Frederico acabara de sair da sua moradia e preparava-se para meter as chaves na viatura quando Sara, a sua atraente vizinha e a quem Frederico já tentara saltar para cima por diversas vezes, se aproximou.
- Bom dia, Fred – largou ela, num tom sensual típico de quem acordou há poucos minutos apenas – Não te importas de me dar boleia?
- Não, não me importo. Mas vens já?
- Dá-me só 10 minutos para tomar um duche e vestir-me. Podes entrar, se quiseres.
Em resposta a este convite, os cabelos de Frederico eriçaram-se-lhe. Eriçou-se-lhe também outra coisa, mas o narrador tem vergonha de dizer o quê.
- O Renato não está? – procurou sondar. Afinal, Renato, o companheiro de Sara, tinha fama de irascível e certamente não veria com bons olhos a presença de outro homem lá em casa, ainda mais enquanto Sara tomasse banho.
- O Renato… bem… o Renato já não mora comigo. Podes entrar à vontade, Fred.
Ao ouvir isto, o coração de Frederico começou a bater descontroladamente, e aquela outra coisa que se lhe eriçara encontrava-se agora numa tal posição que ameaçava qualquer um que, por vontade própria ou obra do destino, resolvesse sentar-se no colo de Frederico. Enquanto se dirigia para a vivenda de Sara, não conseguia evitar ter um único pensamento: “Será hoje, será hoje?”.
- Entra, vá – atirou ela, após ter aberto a porta da entrada – Não ligues à desarrumação. Senta-te aí no sofá e lê o jornal do Sporting – acrescentou.
- Ok. Não te demores – proferiu Frederico.
Sara dirigiu-se para o seu polibã e Frederico resolveu pegar no jornal. A simples tomada de contacto com os resultados do Sporting nas diversas modalidades do clube serviu para lhe acalmar o coração e baixar a outra coisa. Respirou fundo, sentiu o sangue afluir de novo ao cérebro, inclinou ligeiramente a cabeça para trás e fechou os olhos.
Ouvia-se a água a correr. Frederico abriu lentamente os olhos e pôs-se de pé. A outra coisa também. Furtivamente, foi atrás daquele som e chegou à porta da casa-de-banho, que se encontrava convidativamente aberta.
- Não, a tipa está mesmo a pedi-las. E vai tê-las, nenhum homem, sportinguista ou não, resiste a tanto! – murmurou para si mesmo.
Abriu a porta e entrou, sem fazer o mínimo ruído. A silhueta esguia de Sara destacava-se contra o vidro baço do polibã e obrigava Frederico a engolir em seco. Resoluto, despiu-se o mais rápido que pôde, enfrentando uma verdadeira batalha contra as suas cuecas, e enfiou-se no polibã.
- Demoraste mais tempo do que eu previa – afirmou Sara, jocosamente – Mas, pelo que vejo – continuou, lançando um olhar rápido à genitália do seu vizinho – vens mais do que preparado!
Beijaram-se e abraçaram-se ardentemente, quase estilhaçando o vidro. O que fizeram em seguida, o narrador não vai contar porque, como já afirmou antes, é um bocado envergonhado. Por isso, vai antes colocar um poema, da autoria de Charles Baudelaire, no lugar da descrição apaixonada do jogo entre dois corpos em pleno êxtase dos sentidos.
Os claustros mais antigos, nas paredes grandes,
Mostravam em painéis a imagem da Verdade,
Cujo efeito, aquecendo as devotas entranhas,
Tornava menos fria a sua austeridade.
Nesses tempos de flor pràs sementes cristãs,
Mais de um ilustre frade, hoje pouco citado,
Escolhendo os cemitérios para meditação,
Glorificava a morte com simplicidade.
- A minha alma é uma tumba que, mau cenobita,
Desde a eternidade percorro e habito,
Sem nada que embeleze os seus claustros odiosos.
Ó monge mandrião! Quando saberei fazer
Do bem triste espectáculo da minha miséria
O suor destas mãos e o amor destes olhos?
Após o acto consumado, decidiram embrulhar-se em toalhas e regressaram até ao sofá da entrada. Sara pegou num cigarro e Frederico voltou a ler o jornal do Sporting.
- Então, Fred – perguntou ela, entre duas baforadas – já sonhavas com isto há muito tempo, não? – e sorriu, de forma um tanto ou quanto cínica.
- Sim! – respondeu Frederico, timidamente, largando o jornal a um canto.
- Eu também. Só não fiz isto há mais tempo por causa do chato do Renato. Felizmente, lá consegui livrar-me dele.
- E agora, o que se segue? – inquiriu Frederico.
- Bem – retorquiu Sara, prontamente – a partir de hoje, será sempre assim connosco: amor, romance, paixão, sexo, do mais intenso e tórrido que pode haver. Beija-me já, seu parvo, e vamos a outra rodada!
E foram. E continuam. E por causa disso, uma vez que o narrador tem imensa vergonha (não sei se já vos tinha dito), o conto vai parar por aqui.
- Bom dia, Fred – largou ela, num tom sensual típico de quem acordou há poucos minutos apenas – Não te importas de me dar boleia?
- Não, não me importo. Mas vens já?
- Dá-me só 10 minutos para tomar um duche e vestir-me. Podes entrar, se quiseres.
Em resposta a este convite, os cabelos de Frederico eriçaram-se-lhe. Eriçou-se-lhe também outra coisa, mas o narrador tem vergonha de dizer o quê.
- O Renato não está? – procurou sondar. Afinal, Renato, o companheiro de Sara, tinha fama de irascível e certamente não veria com bons olhos a presença de outro homem lá em casa, ainda mais enquanto Sara tomasse banho.
- O Renato… bem… o Renato já não mora comigo. Podes entrar à vontade, Fred.
Ao ouvir isto, o coração de Frederico começou a bater descontroladamente, e aquela outra coisa que se lhe eriçara encontrava-se agora numa tal posição que ameaçava qualquer um que, por vontade própria ou obra do destino, resolvesse sentar-se no colo de Frederico. Enquanto se dirigia para a vivenda de Sara, não conseguia evitar ter um único pensamento: “Será hoje, será hoje?”.
- Entra, vá – atirou ela, após ter aberto a porta da entrada – Não ligues à desarrumação. Senta-te aí no sofá e lê o jornal do Sporting – acrescentou.
- Ok. Não te demores – proferiu Frederico.
Sara dirigiu-se para o seu polibã e Frederico resolveu pegar no jornal. A simples tomada de contacto com os resultados do Sporting nas diversas modalidades do clube serviu para lhe acalmar o coração e baixar a outra coisa. Respirou fundo, sentiu o sangue afluir de novo ao cérebro, inclinou ligeiramente a cabeça para trás e fechou os olhos.
Ouvia-se a água a correr. Frederico abriu lentamente os olhos e pôs-se de pé. A outra coisa também. Furtivamente, foi atrás daquele som e chegou à porta da casa-de-banho, que se encontrava convidativamente aberta.
- Não, a tipa está mesmo a pedi-las. E vai tê-las, nenhum homem, sportinguista ou não, resiste a tanto! – murmurou para si mesmo.
Abriu a porta e entrou, sem fazer o mínimo ruído. A silhueta esguia de Sara destacava-se contra o vidro baço do polibã e obrigava Frederico a engolir em seco. Resoluto, despiu-se o mais rápido que pôde, enfrentando uma verdadeira batalha contra as suas cuecas, e enfiou-se no polibã.
- Demoraste mais tempo do que eu previa – afirmou Sara, jocosamente – Mas, pelo que vejo – continuou, lançando um olhar rápido à genitália do seu vizinho – vens mais do que preparado!
Beijaram-se e abraçaram-se ardentemente, quase estilhaçando o vidro. O que fizeram em seguida, o narrador não vai contar porque, como já afirmou antes, é um bocado envergonhado. Por isso, vai antes colocar um poema, da autoria de Charles Baudelaire, no lugar da descrição apaixonada do jogo entre dois corpos em pleno êxtase dos sentidos.
Os claustros mais antigos, nas paredes grandes,
Mostravam em painéis a imagem da Verdade,
Cujo efeito, aquecendo as devotas entranhas,
Tornava menos fria a sua austeridade.
Nesses tempos de flor pràs sementes cristãs,
Mais de um ilustre frade, hoje pouco citado,
Escolhendo os cemitérios para meditação,
Glorificava a morte com simplicidade.
- A minha alma é uma tumba que, mau cenobita,
Desde a eternidade percorro e habito,
Sem nada que embeleze os seus claustros odiosos.
Ó monge mandrião! Quando saberei fazer
Do bem triste espectáculo da minha miséria
O suor destas mãos e o amor destes olhos?
Após o acto consumado, decidiram embrulhar-se em toalhas e regressaram até ao sofá da entrada. Sara pegou num cigarro e Frederico voltou a ler o jornal do Sporting.
- Então, Fred – perguntou ela, entre duas baforadas – já sonhavas com isto há muito tempo, não? – e sorriu, de forma um tanto ou quanto cínica.
- Sim! – respondeu Frederico, timidamente, largando o jornal a um canto.
- Eu também. Só não fiz isto há mais tempo por causa do chato do Renato. Felizmente, lá consegui livrar-me dele.
- E agora, o que se segue? – inquiriu Frederico.
- Bem – retorquiu Sara, prontamente – a partir de hoje, será sempre assim connosco: amor, romance, paixão, sexo, do mais intenso e tórrido que pode haver. Beija-me já, seu parvo, e vamos a outra rodada!
E foram. E continuam. E por causa disso, uma vez que o narrador tem imensa vergonha (não sei se já vos tinha dito), o conto vai parar por aqui.
Tanis
8 comentários:
Humm, que narrador tão envergonhado! Não me digas que este tb é levemente baseado episódios da vida do narrador!?
Fico á espera do próximo capitulo, vai haver ou não?
Resposta à primeira observação: Não, infelizmente!
Resposta à segunda observação: Não, felizmente!
Fiquei triste! Pensei que iam haver mais episódios!!! Bolas!
Tarada...
Tarada!? Euzinha! (já pareço o outro)
Vais ter que me justificar isso mt bem! Ouviste!? :)
:O!!!!!!
(medo...)
Ohh.. também fiquei na expectativa de futuros episódios, com mais destaque para o jornal do Sporting que, nesta história estava constantemente a ser posto de lado. :D
Não digas a ninguém, mas é precisamente isso que o dito jornal merece...
:(
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