geração Morangos com Açúcar). Parte III

CENA 3

(Creonte, já sem os spikes, vem calmamente a mamar uma mini pela rua. Nisto, alvoroçado, surge Édipo, que agarra Creonte pelo braço direito. Este, assustado, deixa cair a garrafa ao chão, que se estilhaça)

CREONTE (surpreendido ao reconhecer Édipo): Édipo, então? Que é isto, pá?
ÉDIPO: Ouve lá, esta merda toda não é um plano teu para ficares a mandar aqui em Chelas?
CREONTE: O que é que estás para aí a dizer, caraças?
ÉDIPO: ‘Tou a falar desta cena, do Oráculo, do Tirésias, do Laio, do assassino pesticida e da puta que os pariu a todos!
CREONTE (irritado): Pá, não te admito! Puta é a tua mãe! E não é pesticida, é parricida!
ÉDIPO (irritadíssimo): Ó Creonte, mais uma boca dessas e eu vou-te aos cornos!!!
CREONTE: Tu e mais quantos? Tu mandas aqui, mas não tenho medo de ti, o que é que pensas?
ÉDIPO: Chavalo, ‘tou-me a passar com esta tanga toda! Põe-te manso ou vai haver festa!!
(Chega Jocasta, visivelmente perturbada pela discussão. Aproxima-se de Édipo e Creonte. Jocasta traz sapatos de salto alto, mini-saia preta e um apertadíssimo top vermelho. É uma quarentona podre de boa, tão boa que o guionista já está a babar-se!)
JOCASTA: Ouçam lá, porque é que andam para aqui aos gritos?
CREONTE: Ó mana, é aí o teu namorado, o bacano ‘tá doido da cabeça! Vê lá se lhe consegues enfiar um pouco de juizinho…
ÉDIPO: Não é nada disso! Ó ‘mor, o teu irmão aí é que ‘tá com umas cenas esquisitas. Acho que ele quer tomar o meu lugar!
JOCASTA (diplomaticamente): Vá, acalmem-se lá os dois. Creonte, pisga-te e deixa-me falar aqui com o Édipo.
(Creonte sai)
ÉDIPO (mais aliviado): ‘Mor, dá-me um chocho…
(Jocasta e Édipo beijam-se apaixonadamente)
JOCASTA (soltando-se): Então, que se passa?
ÉDIPO: É o teu irmão, anda aí com umas intrigas. Hoje de manhã, encontrámo-nos e deixou-me a mensagem do Oráculo: há um assassino em Chelas, que deu cabo de um tal Laio e…
JOCASTA (interrompendo-o): O Laio era o meu marido.
ÉDIPO (surpreendido): A sério? Não sabia… (pausa) Pá, mas prontos, não interessa. A cena é que depois veio o Tirésias, o cegueta, sabes?, e ele insinuou que o assassino sou eu! Eu, ‘tás a ver?! Eu nem sequer conhecia esse Laio… isto é tudo uma conspiração do Creonte, sabes bem que ele e o Tirésias são melhores amigos e nunca confiaram em mim desde que vim mandar aqui em Chelas!
JOCASTA: Deixa estar, queridinho, não te chateies. Isto começou tudo com o Oráculo, não foi? Olha, sabes o que disse o Oráculo aqui há muitos anos, ainda não devias sequer ter nascido? Estava eu mais o Laio aqui numa esplanada quando recebemos um postal, mandado pelo Oráculo, que dizia: “Laio, pá, tu vais morrer às mãos do teu próprio filho ali para os lados do Martim Moniz. E tu, Jocasta, sua boazona, irás deitar-te com esse mesmo filho!” Estúpido, não é? Sim, o Laio foi encontrado morto no Martim Moniz, mas nunca poderia ter sido o nosso filho a matá-lo, pois nós vendemo-lo, quando ainda era bebé, a um casal de pretos.
ÉDIPO (mostra um ar assustado): Ai, ai, ai, ai, ai… mau, mau, esta cena está a ficar esquisita como o caraças…
JOCASTA: Hã?
ÉDIPO: Disseste que o Laio morreu no Martim Moniz?
JOCASTA: Sim, foi isso. Porquê?
ÉDIPO: Há quanto tempo foi isso?
JOCASTA: Hum, deixa cá ver, querido… (pausa) Bom, mais ou menos uns dois meses antes de vires para cá e te tornares o boss.
ÉDIPO (cada vez mais assustado. Começa a tremer das mãos): Isto ‘tá a ficar bonito, ‘ta… Ó Jocasta, ‘mor, esta história já é muita areia para a minha camioneta!
JOCASTA: Explica-te.
ÉDIPO: Uns dois meses antes de vir para Chelas, andei à porrada no Martim Moniz com um bacano, tudo por causa da última chamuça que um monhé tinha lá para vender. Enfiei-lhe bués murros nas trombas até ele andar de lado, só que depois escorregou numa perna de frango com caril, caiu, bateu com os cornos no chão e morreu!
JOCASTA (agora também um pouco assustada): Que dizes, Édipo? Amorzinho?
ÉDIPO: Sim, foi o que se passou, garina. E mandaste aí a boca de um casal de blacks… bem, os meus pais não são blacks e sim brasucas, Seu Jaílson e Dona Neuza. Só que, isto é estranho, lembro-me de, quando fiz 16 anos, ter ido para o Bairro Alto com uns bacanos, e o Cajó, esse cabrão agarrado, disse-me, antes de eu lhe partir uma caneca de cerveja na testa, que eu era adoptado. No dia seguinte, fui consultar o Oráculo, para saber coisas, e o Oráculo disse-me que um dia eu iria matar o meu pai e pinocar com a minha mãe. Como não curti nada a cena, então mandei um peido mesmo à frente do cabrão do Oráculo!
JOCASTA (cada vez mais preocupada): Édipo, querido, não estou a gostar nada da conversa. É melhor ficares caladinho… Está a doer-me a cabeça, acho que vou para casa.
(Jocasta retira-se. Entra o Coro)
CORO JUST GIRLS:
Yeah, Yeah, Yeah
Desvenda-se o mistério
Que coisa tão esquisita
Laio, Édipo, Jocasta
Que confusão, já basta!
Vamos ficar à espera.
Que mais irá acontecer
Além do que ‘tamos a ver?
Yeah, Yeah, Yeah
ÉDIPO: Ó pá, calem-se lá! Fosga-se!!!
(O Coro sai. Fim da Cena 3)

[Segunda-feira, mais um episódio! Aguardem!!!]


Eterno Entorno

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Peter of Pan apresenta: REI ÉDIPO (adaptado à geração Morangos com Açúcar). Parte II

CENA 2

ÉDIPO (para si): ‘Tou bem lixado! Como é que vou apanhar esse cabrão do pesticida?
(Creonte entra)
CREONTE: É parricida, ó Édipo!
(Creonte sai)
ÉDIPO (grita para Creonte): Pois, isso! ‘Brigadão, ó Creonte! (para si): Filho-da-puta, tem a mania de que sabe mais que os outros…
(Entra o Coro)
CORO JUST GIRLS: Ó Édipo, fofinho, nós, tipo, até descobrimos umas coisas e tal…
ÉDIPO: Então chibem-se, minhas fufas! Comecem já a falar ou então vai haver chinada!
CORO JUST GIRLS: Bruto! Olha, o que nós sabemos é isto: parece que o Laio foi morto fora de Chelas por um tipo que nasceu em Chelas mas não vivia em Chelas só que agora vive em Chelas desde que o Laio que mandava em Chelas morreu fora de Chelas.
ÉDIPO: Fónix, não percebi puto! Falar com vocês é pior do que fazer um teste de Matemática!
CORO JUST GIRLS: Édipo, se queres saber mais, pergunta ao Tirésias, ele sabe tudo.
ÉDIPO: O Tirésias? Aquele cegueta agarrado?
CORO JUST GIRLS: Sim, ele próprio.
ÉDIPO: Ai o car… ‘Tá bem, chamem lá o gajo… Só me saem é duques, porra!
(O Coro sai. Entra um cego, de jeans novos, camisa branca e óculos escuros Ray-Ban. Tem um ar cool e estranhamente não usa bengala. É Tirésias)
TIRÉSIAS: Mandaste chamar-me, Édipo? Queres falar comigo?
ÉDIPO: Sim, Tirésias. Preciso que me fales de umas cenas aí.
TIRÉSIAS: Atira lá então.
ÉDIPO: Ouvi dizer que sabes umas coisas sobre a morte do tal Laio.
TIRÉSIAS: É verdade, mas preferia não saber!
ÉDIPO (irritado com a resposta de Tirésias): Ó Tirésias, ‘tás a mangar comigo ou quê? Enfio-te um biqueiro nesses cornos que até ficas a ver estrelas! Não me chateies o juízo!!!
TIRÉSIAS: Édipo, pá: eu sou cego, como é que posso ficar a ver estrelas?!?!
ÉDIPO: Vai cagar! Percebeste o que eu quis dizer! Vá, chiba-te! Diz lá o que sabes sobre a cena do Laio, porra!
TIRÉSIAS: Prefiro não falar, para o teu próprio bem.
ÉDIPO (cada vez mais irritado): Hã?! Ai a merda… Ó Tirésias, tu atina-te! Já me estou a passar!!!!
TIRÉSIAS: Prontos, ó Édipo, eu falo. Só te digo isto: tu és o mal que vive neste bairro!
ÉDIPO (confundido pela resposta de Tirésias, coça o escroto): Mau! Mas o que… Não, eu passo-me! Mas é que me passo mesmo!!!! Porra, o que é isto, pá?!
TIRÉSIAS: Falei a verdade. Pensa nisso. Agora vou bazar, tenho de ir pedir esmola para o metro. Fica bem, Édipo.
(Tirésias retira-se. Édipo senta-se na borda do passeio)
ÉDIPO (para si): Esta malta tem de começar a dar menos nos charros. ‘Tou a ficar doido. E logo hoje que deixei o I-pod em casa… Este Tirésias aqui com enigmas e o catano, e eu a querer saber quem é o assassino, era fixe que se descobrisse antes do Sporting-Benfica de hoje. (pausa) Começo mas é a pensar que isto é tudo um plano marado do Creonte para me tirar da chefia dos gangues…
(Édipo retira-se, pensativo. Entra o Coro)
CORO JUST GIRLS:
Yeah, yeah, yeah
O Édipo está banzado
Coitado do Tirésias
Ele explicou tudo
É cego mas não é mudo
Só que o boss, nicles
Ficou ali na estrada
E não sacou nada de nada
Yeah, yeah, yeah
(o Coro sai. Fim da Cena 2)

[Próximo capítulo sai amanhã. Não percam!]

Eterno Entorno

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Peter of Pan apresenta: REI ÉDIPO (adaptado à geração Morangos com Açúcar). Parte I

Personagens da tragédia
ÉDIPO
CREONTE
JOCASTA
TIRÉSIAS
MENSAGEIRO BLACK MC
CORO JUST GIRLS
Nota: O SACERDOTE e o SERVO foram retirados da peça à última hora, pois foram convocados por Scolari para substituírem o Deco e o Petit na selecção portuguesa.

CENA 1

(Nas ruas de Chelas, surge um jovem. É ÉDIPO, exibindo uns jeans rasgados nos joelhos e uma t-shirt preta com uma caveira amarela. No braço esquerdo, pode ver-se uma tatuagem: é um coração vermelho atravessado por uma flecha negra. Acima deste desenho, encontra-se gravada a frase “Amor de Mãe”. À espera de ÉDIPO está CREONTE, todo vestido de preto e com spikes em ambos os antebraços)

ÉDIPO: Então, Creonte? ‘Tá-se bem?
CREONTE: Iá, tudo fixe, bacano.
ÉDIPO: Ouve lá, sempre foste ver aquela cena marada do Oráculo e tal?
CREONTE: Iá, fosga-se! Cena mesmo janada do camandro, fónix! Aquele tipo é só fumar brocas e o catano, eh eh eh!
ÉDIPO: Mas chiba-te lá, qual foi a mensagem do maluco?
CREONTE: Pá, o Oráculo disse mais ou menos que tínhamos de mandar embora o mal que vive neste bairro, e portantos prontos.
ÉDIPO: Fosga-se! E que mal é esse?
CREONTE: Parece que um gajo qualquer cometeu parricídio.
ÉDIPO (surpreendido): Que é essa merda, meu?!?!
CREONTE: Pá, perguntei há pouco no café a uns nerds que lá estavam e disseram-me que é o assassínio de um progenitor. Tipo, um gajo que se lembre de matar o pai ou a mãe é um parricida.
ÉDIPO: Ih, ganda cena, meu!
CREONTE: Podes crer! O Oráculo chibou então que o assassino está em Chelas, o nosso bairro. E, no final da conversa, ainda me deu uma receita de lasanha.
ÉDIPO: Temos de apanhar esse assassino dum cabrão! (pausa) Mas ouve lá, ó Creonte: se há um assassino, que é pesticida, quem foi o assassinado?
CREONTE: Não é pesticida, é parricida, Édipo. Mas iá, és esperto, ‘tás a pensar bem. O Oráculo não disse nada quando lá fui, mas há 5 minutos recebi um SMS, e era dele. Queres que te mostre?
ÉDIPO (acena com a cabeça): Iá, mostra aí a cena.
CREONTE (saca do telemóvel e lê a mensagem): Aqui diz: “Axo k o morto se xamava Laio”.
ÉDIPO: Laio? Quem é esse?
CREONTE: Era o freak maluco que mandava cá no bairro antes de chegares, ó Édipo.
ÉDIPO: Pois, não sei quem era. Pá, mesmo assim, temos de orientar um esquema. Temos de descobrir o assassino e resolver isto antes que a bófia meta cá o nariz e essa merda toda.
CREONTE: Édipo, tu é que sabes, tu é que és o boss.
(Creonte retira-se. Entra o Coro, composto de 5 belas moçoilas trajando apenas reveladores bikinis)
CORO JUST GIRLS:
Yeah, Yeah, Yeah
Os deuses falaram
Pela boca do Oráculo
‘Tá um assassino em Chelas
Agora é que são elas
E nós dançamos bué bem
Queres o nosso disco?
Vai pedir à tua mãe
Yeah, Yeah, Yeah
ÉDIPO: Calem-se, suas vacas loucas!
(O Coro sai. Fim da Cena 1)

[Não percam os próximos capítulos...]

Eterno Entorno