Estive tantos anos sem ser pai, que parece ainda não me ter habituado. Sobretudo quando estou a cair de sono. Enfim, quando temos sono, as nossas faculdades cognitivas caem a pique, sendo uma delas a memória. Daí sim, às vezes esqueço-me de que tenho um filho. O que provoca situações constrangedoras, sobretudo de madrugada. Já cheguei a acordar cheio de pavor por estar a ouvir ruídos estranhos. Lembro-me de pensar "hmmm, que barulhos esquisitos. Ou isto é um gato a ser esfolado vivo pelo corno de um rinoceronte, ou é uma invasão de aliens." Já cheguei a pregar cotoveladas na gaja, para despertá-la, e dizer: "amor, ouves este barulho? Acho que estamos a ser invadidos por extra-terrestres. Vai lá ver... eu não quero ser abduzido nem levar com uma sonda anal pela peida." Só quando ela, ainda estremunhada, responde "é o teu filho, estúpido!", é que a minha massa cinzenta começa a juntar as peças. Uma vez, no entanto, o sono era tanto, a dificuldade em raciocinar tão imensa, que perguntei: "filho?! Qual filho?!". Felizmente, a gaja tomou a atitude certa, que foi dar-me com o candeeiro da mesa de cabeceira em cima até eu perder os sentidos e voltar para os doces braços de Morfeu.
quarta-feira, maio 30, 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário