terça-feira, outubro 06, 2009

A real silly season

Antes de passar ao post propriamente dito, um esclarecimento prévio: não comento as actuais exibições do Sporting.

Bom, hoje trago-vos a silly season. Sim, a silly season. Ao contrário do que as outras pessoas acham, para mim a silly season não começa com o Verão, nem com as férias grandes. Na minha opinião, a silly season tem o seu início no regresso às aulas, porque é nessa circunstância que se dá a grande migração de seres patetas para os locais até aí só frequentados por pessoas a sério.

E quem são estes seres patetas?! Todos os rapazes e raparigas que frequentam o ensino?! Não propriamente, afinal há muito estudantes que não são patetas... os que o são correspondem apenas a uma subespécie: os adolescentes! Os adolescentes são, por definição, patetas, e se durante o Verão eles andam mais ou menos escondidos, aquando do início do período lectivo revelam-se em todo o seu patético esplendor.

Uma das coisas que melhor caracteriza a patetice adolescente é a igualdade interssexual. Sim, tenho para mim que os adolescentes são o caldeirão mais perfeito de igualdade que se pode encontrar nas sociedades ocidentais: é que, lá dentro, é tudo igualmente tolo, estejamos a falar deles ou delas. Ao contrário de uma actividade como, por exemplo, o futebol, em que os homens, por serem melhores, ganham mais do que as mulheres, na adolescência não há a mínima diferença entre sexos, pois no que toca à tolice, nenhum obtém vantagem sobre o outro.

Tipifiquemos: enquanto um adolescente se veste à emo e pode passar 30 minutos na casa de banho de uma estação de comboio só a arranjar aquele cabelinho ridículo, uma adolescente pode estar sentada num banco de jardim a ler páginas de uma revista feminina e a suspirar pelo manjão que aparece de tronco nu. Quem é mais pateta?! Ele ou ela? Resposta: os dois! E quando se juntam é ainda pior, e se querem a minha opinião, a NATO deveria estar atenta a estas merdas em vez de se preocupar com a guerra no Afeganistão.

Quando um adolescente se junta a uma adolescente, cumprimentam-se com os habituais olás e beijinhos, mas depois abandonam todo e qualquer comportamento dito "normal" e dão azo à sua natureza pateta:

- Então - diz o adolescente, enquanto ajeita o cabelinho - vais para as aulas?
- Sim! - responde a adolescente com um suspiro, pois continua a olhar para as páginas da revista.
- Aulas... - continua o primeiro, querendo fazer-se de inteligente. - As aulas suckam bués! - e ajeita de novo o cabelinho.
- Iá - diz a pita, virando uma página e suspirando pelo Hugh Jackman.
- Eu acho que não devia haver aulas - remata aquele, ajeitando o cabelinho no fim da frase.
- Pois - retruca a jovem.
- Se eu mandasse, a vida - o adolescente interrompe o raciocínio para ajeitar o cabelinho - a vida era um eterno concerto dos Tokyo Hotel. - e ajeita novamente o cabelinho.
- Isso - atira a gaja, entre dois suspiros pelo Johnny Depp.

Pior do que isto, só quando, em vez de dois, temos um bando de adolescentes. Aí é que a tolice atinge níveis radioactivos, pois os pretensos diálogos transformam-se em verdadeiras cacofonias, com gritinhos, suspiros, ajeitanços de cabelo de meio em meio segundo, risinhos estúpidos, depois uma das raparigas deixa cair os cadernos, um rapaz apanha-os e devolve-os, lançando olhares lascivos enquanto ajeita o cabelinho, tudo debaixo de "ihihihihs" dos colegas, que vão ajeitando os cabelinhos (eles) e suspirando por gajos todos bons (elas), e estas porcarias transformam, para qualquer não-adolescente, um sítio público numa câmara de tortura.

É por isto que, para mim, a silly season é agora. Se duvidam, cheguem-se a qualquer local que contenha, pelo menos, 3 a 5 adolescentes, a ver se não ficam com a mesma opinião...

4 comentários:

)0( disse...

:) Esses fazem muito barulho mas são inofensivos!

J. Maldonado disse...

Realmente vivemos numa sociedade amorfa e estupidificada. Aliás, a estupidificação começa em tenra idade e prolonga-se pela vida adulta até à morte...

Henrique Vogado disse...

Os diálogos dos adoslescentes são todos monosilábicos. Eles agora falam melhor por SMS. Aí é que eles se esticam. O famoso "donde teklas?" ou frases de maior intimidade "pk bnj qdf mnkkjsd kjsmw?"

Lexy disse...

A verdade é que só vai piorar.Não sei porquê, tenho na minha opinião, a certeza de que começam cada vez mais cedo estes episódios de tenra imaturidade.É vê-los aos 10 já a "viajar na maionese".