Um destes dias, estava eu à espera do autocarro, chega junto de mim uma jovem e viçosa morena, estudante de Filosofia, e dirige-se-me nestes termos: "Olá. Tu és o Eterno Entorno, não és?". "Sim", respondi, visivelmente embaraçado (era mesmo gira, a tipa!). Pior fiquei quando ela continuou: "Ah! Eu sabia! Olha, acho-te verdadeiramente
sexy. Não me queres possuir? Eu moro já ali em Entrecampos. Vem comigo e aproveitas para dar uma vista de olhos à minha estante com as
Obras do Fichte, na edição do Philonenko". Como podem perceber, vi-me diante de uma encruzilhada. Questionava-me sobre o que fazer: aceitaria ou declinaria o convite? Bom, é nestas alturas que recordo os grandes exemplos filosóficos e me consciencializo da influência que eles podem ter para as minhas acções. Três possibilidades se me desenharam então. Alguém consegue adivinhar qual delas se transformou em realidade?
a) lembrei-me do imperativo categórico e fui para casa sem comer nada.
b) recordei-me de Heidegger e fui ter a experiência de "papar" uma aluna.
c) fiz como Sartre em relação à Simone: muita conversa mas nenhuma acção.
Vá, arrisquem uma solução. Para vos ajudar (ou não...), deixo aqui algumas pistas:
1. Acho que o Kant é um chato de primeira.
2. Se o Heidegger fez uma coisa, isso é uma óptima razão para eu não a fazer.
3. Considero o par Sartre-Beauvoir um dos mais ridículos que já existiu.
Fico à espera dos vossos pertinentes comentários filosóficos. Quem acertar na solução, será agraciado com um exemplar da primeira edição do livro
Análise Logico-Semântica dos Comentários de Luís Filipe Vieira, da autoria de Carlos Reis, conhecido especialista em Eça de Queiroz.
Eterno Entorno (o Sex-symbol)
2 comentários:
Lembraste-te do "Estrangeiro" de Camus e, enquanto lhe apertavas o pescoço, gritavas "Nada disto vale a pena! A merda do sol estava a incomodar-me!!"
Pá, não! Eu não sou lá muito adepto do S&M absurdo!
Enviar um comentário