Isto parece um título saído de um daqueles livros manhosos de auto-ajuda, não parece?! Azar. Porque não estou a dizer mentira nenhuma. A vida é mesmo composta de dilemas. Vários. E complicados. E um dos mais complicados de todos é este: o que fazer quando estamos na cama, a curtir o belo do sono, cansados depois de um fatigante dia, e lá para as 3-4 da manhã, dá-nos a vontade de fazer xixi?! O que fazer?! Permanecemos na cama, desafiando as leis da natureza e arriscando-nos a molhar o colchão, o que é desagradável, vergonhoso e inibidor do soninho que levávamos (quem é que consegue dormir com o leito húmido)? Ou levantamo-nos, cambaleantes, arriscando-nos a dar uma cabeçada no roupeiro, a tropeçar e cair no chão, a apalpar o bengaleiro em lugar de ligar o interruptor da luz e, no final da mijadela dada, ficar sem o sono que tanta falta nos fazia?! Sim, em última análise as variáveis são: ou fazemos xixi na cama e perdemos o sono, ou fazemos xixi na casa de banho e perdemos o sono.
São estas coisas, estes pedaços antropomórficos de escolhas atrás de escolhas, que fazem a verdadeira diferença do que é ser humano. Um robô não tem de se preocupar com este género de decisões: um robô não faz xixi, nem dorme. Um animal não humano está-se a cagar, pois pode fazer xixi em qualquer sítio: alivia a bexiga e ainda marca o território. Mas um homem, ah um homem tem de decidir, ó se tem! E não é fácil. Nada fácil.
Se querem conhecer a minha experiência, eu tenho escolhido sempre fazer xixi na casa de banho e perder o sono. Em compensação, tenho ganho vários hematomas ao ir contra móveis, já desloquei uma anca ao cair, de estrondo, no chão, e uma vez a soneira era tão grande que, ao vir do W.C., agarrei-me ao bengaleiro e pus-me a acariciá-lo. A minha gaja não gostou nada, mas o importante para mim era saber a opinião do bengaleiro. Ainda não disse nada até hoje, o sacana...
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