Aqui há coisa de um ano, publiquei neste blogue um post sobre a minha reacção a um espectáculo de dança. Ainda hoje não consigo olhar-me ao espelho da mesma maneira que olhava antes de ter assistido a um tal evento. Quando vejo o meu reflexo, só me apetece dizer-lhe "desiludes-me, pá! Então foste ver dança portuguesa contemporânea? Como caíste nessa armadilha?! Não era isto que eu imaginava para ti quando era criança! Não dou muito tempo para te ver a abanar o pacote ao som de música techno numa qualquer marcha do orgulho gay. Ou pior: mudares para o Belenenses".
Nesse espectáculo, só houve uma coisa que eu não abominei: a música. A música era a única coisa de jeito, sobressaindo no meio de corpos espojados pelo chão. E quem era o autor da música, quem era?! Pois: o gajo que, na passada semana, quinou ao cair de uma falésia.
Ora, isto demonstra - se mais provas fossem necessárias - como a vida é tremendamente injusta. Quer dizer, é gozar com a nossa cara que a única pessoa relevante de entre dezenas de pessoas que compuseram uma manifestação cultural execrável, seja a pessoa que morra. Em lugar de ter sido o Sassetti a vir por ali abaixo no Guincho, por que é que não deu um ataque de diarreia mortal aos bailarinos?! Por que é que o coreógrafo continua vivo, e portanto bem capaz de poder atormentar os comuns mortais com mais futuros "espectáculos", e não lhe explodiram os órgãos internos todos?! Por que é que o produtor tem toda a saúde do mundo, quando a justiça, a ética e a linha de meio campo dos júniores do Sporting exigiam que o senhor falecesse em dor extrema, primeiro com a falência do fígado, depois dos pulmões, depois do coração?! Mas nããããããão... morreu o gajo que até fazia alguma coisa de jeito.
O pior é que, não acreditando eu em Deus, não sei com quem posso vir reclamar. É tudo uma merda, isto...
1 comentário:
É caso para dizer que o gajo tem queda!!!
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