Considero ainda que Sweeney Todd não perde rigorosamente nada por ser um musical, antes pelo contrário. As composições (que, diga-se, são excelentes e completamente adequadas) oferecem ao filme um ritmo e uma, vá lá, "vida" que este não teria se fosse convencional, ou seja, cuja história se desenrolasse apenas à custa das imagens e dos diálogos. As canções acrescentam efectivamente algo e permitem igualmente que as quase 2 horas de fita se "escoem" sem darmos por isso. Pessoalmente, nunca pensei que a coisa pudesse funcionar tão bem, mas a verdade é que funcionou, e Tim Burton, os compositores e os actores (com destaque para a menina que faz o papel de Johanna, com uma interessante voz de soprano - digo eu, percebo lá alguma coisa de vozes...) estão de parabéns por isso.
Falando nos actores, eles foram sem dúvida dos elementos mais surpreendentes/impressionantes no Sweeney Todd. Por exemplo:
- Helena Bonham Carter. Admito: nunca fui grande fã nem nunca me despertou particular atenção, mas agora... bem, converti-me! Ela está encantadoramente sinistra e sinistramente encantadora! Magnífica! Passou a constar da minha restrita galeria de musas inspiradoras, que agora deve andar em cerca de 495830598640823 gajas!
- Alan Rickman. Há coisas que um tipo jamais espera ver na vida, por muito que sonhe. Eu, pelo menos, não creio ter algum dia a felicidade de ver o Sporting a ganhar a Champions League, ou de ler um bom livro escrito por um filósofo português, entre outras coisas. E também nunca esperei ver o Alan Rickman (yiipi cahiey, motherfucker - quem não se lembra do Die Hard?) cantar. Porém, pasme-se!, é o que acontece no Sweeney Todd. Este mundo está perdido...
- Johnny Depp. Se dúvidas houvesse, ficaram definitivamente desfeitas: o sacana tem mesmo talento. Fdp...
- Timothy Spall. Muito bom. Sinceramente, creio que este tipo possui dos melhores rostos para vilão dentro do cinema de hoje em dia. Já tinha ficado com essa sensação ao ver os Harry Potter em que ele actua, e essa ideia saiu agora reforçada.
- Sascha Baron Cohen. Ver Sascha Baron Cohen (aka Borat, Ali G) ser degolado é, quanto a mim, priceless! :)
Por último, deixo-vos aqui um enigma, inspirado no famoso paradoxo do Barbeiro:
Há em Fleet Street um barbeiro que
a) Corta a garganta a todas as pessoas que não cortam a garganta a si próprias;
b) Só corta a garganta às pessoas que não cortam a garganta a si próprias
Este barbeiro existe? Pensem nisto... :)
Tanis
5 comentários:
Depois deste extenso e lúcido comentário nem me atrevo a acrescentar mais uma virgula sequer! Bom parece-me que "por coincidência" ;)vimos o filme na mm sala e á mm hora e acho que me sentei ao teu lado!!! Sim, eu escondi o olhar nas primeiras degolações mas depois até as comecei a achar estranhamente belas! Falámos disso lembras-te?
Para finalizar tenho a dizer que também adorei o filme e sim nem se dá por o tempo passar! Simplesmente magnifico!
posso desvendar o enigma?! posso posso?!
Tu já sabes porque já te contei, por isso não vale!
Um filme que ando para ver desde que foi anunciado..
Mas não dá muito jeito levar uma criança de 13 meses para uma sala de cinema..Bolas!
O que me vale é a BlockBuster da esquina.
Pois, com uma criança ao pé é capaz de não ser lá muito boa ideia...
Enviar um comentário