Pai (para si): Filhos da puta destes jogadores de merda… Ganham tanto dinheiro e é o que se vê… agora a perderem com os cabrões dos lagartos!!! (para a esposa): Ó Maria, quando acabares aí o serviço, traz-me mais um café!
Mãe (gritando da cozinha): ‘Tá bem!
Pai (continuando a falar para si): Mas que filhos da puta… quando o rapaz chegar, ‘tou bem f*dido, ‘tou.
(Mal profere estas palavras, ouve-se o abrir da porta de entrada. É Ricardo, o filho do casal)
Ricardo: Então, ó cota? Viste aquele baile? 3 a 0, na peida!!! Embrulhem, lampiões!
Pai: Olha, ‘tá mas é caladinho! Raio do miúdo, tanta merda que podia ser na vida, tinha logo de dar em sportinguista! Devia ter-te enfiado mais porrada nesse lombo quando eras pequeno…
Ricardo: ‘Tás chateado comigo, ‘tás?! Devias era mandar vir antes com os defesas do teu clube! Cambada de anjinhos, hahahah… não pescaram uma. Bem feito! (para a mãe): Ó mãe, ainda há cerveja no frigorífico?
Mãe (da cozinha): Há sim, queres que tire uma para fora?
Ricardo: Sim, já aí vou buscar. (para o pai): O teu clube ‘tá uma merda, ó cota! O Sporting agora domina e tu devias era sentir-te orgulhoso por teres um filho com tanto bom gosto clubístico.
(Ricardo dirige-se para a cozinha)
Pai (irritado como tudo, grita para o filho): Ah, cabrão do fedelho!... ‘Tás a fazer pouco de mim, ‘tás?!?! Só porque a merdinha do teu Sporting ganhou ao Glorioso? Pois ficas a saber: tenho mais orgulho da tua irmã, que é puta, e drogada, e não toma banho, do que de ti, porque ao menos ela é benfiquista, não é como tu, seu… seu… seu traidor! Preferia que desses também o cu, e que andasses metido na droga, e que não te lavasses, a seres adepto daquela imitação de clube. Se não fosses meu filho, dizia para te ires f*der, mas como és, mando-te só pró c*ralho!!!!
(Ricardo regressa à sala com uma lata de cerveja na mão)
Ricardo: Isso é que é um amor que me tens, hã?! Não faz mal, eu perdoo-te, afinal até compreendo a tua raiva. 3 a 0 na peida, toma!!!
Pai: Olha, cala-te! (para a esposa): Ó Maria, esse café?
Mãe (da cozinha): Sai já, está a fazer!
Ricardo (apontando para o televisor): Olha, vão dar outra vez os golos! (pausa) Ih, olha lá: já está, 1 a 0! Chupa!!! (ri-se) Toma, outro, hahahahah… aquilo não é uma dupla de centrais, é um passador… olha, olha, vem aí o terceiro… que jogada… o centro… e agora o rematezorro, pimba, GOLO!!!! Hahahahah, chupa, Benfica!!! (bebe um prolongado gole de cervja) Lindo…
Pai: Olha, uma gaita!
(A porta da entrada abre-se novamente. É Sara, a filha prostituta-agarrada (e anti-banho) do casal. Vem visivelmente cansada)
Sara: Boa noite.
Ricardo: Oi, mana.
Pai: Boa noite, filha. Então, como correu o teu dia?
Sara: Pfff… assim-assim. Vou só ali para o meu quarto dormir durante meia-hora, depois tenho de ir trabalhar para a esquina.
Pai: Então, hoje já não te dói o rabo?
Sara: Dói um bocado, mas a vida é mesmo assim, feita de sofrimentos. Enquanto cá andar, tenho de aguentar.
Pai (para Ricardo): ‘Tás a ver, meu parvalhão? Isto é que é uma mulher! Ali, de luta! É só fibra!
Sara: Pai, e como é que ficou o nosso Benfica?
Ricardo: Ahahahahahahahah!!!
Pai: Olha, perdemos. O clubezeco do degenerado do teu irmão espetou-nos com três secos.
Sara: Que treta. Eu não vi o jogo, andei a chutar para a veia e por isso não consegui acompanhar. (para Ricardo): Tu é que ‘tás todo contente, não é meu estúpido?
Ricardo: Então não? O Sporting fez ao Benfica aquilo que os teus clientes te fazem todas as noites (simula três movimentos de penetração) Toma, toma e toma!
Sara: Estúpido! Vai à merda!
(Sara retira-se para o quarto. À sala, chega a mãe, trazendo o café, e entrega-o ao esposo)
Pai: Obrigado! Eu devia era estar a mandar-te um tareão por causa da derrota do Benfica, mas sinto-me tão em baixo… vamos lá a ver se mais este café me faz bem. Logo se vê depois…
Ricardo: 3 na peida! 3 na peida!!!
[Fim]
Tanis
(obra de ficção sem qualquer
base na realidade.
Afinal, onde é que o SCP
tem condições
para mandar 3 ao SLB?
Nem na ficção… que porra!)