Gosto muito de jogar paintball, embora não seja uma actividade que pratique regularmente. A última vez que me diverti neste tipo de brincadeira, foi, penso, há já cerca de 4 anos, por ocasião da despedida de solteiro de um grande amigo meu (não, a sério! Joguei mesmo paintball, aquele desporto em que a malta tem de usar umas armas que disparam bolas. Não fiz, portanto, aquelas coisas que se fazem normalmente nessas despedidas, coisas que – dizem-me, porque eu não sei… - envolvem também armas, e bolas, e disparos, mas de outro tipo…).
O que mais me fascina no paintball, no entanto, não é o divertimento físico sem si, é antes a metáfora sublimada. Passo a explicar: o paintball funciona como uma óptima metáfora da guerra, só que possui, em comparação a esta, várias vantagens bem evidentes. Aliás, posso até afirmar que só me apercebi verdadeiramente do absurdo da guerra no dia em que joguei paintball pela primeira vez. Sigam o meu raciocínio, rapidamente concordarão comigo…
Em primeiro lugar, no paintball não é necessário passar por um período de recruta e muito menos se exige a aglomeração dos tropas em quartéis. Isto é óptimo, porque a recruta é uma seca (aqueles exercícios e aquela disciplina toda, além de haver sempre um sargento chato…), e os quartéis não passam de antros de bichanagem (“Ó Carlitos, o capelão manda dizer que da próxima és tu a ajoelhar!”).
Segundo, no paintball as contendas fazem-se entre grupos de amigos ou conhecidos, o que implica uma certa escolha e selecção baseadas em compatibilidades e emoções que só existem numa relação de alguma intimidade; já na guerra a sério, arriscamo-nos a apanhar com qualquer um no nosso pelotão, desde eleitores do PSD a adeptos ferrenhos do FCP, ou seja, gente a quem, por nossa vontade, jamais dirigiríamos a palavra.
Em terceiro, no paintball é possível mudar de lado sem se acabar fuzilado por traição. O jogador x pode muito bem dizer “Pá, já estou farto de mandar tirinhos nesta equipa! Vou para a outra. Ei, alguém desse lado quer trocar comigo e vir para aqui? Porreiro!...”, que não gera o mínimo problema. Mas experimente-se fazer algo semelhante no teatro de operações bélico! Vocês estão a ver um terrorista da Fatah chegar-se junto de um militar israelita e perguntar “Meu, estou por aqui com esta história de atentados bombistas e tal. Eu queria era pertencer a um exército e, talvez, um dia tentar a sorte na Mossad. Vamos trocar?” Se o militar israelita não lhe enfiasse logo ali um balázio, tenho a certeza de que seriam os altos dirigentes da Fatah a dar cabo do nosso pobre terrorista…
Mais outra: no paintball, não há cá Convenções de Genebra, nem Declarações Universais dos Direitos do Homem, nem ONUs, nem Amnistias Internacionais, nem FIFAs, nem UEFAs e outras instituições filantrópicas da treta afins. O que quer dizer que é muito mais divertido e há muito mais liberdade para fazer o que se quer! Podemos espatifar sumariamente os nossos inimigos sem levarmos com uma catrefada de activistas em cima! Na guerra, tenta-se uma singela brincadeira com sacos de plástico e cães, como os norte-americanos fizeram na prisão iraquiana de Abu Grahib, e vem logo a comunidade internacional protestar! Já viram isto?!?
Por último, eis a vantagem mais importante do paintball face à guerra: quando morremos, podemos sempre jogar de novo. Que piada é que tem a guerra, onde um gajo, se quinar, já não pode mais brincar? É estúpido, não é? Também acho! Por isso é que eu digo: make paintball, not war!
O que mais me fascina no paintball, no entanto, não é o divertimento físico sem si, é antes a metáfora sublimada. Passo a explicar: o paintball funciona como uma óptima metáfora da guerra, só que possui, em comparação a esta, várias vantagens bem evidentes. Aliás, posso até afirmar que só me apercebi verdadeiramente do absurdo da guerra no dia em que joguei paintball pela primeira vez. Sigam o meu raciocínio, rapidamente concordarão comigo…
Em primeiro lugar, no paintball não é necessário passar por um período de recruta e muito menos se exige a aglomeração dos tropas em quartéis. Isto é óptimo, porque a recruta é uma seca (aqueles exercícios e aquela disciplina toda, além de haver sempre um sargento chato…), e os quartéis não passam de antros de bichanagem (“Ó Carlitos, o capelão manda dizer que da próxima és tu a ajoelhar!”).
Segundo, no paintball as contendas fazem-se entre grupos de amigos ou conhecidos, o que implica uma certa escolha e selecção baseadas em compatibilidades e emoções que só existem numa relação de alguma intimidade; já na guerra a sério, arriscamo-nos a apanhar com qualquer um no nosso pelotão, desde eleitores do PSD a adeptos ferrenhos do FCP, ou seja, gente a quem, por nossa vontade, jamais dirigiríamos a palavra.
Em terceiro, no paintball é possível mudar de lado sem se acabar fuzilado por traição. O jogador x pode muito bem dizer “Pá, já estou farto de mandar tirinhos nesta equipa! Vou para a outra. Ei, alguém desse lado quer trocar comigo e vir para aqui? Porreiro!...”, que não gera o mínimo problema. Mas experimente-se fazer algo semelhante no teatro de operações bélico! Vocês estão a ver um terrorista da Fatah chegar-se junto de um militar israelita e perguntar “Meu, estou por aqui com esta história de atentados bombistas e tal. Eu queria era pertencer a um exército e, talvez, um dia tentar a sorte na Mossad. Vamos trocar?” Se o militar israelita não lhe enfiasse logo ali um balázio, tenho a certeza de que seriam os altos dirigentes da Fatah a dar cabo do nosso pobre terrorista…
Mais outra: no paintball, não há cá Convenções de Genebra, nem Declarações Universais dos Direitos do Homem, nem ONUs, nem Amnistias Internacionais, nem FIFAs, nem UEFAs e outras instituições filantrópicas da treta afins. O que quer dizer que é muito mais divertido e há muito mais liberdade para fazer o que se quer! Podemos espatifar sumariamente os nossos inimigos sem levarmos com uma catrefada de activistas em cima! Na guerra, tenta-se uma singela brincadeira com sacos de plástico e cães, como os norte-americanos fizeram na prisão iraquiana de Abu Grahib, e vem logo a comunidade internacional protestar! Já viram isto?!?
Por último, eis a vantagem mais importante do paintball face à guerra: quando morremos, podemos sempre jogar de novo. Que piada é que tem a guerra, onde um gajo, se quinar, já não pode mais brincar? É estúpido, não é? Também acho! Por isso é que eu digo: make paintball, not war!
Tanis
4 comentários:
Eu não queria mas pronto lá tenho de concordar contigo, mas é contrariada que concordo, ok?
Eu nc "brinquei" ao paintball mas parece-me interessante, de certa forma acho que nos ajuda a desacarregar energias sem corrermos grandes riscos!!! Podemos sempre desafiar alguém com quem tenhamos assim umas diferenças e deixá-lo(a) a escorrer tinta!!! :)
É, trata-se de uma actividade muito catártica.
Cá em casa tenho um adepto, mas pessoalmente nunca experimentei.
Ola sou do Brasil, e sou jogador de paintball, e concordo com vc!!!
Paintball, aflora os sentimentos mais primitivos, de forma muito controlada e saudavel.
Abraço
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