quinta-feira, julho 21, 2011

Deviam proibir certo tipo de pessoas de caminhar nos passeios

Vinha eu muito contente para o trabalho*, caminhando a passos largos, quando de súbito a minha marcha é interrompida por um trambolho a falar ao telemóvel, deslocando-se mais lentamente do que um caracol paralítico. Porra, mas que matacão: a gaja era alta vertical e horizontalmente, devendo pesar cerca de 300 quilos, e estou a ser simpático. Tenho a certeza de que engordou propositadamente para ter lugar no Peso Pesado e assim poder ir à televisão. Bom, eu não tenho nada contra as gordas, porém a partir do momento em que elas se atravessam no meu caminho, a coisa atinge-me profundamente. E esta gorda em particular, mais do que atravessada, constituía uma autêntica barragem, pois do lado direito do passeio estava um muro intransponível, e do lado esquerdo uma estrada movimentada. E à minha frente, claro, centenas de quilos de carne mugindo para o telemóvel.

Ainda tentei ultrapassá-la. Encostei-me o mais possível à direita, roçando mesmo o corpo no muro, procurando passar entre este e o trambolho, mas foi impossível e quase corri o risco de ser esmagado entre ambas as superfícies. Esgueirei-me, depois, pela esquerda, mas o corpanzil da monstra levava a que eu, para ultrapassá-la, tivesse de sair do passeio, onde o mais provável era apanhar com um veículo motorizado em cima e ser passado a ferro, embora, mesmo assim, esse fosse um destino menos desagradável comparado a ficar debaixo daquele saco de banha com duas pernas, e estou outra vez a ser simpático quando chamo aqueles autênticos petroleiros de pernas. O Maniche, colocado lado a lado a um qualquer daqueles troncos, passaria bem por etíope.

Também tentei passar por cima. Mas, já referi atrás, esta autêntica piada de mau gosto da natureza era gorda para os lados e para cima. Eu precisava de ser um Sergei Bubka para conseguir transpor aquela fasquia gordurenta, e reparem que eu digo que precisava de ser um Sergei Bubka e não que precisava de ter uma vara como à dele, eu estou muito contente com a minha vara, muito obrigado, ela é enorme, e grossa, e muito forte, e entretanto com isto perdi-me.

O que eu queria no fundo dizer, quando fui interrompido no meu raciocínio por outro raciocínio, é que não me foi possível passar à frente daquela montanha, apesar dos meus esforços nesse sentido. Um tal bicho, é a conclusão a que pretendo chegar, deveria ser impedido de locomover-se nos passeios; é assim como que o equivalente dos veículos que andam a menos de 40 serem proibidos de andar nas autoestradas, com a agravante de que aquele bicho, que se movia a menos de 40 milímetros por dia, equivaler, em diâmetro, mais ou menos a 5 camiões TIR, e se calhar até estou, pela terceira vez num curto espaço de tempo, a ser simpático, este texto hoje foi um exagero de simpatia, é melhor ficar-me por aqui, daqui a pouco ainda digo simpaticamente que aquele massa informe tem direito à vida como qualquer outro ser e não deveria jamais ver-se atacada por um baleeiro japonês!

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* Sim, vinha contente para o trabalho. O meu segredo? Pensar não na labuta que tenho pela frente e sim em mamas! Tem funcionado...

2 comentários:

João Costa disse...

Devia ser obrigatório criar uma faixa de pedestres para esse tipo e pessoas... tipo faixa do bus!

Rafeiro Perfumado disse...

"A passos largos".... Engana-me, que eu gosto!