Ninguém neste mundo é uma ilha, a não ser aqueles gajos que a dada altura das suas vidas endoidecem, largam tudo e todos e passam a levar uma vida de eremitas numa floresta, montanha ou ilha deserta distantes. A esses gajos, além de "doidos", eu costumo chamar "sortudos", mas o habitual é precisarmos uns dos outros e temermos a simples ideia de passarmos a nossa vida sozinhos, sem ninguém ao lado. Como dizia Aristóteles, esse grande vulto do pensamento ocidental, e que nas horas vagas jogava futebol com o exército de Alexandre, o Grande, sempre na posição de ponta-de-lança (estatísticas da época dão conta que o filósofo marcou, numa só temporada, 36 golos! É obra! Quase tão bom quanto o Jardel, e ainda por cima escrevia bons livros), "um homem que quer viver fora da sociedade ou é um deus, ou é uma besta!". Pronto, é verdade que ele não teceu uma única linha sobre as bestas que vivem na sociedade, mas penso que estão a captar a ideia...
E a ideia é a de que a nossa vida, enquanto seres humanos, faz mais sentido em relação. Ou, para utilizar a terminologia de uma besta, Martin Heidegger, mas mais famosa pela sua presença em Jean Paul Sartre (esse já não era uma besta, mas em compensação tinha os olhos todos tortos!), o homem é inevitavelmente um ser-com-os-outros.
Ora, entre estes "outros" com quem o homem tem necessariamente de se relacionar, há um grupo especial: o grupo dos "amigos". Mas o que é um amigo? Para o José Castelo Branco, um amigo é um gajo que o penetre insaciavelmente durante um bom par de horas, sem despentar o cabelo. Intuitivamente, porém, sabemos que um amigo não é isto. Aliás, se algum dos meus amigos esboçasse sequer tentar penetrar-me, deixaria de ser meu amigo logo a seguir. E também deixaria de pertencer ao mundo dos vivos...
Eu não sei o que é ser amigo. Mas, como avançava o Daniel, um dos leitores habituais deste blogue, num dos comentários ao post de ontem, eu tenho ar de ser um bom amigo. E sou-o! E tenho também bons amigos, embora a maior parte deles já não veja há muuuuito tempo, há demasiado tempo, para ser sincero.
Só que essa é uma das coisas fascinantes da amizade: por mais que o tempo passe, a amizade persiste. Eu sei que se encontrar qualquer uma das pessoas que tenho por amigas, não importa o tempo que passou desde a última vez que nos vimos, a amizade manter-se-á. O Jotapê, que eu conheço há mais de 20 anos, e não vejo vai para 5, pode até chegar junto de mim com um rancho de filhos, uma esposa que parece o Quasímodo, uma t-shirt a dizer "Benfica = Glorioso" e uma bandeirinha do CDS/PP, pois pode, mas eu considerá-lo-ei sempre meu amigo.
Porque os amigos são aquelas pessoas que nós tratamos de maneira diferente. Um gajo qualquer que se chegasse junto de mim com o "lastro" que acabei de atribuir ao Jotapê levava logo um rotativo à Chuck Norris no meio dos queixos. Mas eu nunca faria isso a um amigo. Um amigo pode dizer-nos as coisas mais parvas, pode aparecer-nos à frente com o ar mais tresloucado (uuuui, as vezes que eu fiz isso... tipo, todos os dias!), mas será sempre nosso amigo. E, ao mesmo tempo, um amigo é aquela pessoa que tem para nós um tacto especial, uma atitude que não esperávamos, uma palavra que - à falta de melhor termo - só se pode caracterizar como "palavra amiga".
Um amigo é, pois, aquele tipo que, embora esteja casado e a morar longe como os tomates, tem consideração suficiente por nós para, todos os dias, ou quase, nos mandar e-mails com fotos e vídeos de gajas boas todas descascadas a apanhar com um tarolo! (Obrigado, Hugo!!! Manda mais!!!)
Um amigo é, pois, aquela pessoa que, embora tendo uma vida mais difícil e cheia de obstáculos do que a nossa, quando nos vê em baixo não diz "Foda-se, mariquinhas de merda!" e sim "Vá lá, anima, isso há-de passar, o Sporting voltará a ser campeão, vais ver!"
Um amigo é, pois, aquele indivíduo que, quando vê a nossa prima ter sexo com o regimento de bombeiros da Arrentela, dá-nos uma palmadinha no ombro e comenta, em lugar de um "Pá, a tua prima é uma ganda puta", um mais simpático "Pá, a tua prima tem um belo par de tetas!"
Os amigos são tudo isto e muito mais e eu estou grato por ter bons amigos. E vocês?!
terça-feira, junho 30, 2009
segunda-feira, junho 29, 2009
Maldição, mais uma constipação para a colecção...
Tenho uma assinalável tendência para contrair constipações. Também tenho tendência, mais assinalável ainda, para criar óptimos argumentos cujo destino seriam os filmes pornográficos lésbicos, mas isso agora não interessa ao post em questão. Bom, pronto, deixo-vos só com um dos últimos exemplos da minha criatividade: chega uma gaja ao pé de outra, e pergunta “Desculpa, podes dizer-me onde apanho o metro para o Campo Pequeno?”. Depois dão um beijo, despem-se e começam a lamber-se.
Cá está, trata-se de uma fórmula que não pode falhar; é deste tipo de elaboração e requinte que o cinema português necessita!
Mas voltemos ao assunto deste post. A constipação. Pois. Como indiquei, tenho uma propensão incomum para me constipar. Em média, de três em três meses contraio uma. Nesse aspecto, 2008 foi um ano atípico: só por duas vezes (duas vezes!!! UAU) andei aos atchins. E 2009 também está a ser um ano atípico, mas ao contrário: em meros 6 meses, já me constipei 3 vezes.
Devido à frequência com que o vírus me ataca (estúpido de merda, se eu um dia te apanho ao microscópio, enfio-te uma ténia no cu!)*, costumo até dizer, à guisa de brincadeira, que nunca estou constipado: eu sou constipado! É uma subtileza só ao alcance de pessoas geniais como eu...
Por falar em genial, já vos contei que tenho um talento inato para elaborar enredos de lesbianismo?!? Olhem só para este, criado por mim anteontem enquanto ouvia o Cavaco a falar sobre a data das legislativas: está uma gaja na fila da repartição das finanças, vira-se para trás e pergunta a outra gaja "Olhe, podia dizer-me as horas?" Esta última mostra-lhe o relógio, agarra a primeira pelo peito, beija-a na boca, despe-a e começa a lambê-la.
Pá, sou mesmo bom, não haja dúvida...
Bom, continuando com o discurso da constipação... Embora já esteja habituado às constipações, não é por isso que elas se tornam agradáveis. A verdade é que eu detesto constipar-me, até porque quando me constipo, sofro não apenas pelo ataque viral mas também pelas bocas que me mandam. Estas são algumas das frase que mais tenho escutado nas últimas horas: "Pois, estás sempre doente, fracote dum raio!", "Porque é que não vais ao médico?", "Toma os comprimidos, já!", "Agasalha-te bem e deixa de andar todo nu pela casa, pois é assim que apanhas correntes de ar!", "Se espirras para cima de mim, juro que apago todos os sites porno que tens nos Favoritos!", etc, etc, etc.
É duro...
Para terminar, deixo-vos com mais um argumento para um filme lésbico: chega uma gaja a um café e pergunta à rapariga atrás do balcão: “Desculpe, podia dar-me um galão?”. Nisto, a empregada galga o balcão, abraça a cliente, ambas despem-se e começam a lamber-se.
Cá está, nunca falha! Sou o maior!
Abraços e evitem as constipações.
* Tenho uma dúvida: os vírus têm cu?!?! Alguém pode, por favor, esclarecer-me?!
Cá está, trata-se de uma fórmula que não pode falhar; é deste tipo de elaboração e requinte que o cinema português necessita!
Mas voltemos ao assunto deste post. A constipação. Pois. Como indiquei, tenho uma propensão incomum para me constipar. Em média, de três em três meses contraio uma. Nesse aspecto, 2008 foi um ano atípico: só por duas vezes (duas vezes!!! UAU) andei aos atchins. E 2009 também está a ser um ano atípico, mas ao contrário: em meros 6 meses, já me constipei 3 vezes.
Devido à frequência com que o vírus me ataca (estúpido de merda, se eu um dia te apanho ao microscópio, enfio-te uma ténia no cu!)*, costumo até dizer, à guisa de brincadeira, que nunca estou constipado: eu sou constipado! É uma subtileza só ao alcance de pessoas geniais como eu...
Por falar em genial, já vos contei que tenho um talento inato para elaborar enredos de lesbianismo?!? Olhem só para este, criado por mim anteontem enquanto ouvia o Cavaco a falar sobre a data das legislativas: está uma gaja na fila da repartição das finanças, vira-se para trás e pergunta a outra gaja "Olhe, podia dizer-me as horas?" Esta última mostra-lhe o relógio, agarra a primeira pelo peito, beija-a na boca, despe-a e começa a lambê-la.
Pá, sou mesmo bom, não haja dúvida...
Bom, continuando com o discurso da constipação... Embora já esteja habituado às constipações, não é por isso que elas se tornam agradáveis. A verdade é que eu detesto constipar-me, até porque quando me constipo, sofro não apenas pelo ataque viral mas também pelas bocas que me mandam. Estas são algumas das frase que mais tenho escutado nas últimas horas: "Pois, estás sempre doente, fracote dum raio!", "Porque é que não vais ao médico?", "Toma os comprimidos, já!", "Agasalha-te bem e deixa de andar todo nu pela casa, pois é assim que apanhas correntes de ar!", "Se espirras para cima de mim, juro que apago todos os sites porno que tens nos Favoritos!", etc, etc, etc.
É duro...
Para terminar, deixo-vos com mais um argumento para um filme lésbico: chega uma gaja a um café e pergunta à rapariga atrás do balcão: “Desculpe, podia dar-me um galão?”. Nisto, a empregada galga o balcão, abraça a cliente, ambas despem-se e começam a lamber-se.
Cá está, nunca falha! Sou o maior!
Abraços e evitem as constipações.
* Tenho uma dúvida: os vírus têm cu?!?! Alguém pode, por favor, esclarecer-me?!
sexta-feira, junho 26, 2009
Pois, parece que o gajo morreu, e isso...
Sim, soube da notícia em primeira mão, porque andava ontem a zappar pela T.V. até dar com a Sky News, que noticiava a ida de Wacko Jacko para o hospital por causa de uma paragem cardíaca. Disse logo em voz alta: daqui a 10 minutos, estão a dizer que ele morreu. E não falhei! Ah, se juntamente com o Michael Jackson tivessem anunciado o mesmo acerca do outro Mikael, o Carreira, esta sexta seria um luxo!
A verdade é que nunca fui fã do Michael Jackson. Não, não tem nada a ver com os seus problemas pessoais: o facto de ele ser (ou alegadamente ser) pedófilo, a relação meio estranha com o pai e os irmãos, ou mesmo aquele episódio perfeitamente bizarro em que quase deixou cair o filho do cimo de um terceiro andar não têm influência para o meu julgamento. Falo dele apenas como artista: a mim, o intitulado rei da Pop nunca me disse nada, e devo ser das poucas pessoas neste planeta que não possui um álbum sequer do gajo. Na realidade, a única coisa que eu achava piada no Michael Jackson eram as piadas que se faziam acerca dele. E o nariz, claro, esse órgão mutante que ora aparecia, ora desaparecia. Se não fossem os direitos de autor, aquele nariz poderia perfeitamente integrar o Quarteto Fantástico ou, quem sabe, os X-Men. Sim, o Wacko Jacko morreu, mas o seu nariz, bom, esse viverá para sempre!...
No entanto, como foi uma figura incontornável para a música ocidental, em particular para esse ramo "pastilha elástica" que é a pop norte-americana, deixo aqui a minha homenagem. Iconoclasta q.b., porque eu não sou nada dado a mariquices. O videoclip que se segue NÃO tem o Michael Jackson: o autor é nada mais nada menos que Weird Al Yankovic, um tipo que se diverte há já muitos anos a fazer rendições cómicas a músicas famosas (quem nunca viu o Smells Like Nirvana, a gozar com o Smells Like Teen Spirits, nunca viu nada). O tema é um dos mais conhecidos do falecido Wacko Jacko, Beat it, e aqui dá pelo nome de Eat it. Com vocês... Weird Al Yankovic, covering Michael Jackson!
P.S.: uma boa ideia seria agora alguém da família doar o nariz do Michael Jackson à ciência. Que acham?!?! Ou são da opinião que, ao fim e ao cabo, o M.J. era demasiado senhor do seu nariz?!
A verdade é que nunca fui fã do Michael Jackson. Não, não tem nada a ver com os seus problemas pessoais: o facto de ele ser (ou alegadamente ser) pedófilo, a relação meio estranha com o pai e os irmãos, ou mesmo aquele episódio perfeitamente bizarro em que quase deixou cair o filho do cimo de um terceiro andar não têm influência para o meu julgamento. Falo dele apenas como artista: a mim, o intitulado rei da Pop nunca me disse nada, e devo ser das poucas pessoas neste planeta que não possui um álbum sequer do gajo. Na realidade, a única coisa que eu achava piada no Michael Jackson eram as piadas que se faziam acerca dele. E o nariz, claro, esse órgão mutante que ora aparecia, ora desaparecia. Se não fossem os direitos de autor, aquele nariz poderia perfeitamente integrar o Quarteto Fantástico ou, quem sabe, os X-Men. Sim, o Wacko Jacko morreu, mas o seu nariz, bom, esse viverá para sempre!...
No entanto, como foi uma figura incontornável para a música ocidental, em particular para esse ramo "pastilha elástica" que é a pop norte-americana, deixo aqui a minha homenagem. Iconoclasta q.b., porque eu não sou nada dado a mariquices. O videoclip que se segue NÃO tem o Michael Jackson: o autor é nada mais nada menos que Weird Al Yankovic, um tipo que se diverte há já muitos anos a fazer rendições cómicas a músicas famosas (quem nunca viu o Smells Like Nirvana, a gozar com o Smells Like Teen Spirits, nunca viu nada). O tema é um dos mais conhecidos do falecido Wacko Jacko, Beat it, e aqui dá pelo nome de Eat it. Com vocês... Weird Al Yankovic, covering Michael Jackson!
P.S.: uma boa ideia seria agora alguém da família doar o nariz do Michael Jackson à ciência. Que acham?!?! Ou são da opinião que, ao fim e ao cabo, o M.J. era demasiado senhor do seu nariz?!
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quinta-feira, junho 25, 2009
Sonhei com o Ricky Martin todo nu!!!
A coisa, dita assim de rajada, parece estranha, mas esperem até eu contar a história... é ainda muito mais estranha do que aparenta!!!
Todos nós já tivemos sonhos esquisitos uma vez ou outra na vida. A minha mente retorcida, contudo, presenteia-me com passeatas oníricas fora do comum mais vezes do que seria desejável, e mais vezes certamente do que acontece com o normal dos mortais. Já tive sonhos tão marados que, se os tivesse contado ao Freud, o palhaço do austríaco ter-se-ia suicidado logo de seguida. Lembro-me, por exemplo, de ter sonhado com o filósofo neoplatónico Plotino, mas em desenhos animados! Lembro-me também de um sonho que envolvia actos sexuais explícitos com uma loira desconhecida no jardim zoológico. Lembro-me, ainda, de uma corrida em que eu me punha às cavalitas de um professor de Ética e o incitava a perseguir outros alunos encavalitados, também eles, em professores. E mais recentemente, recordo-me de partilhar aqui no blogue este sonho em que eu e o Conan O'Brien nos víamos no meio de uma conspiração internacional. Tudo coisas beeeem extravagantes.
O meu mais recente sonho cai debaixo desta invulgar weltanschauung (sódix, esta foi profundíssima...). Imaginem o seguinte cenário: uma noite qualquer de inverno! Vê-se um edifício em ruínas, paredes nuas, vidros e entulho espalhados pelo chão. Tipo Berlim em 1944, ou Lisboa em 2009. Duas raparigas perto dos 30 anos, vestidas com fatos cinzento-escuro, deslocam-se para o edifício. Pisam pedaços de cimento, tijolos, vidros. Uma delas, cabelos escuros, retira um caderno da sua mala. Dá-o a observar à sua colega. Percebe-se que ambas estão ali a investigar qualquer coisa. Um crime ali ocorrido? Alguém desaparecido? Um sem-abrigo, talvez?! Nisto, a rapariga dos cabelos escuros volta-se. "Ouvi um barulho", diz à colega. "Eu também", responde esta. Entram ambas numa divisão que se supõe ter sido antes uma sala de estar (há um candeeiro de tecto em cristal espalhado pelo chão). Mas não vêem mais nada para além dos destroços. "Talvez tenha sido um rato", diz a rapariga de cabelos escuros, e abandonam o lugar. No meu sonho, contudo, a imagem do lugar permanece. As raparigas estão lá ao longe, e a imagem vai recuando, como uma câmara cinematográfica em modo zoom-out. Recua, recua, e sai pela janela. Pendurado nesta, do lado de fora, está o Ricky Martin todo nu, debatendo-se para reencontrar o equilíbrio, ao mesmo tempo que canta "Living La Vida Loca" [isto não faz sentido nenhum, mas foi assim que sonhei!]. Com esforço, o Ricky consegue entrar na antiga sala de estar e vai encostar-se silenciosamente a uma das paredes, onde adormece, em pêlo. As duas raparigas não dão por nada e continuam as suas investigações.
Nada mais se passou no sonho, pois acordei com o despertador, estremunhado e intrigado pelo que vivi no mundo de Orfeu. É aqui que cometo o meu grande erro do dia: resolvo contar o sonho à minha gaja! Ela, a partir do momento em que exteriorizei as palavras "tive um sonho com o Ricky Martin, e ele estava nu", ficou mais excitada do que o Miguel Veloso numa ida ao cabeleireiro! Quis convencer-me a voltar ao sono, ao que me neguei, pois tinha de vir trabalhar, mas maliciosamente enfiou dois comprimidos para dormir no copo de leite que tenho por hábito tomar ao pequeno almoço (não o descobri na altura e sim há pouco menos de duas horas, após lhe ter dito, ao telemóvel, que me sentia estranho, obtendo como resposta "Ah, fui eu que te pus um par de comprimidos, a ver se tens mais sonhos com o Ricky Martin durante o dia. Depois não te esqueças de apontar e me contar tudinho!!!!!").
Agora estou aqui feito morto-vivo, enquanto imagens e sombras vagueiam pela minha perturbada e cansada mente. Ainda não voltei a ver nada com o Ricky Martin todo nu, mas já vi o Hugh Jackman em ceroulas e o Robbie Williams em vestido de noite. Espero que isto chegue para satisfazer a minha gaja...
Uahhhh, que sono...
Todos nós já tivemos sonhos esquisitos uma vez ou outra na vida. A minha mente retorcida, contudo, presenteia-me com passeatas oníricas fora do comum mais vezes do que seria desejável, e mais vezes certamente do que acontece com o normal dos mortais. Já tive sonhos tão marados que, se os tivesse contado ao Freud, o palhaço do austríaco ter-se-ia suicidado logo de seguida. Lembro-me, por exemplo, de ter sonhado com o filósofo neoplatónico Plotino, mas em desenhos animados! Lembro-me também de um sonho que envolvia actos sexuais explícitos com uma loira desconhecida no jardim zoológico. Lembro-me, ainda, de uma corrida em que eu me punha às cavalitas de um professor de Ética e o incitava a perseguir outros alunos encavalitados, também eles, em professores. E mais recentemente, recordo-me de partilhar aqui no blogue este sonho em que eu e o Conan O'Brien nos víamos no meio de uma conspiração internacional. Tudo coisas beeeem extravagantes.
O meu mais recente sonho cai debaixo desta invulgar weltanschauung (sódix, esta foi profundíssima...). Imaginem o seguinte cenário: uma noite qualquer de inverno! Vê-se um edifício em ruínas, paredes nuas, vidros e entulho espalhados pelo chão. Tipo Berlim em 1944, ou Lisboa em 2009. Duas raparigas perto dos 30 anos, vestidas com fatos cinzento-escuro, deslocam-se para o edifício. Pisam pedaços de cimento, tijolos, vidros. Uma delas, cabelos escuros, retira um caderno da sua mala. Dá-o a observar à sua colega. Percebe-se que ambas estão ali a investigar qualquer coisa. Um crime ali ocorrido? Alguém desaparecido? Um sem-abrigo, talvez?! Nisto, a rapariga dos cabelos escuros volta-se. "Ouvi um barulho", diz à colega. "Eu também", responde esta. Entram ambas numa divisão que se supõe ter sido antes uma sala de estar (há um candeeiro de tecto em cristal espalhado pelo chão). Mas não vêem mais nada para além dos destroços. "Talvez tenha sido um rato", diz a rapariga de cabelos escuros, e abandonam o lugar. No meu sonho, contudo, a imagem do lugar permanece. As raparigas estão lá ao longe, e a imagem vai recuando, como uma câmara cinematográfica em modo zoom-out. Recua, recua, e sai pela janela. Pendurado nesta, do lado de fora, está o Ricky Martin todo nu, debatendo-se para reencontrar o equilíbrio, ao mesmo tempo que canta "Living La Vida Loca" [isto não faz sentido nenhum, mas foi assim que sonhei!]. Com esforço, o Ricky consegue entrar na antiga sala de estar e vai encostar-se silenciosamente a uma das paredes, onde adormece, em pêlo. As duas raparigas não dão por nada e continuam as suas investigações.
Nada mais se passou no sonho, pois acordei com o despertador, estremunhado e intrigado pelo que vivi no mundo de Orfeu. É aqui que cometo o meu grande erro do dia: resolvo contar o sonho à minha gaja! Ela, a partir do momento em que exteriorizei as palavras "tive um sonho com o Ricky Martin, e ele estava nu", ficou mais excitada do que o Miguel Veloso numa ida ao cabeleireiro! Quis convencer-me a voltar ao sono, ao que me neguei, pois tinha de vir trabalhar, mas maliciosamente enfiou dois comprimidos para dormir no copo de leite que tenho por hábito tomar ao pequeno almoço (não o descobri na altura e sim há pouco menos de duas horas, após lhe ter dito, ao telemóvel, que me sentia estranho, obtendo como resposta "Ah, fui eu que te pus um par de comprimidos, a ver se tens mais sonhos com o Ricky Martin durante o dia. Depois não te esqueças de apontar e me contar tudinho!!!!!").
Agora estou aqui feito morto-vivo, enquanto imagens e sombras vagueiam pela minha perturbada e cansada mente. Ainda não voltei a ver nada com o Ricky Martin todo nu, mas já vi o Hugh Jackman em ceroulas e o Robbie Williams em vestido de noite. Espero que isto chegue para satisfazer a minha gaja...
Uahhhh, que sono...
quarta-feira, junho 24, 2009
"Com licença", diz o gajo após dar um arroto descomunal...
Hoje, trago à liça um episódio passado ontem à hora do almoço. Sim, bem sei que "trago à liça" é uma expressão estúpida, valha-me Liédson, mas não interessa. O que interessa é o desenrolar da história...
Fui almoçar na companhia de um amigo que já não via há alguns anos. Cumprimentámo-nos com os habituais abraços e pancadinhas nas costas e passámos rapidamente para o mais importante: o estado de coisas no Sporting. Ele é da opinião que se deve correr tanto com o Yannick Djaló como com o Miguel Veloso, enquanto eu sou a favor de lhes mandar um pontapé no rabo. Após este enriquecedor debate, escolhemos o restaurante e iniciámos o repasto.
Ora, a meio do mesmo, ao meu amigo - que eu tinha por educado e elevado - dá para soltar um arroto DAQUELES! Bem, aquilo foi realmente uma coisa sem explicação, uma javardeira atirada com uma decibélica potência capaz de abafar, em volume, os acordes saídos da guitarra do Angus Young durante o último concerto dos AC/DC no Estádio Alvalade XXI. Foi mesmo descomunal, pronto, e escusado será dizer que todos os rostos presentes no restaurante se voltaram para nós, inclusivé o do velhinho que se babava a comer o esparguete à bolhonesa.
Mas o meu amigo não se envergonhou por estar em público e, alto e bom som, para que todos ouvissem, exclamou um "com licença" convictamente. E voltou rapidamente a atacar o prato, como se nada se tivesse passado. Como é natural, ninguém ficou convencido, muito menos eu. E abordei-o:
- Ouve lá, não achas que pedir "perdão" ou "com licença" não serve de desculpa para o que acabaste de fazer?
- E o que foi que acabei de fazer?
- Meu, tu mandaste um arroto extraterrestre!
- Vá, não foi assim tão grande...
- Não foi o quê?! Pá, tu puseste aquele bebé ali da mesa do canto a chorar! E os pais também!!
- Ah, não exageres. E eu pedi "com licença", não pedi?
- Sim, mas isso não serve de nada! Trata-se de um acto indesculpável! Sem redenção! Não podes pura e simplesmente vir pedir desculpas assim e fingir que nada se passou.
- Ah, não me lixes! Foi só um arrotinho, mal se ouviu, estás aí com coisas porquê?
- Chavalo, "arrotinho" o tanas! Ouviu-se por toda a cidade! Os telejornais vão abrir os noticiários com isso!
- Ora bolas, já chega! Queres que eu faça o quê?
- Que te dispas em frente a esta gente toda, enfies uma maçã na boca e coloques um cartaz ao peito a dizer "Sou o vosso leitãozinho, façam o que quiserem de mim". Só assim todos teremos a certeza de que estás realmente arrependido e só com essa punição podes compensar o arroto.
- Olha, e se te fosses f...?
O meu amigo não terminou a frase: levantou-se, pagou a conta e foi-se embora, com toda a gente a olhar para ele. Aproveitei para acabar o meu prato e ainda comi o que restava do dele. Sinto que tomei a atitude certa, pois um bom cidadão não pactua com faltas de educação como aquela. O problema é que sou capaz de ter perdido um amigo de longa data, e sportinguista ferrenho. Mas helas, não podia fechar os olhos àquele arroto dado assim, à descarada...
O que fariam, se fossem vocês a passar por isto?
Fui almoçar na companhia de um amigo que já não via há alguns anos. Cumprimentámo-nos com os habituais abraços e pancadinhas nas costas e passámos rapidamente para o mais importante: o estado de coisas no Sporting. Ele é da opinião que se deve correr tanto com o Yannick Djaló como com o Miguel Veloso, enquanto eu sou a favor de lhes mandar um pontapé no rabo. Após este enriquecedor debate, escolhemos o restaurante e iniciámos o repasto.
Ora, a meio do mesmo, ao meu amigo - que eu tinha por educado e elevado - dá para soltar um arroto DAQUELES! Bem, aquilo foi realmente uma coisa sem explicação, uma javardeira atirada com uma decibélica potência capaz de abafar, em volume, os acordes saídos da guitarra do Angus Young durante o último concerto dos AC/DC no Estádio Alvalade XXI. Foi mesmo descomunal, pronto, e escusado será dizer que todos os rostos presentes no restaurante se voltaram para nós, inclusivé o do velhinho que se babava a comer o esparguete à bolhonesa.
Mas o meu amigo não se envergonhou por estar em público e, alto e bom som, para que todos ouvissem, exclamou um "com licença" convictamente. E voltou rapidamente a atacar o prato, como se nada se tivesse passado. Como é natural, ninguém ficou convencido, muito menos eu. E abordei-o:
- Ouve lá, não achas que pedir "perdão" ou "com licença" não serve de desculpa para o que acabaste de fazer?
- E o que foi que acabei de fazer?
- Meu, tu mandaste um arroto extraterrestre!
- Vá, não foi assim tão grande...
- Não foi o quê?! Pá, tu puseste aquele bebé ali da mesa do canto a chorar! E os pais também!!
- Ah, não exageres. E eu pedi "com licença", não pedi?
- Sim, mas isso não serve de nada! Trata-se de um acto indesculpável! Sem redenção! Não podes pura e simplesmente vir pedir desculpas assim e fingir que nada se passou.
- Ah, não me lixes! Foi só um arrotinho, mal se ouviu, estás aí com coisas porquê?
- Chavalo, "arrotinho" o tanas! Ouviu-se por toda a cidade! Os telejornais vão abrir os noticiários com isso!
- Ora bolas, já chega! Queres que eu faça o quê?
- Que te dispas em frente a esta gente toda, enfies uma maçã na boca e coloques um cartaz ao peito a dizer "Sou o vosso leitãozinho, façam o que quiserem de mim". Só assim todos teremos a certeza de que estás realmente arrependido e só com essa punição podes compensar o arroto.
- Olha, e se te fosses f...?
O meu amigo não terminou a frase: levantou-se, pagou a conta e foi-se embora, com toda a gente a olhar para ele. Aproveitei para acabar o meu prato e ainda comi o que restava do dele. Sinto que tomei a atitude certa, pois um bom cidadão não pactua com faltas de educação como aquela. O problema é que sou capaz de ter perdido um amigo de longa data, e sportinguista ferrenho. Mas helas, não podia fechar os olhos àquele arroto dado assim, à descarada...
O que fariam, se fossem vocês a passar por isto?
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terça-feira, junho 23, 2009
Como uma força / Que ninguém pode parar
Cheguei à conclusão de que a minha gaja é uma autêntica força da natureza. Tenho de admiti-lo, por muito que custe à minha masculinidade, a qual também, à sua maneira, é uma força da natureza, que se revela tenebrosa aquando da visualização de jogos lésbicos em sítios pornográficos, amén para a Internet!
A minha gaja é uma força da natureza porque possui uma resistência, uma vitalidade e uma energia ímpares, contra as quais lamentavelmente não consigo competir ou, sequer, acompanhar. Vocês estão a ver aqueles robôs malucos dos filmes? Sim, aqueles que a transístores tantos ficam avariados e com a programação bloqueada, e só lhes dá para rebentar com tudo o que vêem pela frente, de modo indiscriminado?! Pois: a minha gaja é assim! Não, não estou a alegar que ela está avariada (tenho demasiado amor pela minha vida para fazer esse tipo de considerações), o que eu quero dizer é que ela possui aquela característica da one-pointed mind, que se traduz nisto: quando mete uma coisa na cabeça, cá vai alho!, é melhor ninguém se meter no caminho! Infelizmente para mim, quem está quase sempre no caminho entre a minha gaja e a coisa que ela quer, sou eu!...
Exemplo: ela quer que eu ponha creme de barbear logo após ter feito a barba. Eu, como sou muito homem, argumento que pôr creme na cara é coisa de mulheres. Ela não me escuta e avança para mim, qual tractor, pronta a chapar-me com o creme. Resultado: acabo por ficar com o creme na cara.
Outro exemplo: ela quer que eu arrume à força toda os livros que tenho espalhados lá por casa. Eu, como sou muito homem, argumento que organizar os livros é coisa de bibliotecário. Ou de mulheres. Ela não me escuta e desata a mandar os livros pela janela fora. Resultado: tenho de ir à rua buscá-los e arrumá-los.
Ainda outro exemplo: ela quer que eu faça amor após ter feito amor. Eu, como sou muito homem, argumento que “fazer amor” é coisa de gaja e que prefiro dormir. Ela não me escuta e lança o seu delicioso corpo para cima de mim, ao mesmo tempo que me cobre de beijos. Resultado: tenho de fazer amor (oh, que chatice…).
Este género de atitude é frequentemente confundido com teimosia. Levianamente, acrescento. Contudo, no caso citado, isto é, a minha gaja, a confusão tem toda a razão de ser. A “força da natureza” tem por detrás uma assinalável teimosia, uma teimosia que lhe dá ímpeto, como se fosse um combustível que alimenta o fogo. Fogo esse que acaba por ter consequências não apenas físicas, mas também intelectuais. Fisicamente, a “força da natureza”, reconheço, superioriza-se a mim. Enquanto eu acarto com uma cadeira e já fico com os bofes de fora, a minha gaja só revela sinal de cansaço depois de passear com roupeiros, arcas frigoríficas, comigo, mesas com tampo duplo em carvalho maciço, comigo outra vez, armários e todo o seu conjunto de sapatos. É dose!!! E intelectualmente, embora esteja a milhas da minha afamada lucidez, resiste sem nunca dar o braço a torcer, mesmo que a razão, como sempre, esteja do meu lado. Amiudadas vezes, as nossas discussões acabam comigo a ser sufocado com uma almofada, ocasião em que tenho de me render. Ou ir parar ao hospital...
Como conviver com uma pessoa dotada de tal dinamismo, potência e pujança? É complicado, reconheço. Tão complicado como combater uma tempestade, um terramoto, uma erupção vulcânica! Porque por mais evoluído que seja um homem, jamais esse homem estará ao nível de uma força da natureza. A solução é quebrar ou torcer. Sim: um dia, ou acabo com as costas partidas, ou com o braço torcido!
Pará-la, isso, bom, isso está fora de questão... :)
A minha gaja é uma força da natureza porque possui uma resistência, uma vitalidade e uma energia ímpares, contra as quais lamentavelmente não consigo competir ou, sequer, acompanhar. Vocês estão a ver aqueles robôs malucos dos filmes? Sim, aqueles que a transístores tantos ficam avariados e com a programação bloqueada, e só lhes dá para rebentar com tudo o que vêem pela frente, de modo indiscriminado?! Pois: a minha gaja é assim! Não, não estou a alegar que ela está avariada (tenho demasiado amor pela minha vida para fazer esse tipo de considerações), o que eu quero dizer é que ela possui aquela característica da one-pointed mind, que se traduz nisto: quando mete uma coisa na cabeça, cá vai alho!, é melhor ninguém se meter no caminho! Infelizmente para mim, quem está quase sempre no caminho entre a minha gaja e a coisa que ela quer, sou eu!...
Exemplo: ela quer que eu ponha creme de barbear logo após ter feito a barba. Eu, como sou muito homem, argumento que pôr creme na cara é coisa de mulheres. Ela não me escuta e avança para mim, qual tractor, pronta a chapar-me com o creme. Resultado: acabo por ficar com o creme na cara.
Outro exemplo: ela quer que eu arrume à força toda os livros que tenho espalhados lá por casa. Eu, como sou muito homem, argumento que organizar os livros é coisa de bibliotecário. Ou de mulheres. Ela não me escuta e desata a mandar os livros pela janela fora. Resultado: tenho de ir à rua buscá-los e arrumá-los.
Ainda outro exemplo: ela quer que eu faça amor após ter feito amor. Eu, como sou muito homem, argumento que “fazer amor” é coisa de gaja e que prefiro dormir. Ela não me escuta e lança o seu delicioso corpo para cima de mim, ao mesmo tempo que me cobre de beijos. Resultado: tenho de fazer amor (oh, que chatice…).
Este género de atitude é frequentemente confundido com teimosia. Levianamente, acrescento. Contudo, no caso citado, isto é, a minha gaja, a confusão tem toda a razão de ser. A “força da natureza” tem por detrás uma assinalável teimosia, uma teimosia que lhe dá ímpeto, como se fosse um combustível que alimenta o fogo. Fogo esse que acaba por ter consequências não apenas físicas, mas também intelectuais. Fisicamente, a “força da natureza”, reconheço, superioriza-se a mim. Enquanto eu acarto com uma cadeira e já fico com os bofes de fora, a minha gaja só revela sinal de cansaço depois de passear com roupeiros, arcas frigoríficas, comigo, mesas com tampo duplo em carvalho maciço, comigo outra vez, armários e todo o seu conjunto de sapatos. É dose!!! E intelectualmente, embora esteja a milhas da minha afamada lucidez, resiste sem nunca dar o braço a torcer, mesmo que a razão, como sempre, esteja do meu lado. Amiudadas vezes, as nossas discussões acabam comigo a ser sufocado com uma almofada, ocasião em que tenho de me render. Ou ir parar ao hospital...
Como conviver com uma pessoa dotada de tal dinamismo, potência e pujança? É complicado, reconheço. Tão complicado como combater uma tempestade, um terramoto, uma erupção vulcânica! Porque por mais evoluído que seja um homem, jamais esse homem estará ao nível de uma força da natureza. A solução é quebrar ou torcer. Sim: um dia, ou acabo com as costas partidas, ou com o braço torcido!
Pará-la, isso, bom, isso está fora de questão... :)
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segunda-feira, junho 22, 2009
De gays e de praias
No sábado passado estive para me deslocar a Lisboa com a intenção de participar na marcha gay, em apoio e solidariedade a tod@s aquel@s que são discriminados por gostarem de fazer coisas feias com pessoas do mesmo sexo. Porém, achei que estava demasiado calor para paneleirices e optei por ficar em casa a fazer coisas muito másculas, como limpar o pó, lavar o chão, arrumar a loiça e ver o concerto do Tony Carreira pela televisão. Pronto, está bem, se eu quisesse mesmo, poderia ter ido à marcha gay sem me preocupar com o calor. Poderia, por exemplo, ter lá ido todo nu, é verdade, mas (e isto é uma opinião muito minha, sei lá!), considero que ir todo nu para o meio de um desfile de larilonços é capaz de não ser lá grande ideia...
No domingo, por forma a combater o aquecimento individual, ou seja, o meu, resolvi dar um pulo à praia. E tive uma experiência kármica que me puniu pela minha ausência na defesa da causa gay que teve lugar no dia anterior. Aliás, aproveito para dizer que o cabrão do karma é um ganda mariconço...
Isto porque estreei uns calções de banho novos. E os calções de banho novos têm, digamos, um ar um tanto ou quanto suspeito, para o qual contribuem as corzinhas (azulinhos, amarelinhos, branquinhos, cinzentinhos...) e os motivos (alforrecazinhas, peixinhos, estrelinhas do marzinho...). Mas foram baratos e oferecidos pela minha sogra, portanto uso-os, além de que estava mesmo a precisar de uns calções de banho. E é verdade que estes fizeram um sucesso tremendo, a questão é que o foi com quem não devia! Quando procurei tomar o meu primeiro banho de água salgada do dia, encaminharam-se para mim dois jovens e robustos boiolas, que lançaram logo:
Boiola 1: Olá, marinheiro! Tens uns calções muito giros!
Boiola 2: Olá. Estiveste ontem na marcha gay? Podia jurar que vi alguém vestido com esses mesmos calções...
Perceberam agora porque é que acusei o karma de ser mariconço, certo? Eu não fui à marcha gay de sábado, e como resultado fui punido por estas duas borboletazinhas no domingo! Era como se o karma estivesse a dizer-me "Ai tu és isso? Não vais apoiar a nobre causa da igualdade de direitos só porque tens calorzinho, é?! Então amanhã quando fores à praia vais ver o que eu te faço. E já agora aproveito para dizer que tens um rabinho todo bom!".
E a punição não se ficou por aqui! Era muito bom se os dois bichinhas se limitassem a fazer apenas aqueles comentários parvos. Mas não, o karma quis ser mesmo cabrãozorro e para mostrá-lo, quando eu me lancei à agua, na tentativa de deixar para trás o casalinho de jogadores de basket, o karma impeliu-os a seguirem-me. Evidentemente, quando eu reparei que estava a ser seguido por ambos, temi pelo meu traseiro e vá de nadar o mais que pude. Enquanto nadava, ainda ouvi, por parte de quem também se encontrava na água, coisas como "Que raios, aquele tipo que está ali a ser perseguido por outros dois rapazes tem uns calções para lá de maricas!". Este tipo de bocas irritava-me, mas em simultâneo dava-me alento para continuar a nadar; o problema é que os dois frufrus eram melhores nadadores do que eu, por isso tive de alterar a estratégia e regressar a terra. Quando os meus pés voltaram a sentir os grãos de areia, corri feito maluco, e foi isso que me safou, porque se eu normalmente sou rápido, quando se trata de fugir de homossexuais obcecados pelos meus calções o meu dar à sola faz o Usain Bolt parecer uma tartaruga! Depois, quando me apercebi já ter uma distância considerável, regressei à minha toalha e cobri com ela os calções de aspecto gay, impedindo assim que fosse reconhecido! Fintei deste modo o par de margaridazinhas e o sacana do karma, e pude aproveitar o resto da praia como deve ser. E regressei a casa virgem de cu...
Para finalizar, quero só dizer duas coisinhas:
1 - É na praia que os homens portugueses revelam o maior da sua portugalidade. Ele é o lixo para o chão, ele é a barriga descomunal, ele é o bigode farfalhudo, ele é as caralhadas na frente da mulher e dos filhos, ele é o jornal A Bola aberto, ele é o cheiro a entremeada a sair do saco com a comida. Só há uma diferença: o português, na praia, não cospe para o chão. Mas, em compensação, mija na água.
2 - Juro que da próxima vez que houver uma marcha gay em Lisboa, eu apareço! E até levo as minhas calças roxas de lycra! E danço em cima das colunas! Vamos lá a ver se o cabrão do karma me apanha outra vez!!!!
No domingo, por forma a combater o aquecimento individual, ou seja, o meu, resolvi dar um pulo à praia. E tive uma experiência kármica que me puniu pela minha ausência na defesa da causa gay que teve lugar no dia anterior. Aliás, aproveito para dizer que o cabrão do karma é um ganda mariconço...
Isto porque estreei uns calções de banho novos. E os calções de banho novos têm, digamos, um ar um tanto ou quanto suspeito, para o qual contribuem as corzinhas (azulinhos, amarelinhos, branquinhos, cinzentinhos...) e os motivos (alforrecazinhas, peixinhos, estrelinhas do marzinho...). Mas foram baratos e oferecidos pela minha sogra, portanto uso-os, além de que estava mesmo a precisar de uns calções de banho. E é verdade que estes fizeram um sucesso tremendo, a questão é que o foi com quem não devia! Quando procurei tomar o meu primeiro banho de água salgada do dia, encaminharam-se para mim dois jovens e robustos boiolas, que lançaram logo:
Boiola 1: Olá, marinheiro! Tens uns calções muito giros!
Boiola 2: Olá. Estiveste ontem na marcha gay? Podia jurar que vi alguém vestido com esses mesmos calções...
Perceberam agora porque é que acusei o karma de ser mariconço, certo? Eu não fui à marcha gay de sábado, e como resultado fui punido por estas duas borboletazinhas no domingo! Era como se o karma estivesse a dizer-me "Ai tu és isso? Não vais apoiar a nobre causa da igualdade de direitos só porque tens calorzinho, é?! Então amanhã quando fores à praia vais ver o que eu te faço. E já agora aproveito para dizer que tens um rabinho todo bom!".
E a punição não se ficou por aqui! Era muito bom se os dois bichinhas se limitassem a fazer apenas aqueles comentários parvos. Mas não, o karma quis ser mesmo cabrãozorro e para mostrá-lo, quando eu me lancei à agua, na tentativa de deixar para trás o casalinho de jogadores de basket, o karma impeliu-os a seguirem-me. Evidentemente, quando eu reparei que estava a ser seguido por ambos, temi pelo meu traseiro e vá de nadar o mais que pude. Enquanto nadava, ainda ouvi, por parte de quem também se encontrava na água, coisas como "Que raios, aquele tipo que está ali a ser perseguido por outros dois rapazes tem uns calções para lá de maricas!". Este tipo de bocas irritava-me, mas em simultâneo dava-me alento para continuar a nadar; o problema é que os dois frufrus eram melhores nadadores do que eu, por isso tive de alterar a estratégia e regressar a terra. Quando os meus pés voltaram a sentir os grãos de areia, corri feito maluco, e foi isso que me safou, porque se eu normalmente sou rápido, quando se trata de fugir de homossexuais obcecados pelos meus calções o meu dar à sola faz o Usain Bolt parecer uma tartaruga! Depois, quando me apercebi já ter uma distância considerável, regressei à minha toalha e cobri com ela os calções de aspecto gay, impedindo assim que fosse reconhecido! Fintei deste modo o par de margaridazinhas e o sacana do karma, e pude aproveitar o resto da praia como deve ser. E regressei a casa virgem de cu...
Para finalizar, quero só dizer duas coisinhas:
1 - É na praia que os homens portugueses revelam o maior da sua portugalidade. Ele é o lixo para o chão, ele é a barriga descomunal, ele é o bigode farfalhudo, ele é as caralhadas na frente da mulher e dos filhos, ele é o jornal A Bola aberto, ele é o cheiro a entremeada a sair do saco com a comida. Só há uma diferença: o português, na praia, não cospe para o chão. Mas, em compensação, mija na água.
2 - Juro que da próxima vez que houver uma marcha gay em Lisboa, eu apareço! E até levo as minhas calças roxas de lycra! E danço em cima das colunas! Vamos lá a ver se o cabrão do karma me apanha outra vez!!!!
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sexta-feira, junho 19, 2009
A propósito da morte de Carlos Candal
Faleceu ontem Carlos Candal, militante socialista e fundador do PS. Normalmente, quando um político morre, há em mim uma expressão de regozijo. E quando esse político era do PS, o regozijo redobra-se. E quando esse político era também advogado, então o meu regozijo alcança níveis próximos da alegria que teria se um dia o Sporting conquistasse a Liga dos Campeões.
No entanto, a morte de Carlos Candal entristeceu-me. Eu possuía por Candal uma certa simpatia, e esse é um sentimento que nutro por pouquíssimos actores da política portuguesa. Para terem uma ideia, o número de políticos por quem tenho alguma, vá lá, consideração, deve ser menor do que o número de pessoas não corruptas a trabalhar na SAD do FC Porto! Isto já diz tudo, creio eu...
Estávamos em meados da década de 90 do século passado quando tive o meu primeiro contacto com o senhor Carlos Candal, a propósito de um libelo que este lançou, sugestivamente intitulado "Manifesto Anti-Portas". Ganhou logo ali o meu respeito, respeito que veio a crescer mais ainda aquando de uma entrevista dada por Candal a um órgão de comunicação social, e na qual, interpelado a dar a sua opinião sobre Paulo Portas, respondeu, num jeito agressivo que se tornou imagem de marca, simplesmente isto (e cito de memória): "O Portas??!! Esse maricas??!!"
Pronto! Com estas singelas palavras, tornava-se claro que, pela minha parte, Candal já tinha assegurado um lugar no panteão da eminência política. Lembro-me de repetir aquela acusação sempre que me vinham falar do Portas. E repetia-a naquele tom tão castiço em que Candal a proferiu, embora a minha imitação nunca fizesse jus ao original. Fui até mais longe: na parede do meu quarto, era ainda eu um consciente teenager (a inconsciência veio depois com a entrada na idade adulta), coloquei, ao lado de posters da Sharon Stone e da Steffi Graf (ícones dos anos 90, para quem não se lembra), um cartaz com aquele mantra "O Portas??!! Esse maricas??!!", o qual fazia incrível sucesso em ocasiões de festa. E num teste de Direito no então 11º ano, recordo-me de rematar, numa resposta a uma pergunta já não me lembro sobre quê, mas que julgo ter tido alguma coisa a ver com a Constituição Portuguesa, com um "e nunca nos devemos esquecer das sábias palavras do deputado ao Parlamento Europeu, Carlos Candal: "O Portas??!! Esse maricas??!!". Tenho a certeza que foi graças a esta citação que consegui tirar boa nota no raio da prova...
Passei, pois, a ver a figura de Carlos Candal com alguma reverência. Daí que tenha, agora, pena de vê-lo partir. Mas, verdade seja dita, a mensagem de um homem não se apaga com a partida desse homem. Sobrevive-lhe, erigida em monumento na memória dos que ficam. No que me toca, a mensagem de Candal ficará comigo para todo o sempre. Nunca, jamais, esquecerei aquelas palavras que me mostraram que sim, podemos dizer coisas acertadas em política! Sim, podemos mandar abaixo os adversários políticos sem receio da modinha do politicamente correcto! Sim, podemos fazer chafurdar o Paulo Portas no ridículo! Sim, nós podemos!!!!! (Ó Obama, desculpa, empolguei-me) E sim, podemos dizer que o Portas é um ganda mariconço! Esta é a mensagem de Carlos Candal. Recordá-la é a melhor homenagem que se lhe pode prestar.
E quanto ao Paulo Portas?
"O Portas??!! Esse maricas??!!"
Obrigado, Carlos Candal!
No entanto, a morte de Carlos Candal entristeceu-me. Eu possuía por Candal uma certa simpatia, e esse é um sentimento que nutro por pouquíssimos actores da política portuguesa. Para terem uma ideia, o número de políticos por quem tenho alguma, vá lá, consideração, deve ser menor do que o número de pessoas não corruptas a trabalhar na SAD do FC Porto! Isto já diz tudo, creio eu...
Estávamos em meados da década de 90 do século passado quando tive o meu primeiro contacto com o senhor Carlos Candal, a propósito de um libelo que este lançou, sugestivamente intitulado "Manifesto Anti-Portas". Ganhou logo ali o meu respeito, respeito que veio a crescer mais ainda aquando de uma entrevista dada por Candal a um órgão de comunicação social, e na qual, interpelado a dar a sua opinião sobre Paulo Portas, respondeu, num jeito agressivo que se tornou imagem de marca, simplesmente isto (e cito de memória): "O Portas??!! Esse maricas??!!"
Pronto! Com estas singelas palavras, tornava-se claro que, pela minha parte, Candal já tinha assegurado um lugar no panteão da eminência política. Lembro-me de repetir aquela acusação sempre que me vinham falar do Portas. E repetia-a naquele tom tão castiço em que Candal a proferiu, embora a minha imitação nunca fizesse jus ao original. Fui até mais longe: na parede do meu quarto, era ainda eu um consciente teenager (a inconsciência veio depois com a entrada na idade adulta), coloquei, ao lado de posters da Sharon Stone e da Steffi Graf (ícones dos anos 90, para quem não se lembra), um cartaz com aquele mantra "O Portas??!! Esse maricas??!!", o qual fazia incrível sucesso em ocasiões de festa. E num teste de Direito no então 11º ano, recordo-me de rematar, numa resposta a uma pergunta já não me lembro sobre quê, mas que julgo ter tido alguma coisa a ver com a Constituição Portuguesa, com um "e nunca nos devemos esquecer das sábias palavras do deputado ao Parlamento Europeu, Carlos Candal: "O Portas??!! Esse maricas??!!". Tenho a certeza que foi graças a esta citação que consegui tirar boa nota no raio da prova...
Passei, pois, a ver a figura de Carlos Candal com alguma reverência. Daí que tenha, agora, pena de vê-lo partir. Mas, verdade seja dita, a mensagem de um homem não se apaga com a partida desse homem. Sobrevive-lhe, erigida em monumento na memória dos que ficam. No que me toca, a mensagem de Candal ficará comigo para todo o sempre. Nunca, jamais, esquecerei aquelas palavras que me mostraram que sim, podemos dizer coisas acertadas em política! Sim, podemos mandar abaixo os adversários políticos sem receio da modinha do politicamente correcto! Sim, podemos fazer chafurdar o Paulo Portas no ridículo! Sim, nós podemos!!!!! (Ó Obama, desculpa, empolguei-me) E sim, podemos dizer que o Portas é um ganda mariconço! Esta é a mensagem de Carlos Candal. Recordá-la é a melhor homenagem que se lhe pode prestar.
E quanto ao Paulo Portas?
"O Portas??!! Esse maricas??!!"
Obrigado, Carlos Candal!
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quinta-feira, junho 18, 2009
Sócrates, o menino bonzinho do PS
Sim, não me furtei a ver a entrevista do José Sócrates pela jeitosinha da Ana Lourenço ontem na SIC. Quando começou, perto das 9 da noite, sentei-me todo nu em cima do sofá e preparei-me para curtir o momento. E foi logo no início que me apercebi da mudança de registo do actual primeiro-ministro: passou do registo de bad cop, desempenhado ininterruptamente ao longo dos últimos 4 anos, auxiliado nesse papel pelos bad asses Augusto Santos Silva, Vitalino Canas, Pedro Silva Pereira e José Lello, para um registo good cop. Sócrates amansou. Sócrates tornou-se bonzinho. Sócrates até parece um menino de coro.
Isto acaba por gerar dois problemas. O primeiro é este: com este joguinho good cop, bad cop, eu fico com medo de que o governo esteja a tentar fazer com que os portugueses confessem alguma coisa. E o pior é que ninguém sabe o que há a confessar...
O segundo problema é verificar-se que o Sócrates em particular e os dirigentes do PS em geral não têm jeitinho nenhum para brincar aos polícias bonzinhos. Soa tudo muito artificial, muito forçado. A malta não está habituada a ver o primeiro-ministro e os seus acólitos mais próximos esforçarem-se por não exibir sinais exteriores de arrogância. Todos percebemos que o que eles querem é malhar, dizer mal, espumar pela boca, mas agora estão numa de auto-controlo e de calma.
Resta saber: até quando?! Confesso que estou muito curioso por saber quando saltará a tampa ao senhor primeiro-ministro. É até capaz de ser divertido provocá-lo só para saber até onde ele consegue levar a recém-construída imagem de bonzinho. Faz lembrar aqueles momentos da escola primária (quem não passou por momentos assim?!) em que os rapazes fixes (grupo no qual eu estava sempre incluído, é claro) azucrinavam sem cessar o miúdo benzoca até ele se irritar de vez, altura em que o presenteávamos com um fabuloso enxerto de porrada. Com o Sócrates, a coisa podia ser mais ou menos assim:
Eu: Senhor primeiro-ministro, é verdade que o senhor é um tosco?
Sócrates: Pois, sim, é verdade!
Eu: E que a Fernanda Câncio cheira mal da boca?
Sócrates: Errr... humm... sim!
Eu: Também parece que o seu governo é incompetente!
Sócrates: Sim, talvez, um bocadinho...
Eu: Qualquer pessoa avisada reconhece que o Manuel Pinho e o Teixeira dos Santos têm tipo de atrasados mentais, certo?
Sócrates: Concordo perfeitamente.
Eu: E que o Portas daria melhor primeiro-ministro do que vossa excelência...
Sócrates: Qualquer pessoa daria.
Eu: Até o Santana Lopes?!
Sócrates: Até o Santana Lopes...
E a conversa decorreria ad infinitum até o gajo se passar. Se é que esse momento chegaria. Mas chegado ou não, todo o exercício se revelaria imensamente divertido...
Isto acaba por gerar dois problemas. O primeiro é este: com este joguinho good cop, bad cop, eu fico com medo de que o governo esteja a tentar fazer com que os portugueses confessem alguma coisa. E o pior é que ninguém sabe o que há a confessar...
O segundo problema é verificar-se que o Sócrates em particular e os dirigentes do PS em geral não têm jeitinho nenhum para brincar aos polícias bonzinhos. Soa tudo muito artificial, muito forçado. A malta não está habituada a ver o primeiro-ministro e os seus acólitos mais próximos esforçarem-se por não exibir sinais exteriores de arrogância. Todos percebemos que o que eles querem é malhar, dizer mal, espumar pela boca, mas agora estão numa de auto-controlo e de calma.
Resta saber: até quando?! Confesso que estou muito curioso por saber quando saltará a tampa ao senhor primeiro-ministro. É até capaz de ser divertido provocá-lo só para saber até onde ele consegue levar a recém-construída imagem de bonzinho. Faz lembrar aqueles momentos da escola primária (quem não passou por momentos assim?!) em que os rapazes fixes (grupo no qual eu estava sempre incluído, é claro) azucrinavam sem cessar o miúdo benzoca até ele se irritar de vez, altura em que o presenteávamos com um fabuloso enxerto de porrada. Com o Sócrates, a coisa podia ser mais ou menos assim:
Eu: Senhor primeiro-ministro, é verdade que o senhor é um tosco?
Sócrates: Pois, sim, é verdade!
Eu: E que a Fernanda Câncio cheira mal da boca?
Sócrates: Errr... humm... sim!
Eu: Também parece que o seu governo é incompetente!
Sócrates: Sim, talvez, um bocadinho...
Eu: Qualquer pessoa avisada reconhece que o Manuel Pinho e o Teixeira dos Santos têm tipo de atrasados mentais, certo?
Sócrates: Concordo perfeitamente.
Eu: E que o Portas daria melhor primeiro-ministro do que vossa excelência...
Sócrates: Qualquer pessoa daria.
Eu: Até o Santana Lopes?!
Sócrates: Até o Santana Lopes...
E a conversa decorreria ad infinitum até o gajo se passar. Se é que esse momento chegaria. Mas chegado ou não, todo o exercício se revelaria imensamente divertido...
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quarta-feira, junho 17, 2009
Da série: no shit, Sherlock?!?!
Há pessoas que falam apenas por falar. Pessoas que prestam informação - se é que podemos chamar aquilo de "informação" - completamente desnecessária. Enfim, todos nós já conhecemos gente assim, gente que foi parodiada no famoso sketch dos Gato Fedorento: "falam, falam, falam, falam"...
Mas há um subgrupo, dentro da informação desnecessária, que é a informação óbvia. É o tipo de coisa que alguém não precisa mesmo de dizer, porque já há muito se percebeu só de olharmos para a pessoa em questão . Ilustro-vos a situação com o seguinte caso, ocorrido ontem comigo: chega-se uma senhora junto de mim e atira simplesmente, com aquele sotaque carregadíssimo e típico, um "Oi, eu sou brasileira e..."
Mandei logo tudo parar por ali! Afinal, que necessidade tinha a senhora de afirmar a sua nacionalidade, quando aquela pronúncia e o jeito de actriz acabada que faz novelas de segunda para a TV Globo já a tinham denunciado? Para quê chover no molhado? O que a fez pensar que eu a poderia ter confundido, sei lá, com uma uzbeque? Ou uma tailandesa do sul? Para quê atirar o óbvio de que era brasileira?!?!
Procedendo a algumas analogias, a gaja ter-me dito que era brasileira - quando, a partir do momento em que abriu a boca, quiçá até antes, tal era mais do que evidente - seria equivalente ao José Castelo-Branco, numa marcha gay, e vestido (?!!?) só com uma cuequinha fio dental (perdoem-me a imagem horrível), vir dizer "Olá, eu sou bichona e...". Ou o Pinto da Costa, recostado na sua cadeira do Estádio do Dragão", virar-se para o presidente de um clube estrangeiro e falar "Olá, eu sou corrupto e...". Ou o José Sócrates, numa conferência de imprensa, iniciar o discurso com um "Boa tarde, eu sou uma besta e...".
Ou seja, são coisas que se percebem logo! É para isso que servem os estereótipos: uma senhora que passeia num jeito gingão e, mal abre a boca, sente-se logo aquela musiquinha do Brásiú, não precisa de "informar" que é brasileira. Portanto, poupem-se ao trabalho. Digam só o que é essencial. Informações desnecessárias e óbvias são precisamente isso: desnecessárias e óbvias. Só servem para encher. Mais vale calarem-se! Eu, embora não precisasse de dizê-lo, ficarei agradecido!
Mas há um subgrupo, dentro da informação desnecessária, que é a informação óbvia. É o tipo de coisa que alguém não precisa mesmo de dizer, porque já há muito se percebeu só de olharmos para a pessoa em questão . Ilustro-vos a situação com o seguinte caso, ocorrido ontem comigo: chega-se uma senhora junto de mim e atira simplesmente, com aquele sotaque carregadíssimo e típico, um "Oi, eu sou brasileira e..."
Mandei logo tudo parar por ali! Afinal, que necessidade tinha a senhora de afirmar a sua nacionalidade, quando aquela pronúncia e o jeito de actriz acabada que faz novelas de segunda para a TV Globo já a tinham denunciado? Para quê chover no molhado? O que a fez pensar que eu a poderia ter confundido, sei lá, com uma uzbeque? Ou uma tailandesa do sul? Para quê atirar o óbvio de que era brasileira?!?!
Procedendo a algumas analogias, a gaja ter-me dito que era brasileira - quando, a partir do momento em que abriu a boca, quiçá até antes, tal era mais do que evidente - seria equivalente ao José Castelo-Branco, numa marcha gay, e vestido (?!!?) só com uma cuequinha fio dental (perdoem-me a imagem horrível), vir dizer "Olá, eu sou bichona e...". Ou o Pinto da Costa, recostado na sua cadeira do Estádio do Dragão", virar-se para o presidente de um clube estrangeiro e falar "Olá, eu sou corrupto e...". Ou o José Sócrates, numa conferência de imprensa, iniciar o discurso com um "Boa tarde, eu sou uma besta e...".
Ou seja, são coisas que se percebem logo! É para isso que servem os estereótipos: uma senhora que passeia num jeito gingão e, mal abre a boca, sente-se logo aquela musiquinha do Brásiú, não precisa de "informar" que é brasileira. Portanto, poupem-se ao trabalho. Digam só o que é essencial. Informações desnecessárias e óbvias são precisamente isso: desnecessárias e óbvias. Só servem para encher. Mais vale calarem-se! Eu, embora não precisasse de dizê-lo, ficarei agradecido!
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terça-feira, junho 16, 2009
O "FODA-SE" perfeito!
O
Quem me conhece, sabe que sou um indivíduo extremamente correcto e bem educado. Sim, é verdade: sou daquelas pessoas incapazes de ultrapassar as 400 caralhadas por minuto durante a visualização de um jogo de futebol, o que é um sinal claro da minha elevação (normalmente, fico-me pelas 105, quando o Sporting está a ganhar, e pelas 372, quando o Sporting está a perder). E torço, aristocraticamente, o nariz a quem profere asneiras de forma gratuita, porque considero que as obscenidades têm o seu lugar próprio, como os jogos de futebol - lá está -, ou as ocasiões em que se tem sexo. Ou, ainda, quando o Paulo Portas aparece na televisão.
No entanto, e apesar de toda a minha distinção, não posso esconder que aqui e ali solto uma alarvidade extemporânea. Sou humano, no fundo, e qualquer ser humano tem os seus momentos de fraqueza e de queda.
Foi o que me aconteceu há uns dias, mais precisamente a 11 de Junho, em que lancei um "FODA-SE" que não devia, mas que tinha de sair. Necessariamente. E foi um "FODA-SE" como não há memória...
A coisa conta-se assim: nos últimos tempos, andei com movimentações domésticas, é dizer, pinturas, limpezas, desarrumações/arrumações, mudanças, decorações e por aí vai. As quais, acrescente-se, tomaram vários dias. E como acontece com qualquer pessoa que não possua o físico similar ao cruzamento entre um gorila macho e um bisonte, fiquei de rastos com tanto puxanço de cabedal. Muito bem, naquele fatídico 11 de Junho o cabedal foi esticado até ao seu limite, e se o panasca do Variações cantava "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga", eu afirmo peremptoriamente que o inverso também tem o seu quê de verdade, pois o cansaço que se fazia sentir no meu corpinho reflectiu-se, e muito, no meu juizinho. Ah, e eu, ao contrário do variações, não sou panasca!
E foi assim que, ao final da tarde, entrando já o crepúsculo pela janela, e após um dia em que movi estantes, mesas, armários, mais estantes, livros, cds, mais mesas, cadeiras, caixas e caixotes, mais livros, mais armários, mais estantes, dvds, frigoríficos, mais mesas, e não sei o que mais, já não podia com uma gata pelo rabo. Além de que, nesse mesmo dia, um dos pneus do carro fez o favor de furar, o que implicou mais esforço físico, com a agravante de a merda da chave de parafusos ser uma... bom, uma merda! O esgotamento era total, pronto.
Só uma coisa me separava de um merecido descanso: montar o candeeiro de tecto na sala. Tarefa aparentemente fácil, e eu já sonhava comigo deitado no sofá, em repouso com um copázio de Pisang Ambon ao lado, finalizada a montagem do candeeiro.
O problema é que o filho de uma grandessíssima Paris Hilton resolveu não colaborar. Foi a cereja no topo do bolo das minhas acções físicas do dia, pois enfiar aquela coisa no tecto deu mais trabalho do que todas as outras coisas juntas - incluindo a treta da mudança de pneu! É que, para começar, os parafusos insistiam em cair. Depois, quando um dos parafusos finalmente encaixava, ao outro apetecia-lhe sair do sítio. Para mais, o suporte que ligava o candeeiro ao tecto deu também para cair. O próprio tecto, pintado de fresco há apenas algumas horas, já mostrava estar mais sujo e cariado do que antes de apanhar com tinta nova. Toda a situação começava a sair do sério: eu tinha de me equilibrar no escadote, forçar o candeeiro contra o tecto, agarrar na chave de fenda, nos parafusos, no suporte, nos fios e no raio que o parta. O suor escorria-me em cascata pelo rosto. Os braços doíam-me bem doídos. As pernas bamboleavam. Os joelhos cediam. E o cabrão do candeeiro nada de ir ao sítio!!!!!...
Até que tudo explodiu! Após uns bons 30-40 minutos de luta intensa, esqueci o candeeiro, esqueci o escadote, esqueci a minha gaja que também se encontrava naquela divisão, esqueci a minha sogra que estava nas imediações, esqueci os vizinhos, esqueci a neta da tipa da frente, que brincava prazenteiramente no quintal, esqueci tudo e mais alguma coisa e soltei, cá do fundo, cá da alma, o mais sonoro "FODA-SE" que se possa imaginar! Foda-se, aquele "FODA-SE" foi lindo! Foi perfeito! Se houvesse uma bola de ouro ou um prémio Nobel para os foda-ses, este teria ganho, limpinho. Tudo se conjugou maravilhosamente ali: a raiva e o sentimento com que proferi aquelas três sílabas, o volume altíssimo em que a palavra troou, a acústica, tudo, tudo, tudo foi brilhante naquele momento.
E que bem que soube. Sublimação, catarse, libertação... pensem no que quiserem, pois foi tudo isso que aquele "FODA-SE" provocou em mim, apesar de, lá em baixo (eu continuava em cima do escadote) a minha gaja ter ficado de boca aberta por uns bons 5 minutos. Eu jamais mandara um "FODA-SE" com aquela pujança, nem quando o Sporting perdera 6 a 3 com o Benfica em pleno Alvalade. Nem quando Portugal comeu 3 a 2 dos amerdicanos no Mundial de 2002. Nem quando soube que a Monica Bellucci casara com o Vincent Cassell. Não: este foi O "FODA-SE". Foi o pai de todos os foda-ses. Foi The One! Este "FODA-SE" valeu, na boa, 94 milhões de euros. Não sei se o Real Madrid não faria melhor em vir buscá-lo do que ao Cristiano Ronaldo...
Além de ter sabido bem, funcionou. O candeeiro, desconheço se intimidado por aquela palavra tão emocionalmente proferida, lá se resignou e entrou no sítio. E pude finalmente obter o tão merecido descanso, mesmo debaixo dos olhares esgazeados e amedrontados da minha gaja, que devia estar a perguntar-se, naquela hora, "onde é que eu me fui meter?". Mas eu caguei, foda-se, pois aquele "FODA-SE" foi tão fodidamente fodido que atingi um estado que a malta habituada às tangas new age só pode apelidar de zen. Foi precisamente assim que fiquei, tudo graças àquele "FODA-SE" perfeito, àquele "FODA-SE" sem igual!
E foi isto, foda-se.
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segunda-feira, junho 15, 2009
Ronaldo vs. Kaká
Amanhã prometo que vos conto umas coisinhas muito giras passadas no decurso das "aventuras domésticas" tratadas nos dois últimos posts, mas hoje o assunto é outro, porque aquela besta quadrada do Rui Santos, o comentador desportivo mais idiota de que há memória (e a concorrência é enorme, acreditem), lançou ontem mais uma das suas habituais insanidades.
A conversa foi esta: comparando o Ronaldo e o Kaká do ponto de vista estritamente pessoal - e não futebolístico -, Rui Santos alegou que o brasileiro era um exemplo a seguir, principalmente pelas novas gerações. Nesse aspecto, Kaká superiorizar-se-ia ao garanhão madeirense.
Ora, eu tenho de discordar! E muito! Rui Santos é (não sei se já tinha dito) uma besta! Um parvo! E se não percebe nada de futebol, percebe muito menos de modelos e exemplos de vida. Senão, vejamos:
Kaká prometeu casar-se virgem. E casou-se virgem. Não se lhe conhecem outros relacionamentos que não com a sua actual mulher. Foi contratado pelo Real Madrid por 68 milhões de euros. É um beato, sendo patrono da Igreja Evengélica Renascer em Cristo (a mesma que desabou em São Paulo há uns meses atrás. Ironias...). Kaká é um menino bem. Kaká é um menino bonitinho. Kaká é, no fundo, um merdas.
E o Ronaldo? Ronaldo ainda é solteiro. Há muito que deixou de ser virgem. Tem feito a "escala das putas", começando com a Merche Romero e parando agora na supra-puta Paris Hilton, passando, pelo meio, pelo meio (olhem para esta redundância sintáctica inventada para efeitos de estilo...) da Luciana Abreu, da Nereida, da Letizia Filipi... bom, creio que não é preciso continuar. Foi contratado pelo Real Madrid por 93 milhões de euros, mas é homem para espatifar Ferraris e ainda se ficar a rir. É homem para olhar para a gorda da irmã e ficar-se a rir. É homem para lixar o FC Porto em pleno Estádio do Dragão e pôr benfiquistas e sportinguistas a rir. Ronaldo é, no fundo, um rústico homem às antigas.
Posto isto, ainda quer o Rui Santos tomar o Kaká como exemplo?!?! Porra, eu se fosse puto e tivesse o sonho de jogar futebol, queria era ser como o Ronaldo!...
A conversa foi esta: comparando o Ronaldo e o Kaká do ponto de vista estritamente pessoal - e não futebolístico -, Rui Santos alegou que o brasileiro era um exemplo a seguir, principalmente pelas novas gerações. Nesse aspecto, Kaká superiorizar-se-ia ao garanhão madeirense.
Ora, eu tenho de discordar! E muito! Rui Santos é (não sei se já tinha dito) uma besta! Um parvo! E se não percebe nada de futebol, percebe muito menos de modelos e exemplos de vida. Senão, vejamos:
Kaká prometeu casar-se virgem. E casou-se virgem. Não se lhe conhecem outros relacionamentos que não com a sua actual mulher. Foi contratado pelo Real Madrid por 68 milhões de euros. É um beato, sendo patrono da Igreja Evengélica Renascer em Cristo (a mesma que desabou em São Paulo há uns meses atrás. Ironias...). Kaká é um menino bem. Kaká é um menino bonitinho. Kaká é, no fundo, um merdas.
E o Ronaldo? Ronaldo ainda é solteiro. Há muito que deixou de ser virgem. Tem feito a "escala das putas", começando com a Merche Romero e parando agora na supra-puta Paris Hilton, passando, pelo meio, pelo meio (olhem para esta redundância sintáctica inventada para efeitos de estilo...) da Luciana Abreu, da Nereida, da Letizia Filipi... bom, creio que não é preciso continuar. Foi contratado pelo Real Madrid por 93 milhões de euros, mas é homem para espatifar Ferraris e ainda se ficar a rir. É homem para olhar para a gorda da irmã e ficar-se a rir. É homem para lixar o FC Porto em pleno Estádio do Dragão e pôr benfiquistas e sportinguistas a rir. Ronaldo é, no fundo, um rústico homem às antigas.
Posto isto, ainda quer o Rui Santos tomar o Kaká como exemplo?!?! Porra, eu se fosse puto e tivesse o sonho de jogar futebol, queria era ser como o Ronaldo!...
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sexta-feira, junho 12, 2009
Pois...
... lá por casa as aventuras domésticas vão bem, muito obrigado. Já tenho até alguns episódios dignos de serem divulgados aqui no blogue, mas só na próxima semana, está bem?! Por enquanto ainda não me sinto em condições quer físicas quer psicológicas para postar o que seja.
Ah, e amanhã é dia de Santo António. Desejo-vos bons manjericos.
Ah, e amanhã é dia de Santo António. Desejo-vos bons manjericos.
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quarta-feira, junho 10, 2009
Se eu soubesse...
Cá por casa, resolvemos "aproveitar" os feriados para dar uma pintura na casa, bem como proceder a algumas mudanças e limpezas. É nestas alturas que eu me arrependo de ter tantos livros, cds e dvds. Mais valia ter estoirado o guito todo em droga, sempre dava menos trabalho, olha que caraças!!
P.S.: por causa dos trabalhos no lar, não sei se amanhã terei forças para postar parvoíces cá no estaminé. Duvido que me reste alento para bater uma pívea sequer à pala da recém-eleita deputada romena ao parlamento europeu, quanto mais para teclar barbaridades em frente ao monitor. Espero, contudo, já estar devidamente recuperado lá para sexta-feira, ocasião em que debitarei as imbecilidades do costume, para mal dos vossos pecados.
P.S.2: bons feriados para vocês também, seus sortudos que têm a felicidade de não ter nada por fazer nas respectivas habitações. Panascas!!!
P.S.: por causa dos trabalhos no lar, não sei se amanhã terei forças para postar parvoíces cá no estaminé. Duvido que me reste alento para bater uma pívea sequer à pala da recém-eleita deputada romena ao parlamento europeu, quanto mais para teclar barbaridades em frente ao monitor. Espero, contudo, já estar devidamente recuperado lá para sexta-feira, ocasião em que debitarei as imbecilidades do costume, para mal dos vossos pecados.
P.S.2: bons feriados para vocês também, seus sortudos que têm a felicidade de não ter nada por fazer nas respectivas habitações. Panascas!!!
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terça-feira, junho 09, 2009
Curto ensaio sobre os betos!
Na sequência do post de ontem, venho falar aqui desse segmento de pessoas a que normalmente colocamos a etiqueta de "betos". Bom, o uso aqui do termo "pessoas" é muito genérico, pois não está provado cientificamente que os betos sejam seres humanos, embora tenham com estes algumas semelhanças. Quem vê, ao longe, um beto até pode ficar completamente enganado e ser levado a pensar que sim, eles são humanos como nós. Mas ao perto as diferenças saltam à vista: aquele penteadinho ridículo, o abuso de roupas de marca, os óculos escuros nada discretamente colocados sobre o cocuruto ou descaídos pela camisa ou pólo não deixam dúvidas - trata-se de seres que de humano possuem muito pouco e pelos quais a evolução não passou, contrariando assim as teses do grande naturalista Charles Darwin.
Algumas questões que sempre me incomodaram desde que contacto com betos é: se eu lhes der uma tareia, será que eles vão a correr chamar pelos papás? Será a betice natural ou trata-se de uma escolha? E será ético permitir que um casal de betos se reproduza?
De todas estas questões, a última é claramente a mais premente. Se é verdade que a simples existência de um beto que seja parece um atentado à vida, à natureza, ao planeta Terra e ao bem-estar das pessoas dignas (qualquer pessoa digna tem espasmos ao cumprimentar um beto), não é menos verdade que, por uma questão de princípios, todas as formas de vida devem poder acasalar e deixar descendência, por mais baixas e reles que sejam - e os betos são!
Perante este problema, duas vias se colocam: ou deixamos que os betos se reproduzam, correndo o risco de se multiplicarem para além do aceitável (mais de um beto por 100k2 é, para mim, inaceitável) ou não permitimos que a betaria tenha filhos, correndo o risco de extinguirmos a espécie, o que não é necessariamente mau, pois eles são betos, mas creio que convinha ficarmos com um ou outro exemplar para efeitos de preservação da memória. E para todas as gerações futuras poderem gozar com aqueles cabelinhos, claro está!
Propostas de resolução? Tenho duas, muito inteligentes, que passarei a expôr:
1 - Reprodução selectiva dos betos. Ora, à primeira vista isto parece uma política racista, xenófoba, eugénica. Sim, mas mais uma vez recordo: estamos a falar de betos, porra! Os betos não podem andar aí a procriar como coelhos. O mundo não aguentaria! A solução passa, pois, por capturar todos os betos e esterilizá-los numa proporção de 9 para 1 (ou seja, por cada 10 betos que apanhemos, 9 serão quimicamente castrados). O controlo da praga seria assim uma realidade, ao mesmo tempo que se consente a continuação da espécie em números perfeitamente sustentáveis.
2 - Migração dos betos para um lugar onde possam levar as suas vidas livremente, sem incomodar os seres humanos. Ora, à primeira vista isto também parece uma política racista, xenófoba e eugénica. Porém, penso que já não será necessário recordar que ESTAMOS A FALAR DE BETOS, PORRA!!!!! Esta medida possibilitaria, no fundo, que entre seres humanos e betos não houvesse conflito. Seria uma medida benéfica para ambas as espécies: ao transportar-se os betos para um lugar fora da influência humana, aqueles poderiam desenvolver-se sem estarem sujeitos ao escárnio e à ostracização, e quem sabe se um dia, lá longe, eles não poderiam mesmo transformar-se em hominídeos; quanto aos seres humanos eles mesmos, sem betos por perto que os incomodassem com aquelas palhaçadas do beijinho único na bochecha, mais a tendência para dizer "ouça lá, quer levar um estalo?" de cinco em cinco minutos e o habitozinho irritante de votar CDS (veja-se o post anterior), ficariam livres para finalmente concretizar o paraíso na Terra.
"Ah", perguntar-me-ão vocês, "isto parece tudo muito bem, mas, a levar em conta a proposta número 2, falta algo determinante: para onde se enviaria a betalhada?" Bom, e que tal Júpiter? Parece-vos bem?! A mim, parece. A NASA e a Agência Espacial Europeia que comecem a trabalhar neste projecto, s.f.f.
Algumas questões que sempre me incomodaram desde que contacto com betos é: se eu lhes der uma tareia, será que eles vão a correr chamar pelos papás? Será a betice natural ou trata-se de uma escolha? E será ético permitir que um casal de betos se reproduza?
De todas estas questões, a última é claramente a mais premente. Se é verdade que a simples existência de um beto que seja parece um atentado à vida, à natureza, ao planeta Terra e ao bem-estar das pessoas dignas (qualquer pessoa digna tem espasmos ao cumprimentar um beto), não é menos verdade que, por uma questão de princípios, todas as formas de vida devem poder acasalar e deixar descendência, por mais baixas e reles que sejam - e os betos são!
Perante este problema, duas vias se colocam: ou deixamos que os betos se reproduzam, correndo o risco de se multiplicarem para além do aceitável (mais de um beto por 100k2 é, para mim, inaceitável) ou não permitimos que a betaria tenha filhos, correndo o risco de extinguirmos a espécie, o que não é necessariamente mau, pois eles são betos, mas creio que convinha ficarmos com um ou outro exemplar para efeitos de preservação da memória. E para todas as gerações futuras poderem gozar com aqueles cabelinhos, claro está!
Propostas de resolução? Tenho duas, muito inteligentes, que passarei a expôr:
1 - Reprodução selectiva dos betos. Ora, à primeira vista isto parece uma política racista, xenófoba, eugénica. Sim, mas mais uma vez recordo: estamos a falar de betos, porra! Os betos não podem andar aí a procriar como coelhos. O mundo não aguentaria! A solução passa, pois, por capturar todos os betos e esterilizá-los numa proporção de 9 para 1 (ou seja, por cada 10 betos que apanhemos, 9 serão quimicamente castrados). O controlo da praga seria assim uma realidade, ao mesmo tempo que se consente a continuação da espécie em números perfeitamente sustentáveis.
2 - Migração dos betos para um lugar onde possam levar as suas vidas livremente, sem incomodar os seres humanos. Ora, à primeira vista isto também parece uma política racista, xenófoba e eugénica. Porém, penso que já não será necessário recordar que ESTAMOS A FALAR DE BETOS, PORRA!!!!! Esta medida possibilitaria, no fundo, que entre seres humanos e betos não houvesse conflito. Seria uma medida benéfica para ambas as espécies: ao transportar-se os betos para um lugar fora da influência humana, aqueles poderiam desenvolver-se sem estarem sujeitos ao escárnio e à ostracização, e quem sabe se um dia, lá longe, eles não poderiam mesmo transformar-se em hominídeos; quanto aos seres humanos eles mesmos, sem betos por perto que os incomodassem com aquelas palhaçadas do beijinho único na bochecha, mais a tendência para dizer "ouça lá, quer levar um estalo?" de cinco em cinco minutos e o habitozinho irritante de votar CDS (veja-se o post anterior), ficariam livres para finalmente concretizar o paraíso na Terra.
"Ah", perguntar-me-ão vocês, "isto parece tudo muito bem, mas, a levar em conta a proposta número 2, falta algo determinante: para onde se enviaria a betalhada?" Bom, e que tal Júpiter? Parece-vos bem?! A mim, parece. A NASA e a Agência Espacial Europeia que comecem a trabalhar neste projecto, s.f.f.
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simpatia para com os mais débeis
segunda-feira, junho 08, 2009
E agora, para variar das normais estupidezes, um pouco de filosofia política
Consta que ontem se realizaram no nosso país as eleições para o parlamento europeu, local para onde vão os políticos que não se quer que fiquem cá a chatear, e essa é uma razão que me faz pensar ser a União Europeia realmente uma boa ideia. É sempre bom quando podemos recambiar para Bruxelas ou Estrasburgo gente que não queremos cá nem pintada de ouro; pela minha parte, só tenho pena que o Sporting não seja um partido político, impedindo assim que Miguel Veloso ou Yannick Djaló sejam candidatos ao PE.
Os resultados oficiais são estes:
Partido do gajo que não reconhece direitos aos animais e da gaja que é uma Margaret Thatcher à portuguesa, mais mais feia, se é que isso é possível - 31%
Partido do único candidato com bigode (a Manuela Ferreira Leite não era candidata) e do gajo que saca licenciaturas por meio de fax - 26%
Partido do gajo que é irmão de outro gajo de outro partido e do gajo que tem uma queda para ideias trotskistas mas sabe escolher a dedo as gajas para o partido - 10,7%
Partido da gaja que repete as mesmas lérias de há um século atrás e do gajo que repete as mesmas lérias de há um século atrás - 10,7%
Partido do gajo que é muita beto e do gajo que é irmão de outro gajo de outro partido - 8%
E de toda esta informação, aquilo que salta logo à vista é o caso do último partido: o CDS. Todos assitimos à revolta do CDS face às sondagens que, invariavelmente, apresentavam o partido com 2 a 3% da intenção de voto. E o CDS chega às urnas e pimba, 8%. Houve até quem, dentro do partido, falasse em processar as empresas de sondagem. Afinal, qual é o motivo por detrás de tanta discrepância: porque é que o CDS nas sondagens tem números pífios e, nas urnas, torna esses números um bocadinho menos pífios? Será conspiração? Quererá alguém mal ao partido do Portas? Haverá alguém, dentro das empresas de sondagem, que nutre um ódio de morte a betos católicos? (aviso já: não faço parte de nenhuma dessas empresas!)
Creio ter a resposta, que descobri (leia-se: inventei) após 2 segundos de dura reflexão e um peido bem dado enquanto o Nuno Melo discursava. E a resposta é esta: nas sondagens, os números do CDS são baixos porque a maior parte das pessoas tem vergonha de dizer que irá votar CDS! É esta a razão. São poucos os que gostam de admitir que simpatizam com um partido de betos e de meninos da mamã. Não fica bem, pronto, e apesar de as sondagens serem anónimas, uma pessoa minimamente responsável tem sempre certos pruridos em confessar, ao telefone, que vai pôr a cruzinha naquele partido.
Para mostrar melhor o que está aqui em questão, servir-me-ei de uma analogia: imaginem que eu procederia a uma sondagem sobre a vossa intenção de realizar 1 das 5 seguintes fantasias sexuais que se seguem
A - mascarar-me de Batman (para ele)/de Wonderwoman (para ela)
B - usar cuecas comestível (para ele)/lingerie comestível (para ela)
C - menage a trois (um-duas para ele, uma-dois para ela)
D - ter sexo no antigo quarto dos pais, mesmo que a casa já tenha sido há muito vendida a outras pessoas
E - levar com a urina dele/dela na cara
Sejam sinceros: quantos de vocês teriam a coragem de responder E, mesmo que fosse essa a fantasia de que realmente gostassem? (tarados do caraças, é o que vos digo. Vocês são doentes). Pouquíssimos, acredito, porque é uma coisa tão estranha e fora do aceitável que admiti-la é cair no risco de se ser ridicularizado. Ora, passa-se o mesmo com os eleitores do CDS: escondem a sua intenção de voto para não ficarem mal vistos, sendo que aquilo é tudo pessoal que preza muito as aparências. Afinal, quem gosta de ser associado a um partido que é composto de gente com camisa desabotoada em cima e penteado à totó de Cascais? Ninguém, mas quando se trata de ir às urnas, toma lá, há sempre quem ponha a cruzinha no partido beto e depois volte para casa e festeje a sacanice a levar com mijo mesmo no meio das trombas!
No fundo é isto. As pessoas têm vergonha de dizer que são do CDS, e só saem do armário no dia das eleições, porque ninguém está lá para ver onde é que botam a cruzinha. É isso que explica a diferença de números.
Só tenho uma coisa a dizer aos eleitores que votaram CDS: assumam-se, pá! Não tenham medo! Hoje em dia, já não se discrimina ninguém só porque vota no CDS. Isso já teve o seu tempo! Hoje em dia, um simpatizante deste partido já é olhado como alguém normal. Já pode andar no meio das pessoas sem receio de ser marginalizado. Votar no CDS já obtém a mesma reacção que fazer convites a treinadores espanhóis para treinar o Benfica: já se sabe que vai dar merda, mas não é preciso gozarmos as pessoas por causa disso. Os tempos de agora são outros, mais tolerantes, e isso implica que até os eleitores do CDS são tolerados.
Embora eu, pessoalmente, por vezes tenha vontade de meter toda e qualquer pessoa que vota CDS num avião da Air France... mas isso sou eu, pronto!
Os resultados oficiais são estes:
Partido do gajo que não reconhece direitos aos animais e da gaja que é uma Margaret Thatcher à portuguesa, mais mais feia, se é que isso é possível - 31%
Partido do único candidato com bigode (a Manuela Ferreira Leite não era candidata) e do gajo que saca licenciaturas por meio de fax - 26%
Partido do gajo que é irmão de outro gajo de outro partido e do gajo que tem uma queda para ideias trotskistas mas sabe escolher a dedo as gajas para o partido - 10,7%
Partido da gaja que repete as mesmas lérias de há um século atrás e do gajo que repete as mesmas lérias de há um século atrás - 10,7%
Partido do gajo que é muita beto e do gajo que é irmão de outro gajo de outro partido - 8%
E de toda esta informação, aquilo que salta logo à vista é o caso do último partido: o CDS. Todos assitimos à revolta do CDS face às sondagens que, invariavelmente, apresentavam o partido com 2 a 3% da intenção de voto. E o CDS chega às urnas e pimba, 8%. Houve até quem, dentro do partido, falasse em processar as empresas de sondagem. Afinal, qual é o motivo por detrás de tanta discrepância: porque é que o CDS nas sondagens tem números pífios e, nas urnas, torna esses números um bocadinho menos pífios? Será conspiração? Quererá alguém mal ao partido do Portas? Haverá alguém, dentro das empresas de sondagem, que nutre um ódio de morte a betos católicos? (aviso já: não faço parte de nenhuma dessas empresas!)
Creio ter a resposta, que descobri (leia-se: inventei) após 2 segundos de dura reflexão e um peido bem dado enquanto o Nuno Melo discursava. E a resposta é esta: nas sondagens, os números do CDS são baixos porque a maior parte das pessoas tem vergonha de dizer que irá votar CDS! É esta a razão. São poucos os que gostam de admitir que simpatizam com um partido de betos e de meninos da mamã. Não fica bem, pronto, e apesar de as sondagens serem anónimas, uma pessoa minimamente responsável tem sempre certos pruridos em confessar, ao telefone, que vai pôr a cruzinha naquele partido.
Para mostrar melhor o que está aqui em questão, servir-me-ei de uma analogia: imaginem que eu procederia a uma sondagem sobre a vossa intenção de realizar 1 das 5 seguintes fantasias sexuais que se seguem
A - mascarar-me de Batman (para ele)/de Wonderwoman (para ela)
B - usar cuecas comestível (para ele)/lingerie comestível (para ela)
C - menage a trois (um-duas para ele, uma-dois para ela)
D - ter sexo no antigo quarto dos pais, mesmo que a casa já tenha sido há muito vendida a outras pessoas
E - levar com a urina dele/dela na cara
Sejam sinceros: quantos de vocês teriam a coragem de responder E, mesmo que fosse essa a fantasia de que realmente gostassem? (tarados do caraças, é o que vos digo. Vocês são doentes). Pouquíssimos, acredito, porque é uma coisa tão estranha e fora do aceitável que admiti-la é cair no risco de se ser ridicularizado. Ora, passa-se o mesmo com os eleitores do CDS: escondem a sua intenção de voto para não ficarem mal vistos, sendo que aquilo é tudo pessoal que preza muito as aparências. Afinal, quem gosta de ser associado a um partido que é composto de gente com camisa desabotoada em cima e penteado à totó de Cascais? Ninguém, mas quando se trata de ir às urnas, toma lá, há sempre quem ponha a cruzinha no partido beto e depois volte para casa e festeje a sacanice a levar com mijo mesmo no meio das trombas!
No fundo é isto. As pessoas têm vergonha de dizer que são do CDS, e só saem do armário no dia das eleições, porque ninguém está lá para ver onde é que botam a cruzinha. É isso que explica a diferença de números.
Só tenho uma coisa a dizer aos eleitores que votaram CDS: assumam-se, pá! Não tenham medo! Hoje em dia, já não se discrimina ninguém só porque vota no CDS. Isso já teve o seu tempo! Hoje em dia, um simpatizante deste partido já é olhado como alguém normal. Já pode andar no meio das pessoas sem receio de ser marginalizado. Votar no CDS já obtém a mesma reacção que fazer convites a treinadores espanhóis para treinar o Benfica: já se sabe que vai dar merda, mas não é preciso gozarmos as pessoas por causa disso. Os tempos de agora são outros, mais tolerantes, e isso implica que até os eleitores do CDS são tolerados.
Embora eu, pessoalmente, por vezes tenha vontade de meter toda e qualquer pessoa que vota CDS num avião da Air France... mas isso sou eu, pronto!
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precariedade,
sabor de um chupa-chupa
sexta-feira, junho 05, 2009
É que não se pode andar pelo Chiado, porra!!!
A imbecilidade humana assume múltiplas e diferentes manifestações, e todas elas podem ser encontradas a deambular pelo Chiado. Aqui há coisa de uma década, aquela zona - que pessoalmente considero a mais bela de Lisboa - era agradável, limpa e possibilitava encantadores passeios pelas ruas, fosse vendo as montras das lojas, fosse apreciando a fauna local que, embora já suficientemente imbecil, era-o em menor quantidade e igualmente em profundidade.
Os tempos hoje são outros e o Chiado está carregadinho, como se prenhe andasse, de gente parva. Qualquer tentativa de passeata por lá esbarra na verificação de que não se pode simplesmente por lá andar. O Chiado de hoje dá raiva! O Chiado de hoje está impossível! O Chiado de hoje já não é o Chiado de outrora.
Dentro dos vários exemplos de imbecilidade humana que se podem encontrar por estas alturas no Chiado, destaco cinco grandes grupos:
Grupo A: bichas malucas e pseudo-intelectuais (alguns deles bichas) que gostam de parar pela Brasileira e pelo São Luiz. Este grupo sempre fez parte do Chiado, é certo, e o Chiado não seria Chiado sem tais figuras. Mas agora há um tal abuso de, por um lado, gays espampanantes e, por outro lado, indivíduos taciturnos com um exemplar do A Catcher in the Rye debaixo do braço, que um gajo fica a pensar se não se estará melhor no Frágil.
Grupo B: fricalhada. A fricalhada antigamente parava mais nos Restauradores e Rossio, mas ultimamente tem subido pela cidade (embora não na vida) e já se pode encontrar pelo Chiado e Calhariz, com especial enfoque no miradouro de Santa Catarina. Esta fricalhada caracteriza-se, além do (mau) cheiro, por pedir esmolinhas aos transeuntes enquanto dança, canta, joga diablo, bebe e fuma ganzas. Aliás, a maior parte das vezes, os membros deste grupo fazem tudo isto ao mesmo tempo! O problema é que a fricalhada, a mim, atinge-me no coração por um assunto em particular: dizem-se anarcas! Ora, se aquilo é ser anarquista, eu vou ali à Grécia fazer uns disturbiozitos e já volto! Anarca sou eu, mas quando olho para esta gente, quase me dá vontade de votar no PNR. Quase...
Grupo C: turistas. Os turistas têm vindo a redescobrir o Chiado. Ingleses, holandeses, nórdicos, alemães, alguns franceses, e até mesmo execráveis norte-americanos podem ser vistos por lá, normalmente a apalpar o cu à estátua do Pessoa defronte da Brasileira ou a apanhar no cu dentro da Brasileira. Mas os piores de todos são os espanhóis. Vêm aos magotes (o que já é suficientemente mau, sobretudo sendo eles espanhóis) e invadem tudo o que encontram pela frente. Não há uma única rua, passeio ou loja que não contenha, por metro quadrado, um número tal de espanhóis que supera, em proporção, até mesmo a arrogância do Sócrates. E depois a leviandade com que fazem comparações do tipo "Pero Madrid, Valencia, Barcelona, Santiago son muy más guapas qué Lisbona". Puta que os pariu, peropomperos d'um raio! Só me dá vontade de fazer com eles o mesmo que o Benfica anda a fazer ao Quique Flores, e vice-versa!
Grupo D: adolescentes/pitos. Para este grupo, o Chiado é apenas ponto de passagem, nada mais do que isso. O que eles buscam é o Bairro Alto, onde após meia-hora a ingerir meio copo de cerveja ficam mais bêbedos do que o Boris Ieltsin antes de uma conferência de imprensa. Os adolescentes são, mais do que visíveis, audíveis à distância (distinguem-se assim da fricalhada, cheirável à distância): eu sei que estou perante um grupo de pitalhada quando, ainda no Rossio e preparado para subir ao Chiado, começo a ouvir gritos e risadas extremamente irritantes vindos do lado de lá do elevador de Santa Justa. Este tipo de gente, ou lá o que os adolescentes são, torna qualquer passeio pelo Chiado num suplício pior do que a caminhada de Cristo até ao Golgóta.
Grupo E: gente que é simplesmente maluca da cabeça. Pelo Chiado sempre parou malta que com mais propriedade devia estar internada no Júlio de Matos ou no balneário do S.L. Benfica do que deixada à solta na proximidade de pessoas de bem. Só que actualmente um tipo fica a pensar se todos os doidivanas do mundo não foram dar ali, àquele bocado de pedra e cimento em plena Lisboa. Atenção: não estou a falar de gente estranha. Não, eu estou mesmo a falar de malucos, malucos à séria, daqueles que fazem até os adolescentes e os friques (ver Grupos D e B) parecerem pessoas normalzinhas! Estou a falar de, por exemplo, uma idosa sessentona que vagueia pela Rua Garrett em vestido de noite a clamar "Puta! A Puta! Ai a Puuuuuuuta!". Ou de uma outra senhora, com os seus quarenta anos, que sobe aos "esses" o Chiado em direcção ao Camões com um livro de capa vermelha aberto, com um aspecto de recalcada típico de quem ainda é virgem (portanto, não pode ser a puta a quem se refere a sessentona da Rua Garrett) e que fulmina, autenticamente, quem por azar nela esbarra, situação assaz frequente visto ela estar sempre com os olhos no livro em vez de os colocar no chão por que caminha.
É por merdas destas que tão cedo não volto ao Chiado...
Bom fim-de-semana e vão passear. Não no Chiado, claro está!
Os tempos hoje são outros e o Chiado está carregadinho, como se prenhe andasse, de gente parva. Qualquer tentativa de passeata por lá esbarra na verificação de que não se pode simplesmente por lá andar. O Chiado de hoje dá raiva! O Chiado de hoje está impossível! O Chiado de hoje já não é o Chiado de outrora.
Dentro dos vários exemplos de imbecilidade humana que se podem encontrar por estas alturas no Chiado, destaco cinco grandes grupos:
Grupo A: bichas malucas e pseudo-intelectuais (alguns deles bichas) que gostam de parar pela Brasileira e pelo São Luiz. Este grupo sempre fez parte do Chiado, é certo, e o Chiado não seria Chiado sem tais figuras. Mas agora há um tal abuso de, por um lado, gays espampanantes e, por outro lado, indivíduos taciturnos com um exemplar do A Catcher in the Rye debaixo do braço, que um gajo fica a pensar se não se estará melhor no Frágil.
Grupo B: fricalhada. A fricalhada antigamente parava mais nos Restauradores e Rossio, mas ultimamente tem subido pela cidade (embora não na vida) e já se pode encontrar pelo Chiado e Calhariz, com especial enfoque no miradouro de Santa Catarina. Esta fricalhada caracteriza-se, além do (mau) cheiro, por pedir esmolinhas aos transeuntes enquanto dança, canta, joga diablo, bebe e fuma ganzas. Aliás, a maior parte das vezes, os membros deste grupo fazem tudo isto ao mesmo tempo! O problema é que a fricalhada, a mim, atinge-me no coração por um assunto em particular: dizem-se anarcas! Ora, se aquilo é ser anarquista, eu vou ali à Grécia fazer uns disturbiozitos e já volto! Anarca sou eu, mas quando olho para esta gente, quase me dá vontade de votar no PNR. Quase...
Grupo C: turistas. Os turistas têm vindo a redescobrir o Chiado. Ingleses, holandeses, nórdicos, alemães, alguns franceses, e até mesmo execráveis norte-americanos podem ser vistos por lá, normalmente a apalpar o cu à estátua do Pessoa defronte da Brasileira ou a apanhar no cu dentro da Brasileira. Mas os piores de todos são os espanhóis. Vêm aos magotes (o que já é suficientemente mau, sobretudo sendo eles espanhóis) e invadem tudo o que encontram pela frente. Não há uma única rua, passeio ou loja que não contenha, por metro quadrado, um número tal de espanhóis que supera, em proporção, até mesmo a arrogância do Sócrates. E depois a leviandade com que fazem comparações do tipo "Pero Madrid, Valencia, Barcelona, Santiago son muy más guapas qué Lisbona". Puta que os pariu, peropomperos d'um raio! Só me dá vontade de fazer com eles o mesmo que o Benfica anda a fazer ao Quique Flores, e vice-versa!
Grupo D: adolescentes/pitos. Para este grupo, o Chiado é apenas ponto de passagem, nada mais do que isso. O que eles buscam é o Bairro Alto, onde após meia-hora a ingerir meio copo de cerveja ficam mais bêbedos do que o Boris Ieltsin antes de uma conferência de imprensa. Os adolescentes são, mais do que visíveis, audíveis à distância (distinguem-se assim da fricalhada, cheirável à distância): eu sei que estou perante um grupo de pitalhada quando, ainda no Rossio e preparado para subir ao Chiado, começo a ouvir gritos e risadas extremamente irritantes vindos do lado de lá do elevador de Santa Justa. Este tipo de gente, ou lá o que os adolescentes são, torna qualquer passeio pelo Chiado num suplício pior do que a caminhada de Cristo até ao Golgóta.
Grupo E: gente que é simplesmente maluca da cabeça. Pelo Chiado sempre parou malta que com mais propriedade devia estar internada no Júlio de Matos ou no balneário do S.L. Benfica do que deixada à solta na proximidade de pessoas de bem. Só que actualmente um tipo fica a pensar se todos os doidivanas do mundo não foram dar ali, àquele bocado de pedra e cimento em plena Lisboa. Atenção: não estou a falar de gente estranha. Não, eu estou mesmo a falar de malucos, malucos à séria, daqueles que fazem até os adolescentes e os friques (ver Grupos D e B) parecerem pessoas normalzinhas! Estou a falar de, por exemplo, uma idosa sessentona que vagueia pela Rua Garrett em vestido de noite a clamar "Puta! A Puta! Ai a Puuuuuuuta!". Ou de uma outra senhora, com os seus quarenta anos, que sobe aos "esses" o Chiado em direcção ao Camões com um livro de capa vermelha aberto, com um aspecto de recalcada típico de quem ainda é virgem (portanto, não pode ser a puta a quem se refere a sessentona da Rua Garrett) e que fulmina, autenticamente, quem por azar nela esbarra, situação assaz frequente visto ela estar sempre com os olhos no livro em vez de os colocar no chão por que caminha.
É por merdas destas que tão cedo não volto ao Chiado...
Bom fim-de-semana e vão passear. Não no Chiado, claro está!
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quinta-feira, junho 04, 2009
Comigo, o lema é: fuga para a frente!!
Tenho, com mais frequência do que seria aconselhável, lapsos espaciais (ou seja, perco a consciência do local em que estou) quando três condições estão reunidas:
a) sono
b) deslocação num transporte público
c) headphones postos
A mais recente situação de lapso espacial deu-se ontem no comboio. Como habitualmente, sentei-me no assento junto da janela. Como habitualmente, coloquei os meus fones. E como habitualmente, estava cheio de sono, o que me fez debruçar a cabeça para o lado, fazendo do comboio uma desconfortável almofada.
A música, essa, continuava a tocar; na altura em que se deu o episódio que tratarei de narrar, o mp3 lia aquele pedaço elevado de lirismo que dá pelo nome de "Alice", e cuja composição esteve a cargo desse génio da palavra que dá pelo nome de Manuel João Vieira, mentor dos Ena Pá 2000 e outros projectos javardolas. Quem conhece a música em questão, em particular a letra, sabe bem da riqueza lexical da mesma. E sabe também que a cançoneta se nos cola aos ouvidos e nos obriga a cantarolar e a repetir os magníficos versos.
Foi o que eu fiz! Olvidando completamente que estava num transporte público, aspecto para o qual contribuiu a minha pedrada de sono, a páginas tantas não resisti a trautear aquele sugestivo refrão que com tanta vivacidade reza "Alice, Alice, lambe-me a pice/Alice, Alice, lambe-me a pice!". Mal acabei de dizer tais palavras, apercebi-me logo que tinha feito merda. É facto que não as emiti tão alto que fossem ouvidas por toda a carruagem, mas foi a um volume suficiente para que os passageiros mais próximos ficassem atónitos, como pude verificar assim que abri os olhos para compreender, visualmente, as consequências do que havia cometido.
O que vale é que, nestas coisas, não sou de ficar chateado ou envergonhado. Liguei ao quarentão de fato e gravata que largou o Destak e me fitou nos olhos, abanando ligeiramente a cabeça? Não! Liguei à menina de 6-7 anos que perguntou, inocente, à mãe: "Mamã, o que é pice?". Idem! Liguei às duas senhoras que segredavam coisas incompreensíveis aos ouvidos uma da outra enquanto apontavam para mim com ar de "se este gajo vivesse na Idade Média, a esta hora já tinha sofrido as agruras da Inquisição"? Ibidem! Não liguei a ponta de um corno a nada e procedi a uma espantosa fuga para a frente, que é como quem diz "ah é?! Perdido por um, perdido por mil!" e cantei o resto da musiquinha até ao fim, num volume ligeiramente mais elevado do que tinha feito da primeira vez. Não, não fui ovacionado de pé (embora merecesse), mas também ninguém chamou os cobradores e muito menos accionaram o sistema de emergência para chamar uma ambulância que me transportasse para o hospital psiquiátrico mais próximo.
Correu tudo bem, no fundo, e posso garantir que, à conta disto, a menininha e quiçá todos os passageiros que escutaram o meu karaoke já enriqueceram o seu vocabulário. Acabou por ser divertido e didáctico...
a) sono
b) deslocação num transporte público
c) headphones postos
A mais recente situação de lapso espacial deu-se ontem no comboio. Como habitualmente, sentei-me no assento junto da janela. Como habitualmente, coloquei os meus fones. E como habitualmente, estava cheio de sono, o que me fez debruçar a cabeça para o lado, fazendo do comboio uma desconfortável almofada.
A música, essa, continuava a tocar; na altura em que se deu o episódio que tratarei de narrar, o mp3 lia aquele pedaço elevado de lirismo que dá pelo nome de "Alice", e cuja composição esteve a cargo desse génio da palavra que dá pelo nome de Manuel João Vieira, mentor dos Ena Pá 2000 e outros projectos javardolas. Quem conhece a música em questão, em particular a letra, sabe bem da riqueza lexical da mesma. E sabe também que a cançoneta se nos cola aos ouvidos e nos obriga a cantarolar e a repetir os magníficos versos.
Foi o que eu fiz! Olvidando completamente que estava num transporte público, aspecto para o qual contribuiu a minha pedrada de sono, a páginas tantas não resisti a trautear aquele sugestivo refrão que com tanta vivacidade reza "Alice, Alice, lambe-me a pice/Alice, Alice, lambe-me a pice!". Mal acabei de dizer tais palavras, apercebi-me logo que tinha feito merda. É facto que não as emiti tão alto que fossem ouvidas por toda a carruagem, mas foi a um volume suficiente para que os passageiros mais próximos ficassem atónitos, como pude verificar assim que abri os olhos para compreender, visualmente, as consequências do que havia cometido.
O que vale é que, nestas coisas, não sou de ficar chateado ou envergonhado. Liguei ao quarentão de fato e gravata que largou o Destak e me fitou nos olhos, abanando ligeiramente a cabeça? Não! Liguei à menina de 6-7 anos que perguntou, inocente, à mãe: "Mamã, o que é pice?". Idem! Liguei às duas senhoras que segredavam coisas incompreensíveis aos ouvidos uma da outra enquanto apontavam para mim com ar de "se este gajo vivesse na Idade Média, a esta hora já tinha sofrido as agruras da Inquisição"? Ibidem! Não liguei a ponta de um corno a nada e procedi a uma espantosa fuga para a frente, que é como quem diz "ah é?! Perdido por um, perdido por mil!" e cantei o resto da musiquinha até ao fim, num volume ligeiramente mais elevado do que tinha feito da primeira vez. Não, não fui ovacionado de pé (embora merecesse), mas também ninguém chamou os cobradores e muito menos accionaram o sistema de emergência para chamar uma ambulância que me transportasse para o hospital psiquiátrico mais próximo.
Correu tudo bem, no fundo, e posso garantir que, à conta disto, a menininha e quiçá todos os passageiros que escutaram o meu karaoke já enriqueceram o seu vocabulário. Acabou por ser divertido e didáctico...
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quarta-feira, junho 03, 2009
Um dilema de difícil resolução
Pois é, não sei o que fazer em relação ao novo número da Playboy Portugal, que já está nas bancas e conta com a prestação do pitéuzinho Ana Malhoa: compro, ou não compro?!
A decisão à primeira vista parece fácil ("compra, compra!"), mas na realidade é complicada, bastante até, uma vez que entram em jogo diversas variáveis, cada qual com a sua natureza persuasiva muito própria. Umas dizem-me para comprar a revista, outras para não o fazer. E sendo eu uma pessoa que gosta muito de avaliar os prós e os contras de cada situação, por forma a não sair prejudicado, acabo por chegar à conclusão seguinte: não sei mesmo o que fazer!
Do lado das variáveis que me dizem para adquirir a revista, temos o melhor argumento possível: MAMAS! Sou admirador dos seios femininos em geral, e dos da Ana Malhoa em particular, há muito tempo. O espermatozóide que, muitos anos atrás, venceu a corrida para vir a tornar-se o Peter of Pan já possuía na sua cabecinha a paixão por mamocas. Paixão essa que nunca perdeu vigor desde então, muito pelo contrário. Está aqui, portanto, uma razão de peso para me dirigir ao quiosque mais próximo e mandar ao ar 3.95€ para em troca receber umas folhas de papel com fotografias dessa notável área do corpo feminino.
Desgraçadamente, há também uma razão de peso que se constitui num portentoso escolho àquela acção: temo sofrer represálias caso adquira o exemplar Malhoa. Ontem ouvi palavras que feriram profundamente o meu ser, palavras ameaçadoras e mais terríveis que a farfalheira capilar do defesa lampião David Luiz. Palavras sem escrúpulos cuja única intenção é mutilar, castrar, anular aquela minha devoção pelas protuberâncias peitorais femininas em geral, e pelas da Ana Malhoa em particular (não sei se já tinha dito). Palavras que, pela sua violência extrema, eu devia ser proibido de reproduzir, mas tenho de fazê-lo porque assim se compreende onde pode chegar a crueldade de algumas pessoas. Aquilo que ontem ouvi foi isto: "Ouve lá, ó meu parvalhão da gaita, se tu compras a Playboy com aquela puta de merda, eu pego no meu rolo da massa, aqueço-o no forno, enfio-to com toda a força pelo cu acima e depois giro-o no sentido dos ponteiros do relógio até gritares «As mamas da Ana Malhoa não valem nada» na escala de Dó, percebes?!?!?"
Assim torna-se complicado... sempre que vejo a capa da Playboy na rua, tenho vontade de comprá-la, mas quando estendo a mão vêm-me dores ao cu e arrependo-me... Que situação! Que situação!
A decisão à primeira vista parece fácil ("compra, compra!"), mas na realidade é complicada, bastante até, uma vez que entram em jogo diversas variáveis, cada qual com a sua natureza persuasiva muito própria. Umas dizem-me para comprar a revista, outras para não o fazer. E sendo eu uma pessoa que gosta muito de avaliar os prós e os contras de cada situação, por forma a não sair prejudicado, acabo por chegar à conclusão seguinte: não sei mesmo o que fazer!
Do lado das variáveis que me dizem para adquirir a revista, temos o melhor argumento possível: MAMAS! Sou admirador dos seios femininos em geral, e dos da Ana Malhoa em particular, há muito tempo. O espermatozóide que, muitos anos atrás, venceu a corrida para vir a tornar-se o Peter of Pan já possuía na sua cabecinha a paixão por mamocas. Paixão essa que nunca perdeu vigor desde então, muito pelo contrário. Está aqui, portanto, uma razão de peso para me dirigir ao quiosque mais próximo e mandar ao ar 3.95€ para em troca receber umas folhas de papel com fotografias dessa notável área do corpo feminino.
Desgraçadamente, há também uma razão de peso que se constitui num portentoso escolho àquela acção: temo sofrer represálias caso adquira o exemplar Malhoa. Ontem ouvi palavras que feriram profundamente o meu ser, palavras ameaçadoras e mais terríveis que a farfalheira capilar do defesa lampião David Luiz. Palavras sem escrúpulos cuja única intenção é mutilar, castrar, anular aquela minha devoção pelas protuberâncias peitorais femininas em geral, e pelas da Ana Malhoa em particular (não sei se já tinha dito). Palavras que, pela sua violência extrema, eu devia ser proibido de reproduzir, mas tenho de fazê-lo porque assim se compreende onde pode chegar a crueldade de algumas pessoas. Aquilo que ontem ouvi foi isto: "Ouve lá, ó meu parvalhão da gaita, se tu compras a Playboy com aquela puta de merda, eu pego no meu rolo da massa, aqueço-o no forno, enfio-to com toda a força pelo cu acima e depois giro-o no sentido dos ponteiros do relógio até gritares «As mamas da Ana Malhoa não valem nada» na escala de Dó, percebes?!?!?"
Assim torna-se complicado... sempre que vejo a capa da Playboy na rua, tenho vontade de comprá-la, mas quando estendo a mão vêm-me dores ao cu e arrependo-me... Que situação! Que situação!
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terça-feira, junho 02, 2009
É um pássaro?! É um avião?!
Parece que um avião da Air France que fazia o trajecto Brasil-França desapareceu em pleno Atlântico. Tentativas de detecção através de radar, sondas e satélite falharam. Buscas por ar e por mar foram infrutíferas. E até os chamamentos de "bsh, bsh, bsh, bichaninho, bichaninho", que tão bem sucedidos são com animais domésticos, não resultaram. Esta insistência do avião em continuar desaparecido torna claro que se trata de um trabalho para a dupla Moita Flores/Gonçalo Amaral. Não é que eles encontrem alguma coisa, como se viu no caso de uma menina inglesa cujo nome não recordo agora, pois as televisões mal tocaram no assunto, mas ao menos sempre inventam umas teorias conspirativas brilhantes que colocam as culpas nos progenitores, e seria giro vê-los acusarem os pais do avião, essa gente cruel e sem escrúpulos!
Já agora, deixo uma sugestão aos directores dos jornais televisivos: para quê pedir comentários a pilotos, ex-pilotos, controladores aéreos e ex-controladores aéreos? Isto é gente que não está habituada a falar na televisão! As informações que prestam não interessam para nada! A linguagem de que se valem não agarra o espectador! Se querem manter a audiência a par do que se passa no caso do avião da Air France, chamem os comentadores-especialistas Rui Santos e Luís Freitas Lobo, e vão ver se a coisa não muda de figura! Em vez de frivolidades sobre a resistência das componentes electrónicas dos aviões, ou a reacção dos flaps à turbulência provocada pelo encontro entre uma corrente quente e uma corrente fria, teríamos algo como isto:
Jornalista: Rui Santos, que comentários lhe merecem o desaparecimento deste avião no Atlântico?
Rui Santos: Bom, trata-se de um caso de proporções gravíssimas! Ai ai ai ai ai ai, então mas que raio de controlo aéreo vem a ser este?!
Ou isto:
Jornalista: Luís Freitas Lobo, o que lhe parece todo este caso do avião?
Luís Freitas Lobo: Bom, tratou-se claramente de um problema na transição Brasil-França, em que o confronto com uma turbulência muito bem preparada fisicamente e com um entendimento correcto das movimentações e do posicionamento no terreno deixou o avião numa situação difícil. Penso também que as ordens tácticas vindas da torre não tiveram reflexo dentro do avião, e essa problemática comunicativa pode ter agravado a fragilidade exibicional não só da tripulação como também de todos os passageiros.
Declarações muito mais sugestivas e assimiláveis, creio.
P.S.: Sim, lá por casa estamos melhor da intoxicação. Mas eu ainda não estou completamente bom. Por vezes, quero peidar-me e acabo por me cagar todo. Paciência...
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segunda-feira, junho 01, 2009
Um domingo de merda e de vómito
Perdoem-me o título nojento deste post, mas tenho mesmo de usar a palavra "domingo". E porquê "de merda e de vómito"? Porque lá por casa apanhámos uma intoxicação alimentar tão, mas tão fofinha que nos pôs entre a cama e a casa-de-banho durante todo o dia!
Tudo começou no sábado: eu e a gaja fomos curtir uma praia ao final da tardinha. Quando regressávamos, a ela dá-lhe a seguinte pancada: "E se hoje jantássemos uma coisa diferente?! Sei lá, podíamos ir buscar um frango assado!". Foi pancada mesmo, porque para mim "frango assado" e "coisa diferente" não combinam, afinal estamos a falar de um dos pratos mais comuns da gastronomia nacional! Resisti, pois, à proposta, fazendo-lhe ver que, além da contradição interna, o meu contínuo processo de abandono da carne (sim, estou a tornar-me vegetariano. Algum problema?!?!) não compactuava com um frango assado para a janta. Não resultou, claro, já que a reacção que obtive foi "Vamos comer frango porque eu digo, está bem?!? E tu obedeces ou parto todos os teus dvds da Monica Bellucci!", mas ficou-me um certo sabor amargo na boca. Chamem-lhe premonição ou o que quiserem, mas senti logo que aquilo não iria acabar bem.
E acertei! O jantar em si não correu mal, o pós-jantar também não (fomos para a sala ver o Sob Suspeita, com Morgan Freeman, Gene Hackman e... Monica Bellucci), e a noite acabou num saudável ambiente conjugal. Por volta das 6h da manhã, contudo, o alarme soou: acordei com cólicas tremendas, e fui correr para o W.C., onde evacuei uns bons 5 quilos de frango. Abalado e enfraquecido, regressei ao leito, e mal me deito, vejo a minha gaja levantar-se e dirigir-se também à casa-de-banho. De início, os sons que vinham desta divisão assemelhavam-se àqueles que eu tinha feito há 1 minuto atrás: "Aiiii, a minha barriga", "ploc, ploc", "flusssshhh", "Aiiii, o meu rabo", porém algo de novo se deu, pois começo a ouvir a minha gaja a vomitar. Espavorido, levantei-me e fiz a pergunta mais ridícula que alguém pode fazer nestas ocasiões: "Estás bem?!", tendo obtido como resposta um eloquente "Bluaaaaargh"! Ora, o pior é que isto despertou em mim uma mal-disposição tal que me vi obrigado a ir ao grego! E lá saíram mais 5 quilos de frango...
Mais mortos que vivos, deitámo-nos e aguardámos que aquele mal-estar passasse. E por volta do meio-dia, parecia ter passado. A gaja foi à cozinha preparar um chá e eu fiquei a ver televisão. Má onda: bastou a Manuela Ferreira Leite aparecer no ecrã para eu ir de novo visitar o grande camião de porcelana. E lá foram mais 5 quilos de frango para o esgoto! Sentia-me tão fraco que se por acaso tivesse de andar à porrada com os cabelos do Nuno Gomes, aqueles venceriam sem a mínima dificuldade. Na realidade, não me sentia tão fraco e indisposto desde aquela vez em que fui obrigado a ler, até ao fim, A Essência da Verdade, do Heidegger. Ou daquela outra em que assisti a um concerto dos Delfins. Enfim, estava - e ainda estou - nas lonas!...
O resto do domingo foi assim passado, sempre entre a cama/sofá e a sanita mais próxima. Os planos que tinham sido traçados para este dia, e que incluíam uma saltada à Av. de Roma para assistir ao lançamento do novo livro do Rafeiro Perfumado, saíram furados. Eu não conseguiria sair de casa nem que a Beyonce, vestida só com uma cuequinha verde e com uma fitinha branca a dizer "Peter of Pan, come and get it" cobrindo parcamente os seios, mo pedisse. Aliás, o meu estado de debilidade era tal que, quando começou a final da Taça de Portugal entre o Porto e o Paços de Ferreira, nem tive energias para fazer um manguito quando os jogadores portistas entraram em campo. Nem, tão-pouco, para exclamar um singelo "pó caralho, ó filho-da-puta!" quando o Lisandro López marcou o golo...
Foi um domingo de merda e de vómito, portanto. Só agora, aos poucos, é que o meu sistema começa a recuperar. Já mandei abaixo uma garrafa de tinto e ainda não fui à casa-de-banho, o que é algo muito animador. Mas aprendi a lição: da próxima vez que a minha gaja quiser comer "qualquer coisa diferente", vou antes ver o trailer 2 Girls, 1 Cup. Não me vou sentir tão mal, creio.
Tudo começou no sábado: eu e a gaja fomos curtir uma praia ao final da tardinha. Quando regressávamos, a ela dá-lhe a seguinte pancada: "E se hoje jantássemos uma coisa diferente?! Sei lá, podíamos ir buscar um frango assado!". Foi pancada mesmo, porque para mim "frango assado" e "coisa diferente" não combinam, afinal estamos a falar de um dos pratos mais comuns da gastronomia nacional! Resisti, pois, à proposta, fazendo-lhe ver que, além da contradição interna, o meu contínuo processo de abandono da carne (sim, estou a tornar-me vegetariano. Algum problema?!?!) não compactuava com um frango assado para a janta. Não resultou, claro, já que a reacção que obtive foi "Vamos comer frango porque eu digo, está bem?!? E tu obedeces ou parto todos os teus dvds da Monica Bellucci!", mas ficou-me um certo sabor amargo na boca. Chamem-lhe premonição ou o que quiserem, mas senti logo que aquilo não iria acabar bem.
E acertei! O jantar em si não correu mal, o pós-jantar também não (fomos para a sala ver o Sob Suspeita, com Morgan Freeman, Gene Hackman e... Monica Bellucci), e a noite acabou num saudável ambiente conjugal. Por volta das 6h da manhã, contudo, o alarme soou: acordei com cólicas tremendas, e fui correr para o W.C., onde evacuei uns bons 5 quilos de frango. Abalado e enfraquecido, regressei ao leito, e mal me deito, vejo a minha gaja levantar-se e dirigir-se também à casa-de-banho. De início, os sons que vinham desta divisão assemelhavam-se àqueles que eu tinha feito há 1 minuto atrás: "Aiiii, a minha barriga", "ploc, ploc", "flusssshhh", "Aiiii, o meu rabo", porém algo de novo se deu, pois começo a ouvir a minha gaja a vomitar. Espavorido, levantei-me e fiz a pergunta mais ridícula que alguém pode fazer nestas ocasiões: "Estás bem?!", tendo obtido como resposta um eloquente "Bluaaaaargh"! Ora, o pior é que isto despertou em mim uma mal-disposição tal que me vi obrigado a ir ao grego! E lá saíram mais 5 quilos de frango...
Mais mortos que vivos, deitámo-nos e aguardámos que aquele mal-estar passasse. E por volta do meio-dia, parecia ter passado. A gaja foi à cozinha preparar um chá e eu fiquei a ver televisão. Má onda: bastou a Manuela Ferreira Leite aparecer no ecrã para eu ir de novo visitar o grande camião de porcelana. E lá foram mais 5 quilos de frango para o esgoto! Sentia-me tão fraco que se por acaso tivesse de andar à porrada com os cabelos do Nuno Gomes, aqueles venceriam sem a mínima dificuldade. Na realidade, não me sentia tão fraco e indisposto desde aquela vez em que fui obrigado a ler, até ao fim, A Essência da Verdade, do Heidegger. Ou daquela outra em que assisti a um concerto dos Delfins. Enfim, estava - e ainda estou - nas lonas!...
O resto do domingo foi assim passado, sempre entre a cama/sofá e a sanita mais próxima. Os planos que tinham sido traçados para este dia, e que incluíam uma saltada à Av. de Roma para assistir ao lançamento do novo livro do Rafeiro Perfumado, saíram furados. Eu não conseguiria sair de casa nem que a Beyonce, vestida só com uma cuequinha verde e com uma fitinha branca a dizer "Peter of Pan, come and get it" cobrindo parcamente os seios, mo pedisse. Aliás, o meu estado de debilidade era tal que, quando começou a final da Taça de Portugal entre o Porto e o Paços de Ferreira, nem tive energias para fazer um manguito quando os jogadores portistas entraram em campo. Nem, tão-pouco, para exclamar um singelo "pó caralho, ó filho-da-puta!" quando o Lisandro López marcou o golo...
Foi um domingo de merda e de vómito, portanto. Só agora, aos poucos, é que o meu sistema começa a recuperar. Já mandei abaixo uma garrafa de tinto e ainda não fui à casa-de-banho, o que é algo muito animador. Mas aprendi a lição: da próxima vez que a minha gaja quiser comer "qualquer coisa diferente", vou antes ver o trailer 2 Girls, 1 Cup. Não me vou sentir tão mal, creio.
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