sexta-feira, outubro 30, 2009
Ser gay é...
...estar a decorrer o Salão Erótico de Lisboa e eu preferir ir ao Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora!!!!
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Holy fuck, dudes! Como é que eu vou dar cabo disto?!
Ontem, houve uma conferência aqui no local de trabalho. Já sabem como funciona: vem cá alguém dar uma palestra, há pancadinhas nas costas, lambidela de sapatos, graxa e, sobretudo, muitos comes e muitos bebes. E também já se sabe que, nestas ocasiões, compra-se sempre a mais e sobra sempre o suficiente para alimentar uma aldeia somali durante 15 dias.
Mas porventura acham que os organizadores da conferência vão mandar os restos para África? Nããão... Irão deixá-los junto dos mendigos que passeiam pelo Campo Pequeno? Também nããão... o que eles acham correcto é "Sobrou comida? Ah, damos ao Peter of Pan, ele dá conta disto tudo enquanto o diabo esfrega o olho".
Quem os ouve falar assim, até pensa que eu sou um glutão. O que é mentira, pois ainda só comi 12 palmiers, 25 bolos de areia, 10 rissóis de camarão e meio (estou a comê-lo enquanto escrevo o texto), 3 fatias de bolo de chocolate, 38 muffins miniatura, 3 rins com recheio e 2348732 línguas de gato.
Que mania esta de as pessoas terem preconceitos a meu respeito...
Actualização: 11 rissóis de camarão!
Mas porventura acham que os organizadores da conferência vão mandar os restos para África? Nããão... Irão deixá-los junto dos mendigos que passeiam pelo Campo Pequeno? Também nããão... o que eles acham correcto é "Sobrou comida? Ah, damos ao Peter of Pan, ele dá conta disto tudo enquanto o diabo esfrega o olho".
Quem os ouve falar assim, até pensa que eu sou um glutão. O que é mentira, pois ainda só comi 12 palmiers, 25 bolos de areia, 10 rissóis de camarão e meio (estou a comê-lo enquanto escrevo o texto), 3 fatias de bolo de chocolate, 38 muffins miniatura, 3 rins com recheio e 2348732 línguas de gato.
Que mania esta de as pessoas terem preconceitos a meu respeito...
Actualização: 11 rissóis de camarão!
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quinta-feira, outubro 29, 2009
Comparado com isto, o conflito israelo-palestiniano não passa de uma brincadeira de meninos...
Lá em casa, rebentou uma guerra pela posse dos recursos tecnológicos. Explico: só existe um computador, que tem de ser partilhado por nós dois. Acontece que, ultimamente, à gaja só lhe dá para açambarcar o computas com o objectivo de ir ao Facebook para jogar Farmville, e a mim só me dá na telha o mesmo, mas para jogar Texas Hold'em Poker. Colocada nestes termos, a disputa parece insanável... e é! Ainda procurei vir com argumentos racionais: "Ah, mas tu podes jogar Farmville no trabalho, enquanto eu não, porque não tenho tempo, e além disso o firewall bloqueia-me o acesso, por isso só posso jogar Poker cá em casa, e tu devias ter isso em conta e respeitar os meus direitos", mas ela retrucou com um simples "Não sejas parvo!", dinamitando deste modo quaisquer possibilidades de entendimento.
Por isso, tive necessidade de adoptar medidas drásticas, que envolveram barricar-me no escritório (território onde se concentram os recursos tecnológicos) e tomar unilateralmente posse do PC. Ela não gostou e resolveu apelar para a provocação e até para a chantagem mais básicas: "Uhuuuuu, não queres sair do escritório?!?! Sabes o que é que eu tenho aqui, sabes?!?! Ge-la-dos!!!! E sabes onde é que eles estão, sabes?!? No fri-go-rí-fi-co! E sabes em que lado está o frigorífico, sabes?!? Do meu lado!!!!", mas homem que é homem aceita passar pelos mais terríveis sacrifícios para conquistar aquilo que deseja. Portanto, o escritório é meu e não o vou ceder, nem que venha o exército norte-americano armado com bombas e o raio que o parta para me fazer sair de lá.
Claro que estou consciente dos pontos menos positivos. E não são só os gelados. O facto de me ter barricado no escritório com os recursos tecnológicos disponíveis fez com que perdesse acesso ao resto da casa, e aos restantes recursos (hídricos, por exemplo. Ainda não tomei banho hoje...). Tenho de fazer as necessidades pela janela. As refeições são mais pobres do que as que um soldado toma na semana de campo. Na falta de fogão, vegetais, azeite, sal e etc., vi-me na obrigação de comer cru um livro do Heidegger, e como aquela merda é indigesta... (felizmente, lá está, a janela é mesmo ali ao pé). Para arranjar líquidos, tenho de moer uns 5 cds e espremer bem a pasta que daí se obtém. Não é muito, nem é lá essas coisas em termos de sabor, mas contém imensa fibra e dá-me boas perspectivas de sobrevivência futura, pois se todos os dias eu precisar de 5 cds, vão ser precisos uns bons 32262 anos até ficar desprovido de matéria-prima.
O único momento de tréguas dá-se quando temos de vir trabalhar. Aí ambos temos direito a algum descanso, e eu posso comer e beber à vontade, ao mesmo tempo que aproveito a deixa para reforçar o meu arsenal de guerra. Já comprei três AK-47, cinco cluster bombs, e estou à espera de um carregamento de explosivos que foi desviado de uma milícia islâmica. Também tenho 2 posters gigantes da Cláudia Veira em lingerie prontos para ocupar a parede (se é para fazer do escritório o meu posto, vou mesmo fazer do escritório o meu posto!) e um cartaz com os dizeres "O Paulo Portas é atrasado mental".
Vai ser lindo quando chegar do trabalho e reocupar o meu território só temporariamente abandonado... Passarei a noite a jogar Texas Hold'em Poker, com uma Kalashnikov junto do mouse e a figura da Cláudia Vieira posando em trajes menores diante de mim. A gaja terá a entrada vedada para o resto dos seus dias e ou reconhece a minha vitória, submetendo-se à minha política pós-guerra, tal como os alemães tiveram de obedecer às condições impostas pelos aliados finda a segunda guerra mundial, ou então abre os cordões à bolsa e compra um computador só para ela, onde possa jogar Farmville à vontade. O que está no escritório, esse, só se rege pelas minhas leis e só apresenta o joguinho de Poker do Facebook. E mai nada! Toma lá, ó gaja!!!!
Por isso, tive necessidade de adoptar medidas drásticas, que envolveram barricar-me no escritório (território onde se concentram os recursos tecnológicos) e tomar unilateralmente posse do PC. Ela não gostou e resolveu apelar para a provocação e até para a chantagem mais básicas: "Uhuuuuu, não queres sair do escritório?!?! Sabes o que é que eu tenho aqui, sabes?!?! Ge-la-dos!!!! E sabes onde é que eles estão, sabes?!? No fri-go-rí-fi-co! E sabes em que lado está o frigorífico, sabes?!? Do meu lado!!!!", mas homem que é homem aceita passar pelos mais terríveis sacrifícios para conquistar aquilo que deseja. Portanto, o escritório é meu e não o vou ceder, nem que venha o exército norte-americano armado com bombas e o raio que o parta para me fazer sair de lá.
Claro que estou consciente dos pontos menos positivos. E não são só os gelados. O facto de me ter barricado no escritório com os recursos tecnológicos disponíveis fez com que perdesse acesso ao resto da casa, e aos restantes recursos (hídricos, por exemplo. Ainda não tomei banho hoje...). Tenho de fazer as necessidades pela janela. As refeições são mais pobres do que as que um soldado toma na semana de campo. Na falta de fogão, vegetais, azeite, sal e etc., vi-me na obrigação de comer cru um livro do Heidegger, e como aquela merda é indigesta... (felizmente, lá está, a janela é mesmo ali ao pé). Para arranjar líquidos, tenho de moer uns 5 cds e espremer bem a pasta que daí se obtém. Não é muito, nem é lá essas coisas em termos de sabor, mas contém imensa fibra e dá-me boas perspectivas de sobrevivência futura, pois se todos os dias eu precisar de 5 cds, vão ser precisos uns bons 32262 anos até ficar desprovido de matéria-prima.
O único momento de tréguas dá-se quando temos de vir trabalhar. Aí ambos temos direito a algum descanso, e eu posso comer e beber à vontade, ao mesmo tempo que aproveito a deixa para reforçar o meu arsenal de guerra. Já comprei três AK-47, cinco cluster bombs, e estou à espera de um carregamento de explosivos que foi desviado de uma milícia islâmica. Também tenho 2 posters gigantes da Cláudia Veira em lingerie prontos para ocupar a parede (se é para fazer do escritório o meu posto, vou mesmo fazer do escritório o meu posto!) e um cartaz com os dizeres "O Paulo Portas é atrasado mental".
Vai ser lindo quando chegar do trabalho e reocupar o meu território só temporariamente abandonado... Passarei a noite a jogar Texas Hold'em Poker, com uma Kalashnikov junto do mouse e a figura da Cláudia Vieira posando em trajes menores diante de mim. A gaja terá a entrada vedada para o resto dos seus dias e ou reconhece a minha vitória, submetendo-se à minha política pós-guerra, tal como os alemães tiveram de obedecer às condições impostas pelos aliados finda a segunda guerra mundial, ou então abre os cordões à bolsa e compra um computador só para ela, onde possa jogar Farmville à vontade. O que está no escritório, esse, só se rege pelas minhas leis e só apresenta o joguinho de Poker do Facebook. E mai nada! Toma lá, ó gaja!!!!
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quarta-feira, outubro 28, 2009
Abaixo a Direita, já!
Ontem, ao mastigar um pão com manteiga, o maxilar inferior deslocou-se da junção com o maxilar superior no lado direito do rosto. À noite, devo ter dormido mal porque de manhã acordei com uma dor intensa no ombro direito. De madrugada, quando fui à casa de banho, torci o pé... direito! E como se não bastasse, o golo marcado ontem pelo Guimarães contra o Sporting foi feito com qual chuteira, qual? Exacto: com a direita!
Depois destas merdas todas, como é que ainda querem que eu não diga mal da Direita?!?!?!?!
P.S.: Peço desculpa a todos, mas tem sido impossível visitar e comentar os vossos blogues, bem como comentar os vossos comentários ao meu blogue. Tal deve-se ao acréscimo de compromissos profissionais e académicos. Prometo que, passada esta fase, ou seja, lá para 2012, voltarei a atacar os vossos estaminés com as minhas costumeiras parvoíces. Até lá, divirtam-se na minha ausência!
Depois destas merdas todas, como é que ainda querem que eu não diga mal da Direita?!?!?!?!
P.S.: Peço desculpa a todos, mas tem sido impossível visitar e comentar os vossos blogues, bem como comentar os vossos comentários ao meu blogue. Tal deve-se ao acréscimo de compromissos profissionais e académicos. Prometo que, passada esta fase, ou seja, lá para 2012, voltarei a atacar os vossos estaminés com as minhas costumeiras parvoíces. Até lá, divirtam-se na minha ausência!
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terça-feira, outubro 27, 2009
Investigação científica: o excesso de gordura prejudica a visão?
Resposta: sim! A minha barriga está tão grande que já mal consigo ver o pénis (e o animal - é como, na intimidade, eu costumo tratá-lo - até é grandito...).
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segunda-feira, outubro 26, 2009
Mas quem é que passou o diploma aos arquitectos de hoje em dia?
Bem, alguém viu o nevoeiro que andou pela Margem Sul? Pá, não dava para ver mais nada, só mesmo o nevoeiro. Se eu fosse monárquico (felizmente não sou, afinal tenho um cérebro - e funciona -, sou heterossexual e anti-beto), era hoje que eu esperava pelo Dom Sebastião.
Mas não é sobre nevoeiro que eu quero falar. O que eu quero é, isso sim, mostrar a minha indignação acerca das actuais construções para habitação. Provavelmente, vocês até sabem melhor disto do que eu: os apartamentos são uma nojice. Atenção, não estou a querer dizer que estão sujos (cada um sabe da sua higiene) e sim que estão mal feitos. Visitem um qualquer prédio de apartamentos que tenha sido construído nos últimos, vá, 5 anos. Entrem num qualquer andar. E percam-se pelas diferentes divisões: um hall interessante, uma cozinha espaçosa, uma sala de estar também espaçosa... e o que se passa com o resto?! A casa-de-banho mal dá para enfiar lá um polibã, a sanita parece que fica em cima do bidé, ou vice-versa, e o lavatório quase que fica dentro da sanita. Fazer caber uma pessoa no meio de todo este tráfego é tarefa para especialistas de Tetris! E pior é quando saímos da casa-de-banho, com esforço, pois claro, uma vez que a nossa perna esquerda ficou presa entre o bidé e o polibã, e queremos ver o quarto de dormir. Esta divisão até dá dó: o espaço é mais apertadinho do que a racha de uma beata virgem com 70 anos. Meter lá um roupeiro e uma cama de casal é algo quase impossível, pior do que querer pôr o Rossio na rua da Betesga,e podemos esquecer as mesas de cabeceira, a não se quer gostemos de vê-las presas ao tecto, a fazer companhia ao candeeiro.
E já pensaram no que isto pode fazer à vida de um casal? Uma pessoa, a dormir, tem de fazê-lo como se estivesse em coma profundo. O menor movimento de braços ou pernas significa automaticamente chocar contra a parede, a janela ou o roupeiro. E o sexo?!? Caso o casal queira ter sexo no quarto de dormir (e o mesmo vale para a casa-de-banho), só pode fazê-lo na posição de missionário ou de spooning e mesmo assim, na primeira, quem fica por cima tem de ter cuidado em não se deixar empolgar muito, pois corre o risco de bater no candeeiro ou nas mesas de cabeceira que decoram o tecto. Canguru perneta?! Só se os conjuges não se importarem de ficar com um traumatismo craniano. Mastery?! Se a mulher gosta de ficar com os cornos contra a parede, tudo bem. O mesmo vale para a canzana se esta sair do espaço do leito... Cowgirl?! Só funciona se a mulher ficar com os braços esticados junto ao corpo, o que na minha óptica é o comportamento mais anti-sexual que existe. Esquadro?!!? Epá, que tarados são vocês que até conhecem a posição do esquadro?! E como querem que ela funcione dentro de um quarto tão minúsculo?!?!
Bom, em resumo, e era aqui que eu queria chegar, os quartos de dormir de hoje em dia não foram feitos para se andar na palhaçada. O melhor é ir para a cozinha e fazê-lo em cima da mesa ou dentro do frigorífico, ou ir para a sala e fazê-lo em cima do sofá ou do televisor. No quarto de dormir já vimos que é complicado...
Mas não é sobre nevoeiro que eu quero falar. O que eu quero é, isso sim, mostrar a minha indignação acerca das actuais construções para habitação. Provavelmente, vocês até sabem melhor disto do que eu: os apartamentos são uma nojice. Atenção, não estou a querer dizer que estão sujos (cada um sabe da sua higiene) e sim que estão mal feitos. Visitem um qualquer prédio de apartamentos que tenha sido construído nos últimos, vá, 5 anos. Entrem num qualquer andar. E percam-se pelas diferentes divisões: um hall interessante, uma cozinha espaçosa, uma sala de estar também espaçosa... e o que se passa com o resto?! A casa-de-banho mal dá para enfiar lá um polibã, a sanita parece que fica em cima do bidé, ou vice-versa, e o lavatório quase que fica dentro da sanita. Fazer caber uma pessoa no meio de todo este tráfego é tarefa para especialistas de Tetris! E pior é quando saímos da casa-de-banho, com esforço, pois claro, uma vez que a nossa perna esquerda ficou presa entre o bidé e o polibã, e queremos ver o quarto de dormir. Esta divisão até dá dó: o espaço é mais apertadinho do que a racha de uma beata virgem com 70 anos. Meter lá um roupeiro e uma cama de casal é algo quase impossível, pior do que querer pôr o Rossio na rua da Betesga,e podemos esquecer as mesas de cabeceira, a não se quer gostemos de vê-las presas ao tecto, a fazer companhia ao candeeiro.
E já pensaram no que isto pode fazer à vida de um casal? Uma pessoa, a dormir, tem de fazê-lo como se estivesse em coma profundo. O menor movimento de braços ou pernas significa automaticamente chocar contra a parede, a janela ou o roupeiro. E o sexo?!? Caso o casal queira ter sexo no quarto de dormir (e o mesmo vale para a casa-de-banho), só pode fazê-lo na posição de missionário ou de spooning e mesmo assim, na primeira, quem fica por cima tem de ter cuidado em não se deixar empolgar muito, pois corre o risco de bater no candeeiro ou nas mesas de cabeceira que decoram o tecto. Canguru perneta?! Só se os conjuges não se importarem de ficar com um traumatismo craniano. Mastery?! Se a mulher gosta de ficar com os cornos contra a parede, tudo bem. O mesmo vale para a canzana se esta sair do espaço do leito... Cowgirl?! Só funciona se a mulher ficar com os braços esticados junto ao corpo, o que na minha óptica é o comportamento mais anti-sexual que existe. Esquadro?!!? Epá, que tarados são vocês que até conhecem a posição do esquadro?! E como querem que ela funcione dentro de um quarto tão minúsculo?!?!
Bom, em resumo, e era aqui que eu queria chegar, os quartos de dormir de hoje em dia não foram feitos para se andar na palhaçada. O melhor é ir para a cozinha e fazê-lo em cima da mesa ou dentro do frigorífico, ou ir para a sala e fazê-lo em cima do sofá ou do televisor. No quarto de dormir já vimos que é complicado...
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sexta-feira, outubro 23, 2009
Multi-agredido!
Estou irritado. Tenho sofrido múltiplas agressões nos últimos dias. Primeiro, ao sacana do sapato deu-lhe para me comer o calcanhar do pé direito; por via disso, ando com uma feridonga enorme e dói-me quando caminho. Segundo, ontem, enquanto almoçava, mordi o lábio inferior. Como não bastasse o buraco que tenho no pé, agora tenho também um buraco no lábio e dói-me quando como. Terceiro, à noite a minha gaja aplicou-me uma valente joelhada - adivinhem lá onde, adivinhem!!! - não, não foi nos tomates, foi no lábio ferido! Ela desculpou-se e disse que tinha sido sem querer, mas eu não vou em balelas. Foi tudo propositado, tendo como consequência agravar a minha ferida no lábio, e dói-me quando bebo! Quarto - e isto é absolutamente verídico!!! - entalei o meu pénis na braguilha das calças. Fiz um golpe no pau e dói-me quando f@$@"!
Resumindo: com tanta violência, actividades essenciais como caminhar, comer, beber e f@d&r são executadas com bastante sofrimento. Mas que raio de vida vem a ser esta, hum?!? Alguém tem o número do bruxo do Cristiano Ronaldo?! Ele que venha dar aqui uma consultazinha, se fizer favor!!!
Bom fim-de-semana e mantenham-se longe de mim.
Resumindo: com tanta violência, actividades essenciais como caminhar, comer, beber e f@d&r são executadas com bastante sofrimento. Mas que raio de vida vem a ser esta, hum?!? Alguém tem o número do bruxo do Cristiano Ronaldo?! Ele que venha dar aqui uma consultazinha, se fizer favor!!!
Bom fim-de-semana e mantenham-se longe de mim.
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quinta-feira, outubro 22, 2009
Uma Questão de Linguagem (2)
O empobrecimento de uma língua não se verifica só através dos erros ortográficos que são dados usualmente (ver post anterior). Outra causa da anorexia da língua portuguesa encontra-se nos vocábulos em desuso. É triste observar como o Português, que é tão rico, está a sofrer uma sangria de termos, e isso é triste porque faz-me pensar que os portugueses são uma espécie de doentes de Alzheimer, que em lugar de se esquecerem dos entes queridos, esquecem-se de palavras que utilizaram sobejamente em tempos idos.
Num dos grandes livros de todos os tempos, 1984, George Orwell criticava a novilíngua por esta ser composta por poucas palavras. Muitos dos vocábulos que eram proferidos na velhilíngua foram proibidos, segundo o princípio de que uma linguagem mais pobre origina um pensamento mais pobre, o que constitui uma vantagem óbvia para quem se encontra no poder.
Pois bem, eu não quero que o Português se transforme numa novilíngua. Portanto, urge recuperar aqueles vocábulos que estão em vias de extinção. Esquivo-me aqui a fazer uma lista de todos eles, mas não me furto a considerar três casos. O meu propósito é que os três termos dos quais irei falar voltem a ser usados na linguagem corrente, de onde aliás nunca deveriam ter saído.
Termo 1: Estronço (do italiano stronzo). Não confundir com estrôncio, um tipo de metal. "Estronço" foi um vocábulo muito utilizado nos finais dos anos 80, princípios dos anos 90 do século XX pela população jovem das áreas metropolitanas. E o que é um estronço?! Um estronço é um estúpido, um parvo, um imbecil, um idiota, mas a palavra detém mais requinte (basta dizer que é importada do italiano...). Portanto, quem a profere está, automaticamente, a colocar-se numa posição semanticamente superior: se eu digo ao Vítor "és um estronço", não só estou a dizer que o Vítor é estúpido mas também que eu sou um gajo suficientemente culto que é capaz de utilizar o termo "estronço" em vez de "estúpido". E isso desarma logo o gajo...
Termo 2: Pachacha (do francês pachache). A palavra pachacha, também por vezes grafada paxaxa, está a passar por um período de preconceito. Muito utilizada durante os anos 70 e 80, foi caindo em desuso a partir dos anos 90, perdendo prestígio para o muito mais vulgar "cona". (A esta teoria linguística, eu dou o nome de "ditadura da cona") E é uma pena que uma palavrinha tão deliciosa como pachacha, composta por três sílabas extremamente musicais (pa/cha/cha) se veja ultrapassada por uma porcariazinha de duas sílabas como cona. Isto, mais do que outra coisa, revela, além da decadência da língua portuguesa, a decadência da própria sociedade: é que estamos muito mal se as pessoas não dão uso à pachacha (esta frase, por favor, não é para tomar no sentido literal...)! Há, pois, que reciclar tão importante vocábulo.
Termo 3: Escanifobético (do chinês uin-ton-tau-té). À excepção dessa grande figura das letras lusas que dá pelo nome de Mário de Carvalho, não me recordo de ver uma palavra tão exótica como "escanifobético" consagrada na literatura. De acordo com o Ciberdúvidas, escanifobético começou a generalizar-se entre a juventude dos anos 50, com o sentido de estranho, esquisito, fora do comum, fora do normal. Durante os anos 80 ainda era amiudemente utilizada (eu lembro-me de levar com esse adjectivo por parte de colegas, professores, familiares...), mas com o passar do tempo o termo foi sendo deixado de lado. O que é de lastimar. É certo que a palavra soa ridícula, e faz lembrar uma coisinha má (diabético, epiléptico...), porém é dotada de um je ne sais quoi que me faz preferi-la ao comum esquisito. Aliás, estou em crer que, se em lugar de afirmar "os portugueses são esquisitos", tivesse dito "os portugueses são escanifobéticos", a Maitê Proença não teria sido vilipendiada como foi. Até porque, antes de mandarem qualquer atoarda, os portugueses teriam de ir ao dicionário procurar por "escanifobético"... e pessoalmente duvido muito que a maior parte dos dicionários possua tal definição.
Bom, apresentados os três termos que escolhi para serem recuperados e, assim, voltarem ao protagonismo que já obtiveram na língua portuguesa, resta-me um derradeiro esforço. Trata-se de criar uma frase que possa ser repetida por todos em todo o lado, quer no mundo real, quer no mundo virtual. A frase que tenho em mente é esta:
"O estronço do Vítor papou a pachacha escanifobética da Sara"
E o que proponho é isto:
a) dizê-la 2 vezes ao dia nos transportes públicos
b) dizê-la 1 vez por dia junto dos colegas de trabalho
c) colocá-la no estado do messenger
d) colocá-la no estado do Facebook
e) estampá-la numa t-shirt
f) levá-la num cartaz para um jogo de futebol (até porque já estamos fartos do "Mãe, estou aqui!" e do "Nãoseidasquantas, dá-me a tua camisola")
Se fizermos isto, é bastante provável que em poucos dias os vocábulos "estronço", "pachacha" e "escanifobético" regressem ao Português do dia-a-dia. E isso, a acontecer, é uma mais valia para a língua. Cabe-nos a nós levar esta missão de enriquecimento da língua portuguesa a bom porto. Conto convosco, seus estronços escanifobéticos.
Num dos grandes livros de todos os tempos, 1984, George Orwell criticava a novilíngua por esta ser composta por poucas palavras. Muitos dos vocábulos que eram proferidos na velhilíngua foram proibidos, segundo o princípio de que uma linguagem mais pobre origina um pensamento mais pobre, o que constitui uma vantagem óbvia para quem se encontra no poder.
Pois bem, eu não quero que o Português se transforme numa novilíngua. Portanto, urge recuperar aqueles vocábulos que estão em vias de extinção. Esquivo-me aqui a fazer uma lista de todos eles, mas não me furto a considerar três casos. O meu propósito é que os três termos dos quais irei falar voltem a ser usados na linguagem corrente, de onde aliás nunca deveriam ter saído.
Termo 1: Estronço (do italiano stronzo). Não confundir com estrôncio, um tipo de metal. "Estronço" foi um vocábulo muito utilizado nos finais dos anos 80, princípios dos anos 90 do século XX pela população jovem das áreas metropolitanas. E o que é um estronço?! Um estronço é um estúpido, um parvo, um imbecil, um idiota, mas a palavra detém mais requinte (basta dizer que é importada do italiano...). Portanto, quem a profere está, automaticamente, a colocar-se numa posição semanticamente superior: se eu digo ao Vítor "és um estronço", não só estou a dizer que o Vítor é estúpido mas também que eu sou um gajo suficientemente culto que é capaz de utilizar o termo "estronço" em vez de "estúpido". E isso desarma logo o gajo...
Termo 2: Pachacha (do francês pachache). A palavra pachacha, também por vezes grafada paxaxa, está a passar por um período de preconceito. Muito utilizada durante os anos 70 e 80, foi caindo em desuso a partir dos anos 90, perdendo prestígio para o muito mais vulgar "cona". (A esta teoria linguística, eu dou o nome de "ditadura da cona") E é uma pena que uma palavrinha tão deliciosa como pachacha, composta por três sílabas extremamente musicais (pa/cha/cha) se veja ultrapassada por uma porcariazinha de duas sílabas como cona. Isto, mais do que outra coisa, revela, além da decadência da língua portuguesa, a decadência da própria sociedade: é que estamos muito mal se as pessoas não dão uso à pachacha (esta frase, por favor, não é para tomar no sentido literal...)! Há, pois, que reciclar tão importante vocábulo.
Termo 3: Escanifobético (do chinês uin-ton-tau-té). À excepção dessa grande figura das letras lusas que dá pelo nome de Mário de Carvalho, não me recordo de ver uma palavra tão exótica como "escanifobético" consagrada na literatura. De acordo com o Ciberdúvidas, escanifobético começou a generalizar-se entre a juventude dos anos 50, com o sentido de estranho, esquisito, fora do comum, fora do normal. Durante os anos 80 ainda era amiudemente utilizada (eu lembro-me de levar com esse adjectivo por parte de colegas, professores, familiares...), mas com o passar do tempo o termo foi sendo deixado de lado. O que é de lastimar. É certo que a palavra soa ridícula, e faz lembrar uma coisinha má (diabético, epiléptico...), porém é dotada de um je ne sais quoi que me faz preferi-la ao comum esquisito. Aliás, estou em crer que, se em lugar de afirmar "os portugueses são esquisitos", tivesse dito "os portugueses são escanifobéticos", a Maitê Proença não teria sido vilipendiada como foi. Até porque, antes de mandarem qualquer atoarda, os portugueses teriam de ir ao dicionário procurar por "escanifobético"... e pessoalmente duvido muito que a maior parte dos dicionários possua tal definição.
Bom, apresentados os três termos que escolhi para serem recuperados e, assim, voltarem ao protagonismo que já obtiveram na língua portuguesa, resta-me um derradeiro esforço. Trata-se de criar uma frase que possa ser repetida por todos em todo o lado, quer no mundo real, quer no mundo virtual. A frase que tenho em mente é esta:
"O estronço do Vítor papou a pachacha escanifobética da Sara"
E o que proponho é isto:
a) dizê-la 2 vezes ao dia nos transportes públicos
b) dizê-la 1 vez por dia junto dos colegas de trabalho
c) colocá-la no estado do messenger
d) colocá-la no estado do Facebook
e) estampá-la numa t-shirt
f) levá-la num cartaz para um jogo de futebol (até porque já estamos fartos do "Mãe, estou aqui!" e do "Nãoseidasquantas, dá-me a tua camisola")
Se fizermos isto, é bastante provável que em poucos dias os vocábulos "estronço", "pachacha" e "escanifobético" regressem ao Português do dia-a-dia. E isso, a acontecer, é uma mais valia para a língua. Cabe-nos a nós levar esta missão de enriquecimento da língua portuguesa a bom porto. Conto convosco, seus estronços escanifobéticos.
quarta-feira, outubro 21, 2009
Uma Questão de Linguagem (1)
Hoje este blogue vai cumprir uma função didáctica, pois compromete-se a pormenorizar uma boa utilização do Português escrito. Quem passa por blogues, messengers, twitters, facebooks e os tomates facilmente repara como o Português escrito é mal tratado, e uma das circunstâncias em que o Português leva mais cacetada, como se a nossa língua fosse um avançado que apanhasse pela frente o Bruno Alves (e este, em vez de treinado pelo Jesualdo Ferreira, o fosse pelo Jaime Pacheco), é na conjugação de tempos verbais, particularmente quando a conjugação envolve o pretérito perfeito do indicativo, o presente do indicativo ou o imperativo associados a pronomes. Quem já não deparou com atentados do género "encontras-te o lápis?", "tens os dois Kill Bill? Emprestamos!" ou "gostas-te de chuparmos?". Enfim, há de tudo para todos os gostos, foda-se (ou é fodasse?! Já nem sei...)
Com alguns singelos exemplos, espero que as pessoas responsáveis por aquelas e outras calinadas parem de escrever mal em Português e percebam, de uma vez por todas, a diferença entre um tempo verbal mariconço que anda agarrado a um pronome através de um hífen, o qual é claramente, a seguir ao til, o sinal ortográfico com o nome mais larilóide, e um outro que não tem nada acoplado. Vamos aos exemplos? Vamos:
1 - Ana e Paula conjugam o verbo levar sem pronome.
Ana: Olá, Paulinha. Queres ir ao bar comigo?
Paula: Sim, vamos!
Ana: Deve estar lá o Sérgio...
Paula: Ui, o Sérgio, que bom.
Ana: Achas que ele nos vai perguntar se queremos levar no rabo?
Paula: Ihihihi... acho!
Ana: E o que fazemos se ele nos perguntar se queremos levar no rabo?
Paula: Ora... levamos no rabo, claro está!
2 - Ana e Paula conjugam o verbo levar com pronome.
Ana: Olá, Paulinha. Estás melhor do rabo?
Paula: Olá, Ana. Sim, estou, mas ainda me dói um bocadinho!...
Ana: E o que fazes com esses chocolates todos?
Paula: Levo para casa... mas são tantos que me caem sempre das mãos!
Ana: Queres ajuda?
Paula: Sim, sim.
Ana: Queres que eu leve os teus chocolates no meu rabo?
Paula: Sim, sim. Leva-mos no rabo!
E pronto, é isto. Espero que tenham ficado esclarecidos.
Com alguns singelos exemplos, espero que as pessoas responsáveis por aquelas e outras calinadas parem de escrever mal em Português e percebam, de uma vez por todas, a diferença entre um tempo verbal mariconço que anda agarrado a um pronome através de um hífen, o qual é claramente, a seguir ao til, o sinal ortográfico com o nome mais larilóide, e um outro que não tem nada acoplado. Vamos aos exemplos? Vamos:
1 - Ana e Paula conjugam o verbo levar sem pronome.
Ana: Olá, Paulinha. Queres ir ao bar comigo?
Paula: Sim, vamos!
Ana: Deve estar lá o Sérgio...
Paula: Ui, o Sérgio, que bom.
Ana: Achas que ele nos vai perguntar se queremos levar no rabo?
Paula: Ihihihi... acho!
Ana: E o que fazemos se ele nos perguntar se queremos levar no rabo?
Paula: Ora... levamos no rabo, claro está!
2 - Ana e Paula conjugam o verbo levar com pronome.
Ana: Olá, Paulinha. Estás melhor do rabo?
Paula: Olá, Ana. Sim, estou, mas ainda me dói um bocadinho!...
Ana: E o que fazes com esses chocolates todos?
Paula: Levo para casa... mas são tantos que me caem sempre das mãos!
Ana: Queres ajuda?
Paula: Sim, sim.
Ana: Queres que eu leve os teus chocolates no meu rabo?
Paula: Sim, sim. Leva-mos no rabo!
E pronto, é isto. Espero que tenham ficado esclarecidos.
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terça-feira, outubro 20, 2009
Profissão de futuro
Sento-me num banco de jardim, para passar o tempo. Do outro lado da rua, chega uma motorizada verde, pequena e de caixa fechada com o logótipo do Pingo Doce. Trata-se do serviço de entrega de compras ao domicílio. Sai um rapaz com os seus trintas e poucos, abre a caixa e retira um par de cestos contendo sacos. Dirige-se a um prédio, toca a uma campainha, a porta abre-se e o rapazote sobe.
Continuo sentado no meu banco. Passam 5 minutos. 10. 20, e a mota continua ao abandono junto do passeio. Finalmente, a porta do prédio volta a abrir-se e o rapaz sai para a rua, cerca de 23 minutos após ter entrado. Observo o seu ar satisfeito, as bochechas ligeiramente rosadas e o cabelo desgrenhado.
Ou muito me engano, ou ele não veio só fazer entrega de compras...
Quando for grande, quero ir trabalhar para o Pingo Doce!
Continuo sentado no meu banco. Passam 5 minutos. 10. 20, e a mota continua ao abandono junto do passeio. Finalmente, a porta do prédio volta a abrir-se e o rapaz sai para a rua, cerca de 23 minutos após ter entrado. Observo o seu ar satisfeito, as bochechas ligeiramente rosadas e o cabelo desgrenhado.
Ou muito me engano, ou ele não veio só fazer entrega de compras...
Quando for grande, quero ir trabalhar para o Pingo Doce!
segunda-feira, outubro 19, 2009
Lúcidos comentários acerca de Parlez-moi de la pluie
No sábado, aproveitei mais uma oferta cinematográfica da 10ª Festa do Cinema Francês e fui assistir à nova película da grande Agnès Jaoui, realizadora/argumentista/actriz responsável por dois óptimos filmes: O Gosto dos Outros e Olhem Para Mim. Este mantém o toque Jaoui, com a ajuda sempre inestimável do seu companheiro, e também actor e argumentista, Jean-Pierre Bacri. E o "toque Jaoui" é fazer comédias com muita subtileza e um enfoque particular nas relações humanas e seus desenvolvimentos. Quem sai da sala de cinema depois de ver um filme da Jaoui inevitavelmente fá-lo com um sorriso nos lábios, mostrando que o bom cinema não precisa de ser só pachachas rapadas a serem seviciadas por atléticos mastruços.
[Um aparte: viram como se pode fazer boa crítica sem se ser pedante nem chato como os gajos do expresso?! E sem usar clichés como "mise-en-scène" e o camandro?!?!]
Só que a noite esteve longe de ser impecável... Com um filme da qualidade de Parlez-moi de la pluie, seria de esperar que qualquer espectador se sentisse satisfeito por só pagar 2 € pela sessão, certo?
Errado! A minha gaja, que gosta tanto de cinema francês quanto de um AVC, conseguiu surpreender-me! Então não é que, estando eu interessado em ver o filme, e a acompanhar o enredo, a páginas tantas me viro para observar a sua reacção só para constatar que ela está a dormir?!?!? A dormir!!! Isto lá é comportamento que se tenha? Felizmente não ressonou, mas a cabeça à banda e o fiozinho de saliva que escorria pelo canto direito da sua boca não davam claramente bom aspecto. Ainda bem que as salas de cinema costumam estar às escuras...
Mas o desplante não se ficou por aqui. Nãããão... Ela ainda teve a lata de acordar no intervalo, espreguiçar-se, bocejar e olhar para mim com aquela carinha de "o culpado disto és tu", quando tudo o que fiz foi convidá-la para o cinema, pagar-lhe a entrada e esperar que ela curtisse a sessão, nunca que utilizasse as cadeiras da sala para se armar em alentejana e passar pelas brasas.
Quando o filme recomeçou, pensei que a soneca anterior lhe tivesse chegado. De novo, acabei por ser mais enganado do que um defesa central quando apanha o Messi pela frente, e quem diz o Messi diz o Yannick Djaló, por razões diferentes, pois um gajo quando vê o Djaló está à espera que ele tente o passe, a finta, o cruzamento ou o remate, e nunca que tropece na própria bola e a faça ir para fora do relvado. E fui enganado porque, 20 minutos após o reinício do filme, a gaja volta a cair nos braços de Morfeu, e desta feita com um leve mas incomodativo ressonar. A sorte dela foi não estar ninguém nos bancos adjacentes, porque um cinéfilo mais convicto que apanhasse uma pessoa assim ao lado não se coibiria de lhe mandar um chapadão, coisa que até a mim próprio apetecia fazer. Só não procedi assim porque, ao contrário de um qualquer desconhecido, eu conheço a minha gaja, e sei que enfiar-lhe um chapadão, mesmo que por boas razões, levaria ao término da vida de todas as pessoas que se encontravam ali, descansadas, a assistir a um bom filme.
Quando o Parlez-moi de la pluie acabou, veio a cereja no topo do bolo. Então não é que, após ter passado mais de metade do tempo a olhar o filme para dentro, depois de quase me ter feito passar vergonha, de ter desperdiçado os meus dois euritos e de me colocar na cabeça a intenção de nunca mais voltar a trazê-la à rua, ela vira-se para mim para afirmar que o filme foi um lixo?!?!? Acham isto normal!?! Acham?!?!?
Nunca mais volto a assistir filmes franceses com a minha gaja, sacré bleu!
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sexta-feira, outubro 16, 2009
Olha que merda, então agora é que me avisam?!?!
Então não é que o Augusto Santos Silva, para variar, resolveu voltar a malhar na ainda líder do PSD e desta feita acusou-a de ser parecida com uma anarquista espanhola!?!?! Ao que tudo indica, Manuela Ferreira Leite mostrou-se tão radical e intransigente nas conversas tidas com Sócrates durante esta semana, que Santos Silva chegou mesmo a questionar-se se não estava diante de alguém do Bloco de Esquerda ou do PCTP/MRPP.
Eu fiquei surpreendido, confesso. Todos estes anos a julgar que a MFL era uma conservadora reaccionária, uma Margaret Thatcher lusa, uma acólita do conde Vlad Tepes Dracul que resolvera converter-se à política, mas afinal não: afinal tudo não passou de uma máscara! A Manuela, na verdade, é cá das minhas!
Só lamento saber disto tão tarde. Se o Santos Silva se tivesse chibado mais cedo, ou se a própria MFL, a fazer crer no seu slogan "Política de verdade", tivesse confessado o seu anarquismo desde o início (vou fazer cair o "espanhola": é tão feio colocar uma palavra tão perniciosa, como "espanhola", junto de uma tão bela quanto "anarquista"), juro que nas últimas legislativas, em lugar de votar em branco por não existir um partido que corresponda à minha ideologia extremista-anarquista, teria posto a cruzinha no PSD! Com o meu apoio, o PSD teria, em vez dos 29,11%, consignados em 1654777 votos, 29, 11% correspondentes a 1654778 votos, o que seria sem dúvida positivo para o partido em geral, e para a sua líder em particular, e aqui sim, haveria razões para o PSD cantar vitória. Infelizmente para todos, mas especialmente para a Manelinha, não foi isto que sucedeu...
Contudo, quero aqui dizer que a partir de hoje sou um manueloferreiroleiteiro. Estarei do lado dela, sempre que ela precisar! Seja a dizer mal do governo, seja a manifestar-me contra o Estado, seja a enforcar o último capitalista com as tripas do último padre (ou vice-versa), acompanhá-la-ei na luta por uma sociedade anarquista, uma sociedade em que a coerção e a exploração sejam abolidas. Fico feliz em saber que a Manuela Ferreira Leite, a quem eu classificava de "fascizóide, direitista, camafeu", é, na realidade, uma partidária das minhas causas. Obrigado, Manecas. Juntos, venceremos!
Bom fim-de-semana a todos e anarquem muito!
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quinta-feira, outubro 15, 2009
Giro giro era matar estes dois coelhos de uma cajadada só*
*Quem diz uma, diz pelo menos umas dez ou vinte. O importante era dar cabo deles... e conferir algum prazer ao "cajadador".
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quarta-feira, outubro 14, 2009
Lúcidos comentários sobre o caso Maitê Proença
Já li e ouvi muita coisa sobre a reportagem, ou lá como se chama aquilo, que a Maitê fez sobre Portugal, mas como sempre não li nem ouvi nada com lucidez. Por isso, resolvo-me a falar também eu do caso, para que finalmente haja uma opinião inteligente, sensata, conhecedora e imparcial.
Começo por isto: costuma-se dizer que ao génios se perdoa tudo, não é?! É verdade que a Maitê está muito longe de ser um génio, pois mais facilmente encontramos um neurónio no vírus da gripe A do que no crânio da célebre actriz, porém a Maitê possui algo que é mais importante do que a presumível genialidade. Sim, a Maitê tem mamas. E, apesar da idade, ainda conserva uma grande dose de beleza. Não sei quanto a vocês, mas se aos génios se perdoa tudo, com muito mais propriedade se perdoa o que quer que seja a uma mulher bonita. É que os génios trouxeram-nos obras de arte, instrumentos com os quais melhoramos a vida, histórias de encantar, mas também guerras e conflitos. Já as mulheres bonitas trazem-nos tusa. Pesando as coisas bem pesadas, quem é que prefere aqueles a estas?!? Só um louco...
Mas observemos o caso mais de perto. O que, afinal, fez a Maitê naquele vídeo e que tanto chocou os portugueses?!? Disse que éramos esquisitos? Quem se atreve a negá-lo?!? É por isso que há tanta indignação? A Maitê classifica-nos como esquisitos e cai-lhe a nação em cima, ao passo que o Vasco Pulido Valente anda a chamar-nos coisas muito piores desde que nasceu e é considerado um intelectual distinto?! Como diria Rui Santos: "então mas que raio de democracia é esta?!" Para o VPV, nós somos idiotas, atrasados, ignorantes, imbecis e o raio que nos parta. Comparado com isto, o que a Maitê fez é um elogio.
E quem diz o VPV, diz o José Gil. Sim, o José Gil, autor daquele best-seller que dá pelo nome de Portugal - O Medo de Existir. Aqui, assevera-se que os portugueses, além de terem medo de existir, se caracterizam pela não-inscrição no real. Ora, esta merda é grave, muito grave! Se alguém me chama de esquisito, eu até deixo passar, mas um gajo que me acusa de não-inscrição no real está a arranjar motivos para levar uma sapa naquelas fuças! Isto é coisa para se marcar um duelo de pistola, à antiga! A Maitê, coitada, por mais que se esforce, nunca conseguirá atingir o nível de insulto que o José Gil produziu.
Portanto, só posso concluir que, no fundo, os portugueses estão indignados não pelo que a Maitê disse e sim porque ela é brasileira e não conhece bem Portugal. Mas isto, meus amigos, é um raciocínio que, além de chauvinista, é falacioso. A Maitê não conhece bem Portugal? Sem dúvida: as alarvidades que ela debitou sobre o Tejo ou o Salazar comprovam-no. Mas se quisermos ser sinceros, aqueles ditos "intelectuais" que passam a vida a mandar abaixo os portugueses também desconhecem o país. José Gil passa mais tempo em França do que no nosso cantinho, e Vasco Pulido Valente tem passado toda a sua existência enfiado no século XIX. Sendo assim, quem tem mais legitimidade para falar mal de Portugal, hmmmm?!?
Há aqui também uma questão pessoal, confesso. Se não queremos que uma brasileira diga mal de Portugal, como é que podemos querer nós dizer mal dos outros povos?! Não sei quanto a vocês, mas um dos meus passatempos favoritos é dizer mal dos habitantes de outros países. E acreditem, sou muito mais acintoso e capaz de bem pior do que "esquisitos". Se retiramos à Maitê a liberdade de dizer merda preconceituosa sobre os portugueses, então também temos de abdicar de dizer merda preconceituosa sobre brasileiros, espanhóis, franceses, romenos, ucranianos, americanos, ingleses, angolanos, chineses, indianos, russos, gregos, canadenses, argentinos, moçambicanos, polacos... Eu, pessoalmente, gosto de chamar esta gente toda de labregos, criminosos, arrogantes, porcos, ladrões, filhos-da-Maitê, atrasados mentais, e tudo o mais de que me lembrar. Por favor, não me tirem esta diversão... caso contrário, tenho de chamar isto tudo aos portugueses, e eu não quero ficar como o Vasco Pulido Valente ou o José Gil.
Por último, oferece-se-me dizer algo sobre a questão do cuspo. Aqui sim, percebo que os portugueses tenham ficado ofendidos. Todavia, a minha opinião é a de que este acto só prejudica quem o comete. Afinal, o que está a Maitê Proença a revelar quando cospe na fonte? Está a revelar que ela é uma mulher que prefere cuspir a engolir, e isso é uma chapada a todas as suas compatriotas. As brasileiras, bem sabemos, são mulheres que, quando vêm para Portugal, de Lisboa a Bragança (olha, parece uma música dos Xutos...), fazem de tudo, até engolir. Só que a Maitê não: a Maitê não engole, a Maitê cospe. A Maitê, no fundo, não é como as outras brasileiras que vêm trabalhar para o nosso país. Ela não consegue fazer aquilo que as suas compatriotas fazem. Ela não se digna a tanto esforço. E porquê?! Porque, em conclusão, a Maitê é uma esquisita...
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terça-feira, outubro 13, 2009
Quelques commentaires a propos de la fête du cinéma français
Oui, c'est vrai, está a decorrer a 10ª festa do cinema franciú, oportunidade única para ver películas alternativas à máquina hollywoodiana por um baixo preço. Ontem, dei corda aos sapatos até ao São Jorge para assistir a uma coisa chamada Passe-Passe, comédia ligeirinha que não é nada de especial, mas dá para sorrir, e tem a vantagem de não ser com o Adam Sandler, além de entrar uma francesinha toda jeitosa que faz o papel de uma rapariga com síndrome de Tourette - o que eu gosto de gajas boas que sabem, gostam e conseguem mandar caralhadas, pá! Vocês não vêem disto nos filmes da Gwyneth Paltrow...
Todavia, e valendo-me de uma terminologia arrancada ao marxismo, a mais valia de eventos como este está em poder contemplar a fauna. Explico: há poucas coisas tão interessantes, do ponto de vista sociológico, como estar encostado junto das escadas do São Jorge a observar atentamente a "qualidade" das pessoas que frequentam aquele espaço por ocasião da festa do cinema croissant. Aquilo vai das tiazorras mais benzocas até aos maltrapilhos que querem dar a entender que são artistas, ou seja, inúteis. Toda esta gentalha faz um gajo como eu parecer irremediavelmente normal, quando normal é coisa que eu não sou, a começar pelo meu sportinguismo militante e a acabar no facto de gostar de cinema francês mas não ser homossexual.
Por estas razões (1 - cinema diferente do que se faz em Hollywood; 2 - observar os cromos e cromas) aconselho uma saltada à festa do cinema fnhonfnhonfnhon. Se puderem, vão ver por mim o filme que passa hoje às 19h no São Jorge: chama-se Ne Te Retourne Pas e conta com as prestações da diva Sophie Marceau e... e... e... exacto, da deusa Monica Bellucci, o que é suficiente para fazer deste o filme do ano (que digo eu?! Da década é que é!!!! Com um elenco destes, o filme devia ganhar o Nobel da Paz!). Motivos profissionais levam-me, infelizmente, a não poder estar presente, mas conto com vocês para irem lá e amanhã contarem tudo aqui, tim tim por tim tim!
E se me trouxerem imagens das duas actrizes, prometo que não volto a fazer posts acerca de peidos por um período de um ano...
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segunda-feira, outubro 12, 2009
Como diziam Beavis e Butthead: "Fire! Fire! Fire!"
Estão a reconhecer isto, não estão? Eu sei que estão: são malaguetas!
Sabem o que é que eu fiz ontem num jantar de amigos, sabem?! Enfiei uma pela goela abaixo!
Querem saber quantas corporações de bombeiros tive de chamar, querem?! Não sei, perdi a conta, mas sei que vi carros de bombeiros do Seixal, de Odivelas, do Barreiro, de Loures, de Almada, da Moita... enfim, praticamente todos os voluntários da Área Metropolitana de Lisboa estiveram com trabalhos.
Gostavam de ver o estado em que ficou a minha garganta, não gostavam?! Estão a ver o panorama da área florestal portuguesa durante a época de incêndios? É mais ou menos igual...
E mais: a malagueta não afectou apenas a minha cavidade bucal. Afectou igualmente os meus intestinos. Agora os meus gases estão tão poderosos que dão cabo de toda a biodiversidade num raio nunca inferior a 5km. Eu solto um pfffffzinho de nada e é ver árvores e plantas a definhar imediatamente, cães a ganir, gatos a fugir, pessoas a desmaiar. O dia não acaba sem que a ministra Ana Jorge aconselhe - não: obrigue! - as pessoas a andar de máscara já não por causa da gripe A mas por precaução contra as bombas químicas que o meu cu anda a libertar.
E não é só isto: tenho bebido tanta, mas tanta água que desconfio que o António Costa ficou com um presente envenenado (e agora, por veneno, não me refiro aos meus gases) quando ganhou as eleições. É que desconfio que Lisboa vai ter um sério problema de falta de água nos próximos tempos. O que eu bebi só esta manhã já dava para encher uns 1356774 camiões cisterna. Tenho a sensação de que, se as coisas continuarem a este ritmo, não só Lisboa não precisará de uma 3ª ponte sobre o Tejo como as outras duas ficarão obsoletas...
Porra, que esta merda ardeu, mas ardeu bem!!!!
sexta-feira, outubro 09, 2009
Dói-me o rabo...
É verdade: dói-me o rabo! Não, não fui arrombado por uma multidão de estivadores cabo-verdianos. Também não fui sodomizado por um gangue de trolhas samoanos. E muito menos fui desflorado pela equipa de futebol sénior da Nigéria.
A culpada é a minha gaja. Não, ela não me furou a anilha com um dildo de plástico. Também não me espetou um cabo de vassoura pela peidacha acima. E muito menos tive o meu selo anal violado através do gargalo de uma garrafa.
O que se passou então? Aquilo que a imagem acima ilustra: a gaja pregou-me uma valente dentadazorra no befe, nomeadamente no nalguedo direito (conotações políticas à parte, é sempre o lado direito que dá chatices...). Como resultado, guardo agora, qual tatuagem, a marca de dentes no meu precioso bumbunzinho, marca essa situada bem no centro de uma enorme nódoa negra, e além disso, quando me sento, tenho de fazê-lo inclinado para a esquerda, de forma a que a minha nalga direita não assente no banco ou cadeira.
Também fiquei com um andar novo, pois os movimentos musculares que realizo ao caminhar dependem de um impulso rabal. Estando a nalga direita manca, é toda a perna que lhe está colada a sofrer as consequências. Portanto, coxeio. E, ao contrário do mariconço do Dr. House, não possuo uma bengala para me apoiar os passos. Portanto, de dez em dez metros estou pregado ao chão (felizmente, não me calhou ainda cair de cu. Ao menos isso...).
Aposto que a pergunta de um milhão de dólares que vocês estão mortinhos para fazer é: "Bolas, tanta violência. O que é que vocês fazem na cama para ficares nesse estado?". E a minha resposta limita-se a isto: pá, não queiram saber. Se eu vos contasse, nem quero pensar em que estado ficaria o meu cagueiróvski...
Ah, bom fim-de-semana e coiso.
quinta-feira, outubro 08, 2009
Eu tenho...
...uma fêmea que, mal encontra uma oportunidade, salta para junto do meu corpo e compraze-se nele, roçando-se sensualmente enquanto solta generosos "prrrrrr". Ela é capaz de tudo para vir ter comigo e encostar a sua cabecinha de encontro ao meu forte e másculo peito. Ela é esperta (chamar-lhe-ia "rata", não fosse ela uma gata...) e percebe perfeitamente quando a minha respectiva abandona o leito e, por acréscimo, a mim próprio (o que, fazendo bem as contas, ocorre... hmmm, deixa cá ver, 5 dias úteis, mais o fim-de-semana... hmmm, ah, já sei: sempre!). Ao ver o vazio que se propaga pelos lençóis anteriormente ocupados pela gaja, ela lança-se apressadamente, pronta a tomar o seu lugar e a acompanhar-me nos últimos momentos do meu sono. Se, por acaso, eu já me encontro acordado, a suave felina embala-me com o seu doce olhar e lambe-me onde quer que encontre a desnudada pele: ela vai aos pés, aos braços, à cara, com especial relevância para o nariz e testa, às mãos... tudo isto é, para ela, alvo do seu afecto por mim.
A minha gaja já mostrou que tem ciúmes desta fêmea. Não suporta ela dividir-me com outro ser, ainda por cima um que possui pêlo e bigodes. Mas eu não resisto... a bichana é tão fofinha! Quando se enrola comigo, perco a consciência e a ética: só conta o aqui e o agora, só conto eu e ela, num paraíso de festinhas e miminhos e lânguidos e prolongados miados que fazem a vida valer a pena.
Bem sei que estamos a cavar as nossas próprias sepulturas. Um dia, inevitável dia, sei que seremos apanhados em flagrante pela minha respectiva. E o castigo cairá sobre nós: eu ficarei desprovido de certas partes do meu corpo; já a dulcíssima pantera que me acompanha nas primeiras horas da manhã ver-se-á certamente sem comida e bebida durante um dia. É que a minha gaja é cruel...
Contudo, nada disso me importa, nada disso me afecta. Continuarei a fruir da felicidade de que gozo, dia após dia, até que o céu me caia em cima, e quem diz o céu, diz a minha gaja armada com uma serra eléctrica. Eu e aquela fofa gatinha permaneceremos juntos até onde der, e resistiremos até onde conseguirmos.
O que o amor interespécies uniu, a mulher não separe! Nhau!
A minha gaja já mostrou que tem ciúmes desta fêmea. Não suporta ela dividir-me com outro ser, ainda por cima um que possui pêlo e bigodes. Mas eu não resisto... a bichana é tão fofinha! Quando se enrola comigo, perco a consciência e a ética: só conta o aqui e o agora, só conto eu e ela, num paraíso de festinhas e miminhos e lânguidos e prolongados miados que fazem a vida valer a pena.
Bem sei que estamos a cavar as nossas próprias sepulturas. Um dia, inevitável dia, sei que seremos apanhados em flagrante pela minha respectiva. E o castigo cairá sobre nós: eu ficarei desprovido de certas partes do meu corpo; já a dulcíssima pantera que me acompanha nas primeiras horas da manhã ver-se-á certamente sem comida e bebida durante um dia. É que a minha gaja é cruel...
Contudo, nada disso me importa, nada disso me afecta. Continuarei a fruir da felicidade de que gozo, dia após dia, até que o céu me caia em cima, e quem diz o céu, diz a minha gaja armada com uma serra eléctrica. Eu e aquela fofa gatinha permaneceremos juntos até onde der, e resistiremos até onde conseguirmos.
O que o amor interespécies uniu, a mulher não separe! Nhau!
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quarta-feira, outubro 07, 2009
Isto é muito, mas mesmo muito bom!
A obra dá pelo nome de Old Persons Home, e encontra-se em exibição na Saatchi Gallery de Londres. Numa sala, foram colocadas várias personalidades mundiais (em estado vetusto-vegetavivo) nas cadeiras de rodas que se locomovem aleatoriamente, por vezes entrechocando-se. Uma notável metáfora da política internacional...
Há quem ache isto intragável. Eu, além de achar inteligente, acho divertido. Parabéns aos artistas que tiveram esta ideia. Tomem lá o video e contemplem um exemplo da boa arte contemporânea que por aí se faz.
Há quem ache isto intragável. Eu, além de achar inteligente, acho divertido. Parabéns aos artistas que tiveram esta ideia. Tomem lá o video e contemplem um exemplo da boa arte contemporânea que por aí se faz.
terça-feira, outubro 06, 2009
A real silly season
Antes de passar ao post propriamente dito, um esclarecimento prévio: não comento as actuais exibições do Sporting.
Bom, hoje trago-vos a silly season. Sim, a silly season. Ao contrário do que as outras pessoas acham, para mim a silly season não começa com o Verão, nem com as férias grandes. Na minha opinião, a silly season tem o seu início no regresso às aulas, porque é nessa circunstância que se dá a grande migração de seres patetas para os locais até aí só frequentados por pessoas a sério.
E quem são estes seres patetas?! Todos os rapazes e raparigas que frequentam o ensino?! Não propriamente, afinal há muito estudantes que não são patetas... os que o são correspondem apenas a uma subespécie: os adolescentes! Os adolescentes são, por definição, patetas, e se durante o Verão eles andam mais ou menos escondidos, aquando do início do período lectivo revelam-se em todo o seu patético esplendor.
Uma das coisas que melhor caracteriza a patetice adolescente é a igualdade interssexual. Sim, tenho para mim que os adolescentes são o caldeirão mais perfeito de igualdade que se pode encontrar nas sociedades ocidentais: é que, lá dentro, é tudo igualmente tolo, estejamos a falar deles ou delas. Ao contrário de uma actividade como, por exemplo, o futebol, em que os homens, por serem melhores, ganham mais do que as mulheres, na adolescência não há a mínima diferença entre sexos, pois no que toca à tolice, nenhum obtém vantagem sobre o outro.
Tipifiquemos: enquanto um adolescente se veste à emo e pode passar 30 minutos na casa de banho de uma estação de comboio só a arranjar aquele cabelinho ridículo, uma adolescente pode estar sentada num banco de jardim a ler páginas de uma revista feminina e a suspirar pelo manjão que aparece de tronco nu. Quem é mais pateta?! Ele ou ela? Resposta: os dois! E quando se juntam é ainda pior, e se querem a minha opinião, a NATO deveria estar atenta a estas merdas em vez de se preocupar com a guerra no Afeganistão.
Quando um adolescente se junta a uma adolescente, cumprimentam-se com os habituais olás e beijinhos, mas depois abandonam todo e qualquer comportamento dito "normal" e dão azo à sua natureza pateta:
- Então - diz o adolescente, enquanto ajeita o cabelinho - vais para as aulas?
- Sim! - responde a adolescente com um suspiro, pois continua a olhar para as páginas da revista.
- Aulas... - continua o primeiro, querendo fazer-se de inteligente. - As aulas suckam bués! - e ajeita de novo o cabelinho.
- Iá - diz a pita, virando uma página e suspirando pelo Hugh Jackman.
- Eu acho que não devia haver aulas - remata aquele, ajeitando o cabelinho no fim da frase.
- Pois - retruca a jovem.
- Se eu mandasse, a vida - o adolescente interrompe o raciocínio para ajeitar o cabelinho - a vida era um eterno concerto dos Tokyo Hotel. - e ajeita novamente o cabelinho.
- Isso - atira a gaja, entre dois suspiros pelo Johnny Depp.
Pior do que isto, só quando, em vez de dois, temos um bando de adolescentes. Aí é que a tolice atinge níveis radioactivos, pois os pretensos diálogos transformam-se em verdadeiras cacofonias, com gritinhos, suspiros, ajeitanços de cabelo de meio em meio segundo, risinhos estúpidos, depois uma das raparigas deixa cair os cadernos, um rapaz apanha-os e devolve-os, lançando olhares lascivos enquanto ajeita o cabelinho, tudo debaixo de "ihihihihs" dos colegas, que vão ajeitando os cabelinhos (eles) e suspirando por gajos todos bons (elas), e estas porcarias transformam, para qualquer não-adolescente, um sítio público numa câmara de tortura.
É por isto que, para mim, a silly season é agora. Se duvidam, cheguem-se a qualquer local que contenha, pelo menos, 3 a 5 adolescentes, a ver se não ficam com a mesma opinião...
Bom, hoje trago-vos a silly season. Sim, a silly season. Ao contrário do que as outras pessoas acham, para mim a silly season não começa com o Verão, nem com as férias grandes. Na minha opinião, a silly season tem o seu início no regresso às aulas, porque é nessa circunstância que se dá a grande migração de seres patetas para os locais até aí só frequentados por pessoas a sério.
E quem são estes seres patetas?! Todos os rapazes e raparigas que frequentam o ensino?! Não propriamente, afinal há muito estudantes que não são patetas... os que o são correspondem apenas a uma subespécie: os adolescentes! Os adolescentes são, por definição, patetas, e se durante o Verão eles andam mais ou menos escondidos, aquando do início do período lectivo revelam-se em todo o seu patético esplendor.
Uma das coisas que melhor caracteriza a patetice adolescente é a igualdade interssexual. Sim, tenho para mim que os adolescentes são o caldeirão mais perfeito de igualdade que se pode encontrar nas sociedades ocidentais: é que, lá dentro, é tudo igualmente tolo, estejamos a falar deles ou delas. Ao contrário de uma actividade como, por exemplo, o futebol, em que os homens, por serem melhores, ganham mais do que as mulheres, na adolescência não há a mínima diferença entre sexos, pois no que toca à tolice, nenhum obtém vantagem sobre o outro.
Tipifiquemos: enquanto um adolescente se veste à emo e pode passar 30 minutos na casa de banho de uma estação de comboio só a arranjar aquele cabelinho ridículo, uma adolescente pode estar sentada num banco de jardim a ler páginas de uma revista feminina e a suspirar pelo manjão que aparece de tronco nu. Quem é mais pateta?! Ele ou ela? Resposta: os dois! E quando se juntam é ainda pior, e se querem a minha opinião, a NATO deveria estar atenta a estas merdas em vez de se preocupar com a guerra no Afeganistão.
Quando um adolescente se junta a uma adolescente, cumprimentam-se com os habituais olás e beijinhos, mas depois abandonam todo e qualquer comportamento dito "normal" e dão azo à sua natureza pateta:
- Então - diz o adolescente, enquanto ajeita o cabelinho - vais para as aulas?
- Sim! - responde a adolescente com um suspiro, pois continua a olhar para as páginas da revista.
- Aulas... - continua o primeiro, querendo fazer-se de inteligente. - As aulas suckam bués! - e ajeita de novo o cabelinho.
- Iá - diz a pita, virando uma página e suspirando pelo Hugh Jackman.
- Eu acho que não devia haver aulas - remata aquele, ajeitando o cabelinho no fim da frase.
- Pois - retruca a jovem.
- Se eu mandasse, a vida - o adolescente interrompe o raciocínio para ajeitar o cabelinho - a vida era um eterno concerto dos Tokyo Hotel. - e ajeita novamente o cabelinho.
- Isso - atira a gaja, entre dois suspiros pelo Johnny Depp.
Pior do que isto, só quando, em vez de dois, temos um bando de adolescentes. Aí é que a tolice atinge níveis radioactivos, pois os pretensos diálogos transformam-se em verdadeiras cacofonias, com gritinhos, suspiros, ajeitanços de cabelo de meio em meio segundo, risinhos estúpidos, depois uma das raparigas deixa cair os cadernos, um rapaz apanha-os e devolve-os, lançando olhares lascivos enquanto ajeita o cabelinho, tudo debaixo de "ihihihihs" dos colegas, que vão ajeitando os cabelinhos (eles) e suspirando por gajos todos bons (elas), e estas porcarias transformam, para qualquer não-adolescente, um sítio público numa câmara de tortura.
É por isto que, para mim, a silly season é agora. Se duvidam, cheguem-se a qualquer local que contenha, pelo menos, 3 a 5 adolescentes, a ver se não ficam com a mesma opinião...
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sexta-feira, outubro 02, 2009
O cúmulo da perturbação
Sou um gajo com estômago para muita coisa e possuo uma mente suficientemente retorcida para não me impressionar com qualquer desviozinho. Um dos meus autores favoritos é o Marquês de Sade, gosto dos filmes do David Lynch, escuto death metal brutal cinco vezes ao dia e os atentados de 11 de Setembro nada mais fazem senão arrancar-me um leve sorriso. E personalidades como Charles Manson, Josef Fritzl, Andrei Chikatilo ou Nuno da Câmara Pereira não me chocam. Ah, e sou adepto do Sporting.
Ou seja, tenho uma natural inclinação para não repudiar tudo aquilo que é perturbador. Mais: gosto de coisas que perturbam a maioria das pessoas, e tanto assim é que por vezes eu próprio me sinto esquisitóide (é que não é fácil lidar com certos tipos de rejeição: já alguma vez pararam para pensar como se sente alguém que, benevolente, mostra fotografias de corpos mutilados a um colega de trabalho e este reage vomitando?! E depois, já recomposto, ainda tem a lata de me chamar "doente"? Não é mesmo nada fácil...).
Houve uma altura em que, farto de ser diferente, e compreendendo que a sociedade não estava feita para pessoas como eu, decidi internar-me voluntariamente no Hospital Júlio de Matos. Acreditava eu que lá seria o meu lar, que lá poderia fruir confortavalmente dos meus heteróclitos gostos e não ser mal julgado por isso. Mas chegado à porta da clínica, percebi que até mesmo isto me estaria negado:
- Olá - disse eu ao médico que veio ao portão. - Gostaria de ser internado aqui.
- Muito bem - respondeu o doutor. - Mostre-me os seus documentos.
Saquei do bilhete de identidade e entreguei-o em mão.
- Não, seu idiota - comentou - Eu quero é a sua ficha clínica!
- Não tenho disso! - exclamei. - Desde quando é que isso é preciso?
- Sem essa documentação, não pode ficar aqui.
- Mas eu quero! - insisti.
- Pá - argumentou - Mas você é maluco, ou quê? Ponha-se a andar daqui para fora!!!
Ainda procurei fazê-lo compreender que esta última frase não fazia sentido nenhum (só neste país é que expulsam um maluco do Júlio de Matos...) por ser contraditória, porém ele revelou-se intratável é lá tive de me vir embora do lugar que pensei poder ser o meu lar.
Só que, afinal, o médico tinha razão. Eu não fui feito para o Júlio de Matos, porque finalmente percebi que também há coisas que me perturbam. Notável processo de autoconhecimento este que fez descobrir coisas em mim, coisas anteriormente insuspeitas. Sim, eu também sou perturbável. Sim, também posso ser abalado com imagens terríveis. E sim, também sou capaz de reacções, digamos, menos dignas.
O que despoletou toda esta nova sensibilidade? O que causou, num antes imperturbável indivíduo apreciador de gore, violência e horror , uma resposta de náusea e nojo?
Eu tenho até medo de relembrar... embrulha-se-me logo o estômago...
Foi isto: estava ontem a zappar pelos canais de televisão quando dou com o Record e esse programa absurdo que é o João Kléber Total, cujo apresentador, João Kléber, é mais conhecido por andar a montar o silicone da Elsa Raposo. E o que mostrou esse programa para eu ficar tão susceptível? Um cara brasileiro vestido de mulher entra no quarto do Toy, puxa o lençol para baixo e mostra, para as câmaras, sem censura, sem aviso, sem qualquer tipo de paliativo, o Toy em pelota, apenas coberto nas zonas pudendas por uns nada sensuais boxers.
Fiquei pasmado, porque nunca julguei poder ser tão aterrorizado como fui. Comparadas com esta imagem, a fotografia do Alberto João Jardim em cuecas e a do José Cid só com uma capa de disco por cima da picha não passaram de uma mera brincadeira de meninos. Ver o Toy seminu, com aquelas banhas e pêlos ao léu, afectou a minha pobre mente de maneiras incríveis. Estou com os olhos vítreos. Tive pesadelos esta madrugada. Não posso ouvir falar em Setúbal, terra do cantor - sendo que esse é o distrito onde vivo! Esta manhã, enquanto me dirigia para o emprego, passou por mim um carro a debitar a "Olhos d'águaaaaaaa/Não deixam de sentiiiiiiir", e desatei a chorar e tremer de medo, puro medo. Já marquei consulta com um psiquiatra, que terá lugar na próxima semana, a ver se juntos conseguimos controlar os danos. Eu sei que não vai ser fácil, mas o primeiro passo está dado. Estou verdadeiramente perturbado... afinal, também tenho os meus limites, e os meus limites são o Toy.
Bom fim-de-semana, bom feriado e torçam por mim.
Ah, e mantenham-se longe do Toy armado em Tarzan. Para vosso próprio bem...
Ou seja, tenho uma natural inclinação para não repudiar tudo aquilo que é perturbador. Mais: gosto de coisas que perturbam a maioria das pessoas, e tanto assim é que por vezes eu próprio me sinto esquisitóide (é que não é fácil lidar com certos tipos de rejeição: já alguma vez pararam para pensar como se sente alguém que, benevolente, mostra fotografias de corpos mutilados a um colega de trabalho e este reage vomitando?! E depois, já recomposto, ainda tem a lata de me chamar "doente"? Não é mesmo nada fácil...).
Houve uma altura em que, farto de ser diferente, e compreendendo que a sociedade não estava feita para pessoas como eu, decidi internar-me voluntariamente no Hospital Júlio de Matos. Acreditava eu que lá seria o meu lar, que lá poderia fruir confortavalmente dos meus heteróclitos gostos e não ser mal julgado por isso. Mas chegado à porta da clínica, percebi que até mesmo isto me estaria negado:
- Olá - disse eu ao médico que veio ao portão. - Gostaria de ser internado aqui.
- Muito bem - respondeu o doutor. - Mostre-me os seus documentos.
Saquei do bilhete de identidade e entreguei-o em mão.
- Não, seu idiota - comentou - Eu quero é a sua ficha clínica!
- Não tenho disso! - exclamei. - Desde quando é que isso é preciso?
- Sem essa documentação, não pode ficar aqui.
- Mas eu quero! - insisti.
- Pá - argumentou - Mas você é maluco, ou quê? Ponha-se a andar daqui para fora!!!
Ainda procurei fazê-lo compreender que esta última frase não fazia sentido nenhum (só neste país é que expulsam um maluco do Júlio de Matos...) por ser contraditória, porém ele revelou-se intratável é lá tive de me vir embora do lugar que pensei poder ser o meu lar.
Só que, afinal, o médico tinha razão. Eu não fui feito para o Júlio de Matos, porque finalmente percebi que também há coisas que me perturbam. Notável processo de autoconhecimento este que fez descobrir coisas em mim, coisas anteriormente insuspeitas. Sim, eu também sou perturbável. Sim, também posso ser abalado com imagens terríveis. E sim, também sou capaz de reacções, digamos, menos dignas.
O que despoletou toda esta nova sensibilidade? O que causou, num antes imperturbável indivíduo apreciador de gore, violência e horror , uma resposta de náusea e nojo?
Eu tenho até medo de relembrar... embrulha-se-me logo o estômago...
Foi isto: estava ontem a zappar pelos canais de televisão quando dou com o Record e esse programa absurdo que é o João Kléber Total, cujo apresentador, João Kléber, é mais conhecido por andar a montar o silicone da Elsa Raposo. E o que mostrou esse programa para eu ficar tão susceptível? Um cara brasileiro vestido de mulher entra no quarto do Toy, puxa o lençol para baixo e mostra, para as câmaras, sem censura, sem aviso, sem qualquer tipo de paliativo, o Toy em pelota, apenas coberto nas zonas pudendas por uns nada sensuais boxers.
Fiquei pasmado, porque nunca julguei poder ser tão aterrorizado como fui. Comparadas com esta imagem, a fotografia do Alberto João Jardim em cuecas e a do José Cid só com uma capa de disco por cima da picha não passaram de uma mera brincadeira de meninos. Ver o Toy seminu, com aquelas banhas e pêlos ao léu, afectou a minha pobre mente de maneiras incríveis. Estou com os olhos vítreos. Tive pesadelos esta madrugada. Não posso ouvir falar em Setúbal, terra do cantor - sendo que esse é o distrito onde vivo! Esta manhã, enquanto me dirigia para o emprego, passou por mim um carro a debitar a "Olhos d'águaaaaaaa/Não deixam de sentiiiiiiir", e desatei a chorar e tremer de medo, puro medo. Já marquei consulta com um psiquiatra, que terá lugar na próxima semana, a ver se juntos conseguimos controlar os danos. Eu sei que não vai ser fácil, mas o primeiro passo está dado. Estou verdadeiramente perturbado... afinal, também tenho os meus limites, e os meus limites são o Toy.
Bom fim-de-semana, bom feriado e torçam por mim.
Ah, e mantenham-se longe do Toy armado em Tarzan. Para vosso próprio bem...
quinta-feira, outubro 01, 2009
O que está a dar, afinal, é ser arquitecto!
Futebolista.
Actor de Hollywood.
Advogado de políticos corruptos.
Prostituta de luxo.
CEO de uma empresa de novas tecnologias.
O que têm em comum as profissões acima?!? São bem remuneradas! Mas em termos de vantagens, não se comparam à de arquitecto. Segundo notícias recentes, Frank Gehry recebe, à hora, uma soma de 649€ pelo projecto que desenhou para o Santana Lopes. (projecto esse, recorde-se, que tinha a ver com a requalificação da zona do Parque Mayer)
Não tenho nada contra o senhor Gehry, bem pelo contrário. Estive há pouco tempo em Praga e pude ver com os meus próprios olhos a Dancing House, projectada pelo dito arquitecto:
Trata-se nitidamente de uma obra original, e pessoalmente também gostaria de ver em Lisboa qualquer coisa com a assinatura do mestre, não era precisava de ser uma nova Dancing House, até porque aquilo mais parece um prédio a cair, e disso Lisboa já tem muitos, MAS:
a) pagar 649€/hora a um arquitecto para apresentar um plano de reabilitação é um exagero!
b) pagar 649€/hora a um arquitecto para apresentar um plano de reabilitação do Parque Mayer é um duplo exagero!
c) deixar o Santana Lopes negociar isto foi uma estupidez!!!
d) pagar tanto dinheiro pelo projecto e depois desistir dele é de bradar aos céus!
e) permitir que o Santana se candidate novamente à Câmara é uma dupla estupidez!
Se queriam mesmo tanto mudar a imagem daquela zona de Lisboa, que aliás bem precisa, por que não vieram falar comigo?! Eu sou um gajo sempre cheio de boas ideias, sempre disposto a ajudar, e além disso sou muito mais generoso na cobrança de honorários. Bastaria à Câmara pagar-me 150€ por hora e todos os gelados que eu conseguisse comer para eu realizar um projecto simpático. Bem sei que a tarefa de reformular o Parque Mayer, após esta trabalhada toda envolvendo o Santana mais o Gehry, foi já entregue ao arquitecto Manuel Aires Mateus, mas se as pessoas da Câmara quiserem ser sensatas, ainda vão a tempo de anular o contrato com este gajo, pagar-lhe uma indemnização choruda e contratar alguém com uma visão de futuro, ou seja, eu!
Como prova da minha boa vontade, deixo uma amostrazinha do meu projecto para o Parque Mayer (na minha secretária, está um dossier com 500 páginas de ideias):
1 - terraplanar toda a zona
2 - em lugar de construir um hotel (como prevê o projecto do Manuel Aires Mateus), proponho a edificação de uma mega-casa de alterne. Isto permitiria não só requalificar o Parque Mayer mas também a zona do Intendente, que passaria a zona de fornecimento de "mão-de-obra" para a mega-casa de alterne.
3 - marimbar para a patetice dos teatros de revista e montar um mega-pavilhão fechado onde se pudessem ver espectáculos na esteira do Moulin Rouge, mas ainda com mais mamas.
4 - expandir o Jardim Botânico até às traseiras da mega-casa de alterne, e criar uma zona de exposição de... bem, enfim, de "grelos" provenientes de todo o mundo.
5 - criar um parque de estacionamento suspenso (já não há pachorra para os parques de estacionamento subterrâneos!) a 250 metros do chão, com elevadores para viaturas e passageiros. Quem ficasse mais de duas horas a desfrutar dos divertimentos que a mega-casa de alterne tem para oferecer, teria direito a um desconto de 50% no bilhete de estacionamento.
6 - colocar uma estátua de bronze à entrada da Travessa do Salitre baseada nos seios da Rita Pereira.
Vejam lá se isto não é um projecto com cabeça, tronco e membro... e o que se poupava em Euros!...
Actor de Hollywood.
Advogado de políticos corruptos.
Prostituta de luxo.
CEO de uma empresa de novas tecnologias.
O que têm em comum as profissões acima?!? São bem remuneradas! Mas em termos de vantagens, não se comparam à de arquitecto. Segundo notícias recentes, Frank Gehry recebe, à hora, uma soma de 649€ pelo projecto que desenhou para o Santana Lopes. (projecto esse, recorde-se, que tinha a ver com a requalificação da zona do Parque Mayer)
Não tenho nada contra o senhor Gehry, bem pelo contrário. Estive há pouco tempo em Praga e pude ver com os meus próprios olhos a Dancing House, projectada pelo dito arquitecto:
Trata-se nitidamente de uma obra original, e pessoalmente também gostaria de ver em Lisboa qualquer coisa com a assinatura do mestre, não era precisava de ser uma nova Dancing House, até porque aquilo mais parece um prédio a cair, e disso Lisboa já tem muitos, MAS:
a) pagar 649€/hora a um arquitecto para apresentar um plano de reabilitação é um exagero!
b) pagar 649€/hora a um arquitecto para apresentar um plano de reabilitação do Parque Mayer é um duplo exagero!
c) deixar o Santana Lopes negociar isto foi uma estupidez!!!
d) pagar tanto dinheiro pelo projecto e depois desistir dele é de bradar aos céus!
e) permitir que o Santana se candidate novamente à Câmara é uma dupla estupidez!
Se queriam mesmo tanto mudar a imagem daquela zona de Lisboa, que aliás bem precisa, por que não vieram falar comigo?! Eu sou um gajo sempre cheio de boas ideias, sempre disposto a ajudar, e além disso sou muito mais generoso na cobrança de honorários. Bastaria à Câmara pagar-me 150€ por hora e todos os gelados que eu conseguisse comer para eu realizar um projecto simpático. Bem sei que a tarefa de reformular o Parque Mayer, após esta trabalhada toda envolvendo o Santana mais o Gehry, foi já entregue ao arquitecto Manuel Aires Mateus, mas se as pessoas da Câmara quiserem ser sensatas, ainda vão a tempo de anular o contrato com este gajo, pagar-lhe uma indemnização choruda e contratar alguém com uma visão de futuro, ou seja, eu!
Como prova da minha boa vontade, deixo uma amostrazinha do meu projecto para o Parque Mayer (na minha secretária, está um dossier com 500 páginas de ideias):
1 - terraplanar toda a zona
2 - em lugar de construir um hotel (como prevê o projecto do Manuel Aires Mateus), proponho a edificação de uma mega-casa de alterne. Isto permitiria não só requalificar o Parque Mayer mas também a zona do Intendente, que passaria a zona de fornecimento de "mão-de-obra" para a mega-casa de alterne.
3 - marimbar para a patetice dos teatros de revista e montar um mega-pavilhão fechado onde se pudessem ver espectáculos na esteira do Moulin Rouge, mas ainda com mais mamas.
4 - expandir o Jardim Botânico até às traseiras da mega-casa de alterne, e criar uma zona de exposição de... bem, enfim, de "grelos" provenientes de todo o mundo.
5 - criar um parque de estacionamento suspenso (já não há pachorra para os parques de estacionamento subterrâneos!) a 250 metros do chão, com elevadores para viaturas e passageiros. Quem ficasse mais de duas horas a desfrutar dos divertimentos que a mega-casa de alterne tem para oferecer, teria direito a um desconto de 50% no bilhete de estacionamento.
6 - colocar uma estátua de bronze à entrada da Travessa do Salitre baseada nos seios da Rita Pereira.
Vejam lá se isto não é um projecto com cabeça, tronco e membro... e o que se poupava em Euros!...
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