terça-feira, setembro 16, 2008

Coisas Apaneleiradas Que Sou Obrigado A Usar Por Causa Da Minha Gaja (2)

Telélé rabeta
Há alguns meses atrás, noticiei aqui, num post adequadamente intitulado A Queda do Mito, que tinha começado a andar de telemóvel. Durante largos anos, resisti a tal praga, e continuaria a resistir se a minha gaja não impusesse a sua vontade. Pois foi ela quem me obrigou - e obriga - a levar sempre a bichice do telemóvel comigo!


A simples alegação de que o telemóvel é um objecto apaneleirado pode gerar polémica. Muitos tentarão fugir com o rabo à seringa e negarão este facto. Mas não vale a pena, é o que vos digo! O telemóvel é, incontestavelmente, um objecto gayoso. Sobretudo aqueles modelos que, como o meu, possuem uma tampa vermelha que se abre e deixa ver um ecrãzinho todo pipi às corzinhas e o caraças! E nem sequer falo nos também amaricados sonzinhos que aquela porcaria emite!


No entanto, a coisa mais mariquinhas do telemóvel é esta: a menos que desliguemos o raio do aparelho, estamos sempre contactáveis, quer queiramos quer não. E o pior, estamo-lo para as duas pessoas que mais gostam de nos moer a cabeça e nos expor ao ridículo. Falo, já decerto adivinharam, da progenitora e da esposa/namorada/companheira. Porque já todos tivemos conversas como esta:


(O telélé toca)
Eu: Estou?
Mãe: Olá, filhinho!
Eu: Olá, mãe!
Mãe: Está tudo bem contigo?
Eu: Sim! Olha, não posso falar agora, estou no comboio.
Mãe: Deixa estar, eu não me importo. Olha lá, estás a alimentar-te bem?
Eu: Sim, mas agora não posso falar, vem ali o pica.
Mãe: Mas estás mesmo bem, não estás constipado nem nada?
Eu: Sim, mas tenho de desligar!
Mãe: O teu pai manda cumprimentos, e olha, encontrei no outro dia a dona Sara, lembras-te, a tua professora primária, manda-te beijinhos e diz para teres juízo, ela ainda se lembra daquele dia em que apareceste na escola com as cuecas enfiadas na cabeça, lembras-te filho?
Eu: Não me lembro de nada disso, mas tenho de desligar, está bem?
Mãe: E lembras-te também daquele dia em que fomos ao Jardim Zoológico e veio um macaco e tirou-te as calças e...
Eu: Mãe, estou a ficar sem bateria... pipipipipi... olha, foi-se! (e desligo!)


Ou esta:


(O telélé toca)
Eu: Estou?
Gaja: Olá, amor.
Eu: Olá.
Gaja: Onde estás?
Eu: Estou no restaurante a almoçar.
Gaja: Estás a comer o quê?
Eu: Salmão grelhado.
Gaja: Está bom?
Eu: Delicioso.
Gaja (com um tom estranho na voz): Melhor do que aquele que eu faço em casa?
Eu:... (a pensar)... (a pensar)... Hmmm... é diferente.
Gaja: Diferente, como?!
Eu: Assim tipo... diferente.
Gaja: Acho que tu não gostas dos meus cozinhados...
Eu: Mas o que é isso, amor? Claro que gosto.
Gaja: Então diz isso alto, para toda a gente ouvir!
Eu: Mas eu estou num restaurante!
Gaja: Por isso mesmo!
Eu: Não vou fazer isso!
Gaja: DIZ! DIZ QUE GOSTAS DOS MEUS COZINHADOS! DIZ QUE O MEU SALMÃO É MELHOR DO QUE ESSE QUE ESTÁS A COMER! CHAMA-ME BEBÉ E GRITA O TEU AMOR POR MIM, SENÃO NUNCA MAIS ACREDITO EM TI!
Eu: Cof, cof... (engasgo-me com a posta de salmão, não há ninguém no restaurante capaz de fazer a manobra de Heimlich e vou parar ao hospital. Ufa, safei-me mesmo à justa...)


E agora, ainda duvidam de que o telélé seja um objecto mariconço? Conversas destas retiram p'rái uns 90% de masculinidade a um gajo. E isto não é tudo, porque os telélés ainda se fazem a nós, obrigam-nos a cuidar deles, com bolsinhas e não sei o quê, eu olho para alguns e vejo-os todos artilhados, aquilo parece telemóvel tuning e o caraças... Mas felizmente eu disto consigo escapar. O meu telemóvel estava impecável quando veio parar às minhas mãos, só que agora já não se encontra assim. Na fotografia não se vê, mas o bicho já tem vários riscos, amolgadelas e marcas de sujidade, prova de que o seu dono ainda não perdeu toda a virilidade! E o mais importante: lá dentro, só há números de gajas! Penso que isto funciona como atenuante de ter um telélé rabeta!

13 comentários:

Ilda disse...

Pois é. mas agora já não sais sem ele, essa é aque é essa! E eu não me lembro nunca de ter feito uma cena dessas, ok! FALSOS TESTEMUNHOS!!!

Peter of Pan disse...

É tudo verdade, eu gravei a conversa e tenho a conta do hospital para provar que aquilo aconteceu mesmo!

Anónimo disse...

Não, não NÃO! Nunca se diz..."hum é diferente", nunca. Sempre: O teu é melhor. Não interessa se
é mentira sempre o Teu é melhor, melhor cozinhado, melhor cabelo, melhores pernas, mais bonita.
Sempre.

Peter of Pan disse...

Cara Daniela: o problema é que eu sou kantiano e não consigo mentir...

...mas obrigado pelo conselho!:)

Rita disse...

Porque não pões como toque aquela frase fantástica do Chavez??? Assim fica uma coisa mais macho man...
Jokas

Peter of Pan disse...

Olha aí está uma ideia fabulosa!

Toze disse...

Bolsinhas e télélés? estás feito !!!

O que um gajo num faz por Amore, lollllllllllllllll

Peter of Pan disse...

É verdade, é verdade...

Cátia Ramos disse...

bem diz la k isto nao eh verdade...

va la

eheheh

entao apareceste na escola com as cuecas enfiadas na cabeça???

e

um macaco e tirou-te as calças???

ahahahahahahah

fg a mim nao m acontece disso :/

nunka tenho historias giras como estas para contar =(

hihihi

Samuel Vidinha disse...

Gostei dos diálogos... LOL

Peter of Pan disse...

@Katia: esses episódios foram, digamos, exagerados... na realidade, apareci na escola não com cuecas enfiadas na cabeça mas sim com um par de boxers, e no Jardim Zoológico não foi um macaco, foi um elefante. Mas pronto, coloquei coisas diferentes porque isso faz parte da minha liberdade artística.

@Samu: Brigados, pá!

Rafeiro Perfumado disse...

O telemóvel ser uma coisa a roçar a rotice, tenho sérias dúvidas, tanto mais que tenho um. Agora a tua relação com ele, acrescido do modelo escolhido, isso já me deixa a pensar sobre a tua machesa... ;)

Abraço, daqueles másculos!

Peter of Pan disse...

Ó Rafeiro, não leves a mal, agradeço o teu abraço e tal, mas contacto físico másculo, só com a minha gaja. Abraçar indivíduos do sexo masculino, mesmo que de raça canina, não é muito a minha onda...

:)