sexta-feira, maio 25, 2012

Um dia, alguém há-de ressuscitar o Freud só para ele explicar-me os sonhos

Sonhos... toda a gente os tem, mas ninguém os percebe. Eu não fujo à regra. Pior é quando os sonhos não têm nada a ver com coisa alguma. O que é, bem vistas as coisas, quase sempre o meu caso quando sonho. Ontem foi mais um. Sonhei que me haviam oferecido um bilhete para o Rock in Rio, mas era um Rock in Rio estranho, cujo cartaz não tinha nada a ver com o cartaz deste ano... e dos outros, para ser mais correcto. Actuavam, por exemplo, os Coldplay, uma das piores bandas do mundo. Depois, subiam ao palco os Bon Jovi, uma das piores bandas de sempre. E o dia terminava com uma orquestra dirigida pelo maestro António Vitorino d'Almeida. Portanto, tudo razões para eu fugir do recinto, mas por motivos que se prendem com a gratuitidade do bilhete e por, no fundo, tudo não passar de um sonho, fui mesmo ao Rock in Rio.
Durante o concerto dos Coldplay, passei o tempo a beber cerveja, a ler (mas quem é que leva livros para o Rock in Rio?! É que nem em sonhos...) e a dizer mal do som. Por pouco, não andei à porrada com alguns fãs da banda (pergunta: mas os Coldplay têm fãs?! Fora do recinto fechado de um qualquer hospital psiquiátrico?!). 
Quando começou a vez dos Bon Jovi, mudei de sítio e fui para junto do backstage. Não me perguntem como, eu próprio não sei, afinal trata-se de um sonho, lembram-se?! Fiquei lá sossegadinho, quieto, na minha, e é quando o concerto acaba que se dá um caso bastante interessante: vejo o John Bon Jovi pegado com uma repórter. Ela e o vocalista discutiam não sei sobre o quê, e nisto PIMBA, a tipa dá-lhe com a máquina fotográfica na cara e fere-lhe o sobrolho. Eu rio-me a bom rir e penso para mim que só isto já valia o dinheiro do bilhete, principalmente quando o mesmo fora grátis. O John Bon Jovi não se ficou, espetou um murro na repórter, que ficou sem um dos dentes da frente, e quando eu esperava ver mais sangue, chegou um segurança e apartou os dois lutadores. Uma pena, e isto só prova que nem mesmo nos sonhos conseguimos aquilo que desejamos.
Mais contente após este episódio, fui para o meio da multidão à espera do concerto do Vitorino d'Almeida. Quando este se inicia, qual o meu espanto quando reconheço os acordes de músicas do Alice Cooper!!! Pois é, o Vitorino d'Almeida decidira-se por um repertório todo heavy metal tocado por músicos de orquestra. De entre as restantes dezenas de milhares de pessoas, mais ninguém conhecia o que estava a sair do palco: só eu pulava, só eu abanava a cabeça, só eu cantava, para surpresa de todos em meu redor. Quando o concerto terminou, não foi o público a aplaudir: o Vitorino d'Almeida descera do palco e viera ter propositadamente comigo, deu-me um high five e ofereceu-me aquela merda com que os maestros costumam dirigir os músicos, a batuta, para inveja de todos. Depois disto, as luzes do palco principiaram a apagar-se e iniciou-se a debandada do público. À saída, ainda gritei "AH, AH, TENHO AQUELA MERDA COM QUE OS MAESTROS COSTUMAM DIRIGIR OS MÚSICOS, UMA BATUTA. E VOCÊS NÃO TÊM NADA, SÓ MÁS RECORDAÇÕES. E O MEU BILHETE FOI GRÁTIS".
De facto, tudo tinha corrido bem: entrei de borla, disse mal de Coldplay, vi o John Bon Jovi levar nos cornos e ainda assisti a um bom concerto final, com a vantagem de levar um recuerdo para casa e o respeito do Vitorino d'Almeida.
Agora, o que eu gostaria mesmo de saber é o que raio é que este sonho significa...

Bom fim-de-semana e sonhem muito.

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