Acabou de vir ao meu gabinete uma tipa que me tratou como se me conhecesse há vários anos. Estranhei a circunstância, não porque não haja tipas que me conheçam há vários anos, mas sim porque não me lembrava alguma vez de ter visto a tromba daquela tipa em particular. Das duas, uma: ou eu estou com Alzheimer e não sei, ou a tipa era maluca dos cornos e trata toda a gente por tu, como se fosse uma Joana Amaral Dias.
A verdade, porém, distancia-se quer de uma, quer de outra possibilidades. A verdade é que a tipa realmente me conhecia, mas sem me conhecer. Paradoxo?! Não: o que se passou é que, vim a descobrir, o companheiro de longa data da tipa é meu amigo. Vai não vai, eu e ele trocamos comentários via Facebook, e é daí que a tipa me conhece. Seja como for, ainda acho um bocado abuso que a tipa me tratasse como se eu fosse amigo dela, coisa que não sou. Amigos de amigos não se tornam nossos amigos assim do pé para a mão! Se eu sou amigo da Joana (nome fictício) e a Patrícia (nome fictício) é amiga da Joana, não se segue daí que a Patrícia seja minha amiga, portanto não pode tratar-me como bem lhe apetecer. A não ser que tenha um bom par de mamas (característica não fictícia): com um bom par de mamas, qualquer tipa, conheça-me ou não, pode mandar as bojardas que quiser.
A questão que isto coloca é, a partir de agora, eu começar a prestar mais atenção às amizades do Facebook. Se algum dia me aparecer uma pessoa, que eu nunca tenha visto antes, a dar-me uma palmadinha nas costas e a dizer "eu também sou do Sporting e sofro", já não preciso de ficar surpreendido nem de achar que estou com um défice de memória: o mais provável é tratar-se de alguém que me conhece via amizades do Facebook. É bom ir-me ambientando a estes novos tempos. E vocês, é melhor que o façam também.
Para terminar, quero acrescentar que todo este episódio comprova não existir vida no crânio do Vítor Gaspar. Obrigado e até amanhã.
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