Alma e corpo encontrar-se-iam, assim, no caminho rumo às suas potencialidades mais elevadas. A pornografia filosófica poderia perfeitamente conduzir a humanidade ao passo seguinte na evolução; aliás, desconfio mesmo que Nietzsche, quando dissertava acerca do Superhomem, já andava a magicar esta ideia!
Uma condição prévia para que este imenso campo por explorar avance de forma definitiva e inexorável é, penso, a mutação ontológica de dois tipos distintos de objectos: Dvd's e livros. Os primeiros têm sido meio privilegiado de divulgação da pornografia, assim como já o eram os vetustos VHS. Os segundos tem-no sido da filosofia. Ora, o que proponho é precisamente uma nova e peregrina atitude: Dvd's pornográficos com um toque filosófico e livros filosóficos com um toque pornográfico! É isto, na sua extrema simplicidade, a pornografia filosófica! Fiquem aqui com algumas sugestões:
a) Cinematografia: Dvd's porno com cunho filosófico. Todos nós sabemos que a pornografia peca por falta de argumentos consistentes; a filosofia permite preencher essa lacuna (as outras "lacunas" já vão bem preenchidas). Eis três exemplos:
- Por detrás da Porta da Percepção Verde (Behind the Green Door meets William Blake meets fenomenologia)
- Viragem Linguística Funda (Deep Throat meets linguistic turn e filosofia analítica)
- Emmanuelle Kant (Emmanuelle meets criticismo kantiano meets transsexualismo)
b) Literatura: ensaios filosóficos com uma forte carga erótico-pornográfica. No fundo (não há expressão mais porno-filosófica que "no fundo"...), trata-se de dar animação àquilo que não tem passado de uma enorme estopada. Pincelar teses e investigações com momentos de pinocanço só tornarão a filosofia numa disciplina mais atraente. Três exemplos:
- Alegria da Caverna na Óptica do Corpo de Jenna Jameson
- Orgasmos Múltiplos e Mundos Possíveis: uma abordagem comparatista
- Crítica do Clítoris Puro, seguido de Crítica do Clítoris Prático
Comentem e lancem as vossas próprias sugestões, cambada de tarados.
Eterno Entorno
3 comentários:
"crítica do clítoris puro, seguido de crítica do clítoris prático"!
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHA
Só um reparo, caro colega: clítoris é proparoxítona e não grave, como diz o vulgo (o que não diminui em nada o alcance - outro termo porno-filosófico - da coisa -olha outro!)
"o corpo é meu" - 1985, Traci Lords meets Merleau-Ponty num festim de fenomenologia do corpo vivido.
Obrigado, colega radioapilhas. Tanto pela sugestão linguística (com que então "clítoris" é esdrúxula... eu bem que desconfiava...) como pela outra!!!!
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