quinta-feira, dezembro 23, 2010

Uma lição de hipocrisia

Esta manhã, pego no carro e ponho a gaja no pendura. Pé no acelerador e vrummmmmmmm, embora lá que já estamos atrasados! Cinquenta ou sessenta metros adiante, está um carro quase quase parado. Eu a querer andar e o tipo nada. De repente, já estou eu quase colado à traseira, o tipo guina à direita, sem fazer pisca nem nada, e estaciona, feliz da vida, como se não tivesse feito uma transgressão daquelas que eu considero mesmo graves (para mim, malta que não faz pisca aquando de mudança de direcção deveria ter o mesmo destino dos pedófilos e dos violadores - era castrá-los quimicamente e enfiar-lhes os sete volumes do Em busca do tempo perdido, um a um ou todos ao mesmo tempo, conforme desse mais jeito, pelo cuzinho!)

Coordenados como se fôssemos dois bailarinos a apresentar uma performance no teatro Bolshoi, eu atiro um "filho-da-puta!" bem atirado, e a gaja que, como ia no pendura, estava mais próxima daquele arraçado de morsa, baixa o vidro e exclama um "palhaço!" bem exclamado.

Surpreendido por aquela atitude, vim o resto do caminho a barafustar com a minha gaja por ter sido tão mal educada... Hipocrisia é isto! Vejam se aprendem...


...ah, e um bom 25 de Abril para todos.

terça-feira, dezembro 21, 2010

Hoje...

... já perdi mais um chapéu de chuva e pisei um cagalhão antes de entrar ao serviço.

A partir daqui, o dia só pode ser a subir!

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Como escrever cenas de sexo - um guia Peter of Pan

Imaginem que são escritores. Imaginem que, nos vossos contos ou romances, têm de descrever cenas assim daquelas mais tórridas. E imaginem que não sabem ainda qual será o vosso público-alvo: homens, mulheres, homens que têm tempo para ler, homens que não têm tempo para ler, mulheres que têm tempo para ler, mulheres que não têm tempo para ler. O post de hoje é uma espécie de manual de resposta a isto. Então tomem lá:

Cena de sexo descrita para mulheres que têm tempo para ler:

"Ele olhou-a nos olhos, fixou-se naquelas íris que espelhavam a paixão de Susana, há muito ansiosa por este encontro. Pegou nela, com um gesto ao mesmo tempo firme e suave, e Susana sentiu o seu coração bater mais forte. Ele, com suavidade, aproximou o rosto do pescoço de Susana. Beijou, como se o tempo fosse uma maré no crepúsculo, aquela pele líquida e Susana, cada vez mais abandonada, ofegava a cada novo beijo. Com movimentos que só pôde ter aprendido naqueles anos em que se retirou do mundo e foi viver junto de um grupo de tartarugas das Galápagos, Ricardo começou a desabotoar a alva camisa de Susana, deixando ver, aos poucos, o soutien e a pele daquele peito que lhe era oferecido. Susana era já toda fogo, escaldando de antecipação. Ricardo, esse, passou devagar a mão direita pelas costas de Susana e, num gesto rápido que a surpreendeu, e que ele deve ter aprendido quando esteve refugiado na casa de um prestidigitador nos seus anos de exílio no Nagorno-Karabakh, desapertou-lhe o soutien, colocando-o sobre a camisa que já jazia no chão. Beijou os seios de Susana, primeiro o esquerdo, num claro reflexo das suas preferências políticas, depois o direito. Ela sentia-se explodir. Como se fosse um dançarino de tango, que aliás aprendeu nos meses em que esteve perdido no La Bombonera após assistir a um Boca Juniors X River Plate que deu molho, Ricardo tomou Susana nos braços e deitou-a na cama. Tirou-lhe os sapatos. Susana já só aguardava o momento de consumação daquele amor que ardia como o magma prestes a ser expelido de um vulcão. Ricardo, contudo, não tinha pressas, mostrando que nada aprendera durante aqueles anos em que estivera infiltrado num grupo de investidores de risco de Wall Street. Começou a tirar, devagar, a sua gravata, de seguida a camisa. Enquanto cada botão dançava naqueles dedos que já tanto mataram e tanto amaram, Susana só pensava "despacha-te lá com isso e salta-me já para cima". Ricardo, contudo, permanecia impassível. Descalçou os sapatos, pé contra pé, desapertou as calças, deixando que a gravidade as atraísse para o chão e tirou os slips, revelando a Susana um sexo majestoso, efeitos talvez do facto de Ricardo ter sido criado dos 5 aos 17 anos com a tribo africana que o adoptara depois de os seus pais o terem abandonado no Pingo Doce da Damaia. Ricardo baixou-se e tirou as calças de Susana. Com pequenos ósculos, foi caminhando desde o pé esquerdo de Susana até ao ventre. Retirou-lhe as cuecas húmidas e osculou também aquela superfície rosada que tanto o aguardava. Susana gemia, convulsava, espasmava, espumava. Ricardo voltou a beijar os seios e posicionou-se por cima de Susana, que aguardava, quase em desespero, por aquele momento. Começou a sentir o garboso falo de Ricardo junto das suas coxas e a aproximar-se mais e mais e mais e mais... Susana não pensava que uma tal sensação seria possível, nem mesmo naquele ano em que esteve encerrada num convento de freiras lésbicas se comparava ao prazer que, aqui e agora, tinha. Quando o órgão de Ricardo, por fim, se resolveu a invadir o seu jardim de rosas, Susana julgou-se no paraíso, aquele lugar onde tudo é bom, tudo é belo e o José Sócrates está suspenso no ar e a ser chibatado. Os vai-vens de Ricardo, sempre lentos, intensificavam mais ainda o momento. Susana gritava, sorria, chorava, suplicava. Ricardo, em silêncio, aumentava agora o ritmo. Susana sentia-o, no mais fundo de si. Estava quase. Ela sabia-o, ele também. Apertaram-se mutuamente, num abraço que parecia conter em si todo o mundo, todo o universo, e explodiram os dois em simultâneo, ali, naquela mesma cama que acabara de suportar um acto de comunhão entre amantes como nunca antes se vira, nem mesmo nos livros da Barbara Cartland. No dia seguinte, Ricardo despediu-se, deixando um anel de rubis na mesa-de-cabeceira, para que Susana nunca, jamais, se esquecesse aquele encontro."

Cena de sexo descrita para homens que têm tempo para ler:

"Ricardo agarrou-a com força, à homem, como quem agarra uma bilha de gás só com uma mão e a levanta para pôr ao ombro, mesmo à macho, e espetou-lhe um beijo na boca. Arrancou-lhe a camisa e o soutien à bruta e apertou-lhe as mamas, grandes e redondas, desatando logo em seguida a chuchá-las. Susana pedia que fosse mais devagar, mas Ricardo era um homem sem tempo a perder, lição retirada daquele tempo que viveu em Nova Iorque quando andou, mais uns amigos de bebedeira da faculdade, a desmantelar empresas. Espetou um estalo em Susana, como que a dizer quem é que mandava ali, e ela, sem dizer uma palavra sequer, ajoelhou-se. Desapertou-lhe o botão das calças, enfiou a mão e tirou para fora o gigantesco pénis de Ricardo, enorme como uma montanha, como é aliás o pénis de todos os homens, sobretudo dos narradores de contos porno-kitsch, porque é assim que elas gostam, as malucas. Susana, quase sem saber como, lá enfiou todo aquele material na boca e foi sorvendo, ajudada por Ricardo que, com as duas mãos, lhe empurrava a cabeça e puxava os cabelos. Ricardo mal via o rosto de Susana mas tinha a certeza de que ela estava a gostar. Ele, afinal, sabia muito bem identificar tais sinais porque, naqueles anos em que viveu junto de um grupo de tartarugas das Galápagos, várias foram as noites em que as gigantes mas dóceis répteis lhe fizeram sexo oral. Ricardo, porém, não estava de todo satisfeito. Pediu a Susana que parasse, pegou nela e pô-la de cócoras. Abordou-a naquela posição e acometeu-a com força, e depois com mais força. Com a mão direita agarrou, por trás, a teta que estava mais à mão, e que, coisa curiosa, era também a direita e, com a outra mão, puxou com firmeza os cabelos de Susana, que gemia como uma profissional. Saciada a mão que estava na mama, passou-a para o nalguedo, afinfando-lhe uns valentes tautaus. Susana parecia adorar, pois só gritava "Mais, mais!", e Ricardo não se fez rogado; afiambrou-se àquele pedaço de cu e mandou-lhe tanta palmada que o rabo de Susana mais ficou a parecer o rescaldo de um atentado terrorista. Em vez de cansar, estes actos só atiçavam mais ainda a libidinagem do escaldante Ricardo: sem o tirar de dentro, agarrou Susana pela cintura, levantou-a, deu-lhe a volta de modo a que ficassem rosto contra rosto e atirou-se, com ela por baixo, para cima da cama. Ali, penetrou-a com mais força do que a força com que vinha penetrando até então, e depois com mais força ainda. A respiração acelerava-se-lhe, Susana gemia que nem uma valente, até parecia que a esventravam, e se calhar até era, a glande de Ricardo preenchia o útero, como se fosse um balão de ar a encher, e encheu mesmo porque Ricardo atingiu o clímax e jorrou uma tal torrente das suas profundezas que o interior de Susana era como se estivesse a apanhar com a chuva da época das monções. Ricardo, com um enorme sorriso nos lábios, levantou-se. Procurou a roupa, que ficara espalhada pelo quarto, acumulou-a num monte que carregou nos braços e, quando se encaminhava para a casa-de-banho, finalmente dirigiu-se a Susana. "Então, gostaste, minha vaca? Foi tão bom para ti como para mim, hehehe?!", perguntou, ao que levou como resposta "Sim, meu garanhão, adorei, agora quero é que me faças o mesmo ao ânus".

Cena de sexo descrita para mulheres que não têm tempo para ler:

"Ele olhou-a nos olhos e, por meio de beijos e abraços, arrebatou-a de paixão, uma paixão de tal maneira forte e intensa que Susana ainda hoje se recorda daquele breve encontro quando está sozinha a brincar com o novo modelo Vibra-T5000."

Cena de sexo descrita para homens que não têm tempo para ler:

"Ricardo montou-se em Susana e espetou-lhe uma ganda queca."


E pronto, por hoje é isto, espero que tenham aprendido alguma coisa.

terça-feira, dezembro 14, 2010

sábado, dezembro 11, 2010

Manoel de Oliveira


Parabéns ao realizador, que completa 102 anos. E isto é interessante: começou a fazer filmes na época do preto e branco, depois passou para a cor, se quiser já pode filmar em 3D e, pelo andar da carruagem, tenho a impressão que quando surgir uma nova tecnologia toda maluca, ele ainda por cá andará com uma câmara atrás...

...a fazer filmes que ninguém vê!

É obra!

sexta-feira, dezembro 10, 2010

O post de hoje parece auto-referencial, mas na verdade não é

Quando vejo pessoas a confundir "'à" com "há", só me apetece mandá-las há merda!... À pessoas mesmo parvas!

Já agora, e uma vez que um dos motivos para o novo acordo ortográfico é a aproximação da escrita à oralidade (sim, "à", e não "há"), e sendo que "à" e "há" sofrem de homofonia, isso quer dizer que deixará de ser um erro trocar a contracção da preposição "a" com o artigo definido "a" com a terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo "haver", e vice-versa?

Podem fazer chegar esta minha dúvida ao Carlos Reis, por favor?!? E aproveitem para dizer que ele não percebe nada de Eça de Queirós, ok?

quinta-feira, dezembro 09, 2010

Cortei-me a fazer a barba

À primeira vista, nada de especial há nesta situação. Afinal, muitas outras pessoas, na sua grande maioria homens, já se cortaram enquanto faziam a barba.

MAS cortar-se a fazer a barba COM UMA MÁQUINA DE BARBEAR é, creio eu, algo que só vi acontecer-me a mim.

Sou muito original às vezes, eu... tenho a sensação que, caso me barbeasse com uma gilete, era capaz de ficar sem a cabeça!

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Foi para isto que se fez a revolução informática, digital, informacional, tecnológica, e mais não sei o quê?!?!?

O meu widget de previsão meteorológica está para ali a dizer que chove lá fora. Yap, precisamos mesmo de computadores que nos digam isto...

terça-feira, dezembro 07, 2010

Mal habituados

Então parece que amanhã é de novo feriado... com isto, sobe para três o número de quartas-feiras seguidas em que um gajo não pode trabalhar. Este ciclo que, recorde-se, teve o seu início na greve de 24 de Novembro, agora vai custar a passar. Com que cara entraremos nós, trabalhadores, ao serviço no dia 15 de Dezembro, quando passámos as últimas três semanas a descansar à quarta-feira? Já alguém parou para pensar nos distúrbios psicológicos que este choque vai causar? Quer dizer, habituámo-nos tão bem a isto, e agora na semana que vem tiram-nos o tapete? 'Tá mal!...

Ninguém consegue arranjar uma grevezita ou um feriadozito para dia 15, não?! Qualquer pretexto serve! Tipo:

  • O Sporting só está em 3º lugar do campeonato. O país não pode continuar assim. Marque-se greve para dia 15.
  • O periquito do meu vizinho tropeçou na gaiola, aleijou-se numa asa e perdeu várias penas. Faça-se um feriado no dia 15 em honra aos periquitos que se magoam. Pode ficar "Dia de São Periquito" (já vi coisas piores...)
  • A SIC não teve nenhuma telenovela galardoada nos Emmys e a Diana Chaves não mostrou o decote. A comunicação social neste país vai de mal a pior. Haja greve. Dia 15!
  • Ouvi dizer que em Sernancelhe uma velhota rezou ao Paulo Bento e curou-se de uma unha encravada. Beatifique-se o Bentinho (olha, uma semi-redundância...) e legisle-se que dia 15 de Dezembro passa a ser feriado.
Vá, andem lá com isto para a frente que eu dia 15 não quero trabalhar...

segunda-feira, dezembro 06, 2010

A minha vida dava uma curta-metragem do Buster Keaton

Enquanto tomava o pequeno almoço e tentava ir buscar a minha pasta, tropecei em mim mesmo, mordi o meu lábio inferior, derramei leite por cima de papéis e engoli uma mistura de torrada, manteiga e sangue. Isto está bonito, está!

domingo, dezembro 05, 2010

Creio que estou a perder qualidades

A gaja está ali na sala a ver* um filme com o Hugh Jackman mais o Christian Bale e eu ainda não tentei desligar o televisor, a box ou, para ter um efeito mais potente, o quadro eléctrico!

Passa-se algo de errado comigo...

*"Ver" é como quem diz... na realidade, ela está mais a babar-se. Ainda há pouco, quase escorreguei no chão da casa!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Ódios de estimação X Amores de perdição: Gustav Klimt e Mark Rothko

Introdução

Embora seja heterossexual e pobre, gosto muito de arte. A arte é, juntamente com os filmes pornográficos com lésbicas e os golos do Liédson, uma das mais nobres e fantásticas actividades que a humanidade inventou não apenas para escapar à realidade mas, também, para melhor a compreender. Sim, defendo a tese de que a arte produz simultaneamente evasão e conhecimento. Não me perguntem porquê, mas defendo. Até porque esta tese me faz parecer mais inteligente...

Ódio de estimação: Gustav Klimt


Gostando muito de arte, há coisas que, na arte, não gosto. Sempre detestei o Gustav Klimt. Sempre! Tinha eu aí uns 5 anos e já dizia "Mamã, mamã, a Catarina do 3º andar tem umas gandas mamas!". E dizia também: "Mamã, mamã, os quadros do Klimt são mais feios que o cu de um boi". O grande motivo para o meu ódio ao Klimt é este quadro que acima se reproduz, O Beijo. Podem vir com as conversas que quiserem, que é um quadro muito expressivo, que rompeu barreiras com a sua utilização dos dourados, blá blá blá, nhã nhã nhã, rebéubéubéu pardais ao ninho. Podem dizer o que vos apetecer, para mim este quadro não é senão uma coisa: PIROSO! É uma piroseira. Na história da arte, só perde em pirosice para O Nascimento de Vénus do Botticelli... e mesmo assim tenho algumas dúvidas. Se o Toy ou o Tony Carreira pintassem, haveria de sair uma coisa mais ou menos parecida a O Beijo do Klimt. Eu odeio tanto, mas tanto este quadro que quase jurei nunca pisar o solo de Viena, cidade que alberga a obra, no Belvedere. Acabei por ir à cidade (a propósito: jogadores, treinadores e adeptos do Porto que por hoje lá estão: ide-vos f*der e ref*der), mas passei longe, bem longe do sítio onde o quadro se encontra, não me fosse dar uma coisa má.

Amor de perdição: Mark Rothko


Pá, o que eu adoro o Rothko... [hmmm... esta frase soa-me um tanto ou quanto, digamos, estranha... eu dizer que adoro um gajo cujo apelido se assemelha demasiado a "Roto" é coisa que pode não acabar bem. Bom, avancemos] O Rothko é excepcional. Está bem que nasceu na Rússia (por esta altura, os leitores anti-russos estarão a espumar pela boca), tornou-se cidadão norte-americano (por esta altura, os leitores anti-americanos estarão a espumar pela boca) e era judeu (por esta altura, os leitores massacrados pelo Hapoel benfiquistas estarão a espumar pela boca), mas o homem conseguiu superar esses defeitos e tornar-se um artista sem igual. Os seus quadros mais famosos, de que um exemplo é este Saffron de 1957 (mas há mais variantes), caracterizam-se pelo seu cromatismo intenso, umas vezes quente (laranjas, vermelhos), outras vezes frio (azuis, pretos). Vocês podem interpelar-me: "Mas ó Peter, isso qualquer criança e até mesmo o Paulo Teixeira Pinto quando se arma em pintor é capaz de pintar uma cena dessas! E tu achas que isto é genial?!". Interpelem-me como vos der na veneta, que eu só respondo, mesmo para os que não torcem pelo FC Porto: "Ide-vos f*der e ref*der! O Rothko não pintava as coisas ao acaso. Aquilo fazia todo o sentido e ele consegue o mais com menos, isto é, o máximo de expressividade com um mínimo de artifícios. Em vez de andar com mariquices de doiradinhos, e tintinhas, e beijinhos e florzinhas e o prepúciozinho, como o Klimt, o Rothko veicula todas as emoções que a arte desperta, sendo uma delas a tusa, apenas utilizando cores. Por isso, é um génio!" O Rotho é tão, mas tão bom [hmmm, esta frase também não me soa nada bem, caramba...] que, quando fui a Viena e entrei no museu Albertina, onde está o rothkiano quadro reproduzido acima, fiquei automaticamente deslumbrado, mas um deslumbramento automático muito heterossexual. E por falar em Viena, já mandei o pessoal do Porto ir-se f*der e ref*der?! Se não... bom, já sabem!

Conclusão

Rothko >>>>>>> Klimt

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Pschiu, estejam lá quietos, ó cientistas da NASA

...senão ainda sou descoberto!

NASA PREPARA REVELAÇÕES SOBRE A VIDA EXTRATERRESTRE


Não me digam que vou ser obrigado a voltar para Neptuno...

terça-feira, novembro 30, 2010

Adeus, Shirley

Pois é, parece que o Leslie Nielsen Morreu. Tenho pena, pois dei muita gargalhada à conta de coisas em que este gajo entrou, como o Police Squad, o primeiro Aeroplano e o primeiro Aonde é que pára a polícia. Eu sei que isto pode parecer muito estranho para alguns de vocês, mas eu não gosto só de olhar para mamas: também gosto de me rir! (e, vá, gosto bastante de me rir enquanto olho para mamas).

Gostando eu de rir, é natural que tenha enorme respeito por quem me provoca o riso. Leslie Nielsen, nos seus melhores dias, fê-lo com imensa qualidade. Daí que nada mais adequado senão prestar-lhe a minha homenagem. Fiquem, pois, com algumas cenas seleccionadas do actor que, se tivesse vivido mais tempo, seria decerto um dia convidado para representar a personagem principal na biografia cómica de José Eduardo Bettencourt, o presidente do Sporting.

Adeus, Shirley (para saberem por que é que me despeço assim, vejam o segundo clipe).







P.S.: Já agora, aproveito para dizer que o Aeroplano é dos filmes mais hilariantes de sempre. Só perde para as películas montypythonianas.

segunda-feira, novembro 29, 2010

Problemas do frio (post algo bué escatológico)

O frio, quando é mesmo frio, torna-se chato, mesmo chato. Temos de andar agasalhados, não nos apetece sair da cama, e para quem está a ficar careca, como é o meu caso, só tem duas opções: ou sai para a rua de (pouco) cabelo ao vento, mostrando que é macho mas rapando um frio do caraças; ou sai com um gorro enfiado na cachola, protegendo-se do griso, é certo, mas revelando ao mundo que é um mariquinhas do caraças (só gente sem eles no sítio é que usa gorro, pá!).

Mas o frio traz uma consequência ainda mais danosa. É esta: o que fazer quando se tem vontade de ir visitar o grande camião de porcelana, a.k.a. sanita?! É que, quando o tempo arrefece, a superfície do vaso de loiça que temos lá pela casa de banho torna-se mais gelada do que uma frígida a ter sexo no pólo norte! Este problema, na minha perspectiva, não tem uma solução à vista. Aqueles palhaços do CERN, em vez de andarem à procura do Bosão de Higgins, mais o raio que os parta, deviam era andar a pensar nisto.

Porque a verdade é que a superfície fria da sanita é incómoda, é agressora, é insuportável. Quem é que tem vontade de largar o tijolo sabendo que, ao sentar-se no trono, vai levar com uma temperatura de -40º no cagueiro? Quando está frio, até a merda se assusta! Nos últimos dias, tenho vivido autênticos duelos na casa de banho: eu a rapar um frio desgraçado com o nalguedo e as coxas encostadas no gelo da sanita, esforçando-me por defecar e sair dali o mais rapidamente possível para depois poder encostar o cu à lareira, e aquela coisa castanha recusa-se a sair dos intestinos quentinhos para o exterior gélido sem dar luta! "Ai, agora não, está frio", parece dizer o cagalhão. "Vou voltar lá para dentro, chama-me quando estiverem pelo menos uns 27º", parece continuar. Até que eu faço um pouco mais de força e, pimba, quer queira quer não, lá vai ele por ali abaixo. Depois é só puxar o autoclismo e dizer-lhe adeus, esperando que ele encontre um esgoto quentinho onde possa passar o resto da sua vida de merda.

Como atrás referi, não creio que, dado o estado actual da ciência, haja uma solução para este flagelo. Colocar pano ou alcatifa no rebordo da sanita não me parece bem, estetica e profilaticamente. Fica feio e corre o risco de apodrecer por causa dos inevitáveis pinguinhos de urina que por lá caiam. Outra hipótese seria fazer como o Saddam e outros tiranos que manifestavam a sua excentricidade através de sanitas em ouro. Mesmo que o ouro seja mais imune ao frio - o que eu, por nunca ter sentado o cu num desses tronos, não posso corroborar -, corre-se o risco de dar um outro sentido à expressão "chuva dourada", e acho que ninguém quer isso. Aquela expressão é para ser usada no contexto em que foi criada, contexto esse deveras rico, se me é permitido acrescentar. Não é, portanto, para ser aplicada a um gajo que está a mictar para uma sanita feita em ouro.

Se alguém, contudo, tiver sugestões com provas dadas para evitar que eu rape um briacho do caraças quando vou à casa de banho, é favor deixar essa informação na caixa de comentários.

Obrigado e defequem muito.

sexta-feira, novembro 26, 2010

Só um pequeno apontamentozinho

'Tá um frio do c"#%lho! Aquecimento global é mas é o c#"#lhinho! Está tanto mas tanto frio que hoje de manhã quando fui ao frigorífico tirar as coisas para o pequeno-almoço, pensei de mim para mim "Ui, ca bem que se está aqui dentro. Ui, tão quentinho!".

Quem terá sido o urso que encomendou esta vaga de frio polar?!?

Despeço-me com um conselho ao país e às mais altas esferas da nação: estejam quietos com o FMI, mandem é vir um aquecedor...

quarta-feira, novembro 24, 2010

O grande tema do dia não é a greve geral mas isto




Não deixa de ser refrescante atestar que a alta política perde, em protagonismo, para uma coisa tão concreta como um par de mamas. É sinal de que, apesar da crise, estamos no bom caminho!

terça-feira, novembro 23, 2010

Chuva, vento e frio...

...escolhi mesmo a semana ideal para rapar o cabelo!!!!

segunda-feira, novembro 22, 2010

Os meus amigos malucos

Quando era mais novo, dava-me com gente muito maluca. Enfim, a infância presta-se aos mais bizarros desvarios, bem sabemos, só que os meus amigos eram uns radicais do disparate, uma espécie de Black Bloc da maluqueira.

Por exemplo, o Ruço. O Ruço era um ganda maluco. Enquanto o resto da pandilha ficava na rua a jogar à bola, ou ia para os caniços encher-se de pulgas e de piolhos, o Ruço andava por ribeiras e charcos em busca de sapos. Quando apanhava um, lambia-o de cima a baixo, de um lado e do outro, e depois ia a correr dar linguados nas raparigas. Elas, como se poderia esperar, odiavam: já o Ruço, bom, o Ruço desatava às gargalhadas. Hoje em dia, não sei se ainda se ri - da última vez que tive notícias dele, parece que lhe descobriram girinos nos intestinos. É provável que agora ande por aí a cagar rãs. É isso e o ter mau hálito...

Havia também o Bicas. O Bicas era assim chamado porque o pai tinha como trabalho tirar cafés numa pastelaria do bairro. O Bicas também era um ganda maluco. Jogava à bola connosco, mas às vezes, a meio de um desafio, dava-lhe na cabeça, sentava-se no chão a cantar o Chico Fininho do Rui Veloso, tirava os ténis ou as meias que trazia (a maior parte das vezes, era mesmo só meias. Ténis, naquela altura, eram um luxo...) e punha-se a esfregar os pés no chão. Era indiferente o jogo desenrolar-se na relva, na terra ou mesmo no alcatrão de uma estrada: o Bicas esfregava os pés fosse onde fosse. Não raras vezes, ficava com as solas em carne viva. Mas ele parecia não sentir dor e lá continuava a cantar o Chico Fininho. Depois cansava-se, punha as meias ou os ténis e voltava a jogar como se nada houvesse passado. O Bicas só parou com esta mania lá pelos seus 13, 14 anos, altura em que arranjou a primeira namorada. Ironicamente, passados poucos meses a tipa dava-lhe com os pés... Pobre Bicas!

E o Nando?! Pá, o Nando era pouco maluco, era... O gajo tinha a pancada por velhas! Sim, aquilo a que agora, mais finamente, se chama gerontofilia. Nós não o chamávamos gerontófilo, até porque a) não sabíamos que essa palavra esquisita existia, b) mesmo que soubéssemos da sua existência, duvido que a conseguíssemos proferir. Dizíamos simplesmente, entre nós, que o Nando era um tarado. E parvo, porque ao invés de responder aos apelos da Sandrinha, a rapariga mais gira do bairro, e que gostava dele, o Nando jurava a pés juntos que haveria um dia de casar com a dona Antonieta, uma viúva de 87 anos que era tia-avó do Ruço e que, curiosamente, tinha cara de sapo... Mas isto se calhar era só eu a achar, pois para a minha mente infantil, todas as velhas pareciam ter cara de sapo. O Nando não via isso. Não, ele via uma coisa completamente diferente. Enquanto nós, por exemplo, no nosso grupinho de amigos, falávamos das experiências por que havíamos passado depois de termos visto o Nove Semanas e Meia pela primeira vez e gabávamos o cu da Kim Basinger, o Nando suspirava pelas rugas da dona Antonieta. Ele via beleza onde nós só víamos verrugas, dentes podres e pêlos no queixo. Quando ela passava diante de nós, onde cheirávamos vinho e queijo rançoso, o Nando cheirava vales floridos. Quando a dona Antonieta faleceu, o Nando chorou por dias a fio. Só recuperou quando viu, no funeral, uma prima afastada da dona Antonieta que contava 92 anos. Era mesmo assim, o Nando!... Há coisa de um par de anos, estive em casa dele. Está solteiro, sem filhos, mas pareceu-me bem, tirando os posters da Amélia Rey Colaço espalhados pela sala de estar... Pode ser que um dia encontre a sua cara metade, coitado.

Tive muitos amigos muito malucos, não tive?!? Chega a ser surpreendente ver como nada disto me afectou e como consegui chegar a adulto revelando um grau de normalidade e lucidez invejável....

quinta-feira, novembro 18, 2010

Dúvida pertinente

Por que é que a fila para as casas de banho da Biblioteca Pública de Évora chega quase até às ruínas do Templo de Diana?!?!

quarta-feira, novembro 17, 2010

Só pode ser mesmo por amor

Conhecem esta piada? Vira-se um tipo para outro e pergunta: "ouve lá, tu casaste com a tua mulher por amor ou por interesse?" Ao que o outro responde: "deve ter sido por amor, porque eu não tenho interesse nenhum na gaja".

A história da minha relação tem algo desta anedota. Atenção: não estou a dizer que a minha relação é anedótica! Nada mais longe da verdade. O que estou a afirmar é que a minha gaja podia muito bem dar uma resposta semelhante à do tipo da anedota. Esperem lá, estou a dizer "podia muito bem dar"?!? Sim, estou. E porquê?! Porque até já deu! Não estão a perceber este raciocínio? Então esclareço: se uma coisa foi, então podia ter sido. A efectividade contém em si a possibilidade. Por exemplo: Se o Sporting foi campeão nacional em 2002, então podia ter sido campeão nacional em 2002. E tanto podia que o foi mesmo! Espero que tenham ficado devidamente esclarecidos.

Disperso-me, contudo. Onde é que eu ia? Na minha cadeira, a escrever este post, sim. Ah, e estava a contar que a minha gaja argumentou comigo de maneira similar ao do tipo daquela anedota. Depois de eu ter feito em casa uma trapalhice qualquer, da qual juro não recordar-me, mas deve ter sido qualquer coisa do género
  • espalhar amendoins pela sala
  • arrumar pares de meias no frigorífico
  • dormir na cama agarrado ao portátil
  • dormir no sofá agarrado ao portátil
  • dormir na sanita agarrado ao portátil
  • pôr na tigela, por engano, comida para gato em vez de cereais
  • andar todo nu pela casa e largar pintelhos pêlos no chão
  • ler ao cão o prefácio da segunda edição da Crítica da Razão Pura
  • dar beijinhos no meu leitor de mp3 enquanto carrega
ela virou-se com esta: "Então não querem cá ver a minha vida?!? Eu devo gostar mesmo muito de ti. Só pode! Só fazes coisas parvas. Só dizes coisas parvas. Se eu fosse com'àquelas gajas que se juntam pelo dinheiro e me quisesse separar de ti, o que é que terias para me dar? Dinheiro?! Nicles! Bens materiais? Ora vamos cá ver os teus bens. Cds de heavy metal. Dvds de filmes europeus. Livros do Nietzsche e do Espinosa. Liiiiiivra!!!! Isto tem mesmo de ser amor..."

E é bem capaz de ser verdade! E é tão bom... :)

segunda-feira, novembro 15, 2010

O vocabulário das crianças

Um casal amigo está a passar por aquela fase em que se vê surpreendido pelas novas palavras aprendidas pela filha fora de casa. O pai ia cuspindo um pulmão quando a petiza, à passagem de um carro da polícia, disse: "Ó pai, vai ali a bófia". Já a mãe ia cuspindo meio fígado quando a mesma "piquena" perguntou se uma senhora de cor seria "uma dama". Como não foram eles que lhes ensinaram tão vernaculares termos, supuseram logo que a culpa era da escola.

Os meus pais supuseram a mesma coisa quando eu, após ter dado uma mocada numa mesa, aleijando-me no pé, exclamei pela primeira vez em casa aquela que viria a ser a palavra mais sobre-utilizada na minha vida: "Foda-se".

E tanto os meus pais como esse casal meu amigo tinham razão. Essas palavras nós aprendemo-las fora de casa. Mais concretamente, na escola. Mais concretamente ainda, no recreio. Mais mais concretamente ainda ainda, a jogar futebol com os ciganos [no caso dos rapazes] ou a trocar impressões sobre roupas de bonecas [no caso das raparigas].

Ou seja, trocando isto por miúdos (porque, afinal, estamos a falar de crianças), as coisas verdadeiramente importantes que os putos aprendem, e que virão a ser-lhes úteis para o resto da vida, como é o facto de chamar "bófia" à polícia, ou mandar um "foda-se" quando algo corre mal, eles aprendem fora de casa.

Este pormenor tem de ser alterado. Eu, quando tiver filhos, vou procurar dar-lhes uma educação mais streetwise do que aquela que os normais pais costumam dar. Para que, quando a oportunidade chegar, este género de coisas possa acontecer:

Diálogo entre pai e filha

Pai (ou seja, eu): Olha, olha, estás a ver ali aquele senhor?
Filha (com 4-5 anos): Adonde, papá, adonde?
Pai: Ali, naquele palanque.
Filha: Já vi, papá, já vi.
Pai: Sabes o que é aquele senhor?
Filha: Ahmmm... não sei, papá!
Pai: Vá, pensa lá. Aparece muitas vezes na televisão...
Filha: Ahmmm... ah, é um pouítico. [nesta idade, as crianças ainda não dizem bem os "l". Vejam lá quão realistas são os meus diálogos!]
Pai: Não! Isso foi o que aprendeste na escola. O que é que eu te ensinei?
Filha: Ahmmm... ahmmm...
Pai: Vá, pensa bem!
Filha: Já sei, papá, já sei: é um cabão do caáio!
Pai: Muito bem. E que mais?
Filha: É... é... é... é um cabão do caáio e um fiío da puta!
Pai (orgulhoso): Linda menina. Quando passarmos pelo shopping, compro-te uma Barbie.

Diálogo entre pai e filho

Pai (ou seja, eu, outra vez): Vamos brincar ao "o que é que estou a ver"?
Filho (com 3-4 anos): Shim, papá, shim!
Pai: Eu estou a ver... estou a ver um senhor com um cachecol azul e branco.
Filho: É um shenhor do Pôto.
Pai: Não, porra! O que é que nós chamamos a um senhor do Porto?!
Filho: Não me uembo, papá!
Pai: Vê lá se queres levar uma chapada!
Filho: Não, papá!
Pai: Então lembra-te lá. O que é que chamamos a um senhor do Porto?
Filho: Um tiipeio!
Pai: NÃO, PORRA! Onde é que aprendeste isso?! Não foi assim que te ensinei! O que é que nós dizemos lá em casa?!? Concentra-te, caraças, ou ficas sem jantar hoje!
Filho: Ahmmm, hummm... é um... é um... é um paneueiio.
Pai: Boa. E mais? O que é que dizemos mais?
Filho: Ahmm... ahm...
Pai: ...olha que não jantas! E ficas sem ver os dvds com os golos do Liédson até fazeres 18 anos!
Filho (já à beira das lágrimas): Eshpéia, papá, eshpéia. Atão... um paneueiio e um ganda fiío da puta bochista do caáio que faj bicos a cavauos e ueva com caáios gandes no cu.
Pai (já à beira das lágrimas, mas de alegria): Que lindo! Anda cá ao colo do papá! Vamos já ali ao café que eu compro-te um gelado de quatro sabores!

Enfim, a boa educação será uma coisa tão simples...

P.S.: E como família muito organizada que somos, dividiremos as coisas equitativamente. Eu transmitirei à prole os termos, digamos, mais light, de que alguns exemplos surgiram nos diálogos acima; aqueles termos e expressões mesmo hardcore, impróprios para consumo, esses será a gaja a ensiná-los, porque ela é quem melhor os conhece.

Duvidam?!? É porque nunca viram um jogo de futebol acompanhados da minha gaja...

domingo, novembro 14, 2010

A notícia mais surpreendente dos últimos, sei lá, 500 anos!

Timor pondera comprar dívida pública portuguesa.

Isto é, tipo, tão fora do normal quanto agora dar-me na cabeça e, tipo, sei lá, comprar assim tipo o Sporting, ou isso.

Será que se formos invadidos e ocupados pelos indonésios, formarmos um grupo de resistência, conseguirmos a libertação com a ajuda da comunidade internacional e nos tornarmos um estado falhado, conseguiremos resolver o défice?!?

sexta-feira, novembro 12, 2010

Estupidezes secas

- Qual é a disciplina em que os alunos só vêem metade da aula?
- É a de Semiótica!

- Se o Hitchcock fizesse um filme baseado num hit da Ruth Marlene, como se chamaria?
- Pisco Pisco.

[bolas, esta segunda é mesmo muita estúpida, com franqueza...]

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, novembro 11, 2010

Realmente, deve ser uma coisa lixada.

Conversa a que assisti num fórum de música:

Gajo 1: Duas mulheres aos beijos é algo fantástico
Eu: :)
Uma gaja: Que nojo! Mulheres aos beijos é tão nojento quanto homens aos beijos
Gajo 1: Não é nada!
Gajo 2: Mulheres bonitas aos beijos é uma obra de arte. Homens aos beijos é de ir ao grego.
Eu: :)
Gajo 1: Exactamente
Uma gaja: Tarados!
Gajo 2: Qualquer mulher bonita deveria beijar as amigas de vez em quando. E deixar o namorado assistir.
Eu: Ah Ah Ah!
Gajo 1: Boa!
Gajo 3: O pior é quando ela passa a querer beijar SÓ as amigas. Já me aconteceu: namorei uma tipa que me dispensou porque queria ficar só com mulheres.
Eu: AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH!!!!!!

As coisas que um tipo descobre a frequentar fóruns de heavy metal...

quarta-feira, novembro 10, 2010

Um gajo, quando é distraído, é mesmo muito distraído

Decidi ontem que hoje levaria almoço para o trabalho. Pus-me então a cortar alface, tomate, pimento, pepino e cenoura e fiz uma bela de uma saladinha, que acondicionei como deve ser dentro de um tupperware. E, como sou um tipo com uma bela cultura técnico-táctica, não temperei logo a coisa: enchi antes uma garrafinha pequenina com azeite e que se destinava a temperar a salada quando me preparasse para comê-la, ou seja, hoje. O tupperware foi para o frigorífico, onde aguardaria em silêncio até ser retirado esta manhã. E portou-se muito bem, o bicho. Não reclamou nem nada. Já a garrafinha de azeite ficou em cima da bancada da cozinha, esperando também ocupar o seu posto na minha pasta assim que eu arrumasse as coisas antes de sair de casa. A gaja bem me avisou: "olha que vais esquecer-te de levar isso. Mete num sítio de que não te esqueças". Estes avisos soaram-me como ofensas, e retruquei: "Cala-te, lampiona. 'Tás a pensar que sou o Jorge Jesus, que se esqueceu como se orienta uma equipa?! O azeite está aqui. É impossível esquecer-me. Olha, até vou pôr a garrafa de água para levar amanhã aqui junto da garrafinha de azeite. Assim, quando pegar numa lembro-me logo de pegar na outra. É um sistema sem falhas!"

Pois. Já estão a ver o que aconteceu quando saí para o trabalho, não já?! Ir ao frigorífico tirar o tupperware? Feito! Enfiar o tupperware na pasta?! Feito! Ligar o mp3 e pôr os fones nos ouvidos? Feito! Pegar na garrafa de água? Feito! Metê-la na pasta?! Feito! Pegar na garrafinha de azeite que estava mesmo junto da água, à vista de toda a gente, até o Stevie Wonder, ou pior, o Teixeira dos Santos, que não vê nada da situação económico-financeira do país, dariam por ela, é que estava mesmo ali, só faltavam sinais sonoros e de luzes, ou um cartaz com letras grandes a dizer "GARRAFINHA DE AZEITE, AQUI. É SÓ PEGAR E PÔR NA PASTA, Ó TÓTÓ!"?!



hmmm?...






o que vocês acham?!...















...nada feito! Acabei por esquecer-me mesmo do raio da coisa! O resultado foi que tive de comer a salada sem tempero algum. Ficou uma coisa assim um bocado para o desenxabida, mas pronto, ou comia ou ficava com fome. A ver se da próxima aprendo...

A finalizar, um assunto completamente lateral: estou a ser acusado, pela Fundação Calouste Gulbenkian, de cilindrar todo o stock de chá da dita instituição. Juro que não percebo. Trata-se de uma acusação arbitrária e que em nada corresponde à verdade. Cá para mim, esta história ainda vai acabar em tribunal... quero ver se conseguem provar alguma coisa!

(não há meios para fazer análises tipo doping ao chá que uma pessoa consome, pois não?!?!)

segunda-feira, novembro 08, 2010

Resumo das minhas reacções durante o jogo desta noite!

Sporting 1 X 0 Guimarães: "Ehhhh, golo, lindos, vamos ganhar isto, vamos apanhar o Benfica!"

Sporting 2 X 0 Guimarães: "Ehhhh, não foi golo mas foi golo, espectáculo, ainda vamos ganhar o campeonato!"

Maniche é expulso: "Pfff, mesmo com 10 ainda vamos marcar outro, somos os maiores, viva o Sporting!"

Sporting 2 X 1 Guimarães: "Olha, estes gajos marcaram um..."

Sporting 2 X 2 Guimarães: "Olha, estes gajos marcaram outro..."

Sporting 2 X 3 Guimarães: "Olha, merda!"

É duro, muito duro, ser sportinguista...

Mas que raios?!?!

O que é que foi aquilo que acabou de acontecer ali para os lados de Alvalade?!?!

Devem andar a brincar comigo, ai devem devem...

Não, a sério, isto já começa a ser perseguição.

Como sabem, sou do Sporting. Isto significa que tenho mais tristezas do que alegrias. O meu segundo clube, o Odivelas, ainda me dá mais tristezas e na época passada caiu na III Divisão. Aliás, a instituição corre mesmo o risco de fechar.

Como sabem, sou português, embora por vezes tenha vergonha de admiti-lo. Quando falo com estrangeiros que desconhecem a minha nacionalidade, costumo dizer que sou de um local respeitado, como as Ilhas Fiji. Se digo que sou português, perguntam-me logo quanto dinheiro estou a dever. Mas mesmo tendo escrúpulos em relação à minha portugalidade, até ao ano já longínquo de 2002 torcia vigorosamente pela selecção nacional. Não me importava se jogávamos com a Espanha e levássemos 3 a 0: Portugal era Portugal! Até que, naquele famigerado mundial da Coreia-Japão, a selecção portuguesa fez a única coisa que jamais poderia fazer-me: perder com os Estados Unidos. Desde então, mandei um pontapé no rabo à equipa das quinas... curiosamente, foi a partir desse momento que Portugal conseguiu os seus maiores feitos futebolísticos desde que sou vivo: um 2º lugar no Campeonato da Europa de 2004 e um 4º lugar no Campeonato do Mundo de 2006.

Estão a começar a ver aqui um padrão, não estão? Os brasileiros utilizam na sua linguagem do dia a dia uma expressão que se me aplica perfeitamente: pé frio. Eu sou um pé frio, aquele que traz o azar consigo. Têm dúvidas? Não tenham: eu ontem estava a torcer pelo Benfica e o que acontece?! Pois, 5 batatas...

I rest my case!

sexta-feira, novembro 05, 2010

O bode expiatório

Dia: ontem
Hora: não sei, ando sem relógio
Local: cozinha
Situação: acabo de chegar a casa, depois de um longo, longo dia. Um dia que, de tão longo, devia chamar-se "pénis do Peter of Pan". Só quero sentar-me, pegar na paparoca e começar a comer. Estou tão, mas tão fora do mundo que até me esqueço que o Sporting jogava. Mas alguém não se esqueceu. Ainda antes de me dar as boas noites e o correlativo beijinho, a cara-metade afronta-me logo com o tema Sporting:

Ela: Então, sabes como ficou o teu Sporting?
Eu: Pá, não, nem me lembrei, vê lá a quantas andei hoje.
Ela: E não queres saber?
Eu: Sim. Como ficou?!
Ela: Perdeu!!! Ah Ah Ah Ah! Perdeu! Levou uma tareia! Ih Ih Ih Ih! Foram 3 a 1! Eh Eh Eh Eh!
Eu (bato com a palma da mão na testa, provocando um sonoro "paft"): Bela porcaria. Aposto que o palhaço do Djaló jogou a titular...
Ela: Ai, isso já não sei. Só sei que perdeu! 3 a 1! Ah Ah Ah! Ih Ih Ih! Eh Eh Eh! Perdeu!
Eu: Olha, merda!

E começo a jantar. Aproveito para ligar a TV. No rodapé, passa: "Sporting derrotado pelo Gent por 3-1". A gaja ri-se. Eu penso: "o palhaço do Djaló jogou a titular, de certezinha". Acabo de jantar, desligo a TV, sem sequer ver o resumo da partida e, desta forma, sem confirmar se o Djaló efectivamente jogara a titular, faço umas merdinhas no computador, esqueço-me de ir ao site do Record ver qual tinha sido o onze inicial, termino as merdinhas no computador, lavo os dentes, xixi, cama! Mas algo insiste em massacrar-me, e não me refiro aos comentários que ia escutando, do tipo "Ih Ih Ih, o Sporting perdeu, Eh Eh Eh, Ah Ah Ah". Não! Estas coisas eu suportava bem. O que me massacrava valentemente continuava a ser aquele pensamento: "o palhaço do Paulo Sérgio armou-se em palhaço e meteu o palhaço do Djaló a titular, só pode". Não consigo dormir, ainda cogito ligar novamente o computador só para matar a curiosidade, mas estou tão cansado que não me apetece levantar da cama, quer dizer, apetecer até apetece, porque a gaja, enquanto dorme, diz coisas como "3 a 1... Ih Ih Ih... zzzzzz... ronc... Eh Eh Eh... ", o que me leva a imaginar a condição técnico-táctica do sofá da sala, só que desisto e finalmente o sono se apodera de mim.

Mas a história não acaba aqui. A segunda parte vem já a seguir:

Dia: hoje
Hora: não sei, pois continuo sem relógio
Local: estação de comboio
Situação: dirijo-me à papelaria da estação. Os jornais estão expostos. Lembro-me de ir, de uma vez por todas, satisfazer a curiosidade: afinal o palhaço do Djaló jogou ou não jogou a titular? Pego no primeiro desportivo que me aparece. Trata-se d'A Bola. Folheio. Vou ao registo do jogo de ontem. Passo pela figura que traz os nomes dos titulares. E pimba, lá está: o Djaló jogou de início. Detesto ter razão... eu sabia! De relance ainda vejo que o Abel fez um penalti, foi expulso, cometeu erros atrás de erros, mas não interessa: o bode expiatório já estava encontrado. Obrigadinho por tudo, ó Floribella!!!!

quinta-feira, novembro 04, 2010

Aquecimento local

Acabei de vir do almoço. Lá fora, estão uns buéda graus (gosto de ser assim, preciso e rigoroso. Deste modo, as pessoas percebem facilmente o que estou a dizer). O problema é que nos encontramos em Novembro. Em Novembro não é suposto fazerem temperaturas que são mais comuns em Junho, Julho e Agosto. E isto é, tecnicamente falando, uma merda! Porque a única maneira de as pessoas conseguirem suportar o trabalho (os que trabalham) e as aulas (os que estudam) é comparar o sítio onde se encontram com o ar que o aspecto do tipo da coisa lá fora tem. Exemplos:

"Pá, este trabalho chato de contabilista está a dar-me cabo dos cornos. Mas sempre é melhor ficar aqui no gabinete entre papéis e recibos do que apanhar com pedras de granizo mesmo no meio da pinha. E assim como assim, a Susana do marketing também tem de ficar aqui dentro, e sempre posso aproveitar para lhe galar as tetas"

"F*da-$e, que estúpida que é esta cadeira de Introdução à Semiótica Generalista na Perspectiva do Consumidor Galhofeiro de Produtos Regionais Aprovados pela ASAE. Se fizesse bom tempo lá fora, tinha-me baldado e ia antes curtir com a Cátia e fumar umas brocas ali para o parque Tejo. Mas a trovejar assim, mais vale ficar por aqui e desenhar antes umas mamocas no caderno"

Notam o padrão, não notam?!?! Pois: se não há alternativas viáveis, é natural que se permaneça no seu posto. Porém, com uma temperatura tão apetitosa lá fora, quem tem vontade e interesse em manter-se encafuado? Impossível! E depois queixam-se os senhores doutores que o país não produz! Ora, com um Novembro soalheiro como o que está, como é que havemos de querer produzir? Queremos é fruir, pois o tempo está para isso! Não admira que os países mais competitivos sejam aqueles lá mais para cima, onde chove, faz frio e vento o ano todo. Se eu morasse na Finlândia, com aquelas borrascas regulares, também me apeteceria ter aulas e trabalhar! (Ok, não apeteceria. Mas isso é porque eu sou um preguiçoso incorrigível. Tenho certeza que os outros portugueses não são assim...). Agora, viver em Portugal, estar já em pleno Novembro, olhar lá para fora e pensar "hmmm, e um saltito até à praia? Dar uns mergulhinhos, estender uma beca ao sol, ficar a olhar para as gajas em bikini... hmmm!" Isto não ajuda nada à produtividade. Nadinha!

(é que me apetecia mesmo curtir uma praiazinha...)

quarta-feira, novembro 03, 2010

Aldrabões!

Quem serão os maiores aldrabões do mundo?! O barão de Munchhausen? Ná. Era fraquinho... O José Sócrates? Sim, ele dá-lhe bem, mas mesmo assim não chega. Os dentistas? ("vá, deite-se que isto agora não vai doer nada!". Queria ver se também não lhes doía nada se nós passeássemos com um martelo pneumático pelas bocas deles...) Hmmm, também não! O Pedro de Pedro e o Lobo?! Bom candidato, sem dúvida, mas as suas mentiras não passam de brincadeiras de criança quando comparadas às daqueles senhores que são os campeões da aldrabice, os tipos que fariam corar de vergonha o Pinóquio: exacto, aqueles sacanas que metem nos pacotes de leite o aviso "abertura fácil", quando na realidade é menos complicado e demorado entrar todo nu na caixa forte do Banco de Portugal do que abrir um daqueles pacotes! Ainda há poucas horas, quando quis colocar leite na taça com cereais, estava a ver que teria de chamar a Brigada de Minas e Armadilhas para tratar do assunto!!! "Abertura fácil", o caraças... os responsáveis por esse aviso deviam era ir levar no pacote...

terça-feira, novembro 02, 2010

Socorro, estão a querer converter-me em larilas!

Pá, não pode ser! Mas é: nos últimos dois dias, tenho sido exposto a uma lavagem cerebral que tem como único objectivo transformar-me num homossexual. E o pior é que conheço a pessoa responsável por tal: trata-se da minha gaja!

Primeiro, veio com uma conversa esquisita: "Amorzinho, não queres gravar-me um cd com músicas giras?". Eu fiquei logo de pé atrás com aquele "um". E também com o "com". Mas sobretudo por causa do "músicas giras", pois uma música gira, na óptica da minha gaja, nada tem a ver com guitarras distorcidas, vozes urradas, baixos gravíssimos e baterias poderosas, ou seja, tudo aquilo que faz, objectivamente, com que uma música seja gira. E perguntei: "Mas músicas giras, tipo o quê?". Ela deu-me a lista, e a lista incluía algumas das canções mais rebentadoras da escala José Castelo Branco gravadas por artistas rebentadores da escala Cláudio Ramos que a Humanidade jamais conheceu. Para não vos chocar muito, mas só um bocadinho, deixo uns poucos exemplos: Don't Leave Me This Way, pelos The Communards. I Feel Love, pelos Bronski Beat. Faith, pelo George Michael. Estão a ver o padrão, não estão? Exacto: muita lantejoula, muito latex, muito rosa-choque pintalgado de lilás.

Eu não gosto das músicas, nem dos artistas, mas é impossível ouvir estas coisas (e eu, para confirmar que as faixas estão em bom estado, tenho de ouvi-las)* e não ser de alguma forma afectado. Por exemplo: ontem, enquanto fazia a sopa, não pude deixar de pensar no que aconteceria se enfiasse uma das courgettes no esfíncter do Teixeira dos Santos, com o Eduardo Catroga, todo vestido de cabedal preto, a assistir. Aposto que jamais imaginaria tal cena se não tivesse estado a ouvir, cerca de 15 minutos antes, a Karma Chameleon dos Culture Club (a banda daquele gajo muito amigo do traseiro, o Boy (???) George).

Portanto, o que a gaja fez não foi mais do que começar a abrir a minha sepultura gay. À conta de andar a procurar cançonetas abichanadas, fiquei a sentir-me um pouco bicha. Comecei a olhar-me ao espelho e, sem razão aparente, a pentear-me. Para terem uma ideia do quão insólito é este facto, não me penteava desde os meus 6 anos, quando fui a um casamento, e só me penteei dessa vez porque a minha mãe ameaçou-me com açoites no rabo caso não o fizesse. Ah, belos tempos aqueles em que eu receava que me batessem no rabo... é que um tipo, depois de ter escutado umas três vezes a A Little Respect dos Erasure, já não vê assim com tão maus olhos a ideia de lhe baterem no rabo!

O último prego no caixão mariconço que me espera, no entanto, foi dado ontem à noite. Sim - adivinharam -, pela minha gaja. Estava eu a fazer zapping, ao mesmo tempo que trauteava a Take On Me dos A-Ha, e dou com a Sic Radical a passar duas gajas todas nuazinhas a lamberem-se uma à outra. Caramba, não podia desejar melhor antídoto para a rabichisse que me invadia do que aquele! Bastaria ter ficado a ver aquilo para que os estragos feitos por horas e horas de exposição a pop larilonça se esfumassem de vez. Mas, e vejam só até onde pode ir a crueldade viperina de uma mulher, a minha gaja assim não quis. Quando reparou que eu estava, finalmente, a cultivar a minha heterossexualidade, decidiu-se logo a cortar o bem pela raiz: vá de pegar no comando e puft!, lá se vão as mamas roçando em mamas que a Sic Radical transmitia. Automaticamente, veio à minha cabeça o refrão da Take On Me, e tive também a impressão que a minha queda definitiva para o lado negro da força, para o lado dos Liberaces da vida, está por um fio. E isto, caríssimos amigos, é uma tragédia.

Agora tchauzinho, vou pôr ali umas colunas no meio do escritório e abanar-me um bocadinho em cima delas ao som da You Should Be Dancing, dos Bee Gees...
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* Sim, é esta a razão. Ai de vocês se insinuam que oiço aquelas tretas porque, no fundo, eu gosto é de soltar a franga, e o meu fascínio por heavy metal é só conversa fiada destinada a esconder a realidade profunda: eu queria era estar no Blue Oyster Bar a dançar tango e disco-sound com marinheiros!

quinta-feira, outubro 28, 2010

Se o governo não quer negociar com o PSD, talvez queira negociar comigo

Antes de mais, cabe-me pedir desculpas pela minha ausência ontem. Não tive tempo e não tive internet. Peço também desculpas por não poder concluir aquela narrativa digna de um Nobel da Física: "E se eu tivesse seguido uma carreira musical?". Fica para outra altura; afinal, necessidades mais prementes colocam-se diante de nós. A minha pança, por exemplo: o que hei-de fazer com a minha pança, que, tal como o défice do país, começa a assumir proporções insustentáveis? A roupa já me começa a ficar curta, e não é por eu estar mais crescido. Tenho o mesmo tamanho de sempre, a minha pança é que não...

Outra necessidade premente, embora não tão premente quanto solucionar o meu problema barrigudo, é saber que rumo dar ao país. E o país, já se sabe, não terá rumo sem orçamento, e o orçamento, já se sabe, anda naquela onda do vai-não-vai. Ontem, governo e PSD suspenderam as negociações; aparentemente, o Teixeira dos Santos não aceitou as condições do Catroga. Sendo assim, está na hora de se apresentar um plano C, e está na hora também de eu, cidadão exemplar que sou, mostrá-lo ao governo (detalhe: este "mostrá-lo" refere-se ao plano C. É bom que isto esteja claro, não tenham vocês ficado com outras ideias...). Eis algumas das propostas que vou colocar em cima da mesa numa reunião que tenho marcada com a equipa do governo mais logo às 3 da madrugada:

  • Isenção de IRS e produtos com IVA a 5% a quem revelar ser do Sporting. Alguns produtos, como é o caso de dvds pornográficos, terão mesmo IVA a 0%. [E, se tudo correr bem nas negociações, como eu prevejo que corra - aliás, por algum motivo levo enfiada uma bazuca nas calças - tentarei até que o Teixeira dos Santos ceda a uma proposta mais arrojada, que é: qualquer sportinguista que compre dvds porno terá de receber 1% sobre o valor acrescentado. Parece-me bonito...]

  • Pode-se ir para diante com a porcaria do TGV desde que, na viagem inaugural, o comboio não tenha travões e que lá dentro estejam o José Sócrates, o Almeida Santos, o Mário Soares, o Pedro Silva Pereira, a Maria de Lurdes Rodrigues (deves estar a pensar que nos esquecemos de ti, deves...), o Jorge Coelho, o Armando Vara e outras vacas e bois socialistas (da treta).

  • Redução drástica do salário pago aos deputados. Se possível, redução drástica do número de deputados. Em boa verdade, numa desconstrução da lei da paridade, o objectivo é alcançar um número de deputados igual a zero. Só ficarão no plenário as deputadas, e destas, só as jeitosas (o que se pouparia, pá!!!!). Não escondo que há por trás desta medida uma motivação ideológica, pois só a Esquerda é que tem deputadas giras. Encontrar uma deputada da Direita que não se assemelhe à digestão de um búfalo africano é tarefa quase tão complicada quanto encontrar sentido de Estado nos cabelos do David Luiz! Bem, a Teresa Caeiro pode ficar, desde que consiga arranjar uma maneira de rejuvenescer uns 20 anos. E a Assunção Cristas também, caso consiga fazer uma operação de mudança de sexo que a transforme definitivamente em mulher.

  • Privatização da RTP. Sem "mas" ou "ses". É privatizar aquele leviatã e mais nada! E colocava-se lá pelo meio uma cláusula a dizer que profissionais como a Judite de Sousa, o José Rodrigues dos Santos e o Luís Freitas Lobo não poderiam voltar a ser reintegrados numa RTP privada. Assim, com uma cajadada matava-se três coelhos: a RTP deixava de dar despesa ao Estado, o Estado ganhava alguns milhõezitos com a venda do canal, e o canal ficaria com melhor qualidade ao livrar-se daqueles três arraçados de mitocôndria.
Que vos parece? Parece-vos bem?! Se tiverem mais alguma coisa que gostariam de ver acrescentada, botem na caixa de comentários. Mas nunca depois das 2h30 da madrugada: é que não se esqueçam que às três vou estar com o cabeça branca...

terça-feira, outubro 26, 2010

E se eu tivesse seguido uma carreira musical? - Parte I: Ascensão

Estão a ver aquela teoria do Edward Lorenz, o "efeito borboleta"? Aquela coisa que diz que, se uma borboleta bater as asas na Europa, poderá provocar um terremoto na Indonésia? No fundo, isto significa que algo aparentemente insignificante pode levar a consequências inimagináveis; uma modificaçãozinha de nada no estado de coisas pode muito bem virá-lo de cabeça para baixo.

Na sequência do post de ontem, tinha-vos prometido fazer um exercício de suposição: o que aconteceria se eu me tivesse rendido à minha paixão pela música e decidisse fazer disso vida? Estaria eu aqui? Ou noutro sítio qualquer? Seria a mesma pessoa? Ou outra completamente diferente? E a realidade à minha volta? Manter-se-ia igual? Ou, pelo contrário, também ela se alteraria, e se sim, isso quer dizer que o Sporting se tornaria num clube vencedor?! Por outras palavras, poderia eu ser como a borboleta do Lorenz (sem paneleirices, ok?!?!) e provocar uma completa alteração do mundo?

Bom, duvido que certas coisas mudassem: eu continuaria a gostar de mamas. E de música, claro. Mas parece-me que a minha vida dificilmente seria a mesma... vejamos como.

Aos 13 anos, se em vez de ir para casa ver Os Soldados da Fortuna, tivesse optado por entrar naquela escola de música que abrira há pouco tempo no meu bairro, a minha vida seria dedicada em exclusivo à música. Optaria pela guitarra (what else?!) e a minha dedicação depressa me levaria ao domínio completo do instrumento (what else?!). Com 15 anos, abandonaria a escola (a de música e a outra...), convencido de que nada mais lá poderia aprender.

Passado pouco tempo, espalharia anúncios pela cidade: "Jovem prodígio da guitarra procura vocalista, baixista e baterista para formar banda mesmo muita fixe. Idades entre os 14 e os 17 anos. Dá-se prioridade a quem seja do Sporting. Se forem maricas, não faz mal, desde que não tentem ir-me ao pacote durante os ensaios". Em poucas semanas, a banda estaria composta: eu na guitarra solo, o Miguel (alcunha: Mastruço) na voz e segunda guitarra, o Paulito (alcunha: Cagão) no baixo e o Toni (alcunha: Evereste) na bateria. Depressa surgiriam as primeiras discussões: que nome daríamos à banda? E as composições seriam em inglês ou português?! Após várias horas de altercações, que incluiriam combates físicos, a minha vontade prevaleceria: cantaríamos em Latim e a banda chamar-se-ia Maximus Sumus.

Não demoraria muito até alugarmos uma garagem para os ensaios. A química da banda é perfeita e em poucos meses temos material suficiente para darmos concertos e gravarmos um álbum. Começa a haver algum burburinho sobre nós: somos considerados a grande promessa musical de Santo António dos Cavaleiros, embora residamos em Caneças! Somos convidados para actuar numa escola secundária e finalmente o grande dia do primeiro concerto chega. E o mesmo é um sucesso: as nossas canções e atitude levam o público ao delírio. No fim de um dos meus solos, alguém grita: "Vocês vão ser mais famosos do que o Moisés", o que provoca algum desconforto num judeu, que responde "O Moisés separou as águas do mar Vermelho e tirou o povo israelita do jugo egípcio. Estes tipos nem sabem mijar de pé". Os ânimos exaltam-se e há porrada da grossa, o que só ajuda a melhorar o concerto.

Poucos dias depois, um A&R de uma editora entra em contacto connosco. Pede-nos para entrarmos em estúdio o mais rapidamente possível. Assinamos um contrato, com o próprio sangue, e eu gasto a minha parte toda em álcool, putas e bilhetes para a época do Sporting. Em duas semanas, gravamos aquele que será o nosso primeiro álbum: Fornicare Vos. É feita uma primeira prensagem de 20000 cópias, que vendem como pãezinhos quentes: estamos nos tops, nas capas das revistas, nos artigos dos jornais. Os críticos consideram-nos a grande esperança da música portuguesa cantada em Latim. Gravamos vídeos para três singles: Nix Caeser onanistii est, Phallus meos e Lucernas mortem. Esta última acaba mesmo por ser adoptada como cântico da Juve Leo. Agraciam-nos com 5 discos de platina e, mais importante, o nosso disco é editado internacionalmente. Depois de uma tournée nacional, que teve o seu ponto mais alto num concerto esgotadíssimo no Estádio de Alvalade, embarcamos numa tour europeia. Em cada país, em cada sala de espectáculos, somos recebidos como verdadeiras estrelas. Começamos a habituar-nos à vida de sex, drugs & rock'n'roll.

Aos 17 anos, apanho a minha primeira overdose: após um espectáculo magnífico em Viena, uma empregada de hotel encontra-me todo nu, inconsciente e espumando da boca. Sou levado para o hospital e lá recupero, acabando por ter sexo com duas enfermeiras fãs dos Maximus Sumus. De volta a Portugal, a editora paga-me uma estadia num solar em Ponte de Lima, onde é suposto desintoxicar-me, mas eu aproveito o tempo todo para ter sexo em grupo e experimentar novas drogas. O Mastruço, o Cagão e o Evereste juntam-se a mim e passamos cerca de 10 meses naquilo. Nos intervalos das quecas e do consumo de estupefacientes, aproveitamos para delinear aquele que virá a ser o nosso segundo disco.

O novo material satisfaz-nos e regressamos ao estúdio. Embora surjam conflitos com o produtor, as canções soam bem e em três semanas e meia completamos o novo trabalho: Dolor Penile. O disco é um estrondo, superando largamente as cifras de venda do primeiro álbum. Até os EUA se rendem aos Maximus Sumus. Público e crítica são unânimes nos elogios. Somos capa na Guitar World, na Rolling Stone, no NME e a Time declara-me a pessoa mais importante do mundo de sempre. Depois de uma tournée portuguesa e de outra europeia, ambas muito bem sucedidas, somos convidados para uma tournée nos States, mas eu digo não, por razões de anti-americanismo, o que muito enfurece os meus companheiros de banda e o pessoal da editora. Curiosamente, o público americano passa a adorar-me ainda mais. A Kim Basinger e a Sharon Stone [não se esqueçam que ainda estamos na minha adolescência, e na minha adolescência estas duas senhoras eram os grandes ícones sexuais norte-americanos] prometem ter sexo comigo caso os Maximus Sumus toquem nos EUA, porém eu continuo a fazer finca-pé e enrolo-me com a Samantha Fox durante 15 dias seguidos após um concerto dado em Londres! Também nesta cidade, um braço de uma guitarra que parti num concerto em Bruxelas é vendido num leilão da Christie's pela astronómica quantia de £250.000.000.000.000.000.000, um recorde absoluto! Estou no zénite da minha fama!

Amanhã, se me apetecer, não percam a segunda parte deste épico hipotético.

segunda-feira, outubro 25, 2010

O que a música fez por mim

"Sem música, a vida seria um erro", escreveu Nietzsche. Esta frase é, aliás, uma das mais reproduzidas da história da humanidade, só perdendo talvez para o "Porreiro, pá" que, ao contrário do que o leigo crê, não foi inventada por Sócrates, o José, mas sim por Alexandre, o Grande, no momento em que era enrabado no cu por um dos seus generais numa festa dada pelo exército macedónio após a tomada da Pérsia. Atenção: lá por eu ter grafado "enrabado no cu" não quer dizer que cometi uma redundância: pode-se, efectivamente, ser enrabado noutros topoi anatómicos, mas vou abster-me de explicar. Procurem na internet, lá deve haver imagens.

A repetibilidade quase ad nauseam, contudo, não afecta minimamente o alcance da nietzscheana citação. Nietzsche tinha razão, revelando que, por detrás da loucura óbvia, e que se mostrava somaticamente naqueles bigodes, o filósofo era bastante lúcido. Aposto até que era um sportinguista avant la lettre... a bigodagem à benfiquista destinava-se apenas a enganar os néscios e incautos. E a prova está em que nunca viram o Nietzsche com um garrafão de tintol ao lado e envergando uma t-shirt de alças que invariavelmente está curta e deixa revelar o mastodôntico barrigão de cerveja. Portanto, o Nietzsche nunca podia ser lampião.

E a música? A música é, daquelas coisas que não são mamas nem golos do Liédson, a melhor coisa da vida, sem dúvida. O que seria de nós sem música, pergunto eu? Mais importante: o que seria de mim sem música? Mais importante ainda: o que seria de vocês sem mim?

A esta última questão eu não posso responder, só vocês, mas à "o que seria de mim sem música", a essa posso dar uma resposta, sim. E é esta: muito provavelmente, levando em consideração a pipa de massa que já gastei em cds, concertos e material diverso, eu seria hoje um milionário, mas em compensação, também muito provavelmente, teria uma vida muito menos interessante.

Isto porque a música - como Nietzsche poderia muito bem ter acrescentado - está para a vida como o cu da Beyonce está para os seus videoclipes: a canção pode não valer nada, também não percebemos por que estão ali uns pretos a abanar-se, mas aquele cu faz com que nos apeteça ver o clipe até ao fim. (Desconfio que, ao comparar música e traseiros femininos, estou a ser um pioneiro. Pelo menos, o meu discurso é mais interessante do que o do Vitorino d'Almeida) Já tive momentos da minha vida em que a canção não valia nada, e também não percebia por que se abanavam os pretos (atenção, esta merda não é para ser interpretada literalmente. Eu estou a falar por imagens, pá! Experimentem acusar-me de racista e ponho-vos o Mantorras à perna! Isto se ele ainda conseguir andar...), mas com o cu da Beyonce à minha frente eu sentia-me capaz de tudo (gaja, este parêntese é para ti: esta merda também não é para ser interpretada literalmente. Lembra-te que eu, quando falo do cu da Beyonce, estou na verdade a falar da música. Espero que nunca te esqueças disto: doravante, sempre que eu me referir ao cu daquela tipa, é de outra coisa que estou a falar e portanto escusas de ir buscar a serra eléctrica).

É isto o que a música tem feito por mim: sim, faz com que tenha pouquíssimo dinheiro nos bolsos, mas, em compensação - e é principalmente aqui que a comparação música e cu da Beyonce faz todo o sentido - tem-me dado tesão pela vida. Desconheço o que esta me trará no futuro, mas desde que haja guitarras a guinchar, estarei bem, muito provavelmente a praticar a arte do mosh bem próximo de vocês.

Amanhã, se eu me sentir com vontade, não percam um post relacionado: o que aconteceria se eu tivesse escolhido uma carreira musical?

sexta-feira, outubro 22, 2010

Sequinha para degustarem durante o vosso fim-de-semana

Era um cozinheiro tão, mas tão exagerado: gabava-se que o seu arroz não era malandrinho, era serial-killer.

Se acharam esta mesmo muito seca, é porque faltava um bocadinho mais de água ao arroz...

Bom fim-de-semana!

quinta-feira, outubro 21, 2010

Desabafos peterofpanianos

Gosto muito de ser peludo. A sério, gosto. Sei que tal vai ao arrepio das tendências actuais da sociedade, mas eu ainda associo pêlos a macheza e virilidade. E eu, quando acabo de sair do banho e me olho ao espelho, vendo pequenas gotas luzindo por entre os meus belos pêlos do peito, sinto-me mais macho e mais viril. E sei que os olhares femininos se voltam para mim quando estou na praia, na piscina, ou numa paragem de autocarro.

Sim, eu gosto de estar seminu nas paragens de autocarro. Não me perguntem porquê, mas sempre foi assim: quando vejo uma, dispo-me. E se estiver alguma velhota no banquinho, aguardando pelo autocarro que nunca mais chega, sento-me junto dela e começo a meter conversa, tipo "Bom dia, minha senhora. O 726 que vai para a Pontinha já passou? Está um belo dia, não está? A minha avó tinha um saco de compras como esse seu! Já viu os meus pêlos das costas?! São bonitos, não são?!", e coisas afins. Claro que mais ou menos a meio da minha conversa, o normal é as velhotas terem um ataque cardíaco, mas não faz mal. Dá até uma certa animação à zona...

Bom, disperso-me. É o que acontece sempre que começo a falar da minha pilosidade. É um assunto que me entusiasma deveras, confesso... como tal, os meus devaneios devem ser perdoados. Tal como devo ser perdoado por ter gigabytes e mais gigabytes de ficheiros JPEG com imagens dos meus pêlos, e que me divirto a enviar, por e-mail, à Judite de Sousa (eu, muito sinceramente, julgo que ela reencaminha as imagens posteriormente para o Fernando Seara. Que, depois, as manda para o Pedro Passos Coelho, e isso explica a posição do PSD face ao OE para 2011. Como, não sei, mas explica!).

Bom, disperso-me novamente. Já chega, é melhor ir directo ao assunto, sem passar pela casa de partida e levantar os dois mil pêlos. Eu disse pêlos? Sim, disse. E era mesmo o que eu queria dizer: eu tenho tantos que nunca jogo ao Monopoly com dinheiro de papel, antes arranco um tufo deles da barriga e uso isso como moeda de troca para comprar propriedades e pagar dívidas. Ah, se eu pudesse depositar pêlos na Caixa Geral de Depósitos... passava a viver dos juros! Se bem que... o que funcionará como juros de pêlos humanos? Cotão do umbigo?!?! Fungo dos dedos dos pés?!?!

Mau, e não é que continuo a dispersar-me?! Pronto, agora é que é, vou desabafar o que tinha para desabafar desde o início. Gosto muito dos meus pêlos, sinto-me muito macho e viril, tipo 8 na escala de Tony Ramos, mas não gosto de ver um ou outro pêlo a aparecer-me na orelha. Não gosto, pronto, é o único sítio onde não aprecio ter lanugem, não acho estético, até acho muito desagradável, que bizarrice, ter um ou dois pêlos espreitando cá para fora, às vezes aquilo até dá comichão, e custa ter de ir lá com a pinça e zás, arrancá-los a frio. Eu podia optar por fazer depilação às orelhas, mas um homem que faz depilação é, no mínimo, um metrossexual, e daqui para a paneleirice vai um passo pequeno, demasiado pequeno. Há até quem defenda que na realidade não existe qualquer distinção entre ser metro e homossexual, mas pronto, vamos deixar a metafísica profunda de lado por hoje, ok? A mensagem que quero sublinhar é simplesmente esta: os pêlos no corpo satisfazem-me, mas nas orelhas incomodam-me. E adoraria muito ter uma solução para isto, mas não tenho!

Pronto, foi este o meu desabafo. Espero que tenham gostado.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Os portugueses e as ciclovias


Que os portugueses são gente não muito boa das ideias, já todos deveriam saber. Afinal, trata-se de um povo que tem uma percentagem de benfiquistas na ordem dos 60%! Isto diz tudo!! Os portugueses são um exemplo acabado da estupidez humana: qual lei de Murphy da estultícia, podemos sempre confiar em que, se um português pode fazer uma coisa estúpida, então fará uma coisa estúpida!

A prova tive-a ontem: sabem que há umas coisas em Lisboa que dão pelo nome de ciclovias, certo?!? Bom, se não sabem, a imagem que gamei da net e coloquei acima ilustra aquilo de que falo. As ciclovias, como o próprio nome de resto deixa antever, foram criadas com o propósito de estimular e ajudar a deslocação de cidadãos através de bicicletas. Mal comparado, as ciclovias estão para as bicicletas assim como as estradas estão para os veículos motorizados e os passeios para os pedestres. Mal comparado, disse eu?!!? Não: bem comparado, porque é precisamente disso que se trata: as ciclovias são para as bicicletas, ponto final.

No entanto, o que se vê nas ciclovias? Eu acho que nunca vi uma bicicleta numa ciclovia. Já vi carros estacionados, motas, mas não bicicletas. E o que eu vejo mais nas ciclovias revela bem o grau de estupidez do portuga médio: pedestres! Sim, pedestres. Um português pode ter de um lado a estrada mais movimentada do mundo, do outro lado o passeio, local seguro onde pode caminhar, excepto se vier um benfiquista bêbedo desgovernado que leve tudo pela frente, e no meio - portanto, a confundir-se com a estrada - uma ciclovia, e por onde vai o português, hmmm?!? Pelo passeio?!?! Não: o português gosta de ser estúpido e mete-se a caminhar pela ciclovia, mesmo juntinho à estrada, sendo roçado pelos automóveis que passam a grande velocidade.

Basta andarem uns minutos por Lisboa para perceberem que é mesmo assim como eu digo. Os tugas, se confrontados com uma ciclovia e um passeio, optam por caminhar na ciclovia, independentemente dos riscos que tal acarreta. Por que o fazem, não sei, mas só me vêm à cabeça três hipóteses:

a) Os portugueses, quando vêem algo pintado de vermelho no chão, não resistem a pisá-lo. Caminhar por um chão vermelho é um sucedâneo de caminhar pela passadeira vermelha, e assim os portugueses, quando o fazem, sentem-se mais importantes, mesmo que se arrisquem a apanhar com uma carrinha de transporte de mercadorias pela peida acima.

b) Os portugueses são um povo destemido, temerário, galhardo, e andar por uma ciclovia mesmo à beirinha de estradas movimentadas é o equivalente, nos nossos dias, a desbravar os mares e enfrentar os oceanos para dar novos mundos ao mundo.

c) Os portugueses são simplesmente estúpidos.

Qual vocês acham que é a resposta mais provável?!?

Até amanhã.

terça-feira, outubro 19, 2010

Há livros e pessoas que, antes de lhes pegarmos, sabemos logo que vão ser bons



Estou com isto em mãos, e em boa hora. Quando o comprei, já sabia que ia ser um bom livro (afinal, Dennis McShade não é senão o pseudónimo de Dinis Machado (RIP), essa fera que deu a lume O Que Diz Molero, uma das melhores coisas que já se publicaram em língua portuguesa). Li cerca de 30 páginas no comboio e o que posso dizer? Se antes de o ler pensava que o livro era óptimo, a verdade é que, agora que o leio, ele é ainda melhor! É daquelas coisas que não enganam: um romance policial com uma personagem que está para os assassinos a soldo como o Hannibal Lecter está para os serial killers não pode senão ser bom. E depois há aquele humor negro, os diálogos e os monólogos que Maynard, o tal assassino a soldo, tem consigo mesmo. E há ainda aquilo a que o Hitchock chamaria de McGuffin, ou seja, o que põe a história a andar: um idoso magnata contrata Maynard para se vingar dos tipos que, anos atrás, lhe violaram a filha. Tudo isto significa que o livro é um must read para qualquer pessoa, mesmo que não vá muito à bola com os romances policiais.

Também as pessoas são um pouco assim. Há pessoas com quem simpatizamos logo, ou não, mesmo antes de "pegarmos" nelas. (ó seus badalhocos, não é a esse sentido de "pegar" que me refiro. Que mente mais ajavardada, a vossa. Já agora, só por curiosidade científica, esse "pegar" em que vocês estão a pensar inclui um Dirty Sanchez, não inclui?!?! Vocês são mesmo incorrigíveis, pá!) Por exemplo, ainda antes do Teixeira dos Santos pegar na pasta das Finanças, eu já sabia que aquilo ia correr mal - e está aqui a prova num post meu de 2005! E ainda antes de "pegar" na minha gaja (atenção: nesta frase, o "pegar" já é para ser entendido num sentido badalhoco. Mas não, não fazemos Dirty Sanchez, vocês estão parvos ou quê?!?!), eu já sabia que a gaja era uma boa gaja. Eu tenho olho para estas coisas, pá...

...sim, é verdade que somos muito diferentes, eu e a gaja. Mas e daí? Também não tenho nada a ver com o Maynard do Dinis Machado, nem com o Hannibal Lecter, e gosto deles. Também gosto muito de pão pita recheado com alface, tomate, cebola, alho, rabanete, milho, pepino, cenoura e tenho a certeza que nada tenho em comum com um pão pita recheado com alface, tomate, cebola, alho, rabanete, milho, pepino e cenoura. O que importa é isto: suceda o que suceder, apareçam crises e mais crises, cenas maradas e mais cenas maradas, eu tenho a certeza - porque, lá está, há coisas que já sabemos de antemão - que a vida irá correr bem e desenrolar-se escorreitamente... tal como as páginas de um bom livro que ainda não lemos.

sábado, outubro 16, 2010

Pá, esta é tão inteligente que eu até fiquei a bater mal!

Terminou esta madrugada mais um Portugal Fashion. Eu sugiro que não se perca a embalagem e se comece já outra iniciativa, mais condizente com o estado do país: o Portugal Fecha!

sexta-feira, outubro 15, 2010

Ora o post de hoje é assim para o interactivo!

Bom, não sei se vocês são do tipo medricas, mas ontem passei o tempo todo em que não pensava em mamas (15 centésimos de segundo, portanto) a pensar em monstros assustadores. Pessoalmente, não tenho lá muito medo de monstros: aquilo de que tenho medo, para além do próprio medo (dizem que foi o Franklin Roosevelt a proferir isto, mas eu acho que foi o Paulo Sérigo), é de coisas realmente assustadoras, como por exemplo lavar a loiça, apanhar a roupa, fazer o jantar, aspirar o chão. No entanto sei que há gente que se repela de pavor só de pensar em certas criaturas. É para essa gente que deixo a votação abaixo. Divirtam-se, ou em alternativa tenham medo, muito medo.

Que monstro mais temem?
Adamastor
Lula Gigante
Cthullu
Alberto Joao Jardim em cuecas
Cerbero
Medusa
OE para 2011
Bruno Alves
pollcode.com free polls



Bom fim-de-semana.

quinta-feira, outubro 14, 2010

O lugar d'O Clube dos Poetas Mortos no imaginário juvenil dos anos 90 do século XX

Epá, gostaram deste título?!?! Muito académico pós-moderno, hã?!? Tenho no meu cérebro uma larga zona encefálica que não faz mais do que gerar títulos manhosos destes. Uma estupidez, é verdade, mas há uma vantagem nisto: os neurónios desta zona encefálica sobrepõem-se, cá dentro, aos neurónios que processam a informação destinada a realizar tarefas domésticas, dando-me assim uma desculpa neurologicamente sustentada para não lavar a loiça.

Bom, e O Clube dos Poetas Mortos porquê? Porque ontem passou no Hollywood e ao fazê-lo reavivou-me algumas memórias. O Clube dos Poetas Mortos era, nos anos 90 o filme mais in para os adolescentes. Dizer que se gostava deste filme era, em certas esferas, mais cool do que meter um casaco de cabedal e uns óculos escuros num tigre de Bengala. Se, por hipótese, eu no secundário chegasse junto de um grupo de raparigas de 16-17 aninhos e lhes dissesse "Iá, tipo, 'tão a ver, ontem aluguei o VHS d'O Clube dos Poetas Mortos e é, tipo, o melhor filme que já vi, tipo, iá!", podem estar certos que tinha engates garantidos até ao final do ano lectivo em curso. Isto porque as miúdinhas ficavam todas derretidas com a imagem que era passada, e a imagem que se passava era a de um jovem sensível e intelectual, mas ao mesmo tempo rebelde. E as tipas, pá, as adolescentes adoram esta merda, estejamos nos anos 90 do século XX ou nos anos 3653456 do século DVIII.

Mas eu nunca fiz isto. Por duas razões muito simples: primeiro, porque O Clube dos Poetas Mortos nunca, em tempo algum, foi o melhor filme que já vi, e portanto dizer a um bando de grelos que era o melhor filme que já tinha visto não passaria de uma mentira, e eu só gosto de mentir quando digo que o Sporting é o clube mais fantástico e que dá mais alegrias do mundo

Segundo porque, como eu disse atrás, o filme só era cool em algumas esferas, designadamente nas esferas femininas. Se o meu grupo de amigos rapazes imaginasse sequer que eu sabia o nome daquele filme, ficaria impedido de jogar à bola por dois meses. Se eles soubessem que eu tinha visto o filme, levaria porrada todos os dias à saída da escola. E se lhes chegasse aos ouvidos que eu dissera ser O Clube dos Poetas Mortos o meu filme favorito, as consequências seriam de tal forma dramáticas que fariam o desastre humanitário do Darfur parecer um musical do La Féria. Se o nosso filme favorito não fosse o Rambo, ou o Comando, ou o Assalto ao Arranha-Céus, não éramos bem vistos pelos pirilaus do bairro ou da escola.

Portanto, um adolescente nos anos 90 teria de ter muito cuidado com O Clube dos Poetas Mortos. Por um lado, este filme era a chave para entrar no mundo das gajas; por outro lado significava a ostracização do mundo dos gajos. Estava-se perante um dilema, portanto. E eu, que tinha visto O Clube dos Poetas Mortos, nunca tive coragem de sair do armário e dizer que efectivamente tinha gostado. Porque tinha medo do que pudesse acontecer.

Houve um dia, no intervalo entre uma aula de Introdução às TIC e uma de Português, que me cheguei junto da Sara, da Cristiana e da Micaela, que eu sabia terem adorado o filme e quase, quase me deixei levar. Olhei para todos os lados e preparei-me para lhes dizer que sim, também eu tinha visto O Clube dos Poetas Mortos e sim, achara bom, melhor do que todas as sequelas do Rocky, e que deveríamos ir, eu e elas, declamar poesia todos nus para a minha casa, mas acobardei-me ao ver o Lúcio caminhar a menos de 5 metros de onde nós estávamos, de maneiras que, para disfarçar, perguntei às gajas se elas também tinham a sensação de que a setôra de Filosofia cheirava mal da boca.

Hoje em dia, já posso dizer que O Clube dos Poetas Mortos é um filme fixe. Já não sofrerei retaliações. Infelizmente, também já não ganharei nada com isso: as adolescentes dos anos 90 que se derretiam com rapazes sensíveis, intelectuais e rebeldes agora têm outros interesses na vida, nomeadamente senhores ricos, bem vestidos, de sangue azul e que gostem dos filmes do Cotinelli Telmo, e com estas merdas eu não posso competir. E também já não posso chegar junto das adolescentes de hoje e passar a imagem do jovem sensível, intelectual e rebelde porque, sinceramente, falta-me a parte do jovem...

...enfim, ao menos livrei-me de levar porrada durante a minha adolescência!

quarta-feira, outubro 13, 2010

Mau maria! Temos porras!!!!

A minha gaja diz que está muito contente e feliz por se encontrar nos braços de um homem inteligente, bonito e carinhoso, e que quer ficar assim até ao fim dos seus dias.

Quem será o cabrão?!?! Se algum dia o encontrar, juro que lhe rebento a fuça toda à pázada...

terça-feira, outubro 12, 2010

À minha frente...

...tenho uma secretária de trabalho completamente atafulhada de livros, papéis, post-its, cd-roms e uns quantos objectos indiscerníveis. Já está assim há algumas semanas. Nem consigo ver o desdobrável da Sandra Shine que trouxe para me animar na diária labuta, perdido que está no meio deste caos. Não tarda nada, armo-me em Chuck Norris e espeto um rotativo nesta parafernália toda. Porque ou é ela, ou eu.

O pior é que lá em casa a minha secretária se encontra em condições semelhantes. Começo a achar que sou um desorganizado natural. Soluções para isto, anyone?!?!

segunda-feira, outubro 11, 2010

Gargalhadas e suas nocivas consequências

A RTP2, esse canal televisivo que quase ninguém vê, em boa hora começou a passar a britcom Free Agents nas noites de domingo. Eu detesto séries norte-americanas com advogados, polícias, médicos e juízes, mas não resisto a uma boa série inglesa. E esta, para não variar, é excelente, contando com as prestações de, por exemplo, Anthony Head (Manchild, Buffy, Little Britain...) e Stephen Mangan (o impagável Guy Secretan de Green Wing, uma das minhas séries favoritas de sempre...). O enredo gira à volta de uma agência de talentos que só tem trabalhadores avariados da pinha, entre os quais Alex, um recém-divorciado que quer voltar a entrar nos carris da vida, e por carris da vida quero dizer nas saias das gajas, e por saias das gajas quero dizer a cueca de uma das suas colegas... que aparentemente não quer nada com ele, embora o leve para a cama! Enfim, estas mulheres de hoje...

O que destaca Free Agents é, como acontece nas boas britcoms, e elas são quase todas boas, a qualidade dos diálogos. Os diálogos, mais do que as situações, são aquilo que nesta série me faz rir, e foi o que ocorreu ontem. Stephen (Anthony Head), o patrão da agência de talentos, está em casa com uma senhora. Está a falar com ela, de forma sentimental, fofinha até, abre-lhe o coração para dizer que é com ela que quer envelhecer e tal, ambos abraçam-se e beijam-se, até que se sai com esta (cito de memória), que é capaz de ser o mais fantástico destruidor de momentos fofinhos da história da humanidade desde aquele episódio em que o Michael Jackson quase deixou cair o filho da varanda:

"Eu sei que não é suposto termos sexo, mas se me enfiasses agora um dedo no cu, farias a minha picha bastante feliz"

Resultado óbvio: comecei a rir às gargalhadas! Sonoramente! Não podia não tê-lo feito! A potente surpresa desta tirada só podia provocar um tal efeito! A minha gaja, essa, é que não achou lá muita piada... e daqui seguiu-se um diálogo real que também não teve graça nenhuma:

Ela: Ouve lá, acordaste-me...
Eu: Ah... desculpa.
Ela: Desculpas não servem. Amanhã tenho de levantar-me cedo! Deita-te e dorme!
Eu: Mas eu estou a ver isto e está a ser muito fixe.
Ela: Está bem, mas escusas de rir-te tão alto. Ri-te para dentro!
Eu: Desta vez não deu. Esta série tem mesmo muita piada.
Ela: Ah sim? Então conta lá do que é que estavas a rir.

E eu contei. E o que para mim tinha sido uma frase de rir a bandeiras despregadas, para ela foi só mais uma prova de que não jogo com o baralho todo. Olhou para mim como se eu fosse o Orçamento de Estado para 2011, virou-se para o outro lado e disse-me, em desprezo: "Desliga a televisão e vai mas é dormir!" Fiquei ali, a olhar para o televisor com cara de parvo e a sentir-me culpado... culpado por ter rido, culpado por ter achado piada a uma coisa hilariante! E isto tudo porque a gaja estava com soninho... as pessoas às vezes conseguem ser mesmo egoístas!!!!

Conclusão 1: Vejam a série assim que possam.

Conclusão 2: Estou bem disposto, porque vi o Free Agents ontem à noitinha, mas em compensação estou a cair de sono.

Conclusão 3: Já a gaja deve estar com sono e mal disposta. Bem feita...

Conclusão 4: Depois deste post, o mais provável é que a minha gaja me mande para o hospital. Só espero que lá possa ver britcoms à vontade! :)

sexta-feira, outubro 08, 2010

Casamento

Como sabem, estive sempre a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo. E congratulei-me quando o mesmo foi aprovado - talvez tenha sido das poucas medidas do governo PS que eu apoiei incondicionalmente. Por questões de igualdade, de dignidade e de não-discriminação, o casamento entre pessoas do mesmo sexo tinha de ser um direito.

Mas isto são, digamos, as razões de cárácácá! Há uma razão mais subterrânea que me levou a ficar, qual bicha maluca, radiante de alegria desde que o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi aprovado no nosso país. E é esta: agora, sempre que a gaja vem com aquela pergunta que é o terror de todos os homens, sim, aquela pergunta que reza assim "Então, e quando é que marcamos o nosso casamento?", eu dou a resposta perfeita:

Casamento?!? Pá, essa merda é para maricas!!!

E lá me vou safando... :)

quinta-feira, outubro 07, 2010

O que faz falta ao país é um bom pacote...

Consequências da crise: agora, sempre que ouço na televisão alguém falar que é preciso um pacote para isto, um pacote para aquilo, um pacote para aqui, um pacote para ali, um pacote maior acolá, um pacote melhor acoli, já não sei se hei-de ficar assustado ou excitado...

segunda-feira, outubro 04, 2010

Crítica de bares: Trobadores Bar

Começo por dizer que, em termos de borga, sou um filho do Bairro Alto. Quero lá saber das Docas, do Parque das Nações, do Jardim do Tabaco: quando é para beber copos, o meu local de eleição é o Bairro. Sempre foi, sempre será: aquela decadência tão típica e pitoresca casa maravilhosamente com os devaneios ébrios de qualquer um. Com muita pena minha, no entanto, cada vez me dou menos com pessoal que gosta do Bairro Alto. A gaja, por exemplo, é demasiado burguesa e não aprecia lá muito botar os pézinhos naqueles quarteirões de má vida. Por isso, quando queremos sair à noite, temos de pensar em alternativas.

Ora, uma delas fica ali para os lados da baixa, mais precisamente na rua de São Julião, onde está um simpático barzinho que é meio irlandês, meio medieval. Chama-se Trobadores, e podem encontrar o perfil dos ditos no Facebook, aqui.

Eu, a gaja e mais uns amigos fomos experimentar o espaço no passado sábado (falhámos a sexta-feira, que é quando eles têm concertos ao vivo). Eis o que se me oferece dizer:

Decoração - Dou um 8 em 10. O espaço está bem decorado, a fazer lembrar as tavernas medievais, mas com a vantagem de não cheirar mal nem ter merda até ao tecto. Nem leprosos a arrastar-se pelo chão. As mesas são de madeira, assim como as cadeiras, está agradavelmente iluminado, querendo com isto dizer que nem está muito escuro, nem tem luzes tipo holofotes direccionadas às nossas fuças. Há, ainda, uma espécie de pequeno boudoir, onde os assentos são decorados com peles de animais, o que particularmente me desagradou, visto eu ser um defensor da animália (não incluindo, obviamente, políticos. Esses não são animais, são sim umas bestas!).

Ambiente geral - Dou um 8 em 10. É claro que a musiquinha podia ser mais pesadonga, em lugar do rockinho britânico mais maricas, ou de cançonetas irish/celtas, mas tudo bem. Pelo menos não está em altos berros, sendo portanto possível ouvirmo-nos uns aos outros sem precisarmos de gritar aos ouvidos de cada um. Pior, contudo, que a selecção musical é o facto de se poder fumar. Sim, aquilo supostamente tem ventilação e os tomates, só que não é bem a mesma coisa. Como sabem, não sou gajo de proibir nada, mas abro uma excepção para os fumadores: eles deviam ser proibidos de viver!

Factor gajedo - Dou também um 8 em 10. Como fui acompanhado, não pude perder muito tempo a observar a fauna presente no bar, mas ainda pude deitar uma ou outra olhadela. As gajas que lá vão - e partindo do princípio indutivo que toma a parte pelo todo, visto que só lá fui no sábado... - inscrevem-se maioritariamente na classe das freaks e na classe das góticas. Também vi por lá uma ou outra beta, e pareceu-me que uma das mesas era composta exclusivamente por lésbicas. Portanto, o bar revela um potencial gajístico que se aplaude; como defeito (e é por isso que não leva 10 em 10), o rácio entre gajos e gajas é ligeiramente prejudicial a estas últimas.

Alcoolemia - Passamos agora ao que mais interessa num bar desta natureza: a pinga. Aqui, não tenho qualquer problema em atribuir um 9 em 10. A selecção de bebidas é boa e variada: além das cervejas irlandesas (Guiness, Kilkenny), temos bebidas espirituosas q.b., e sobretudo uma mui apelativa lista de shots, que, para além dos habituais Kalashnikov, inclui igualmente coisas como Peste Negra (aconselho: um shot de Guiness, uisque, bailey's e já não me lembro mais o quê), Bafo de Dragão (uisque + café), Monstrengo (vodka, rum, limão e não me lembro do resto...) Mel do Diabo (este não experimentei) e outros nomes sugestivos que nos remetem para a mundividência medieval. As mesmas são servidas em copinhos ou cálices de barro, o que aumenta o exotismo da coisa.

Preços - Sinceramente, partilho da opinião seguinte: as bebidas alcoólicas deviam ser subsidiadas pela União Europeia. Uma pessoa ter de pagar por uns copos é uma afronta vil aos direitos humanos. Numa sociedade perfeita, um gajo não só não pagaria as bebidas como também teria liberdade para ir a uma adega e trazer o número de pipas que conseguisse. Era para estas merdas que os governos deveriam apontar, não para aumentos do IVA para 23%... Bom, mas como não vivemos ainda numa sociedade perfeita, o que desconfio só será alcançado quando a Monica Bellucci for eleita Secretária Geral das Nações Unidas, temos de pagar por aquilo que consumimos. E aí dou também 8 em 10 aos Trobadores. Os preços são razoáveis, desde que não se beba muito, o qual foi o meu grande erro no passado sábado... em cerveja Guiness e shots, estoirei mais ou menos o equivalente ao orçamento das Águas de Portugal para renovação da frota automóvel.

Nota Final - 8,2 em 10. Portanto, um Muito Bom. Se puderem, aproveitem para fazer uma visitinha ao espaço.