terça-feira, julho 17, 2012

Pornografia política

Muitas vezes se tem dito, com muita razão, acrescento, que a política é uma actividade pornográfica, em que a promiscuidade impera. Pois bem, se é de facto assim, por que não levar a coisa à letra?! Proponho, então, um filme pornográfico com algumas das personalidades políticas mais destacadas do nosso espectro. 

Cena 1: Paula Teixeira da Cruz convida António Marinho Pinto ao ministério para discutir os problemas da justiça. A discussão rapidamente se torna acesa. Num acto impulsivo, o bastonário da Ordem dos Chulos Advogados rasga a camisa da ministra, desnudando-lhe os seios. Esta não se fica, agarra num chicote (não interessa de onde isto veio! Alguma vez vocês se preocuparam com questões de continuidade e coerência num filme porno?) e começa a fustigar Marinho Pinto, que geme de prazer. Depressa a situação evolui para sexo tórrido sado-maso, com o cabo do chicote a alternar entre os entrefolhos da ministra e os do bastonário. No fim, os problemas da justiça continuam por resolver, mas a relação entre um e outra sofreu melhorias assinaláveis.

Cena 2: Assunção Cristas está no seu gabinete muito preocupada com a ausência de chuva. Convoca, em busca de ajuda e conselho, os ministros Miguel Relvas, hábil em meter água, Miguel Macedo e José Aguiar Branco. É precisamente o ministro da Defesa que recorda ter a ministra da Agricultura já passado por problema similar meses atrás, e que a ideia de rezar por chuva havia funcionado. Aguiar Branco aconselha então que a ministra volte a ajoelhar e rezar... e ela assim faz. Primeiro, avia o ministro da Defesa. Ao fim de 2 minutos e meio, ele chove. De seguida, avia o ministro da Administração Interna. Ao fim de 4 minutos, ele chove. Chega a vez do ministro dos Assuntos Parlamentares. Assunção reza. E reza. E reza. Mas não há meio de Miguel Relvas chover. Já cansada, ao fim de meia hora sem chuva a ministra levanta-se e decide pôr Relvas na rua. Ao que o ministro pergunta: "ao menos pode dar-me a equivalência?". Riem-se todos e iniciam um gangbang, finalizado com mais um chuveirinho, para deleite de Assunção Cristas. Depois saem muito satisfeitos, ainda que lá fora a seca continue.

Cena 3: Pedro Mota Soares, farto dos desfalques no RSI, inventa que as mulheres de etnia cigana contempladas com o subsídio terão de comparecer no ministério da Solidariedade e da Segurança Social, enquanto que os seus esposos/companheiros/pais/irmãos/avós são incumbidos de limpar as matas. Pedro Mota Soares recebe as ciganas uma a uma no seu gabinete, chantageando-as com sexo. Como nenhuma delas quer perder o rendimento, o ministro não recebe negas. Contudo, a medida chega aos ouvidos da comunidade africana que, julgando-se discriminada, resolve exigir igual tratamento junto do ministro. E é então que, todos os dias, mulheres de etnia cigana e de raça negra entram no gabinete do ministro, que aproveitando a oportunidade exige sexo lésbico antes de entrar em acção. [nota mental: este pormenor é brilhante, e mostra que um filme pornográfico pode também veicular valores. Pôr mulheres ciganas e africanas a ter sexo é, por um lado, mostrar que o multiculturalismo pode vingar e, por outro, que as minorias, quer étnicas que sexuais, têm lugar na sociedade portuguesa contemporânea] Despachadas cerca de 200000 mulheres, o que faz de Mota Soares o maior garanhão desde Ron Jeremy, o ministro anuncia a eficácia do sistema e, já preparando as próximas eleições, declara que ninguém vai perder o seu subsídio.

Para filme pornográfico, não me parece mal. Sobretudo, os actores, habituados que estão a f*der tudo e todos, não deveriam estranhar o enredo...

Sem comentários: