É espantoso como só trago para este blogue temas da mais altíssima craveira metafísica. Hoje, ocupo-me das meias, essa peça de vestuário que serve para aconchegar as terminações inferiores do nosso corpo, ou seja, os presuntos. E o que se passa com as meias?!?
Bom, o que posso dizer é que não compro meias. Nunca. Não me recordo de alguma vez ter comprado um par que fosse, o que coloca as meias na mesma categoria das gravatas ou das cuecas com um strap-on. A diferença é que cuecas com strap-on e gravatas, eu não uso, mas meias, ora, meias uso sim! Então, como é que eu consigo usar meias nunca as tendo adquirido? A resposta não podia ser mais simples: vivo, meisticamente falando, das dádivas de Natal. Toda a gente recebe meias pelo Natal, e eu mais do que todos os outros porque nunca torci o nariz a este género de prendas.
Só que há aqui um problema. O Natal dá-se numa época em que os termómetros apontam lá para baixo. Está fresquinho, portanto. E o que é que as pessoas que oferecem meias pensam? "Ah, está friozinho e tal, vamos cá oferecer meias quentinhas que aqueçam os pézinhos e os protejam deste gelinho". E tunga, quando chega a altura de abrir os presentes, damos com meias daquelas bem grossas, quentes, um gajo mete lá os pés e aquilo parece um forno. Tal é bastante agradável durante o Inverno, não nego, mas a coisa muda de figura quando as temperaturas sobem. E aqui é que é o caraças: como só compro meias no Dia de São Nunca, estou dependente das meias que me oferecem no Natal, mas como só me oferecem meias no Natal, e no Natal está frio, tenho uma catrefada de meias de Inverno, mas um stock bastante limitado de meias de Verão que, como são mais frágeis, rompem-se e desfiam-se e o catano com facilidade! Resultado: ou ando descalço (andar de sandálias é para os hippies!), coisa que não me agrada, ou calço meias de Inverno, que me aquecem os pés em demasia, causam-me comichão e despertam ainda mais o chulé que há em mim.
Sendo assim, lanço aqui um apelo: antecipem o raio do Natal e ofereçam-me as meias já em Julho. Daquelas fresquinhas. Os meus pés agradecem...
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